POR SER MENINA NO BRASIL Crescendo entre Direitos e Violências Pesquisa com meninas de 6 a 14 anos nas cinco regiões do Brasil RESU MO EXECU T IVO ficha técnica POR SER MENINA NO BRASIL [RESUMO EXECUTIVO] Crescendo entre Direitos e Violências Pesquisa com meninas de 6 a 14 anos nas cinco regiões do Brasil Assistentes do projeto Cintia Barros (administrativo) Marli Coriolano (pesquisa) PLAN Brasil Apoio Lilian de Oliveira Argolo Vaz (quali) Luana Moraes (quanti) Mazra Abreu Andrade (quanti) Diretora Nacional Anette Trompeter Diretor de Programas de País Dirk Hegmanns Coordenação Institucional da Pesquisa Celia Bonilha e Luca Sinesi Colaboração Flávio Debique, Elaine Azevedo e Tarcísio Silva Assessoria de Campo – Codó (MA) Gabriel Barbosa, Lerdson Farias, Silvia Santos e Patrícia Miranda Resumo Executivo Coordenação Científica Benedito Rodrigues dos Santos Organização e Redação Celia Bonilha, Luca Sinesi, Monica Souza e Helliza Rodrigues Coordenação Executiva Paola Barreiros Barbieri Projeto gráfico, Diagramação e Editoração Rodrigo Masuda Pesquisadores sêniores colaboradores Silvia Koller Carlos E. Santos Infografia Guizo Design Pesquisadores Estaduais Maranhão: Artenira da Silva e Silva Sauaia Pará: Daniela Reis e Maria Lúcia Dias Gaspar Garcia Mato Grosso: Dulce Regina Amorim Rio Grande do Sul: Jean Von Hohendorff São Paulo: Ana Lúcia Catão e Maria Emília Accioli Nobre Bretan Consultores para consolidação dos dados quanti e qualitativos dos Estados: Maranhão: Ofélia Ferreira da Silva Pará: Maria Lúcia Dias Gaspar Garcia Mato Grosso: Irandi Pereira Rio Grande do Sul: Rogerio Giugliano São Paulo: Maria Emília Accioli Nobre Bretan POR SER MENINA NO BRASIL Crescendo entre Direitos e Violências Colaboração: Instituto dos Direitos da Criança e do Adolescente (INDICA) SOCIALIZARE Pesquisas, Capacitação e Produção Cultural Ltda. Assessoria Técnica Camila Barreiros Barbieri, Diana Barbosa, Flávia Ávila e Francisca Lucena (quanti) Gabriela Goulart Mora e Vanessa Nascimento Viana (quali) Viviane Orlandi (fase piloto) 2 Auxiliares de campo Pará: Adriane Marques Franco e Rosângela Lima Barbosa Maranhão: Andressa Sousa Barreto, Denisson Gonçalves Chaves, Emiliy Monique, Jason M. Cardoso, Maria Aparecida Lima e Mariana Silva Souza Mato Grosso: Ana Cláudia A. Lima, Vera Aparecida Amorim e Marcia Pereira Miranda Rio Grande do Sul: Tainã Moreira Spinato São Paulo: Juliana Tonche e Juliana Vinuto Lima Revisão Monica Souza, Selma Rosa, Celia Bonilha, Luca Sinesi, Helliza Rodrigues e Lead Comunicação É PERMITIDA A REPRODUÇÃO DESTE MATERIAL, DESDE QUE SEJA CITADA A FONTE E QUE NÃO SEJA UTILIZADO POR FINS COMERCIAIS. CONTATO: Plan International Brasil Escritório Nacional Av. Roque Petroni Jr, 1089, Salas 112 e 114, Brooklin Novo - São Paulo - SP | CEP: 04707-900 | Tel.: +55 (11) 3956-2170 Escritório de Programas Av. Colares Moreira, 2 Sala 1.102-A Edifício Planta Tower, Renascença, São Luis – MA | CEP: 65075-441 Tel.: +55 (98) 3235-6580 | +55 (98) 3227-8342 Apresentação da diretora nacional Prezada leitora e prezado leitor, É com muito prazer e orgulho que apresento a vocês a pesquisa “Por Ser Menina no Brasil: Crescendo entre Direitos e Violências”, uma pesquisa verdadeiramente inédita no Brasil. Para promover os direitos das meninas e empoderá-las para que elas sejam os principais agentes transformadores das suas realidades, a Plan quis entender as meninas a partir do seu olhar. É por isso que ouvimos 1.771 meninas de 6 a 14 anos em todas as cinco regiões do Brasil sobre o contexto de direitos, violências, barreiras, sonhos e superações em que elas vivem. As meninas nos contaram que gostam de serem meninas e sonham um futuro no qual a educação, a saúde, o cumprimento dos direitos, a solidariedade e o respeito às diferenças possam ser realidades para todas as meninas e meninos. Mas elas denunciam um contexto de gritantes desigualdades de gênero, que acaba prejudicando o pleno desenvolvimento de suas habilidades para a vida. Só pra dar um exemplo: enquanto 76,8% lavam louça e 65,6% limpam a casa, apenas 12,5% dos seus irmãos homens lavam a louça e 11,4% dos seus irmãos homens limpam a casa. Queremos trabalhar para não ouvirmos mais, como ouvimos nesta pesquisa, que 1 menina de cada 5 conhece uma outra menina que já sofreu violência e que 13,7% das meninas de 6 a 14 anos trabalham ou já trabalharam. A situação das meninas no mundo não é diferente. A Campanha mundial da Plan “Por Ser Menina” acontece em mais de 50 países, culminando a cada ano no dia 11 de outubro, dia instituído pela ONU como Dia Internacional da Menina, chamando a atenção para a necessidade de efetivar políticas públicas na busca de garantir os direitos das meninas dentro da igualdade e da justiça de gênero. No nosso contexto, a Plan atua no Brasil desde 1997 promovendo os direitos de crianças e adolescentes em suas comunidades implementando diretamente mais de 20 projetos nos Estados do Maranhão, Pernambuco, Rio Grande do Norte e São Paulo. Esta pesquisa representa a contribuição da Plan para que no Brasil as meninas possam ser ouvidas, respeitadas e ter seus direitos garantidos e implementados. A partir desta pesquisa, queremos nos envolver e empenhar em uma grande mobilização nacional com a sociedade civil e o poder público para afirmar os direitos e a equidade de gênero das meninas na sociedade brasileira. A hora é esta! Por um Brasil onde as meninas nunca mais sejam esquecidas. Anette Trompeter, Diretora Nacional da Plan Brasil METODOLOGIA Tipo/composição da amostra Intencional e probabilística. Amostra Total 1.771 meninas e meninas adolescentes participaram da pesquisa, distribuídas entre 1.609 da amostra das escolas, 149 do estrato de meninas quilombolas e 13 meninas fora da escola. Realizou-se também, paralelamente, um estudo específico para o município de Codó (MA), que contou com a participação de mais160 meninas, tendo em vista a atuação estratégica da Plan nessa localidade. Estados e capitais: Pará, Maranhão, São Paulo, Mato Grosso e Rio Grande do Sul. As capitais desses estados foram escolhidas pela sua representatividade em suas respectivas regiões, com potencial de indicar as tendências regionais e, ao mesmo tempo, pelo papel que desempenham na estratégia de realização da campanha Por Ser Menina. Localidades Municípios: 21 distribuídos entre os 5 estados. As cidades foram selecionadas por sorteio probabilístico por meio do método AAS (Amostra Aleatória Simples), sendo as capitais dos estados consideradas municípios autorrepresentativos com probabilidade 1. A divisão inicial de 4 municípios por estado foi alterada para o Estado do Rio Grande do Sul, onde se agregou mais um município para complementação da amostra. Escolas: a pesquisa foi realizada em 58 escolas da amostra-escola e 9 escolas quilombolas, que também foram selecionadas pelo método AAS, por localização (urbana e rural), por dependência administrativa (pública e privada) e por nível de ensino (fundamental 1 e fundamental 2), tendo por base o Censo Escolar de 2012. As escolas sorteadas impossibilitadas de participar da pesquisa foram substituídas por escolas de um cadastro reserva, igualmente sorteadas para essa finalidade. Período de campo 08/07 a 06/09/2013 (incluindo as fases de preparação e coleta de dados) Margem de Erro O erro amostral máximo da pesquisa, considerando-se um processo de amostragem aleatório simples, confiança de 95% e variância máxima, é de 2,5 %. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Católica de Brasília (UCB) em Julho de 2013. todas as meninas. A campanha foi lançada no dia 11 de promover uma educação de qualidade em mundialmente ambientes seguros para outubro 2012, junto com a comemoração do Dia Internacional todas as de meninas. A campanha foi lançada mundialmente no dia 11dade Menina, pelas Unidas como resultado de um esforço outubro estabelecido de 2012, junto comNações a comemoração do Dia Internacional da da Plan International paraNações dar visibilidade aos problemas afetam Menina, estabelecido pelas Unidas como resultado que de um esforço globalmente a vida das para meninas em países pobres e emergentes. da Plan International dar visibilidade aos problemas que afetam Perfil das Meninas. 76,3% mãE MéDia De iDaDe Das Meninas 47,6% 51,9% 47,6% (11-14 ANOs) 0,5% Das Meninas não inforMaraM a iDaDe 1771 (6-10 (6-10 ANOs) ANOs) 0,5% Das Meninas não inforMaraM a iDaDe 0,5% Das Meninas não inforMaraM a iDaDe meninas Pará Maranhão 1771 Mato Grosso Pará Pará São Paulo Maranhão Maranhão meninas meninas rioMato GranDe Do sul Grosso Mato Grosso São Paulo São Paulo Mato Grosso São Paulo 1,2% amarEla 1,2% 53,2% 53,2% parda (morEna) 39,1% 6,2% 1,2% brANcA prEta amarEla 6,2% 6,2% prEta 1,2% 1,2% amarEla 53,2% parda (morEna) 53,2% 53,2% 0,3% IndíGEna 0,3% 0,3% IndíGEna Cor da pele de acordo com critérios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). prEta amarEla parda (morEna) parda (morEna) IndíGEna zona habitacional Cor da pele de acordo com critérios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Cor da pele de acordo com critérios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). pAI 0,3% IndíGEna 0,3% 3,6% 4,0% 7,0% 5,6% IrMãO avô outro 6,6% 15,6% 3,4% IrMã avó não rEspondEu padrasto 76,3% mãE zona habitacional zona habitacional 23,5% zona zona habitacional habitacional 76,5% 23,5% 23,5% 76,5% 76,5% 0,9% madrasta 76,5% 76,5% São aS MãeS o ente faMiliar que MaiS cuida daS MeninaS, Quando não está na escola, você com: confirMando quefica o cuidar ainda é Percebido e Total 5 naturalizado coMo algo Quilombolas excluSivo do âMbito feMinino. Estados Sozinha % Distribuição12,7% De tarefas cidade cidade O maior contingente de participantes foi de meninas que estudam em escolas da urbana (76,5%), enquanto O maior contingente dezona participantes foi de meninas que rural foi representada 23,5%. estudama zona em escolas da zona urbana por (76,5%), enquanto a zona rural foi representada por 23,5%. A maioria estuda em escolas públicas urbanas (59,3%), escolas públicaspúblicas da zonaurbanas rural (23,5%) e, Aseguidas maioria de estuda em escolas (59,3%), finalmente, escolaspúblicas particulares urbanas (17,2%). e, seguidas de escolas da zona rural (23,5%) finalmente, escolas particulares urbanas (17,2%). POR SER MENINA NO BRASIL Crescendo entre Direitos e Violências 14,4% Com meu pai % ArrUMAr A cOzINhAr MINhA cAMA Com minha mãe % lavar a louça 32,8% lImpar a cAsA 9,4% 27,5% lavar a rOUpA 38,3% pAssAr A rOUpA cUIDAr DO(s) IrMãO(s) 81,4%pessoas 41,0%%76,8% 26,2% 65,6% 28,8% 21,8% 34,6% Com outras 22,8% MeninaS NS/NR % 36,0% 11,6% 11,4% 12,5% 11,4% 6,4% Total % MeninoS 8 3,6% 4,0% 7,0% 5,6% 6,2% outro 10,0% São aS MãeS o ente faMiliar confirMando que o cuidar ainda é Percebido 41,2% e naturalizado coMo algo excluSivo do âMbito feMinino. A presençaDistribuição massiva das mães cuidado das filhas, Deno tarefas mesmo quando estas trabalham fora, é um indicativo 44,1% declara que suas famílias recebem algum benefícioou do Governo. recebe oda bolsa Família. da dupla tripla jornada mãe. Cor da pele de acordo com critérios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). campo campo Divisão De De etnias/raças etnias/raças Divisão cUIDAr DO(s) IrMãO(s) A distribuição dos afazeres revela uma desigualdade de gênero no espaço doméstico. simplesmente por ser menina, ela é tratada como a pessoa0,9% responsável pelas tarefas domésticas, o que tira3,4% dela 76,3% 6,6% 15,6% parte direito de brincar, estudar enão de rEspondEu não mãE de sua infância madrastaquanto aoIrMã avó assumir responsabilidades em substituição de adultos. QueM cuiDa De você no Dia-a-Dia? 26,8% brANcA prEta amarEla (morEna) IndíGEna Cor da pele de acordo com critérios do Instituto Brasileiro deparda Geografia e Estatística (IBGE). 23,5% 23,5% pAssAr A rOUpA benefício Governo queDo MaiS cuida daS MeninaS, Divisão De etnias/raças Divisão De etnias/raças 6,2% prEta 6,2% lavar a rOUpA avô 11,6% padrasto 11,4% 12,5%IrMãO 11,4% 6,4% rio GranDe Do sul 39,1% brANcA 39,1% lImpar a cAsA MeninoS Pará Maranhão Divisão De etnias/raças brANcA pAI Maranhão Mato Grosso rio rio GranDe GranDe Do Do sul sul 39,1% 39,1% brANcA 26,8% (6-10 ANOs) (11-14 (11-14 ANOs) ANOs) lavar a louça 81,4% 41,0% 76,8% 65,6% 28,8% 21,8% 34,6% São Paulo rio GranDe Do sul MéDia MéDia De De iDaDe iDaDe Das Das Meninas Meninas 51,9% cOzINhAr MeninaS Pará Amostra realizada realizada entre entre os os meses meses de de julho julho ee setembro setembro de de 2013, 2013, Amostra com 1771 1771 MéDia meninas eeDe adolescentes, das cinco cinco regiões do do Brasil. Brasil. iDaDe Das Meninas com meninas adolescentes, das regiões não rEspondEu QueM cuiDa De você no Dia-a-Dia? ArrUMAr A MINhA cAMA 47,6% 47,6% Amostra realizada entre os meses de julho e setembro de 2013, com 1771 meninas e adolescentes, das cinco regiões do Brasil. 3,4% avó Distribuição De tarefas A campanha Por Ser Menina, da Plan International Brasil, visa MéDia De iDaDe Das Meninas promover uma educação de qualidade em ambientes seguros para as meninas. A campanha foi lançada mundialmente no dia 11 de AAAtodas campanha Por Ser Menina, da PlanBrasil, International Brasil, visa promover uma educação de qualidade em campanha Por Ser Ser Menina, da Plan Plan International International Brasil, visa da campanha Por Menina, da visa outubro de 2012, junto com a comemoração do Dia Internacional promover uma educação de qualidade em ambientes seguros para ambientes para todas meninas. Apara campanha foi lançada mundialmente no dia 11 de outubro de promover umaseguros educação de qualidade em as ambientes seguros Menina, estabelecido pelas Nações Unidas como resultado de um esforço (11-14 ANOs) (6-10 ANOs) todas as meninas. lançada dia 1 todas as International meninas. A A campanha campanha foi lançada mundialmente mundialmente no diaafetam 11 1 de de da Plan para darfoi visibilidade aos problemasno que 2012, junto com a comemoração do Dia Internacional da Menina, estabelecido pelas Nações Unidas como outubro de 2012, 2012, junto com aa comemoração comemoração do Dia Dia Internacional da da (11-14 ANOs) (6-10 ANOs) outubro de com do Internacional globalmente a vidajunto das meninas em países pobres e emergentes. 0,5% Das Meninas não inforMaraM a iDaDe Menina, Nações Unidas como resultado esforço Menina, estabelecido estabelecido pelas Naçõesda Unidas como resultado de de um umpara esforçodar visibilidade aos problemas resultado de umpelas esforço Plan International que afetam globalmente a da visibilidade 0,5% Das Meninas não inforMaraM a iDaDe da Plan Plan International International para para dar visibilidade aos aos problemas problemas que que afetam afetam vida das meninas emdarpaíses pobres emergentes. globalmente vida das das meninas meninas em países países pobres e emergentes. globalmente aa vida em pobres ee emergentes. 1771 1771 15,6% IrMã São aS MãeS o ente faMiliar que MaiS cuida daS MeninaS, confirMando que o cuidar ainda é Percebido e naturalizado coMo algo excluSivo do âMbito feMinino. Amostra realizada entre os meses de julho e setembro de 2013, com 1771 realizada meninas entre e adolescentes, cinco regiões de do 2013, Brasil. Amostra os meses dedas julho e setembro com 1771 meninas e adolescentes, das cinco regiões do Brasil. meninas meninas 6,6% Familias e Convivência Familiar globalmente a vida das meninas em países pobres e emergentes. 51,9% 51,9% 0,9% madrasta 100,00% 34,2% 6,2% 10,0% 100,00% A distribuição dos afazeres revela uma desigualdade de gênero no espaço doméstico. simplesmente por ser menina, ela é tratada como a pessoa responsável pelas tarefas domésticas, o que tira dela Pesquisa com meninas 6 a 14 cinco estudar regiõese de donão Brasil parte de sua infânciadequanto ao anos direitonas de brincar, assumir responsabilidades em substituição de adultos. ArrUMAr A MINhA cAMA cOzINhAr lavar a louça lImpar a cAsA lavar a rOUpA pAssAr A rOUpA cUIDAr DO(s) IrMãO(s) 81,4% 41,0% 76,8% 65,6% 28,8% 21,8% 34,6% MeninaS 11,6% 11,4% 12,5% 11,4% 6,4% 6,2% 10,0% MeninoS Nesta Atabela confirma-se o rol feminino nos cuidados distribuição dos afazeres revela uma desigualdade de gênero no espaço doméstico. simplesmente por ser menina, ela é tratada e a alienação dos cuidados, em que 12,7% da amostra como a pessoa responsável pelas tarefas domésticas, o que tira dela parte de sua infância ao direito de brincar, estudar e de não escola declara ficar quanto sozinha. Essa porcentagem é assumir responsabilidades em substituição de adultos. menor nas áreas quilombolas. É interessante notar como as meninas quilombolas parecem ter mais benefício Do Governo convívio com o pai. Outro dado significativo é o quantitativo que fica aos cuidados de outras 41,2% pessoas que podem ser parentes ou não. 44,1% declara que suas famílias recebem algum benefício do Governo. recebe o bolsa Família. 9 Distribuição de Tarefas em Casa Atividades fora do horário escolar QueM cuiDa De você no Dia-a-Dia? 26,8% 3,6% 4,0%no Dia-a-Dia? 7,0% 5,6% QueM padrasto cuiDa De você pAI IrMãO avô outro A distribuição de tarefas ou dos afazeres domésticos entre meninas/adolescentes e meninos/ adolescentes revela uma gritante desigualdade de gênero no espaço doméstico. Enquanto 81,4% das meninas arrumam sua própria cama, 76,8% lavam louça e 65,6% limpam a casa, apenas 11,6% dos seus irmãos 26,8% 3,6%a louça 4,0% 7,0% 5,6% homens arrumam a sua própria cama, 12,5% dos seus irmãos homens lavam e 11,4% dos seus irmãos 76,3% 0,9% 6,6% 15,6% 3,4% pAI mãE homens limpam a casa. Atividades que a menina realiza QueM cuiDa De você no Dia-a-Dia? Percentual (%) 81,4 Arrumar a minha cama 26,8% Cozinhar 3,6% pAI 4,0% padrasto IrMãO 7,0% 41,0 5,6% avô 76,8 Lavar a louça Limpar a casa 76,3% outro 0,9% LavarmãEa roupa madrasta 6,6% IrMã 65,6 15,6% 3,4% avó não rEspondEu 28,8 21,8 São aS MãeS o ente faMiliar que MaiS cuida daS MeninaS, confirMando que o cuidar Cuidar do(s) irmão(s) 34,6 ainda é Percebido e naturalizado coMo algo Fonte: PLAN/SOCIALIZARE, 2014 excluSivo do âMbito feMinino. lavar a louça lImpar a cAsA lavar a rOUpA pAssAr A rOUpA cUIDAr DO(s) IrMãO(s) 81,4% 41,0% 76,8% 65,6% 28,8% 21,8% 34,6% MeninaS 11,6% 11,4% 12,5% 11,4% 6,4% 6,2% 10,0% MeninoS 10 A distribuição dos afazeres revela uma desigualdade de gênero no espaço doméstico. simplesmente por ser menina, ela é tratada como a pessoa responsável pelas tarefas domésticas, o que tira dela parte de sua infância quanto ao direito de brincar, estudar e de não assumir responsabilidades em substituição de adultos. benefício Do Governo avô avó outro não rEspondEu cOzINhAr lavar a louça lImpar a cAsA lavar a rOUpA 12,5 pAssAr A rOUpA cUIDAr DO(s) IrMãO(s) De tarefas 11,4 Limpar 81,4% a casaDistribuição 41,0% 76,8% 65,6% 28,8% 21,8% 34,6% MeninaS 6,4 Lavar a roupa ArrUMAr A MINhA cAMA cOzINhAr lavar a louça lImpar a cAsA lavar a rOUpA Passar a11,6% roupa 11,4% 12,5% 11,4% 6,4% MeninoS pAssAr A rOUpA cUIDAr DO(s) IrMãO(s) 6,2% 6,2 10,0% 81,4% 41,0% 76,8% 65,6% 28,8% 21,8% 34,6% 10,0 Cuidar do(s) irmão(s) MeninaS A distribuição dos afazeres revela uma desigualdade de gênero no espaço doméstico. simplesmente por ser menina, ela é tratada Fonte:como PLAN/SOCIALIZARE, 2014 a pessoa responsável pelas tarefas domésticas, o que tira dela parte11,6% de sua infância ao direito de brincar, e de não 11,4%quanto 12,5% 11,4% 6,4%estudar 6,2% 10,0% assumir responsabilidades em substituição de adultos. MeninoS Distribuição De tarefas cOzINhAr IrMãO IrMã São aS MãeS o ente faMiliar que MaiS cuida daS MeninaS, Atividades que o irmão realiza confirMando que o cuidar 76,3% 0,9% 6,6% 15,6% 3,4% ainda é Percebido e rEspondEu mãE madrasta IrMã avó não naturalizado coMo algo (%) Percentual excluSivo do âMbito feMinino. São aS MãeS o ente faMiliar Arrumar a minha cama que MaiS cuida daS MeninaS, 11,6 Distribuição De tarefas confirMando que o cuidar ainda é Percebido e Cozinhar 11,4 naturalizado coMo algo excluSivo do âMbito feMinino. ArrUMAr A Lavar aMINhA louça cAMA Passar a roupa ArrUMAr A MINhA cAMA padrasto madrasta A distribuiçãobenefício dos afazeres revela desigualdade de gênero Douma Governo no espaço doméstico. simplesmente por ser menina, ela é tratada como a pessoa responsável pelas tarefas domésticas, o que tira dela 41,2% parte de sua infância quanto ao direito de brincar, estudar e de não assumir responsabilidades em substituição de adultos. benefício Do Governo O trabalho doméstico das meninas é mais presente 44,1% declara que suas famílias 41,2% algum benefício do Governo. o bolsa Família. nos recebem ambientes rurais (74,3% das recebe meninas nas escolas rurais declaram limpar a casa) que nos ambientes urbanos (esse percentual desce para 67,6% nas escolas públicas urbanas e para 46,6% nas escolas 44,1% declara que suas famílias particulares urbanas). recebem algum benefício do Governo. recebe o bolsa Família. POR SER MENINA NO BRASIL Crescendo entre Direitos e Violências Quando estão fora do horário da escola, as meninas pesquisadas se dedicam a atividades de lazer e esporte, a práticas religiosas, à realização de tarefas escolares, entre outras. A televisão se mostra o meio de entretenimento mais frequente: 82,3% das entrevistadas disseram ver TV no período extraescolar. Outras formas de lazer, como ouvir música (67,3%), ler livros (53%) e brincar dentro de casa (55,3%), alcançaram percentuais menores, mas ainda assim são mencionadas por mais da metade das pesquisadas. O que VOCÊ costuma fazer fora do horário da escola? UF PA MA SP RS MT Total Encontrar amigos % UF 39,6% 60,7% 53,9% 55,0% 43,4% 50,9% Ver televisão % UF 82,2% 76,7% 86,5% 87,5% 78,9% 82,3% Navegar na internet % UF 24,3% 40,8% 66,3% 58,7% 47,4% 46,7% Jogar jogos eletrônicos % UF 15,9% 32,9% 37,3% 37,3% 31,6% 30,5% Fazer tarefas da escola/ estudar % UF 74,9% 81,4% 79,6% 83,0% 86,4% 80,5% Ouvir música % UF 52,3% 69,5% 79,6% 74,2% 60,5% 67,3% Ler livros, revistas ou quadrinhos % UF 43,1% 59,4% 51,4% 55,7% 57,5% 53,0% Praticar esportes % UF 20,5% 33,2% 35,6% 37,3% 32,0% 31,3% Jogar bola % UF 26,4% 24,4% 26,8% 32,1% 30,7% 27,6% Brincar na rua % UF 29,6% 27,1% 30,4% 27,3% 21,1% 27,6% Brincar dentro de casa % UF 56,3% 62,6% 49,7% 51,3% 55,3% 55,3% Visitar parentes e/ou amigos % UF 41,8% 56,0% 55,8% 53,5% 47,4% 51,0% Namorar % UF 10,0% 12,5% 17,1% 8,9% 9,2% 11,9% Participar de atividades culturais como música, dança e teatro % UF 21,6% 26,8% 26,2% 24,4% 32,0% 25,8% Ir à igreja % UF 59,3% 61,5% 50,3% 36,2% 65,8% 54,8% Participar de grupo de jovens % UF 29,9% 27,3% 20,4% 11,8% 21,9% 23,0% Participar de trabalho voluntário % UF 4,9% 10,6% 4,7% 6,3% 6,1% 6,6% Pesquisa com meninas de 6 a 14 anos nas cinco regiões do Brasil 11 Trabalho Infantil Uma seção da pesquisa foi dedicada especialmente a questões relacionadas ao trabalho infantil, tendo como uma das finalidades aferir o cumprimento do ECA no que tange à proibição do trabalho de menores de 16 anos, excetuando-se a condição de aprendiz (acima de 14 anos). Somando as meninas que “estão trabalhando” com aquelas que já trabalharam, mas que não trabalham atualmente, um total de 13,6% das meninas de 6 a 14 anos no Brasil trabalham ou já tiveram experiência de trabalho, chamando a atenção para a total violação dos direitos das crianças e das meninas e para uma temática que não pode e não deve mais ser invisibilizada. Perguntamos às meninas que declararam estar trabalhando em que setor ou atividade elas estão trabalhando. Entre as meninas que trabalham, o maior percentual delas afirmou estar realizando trabalho doméstico na casa de outras pessoas (37,4%). Contribuíram para elevar esse índice os percentuais registrados pelas meninas do Estado de Mato Grosso (50%) e do Pará (46,2%). O trabalho no comércio (lojas, mercados etc.) foi apontado em segundo lugar de recorrência entre as meninas, com 16,5%. As meninas do Estado de São Paulo apresentaram percentuais acima da média nacional em 10 pontos percentuais (26,5%). A essa porcentagem assustadora, temos que adicionar as meninas que estão procurando trabalho (2,3%) e aquelas que não quiseram responder (10,6%). Chama a atenção a liderança de São Paulo entre os estados pesquisados na porcentagem de meninas que estão em situação de trabalho infantil (9,4%). Uma menção específica merece a amostra quilombola, na qual 24,1% das meninas responderam que trabalham ou já trabalharam. Onde trabalha? UF Tem muita brincadeira de menino que meninas não devem brincar UF Nunca trabalhei % UF PA MA SP RS MT Total Amostra quilombola 82,2% 70,6% 67,1% 81,9% 79,8% 75,7% 71,1% Já trabalhei, mas não trabalho atualmente % UF 6,2% 5,6% 9,7% 4,4% 6,6% 6,6% 8,7% Estou trabalhando % UF 3,5% 8,5% 9,4% 7,4% 7,0% 7,1% 15,4% Estou procurando trabalho % UF 0,8% 2,7% 4,4% 2,6% 0,4% 2,3% 0,7% NR % UF 8,4% 15,9% 13,5% 5,2% 7,5% 10,6% 5,4% Fonte: PLAN/SOCIALIZARE, 2014 12 POR SER MENINA NO BRASIL Crescendo entre Direitos e Violências PA MA SP RS MT Total Trabalho em comércio (lojas, mercados etc.) % UF 0,0% 12,5% 26,5% 20,0% 12,5% 16,5% Trabalho na rua (vendendo coisas, reciclagem, catação, engraxate, vigiando ou limpando carros etc.) % UF 0,0% 6,3% 2,9% 10,0% 6,3% 5,2% Faço trabalho doméstico na casa de outras pessoas (cuidado de crianças, limpando, passando etc.) % UF 46,2% 37,5% 29,4% 35,0% 50,0% 37,4% Trabalho na agricultura, pecuária ou pesca % UF 7,7% 0,0% 17,6% 0,0% 6,3% 7,0% Trabalho na área administrativa (office-boy, secretária, informática etc.) % UF 0,0% 3,1% 0,0% 0,0% 0,0% 0,9% Trabalho em indústria/fábrica % UF 0,0% 6,3% 11,8% 5,0% 0,0% 6,1% Trabalho em outro lugar. % UF 15,4% 43,8% 26,5% 20,0% 6,3% 26,1% Pesquisa com meninas de 6 a 14 anos nas cinco regiões do Brasil 13 Brincar: tempo, gênero e brincadeiras Relação com pais, bem estar e segurança em casa 86,4% Como consequência direta do trabalho (doméstico e fora de casa), 31,7% de todas as meninas ouvidas informam que o tempo para brincar, direito fundamental de todas as crianças, é insuficiente durante a semana. teMPo Para brincar Quase 1/3 das meninas, ou 31,7%, avalia que o tempo para brincar é insuficiente durante a semana. Quase 1/3 das meninas, ou 31,7%, avalia que o tempo para brincar é insuficiente durante a semana. DesiGualDaDe De Gênero DesiGualDaDe De Gênero 65,5% delas discordam da opinião de que 65,5% “meninas só devem delas de discordam brincar boneca, e da opinião de que meninos, de carrinho”. “meninas só devem brincar de boneca, e meninos, de carrinho”. 72,9% discorda da opinião de que é “feio ver 72,9% meninas brincando discorda da opinião com meninos”. de que é “feio ver meninas brincando com meninos”. Tem muita brincadeira de menino que meninas não devem brincar 82,7% delas concordam que “tanto meninos quanto 82,7% meninas podem escolher delas concordam que qualquer brincadeira ou “tanto meninos quanto atividade esportiva”. meninas podem escolher qualquer brincadeira ou atividade esportiva”. A linha que divide as brincadeiras tipicamente femininas e masculinas parece se tornar cada vez mais tênue. Ao avaliarem divisões clássicas de comportamento de gênero, como brincar de boneca e de carrinho, 65,5% das entrevistadas disseram discordar da afirmação de que “meninas só devem brincar de boneca e meninos de carrinho”. Nota-se que, desse percentual mencionado, 42,1% foram enfáticas ao declararem que “discordam totalmente” desse enunciado. De forma coerente, 52% das meninas não concordam que algumas brincadeiras de meninos não devem ser reproduzidas pelas meninas. Embora haja quase um equilíbrio entre aquelas que concordam e não concordam com essa assertiva, percebe-se que, enquanto 26,4% das meninas discordam totalmente dessa ideia, apenas 11,7% concordam totalmente. MA SP 44,5% 38,0% 86,4% RS MT Total se sentem amadas e bem tratadas. Das meninas Declaram que ocorrem brigas na família 87,4% 86,4% 87,4% Por outro laDo 87,1% se sentem amadas e bem tratadas. se sentem seguras com os pais ou responsáveis. 87,1% Em Em 57,1% 41,8% dos casos, conversam com elas. dos casos, dão bronca ou sermão. Em Em 26,2% dos casos, gritam com elas. 23,2% dos casos, batem nelas. afirmam que os pais as criticam Em 57,1% % UF 21,8% 25,5% 31,8% 31,7% 20,2% 26,4% 17,4% Concordo Discordo % UF 22,6% 24,4% 28,2% 26,9% 26,8% 25,6% 33,6% NR Concordo % UF 36,7% 30,0% 22,7% 24,0% 36,8% 29,8% 30,9% Total dos casos, conversam com elas. totalmente Em PA 13,7% % UF 5,1% 26,2%% UF 38,0% 44,5% afirmam que os pais as criticam Das meninas Declaram que afirmam que os ocorrem brigas na família pais criticam e, QuanDo as Meninas fazeM alGo erraDo, osas Pais e resPonsáveis: É evidente que a violência contra as meninas no Em Em e, QuanDo as Meninas fazeM alGo erraDo, os Pais e resPonsáveis: âmbito familiar (verbal, emocional e física) como 57,1% 41,8% forma totalmentedosequivocada de educação ainda é casos, dos casos, Em 1 menina de cada 4 apanha conversam dão Em bronca muito comum (quase com elas. ou sermão. 57,1% 41,8% em casa). E considerando que 87,4% das meninas dos casos, dos casos, se sentem amadas e bem tratadas, nem sempre a conversam dão bronca Em uma comEm elas. ou sermão. violência verbal, emocional ou física é vista como violação dos direitos das meninas, o que deve chamar 26,2% 23,2% casos, gritam dos casos, a atenção para dos umcom trabalho de sensibilização familiar Emelas. Emnelas. batem sobre todas as formas de violências. 26,2% 23,2% dos casos, gritam com elas. dos casos, batem nelas. UF Em % UF dos casos, gritam com elas. 44,5% Das meninas Declaram que ocorrem brigas na família 44,5% e, QuanDo as Meninas fazeM alGo erraDo, os Pais e resPonsáveis: 38,0% Das meninas Declaram que ocorrem brigas na família 38,0% se sentem seguras com os pais ou responsáveis. afirmam que os pais as criticam Por outro laDo Amostra quilombola POR SER MENINA NO BRASIL Crescendo entre Direitos e Violências 86,4% delas concordam que os pais ajudam quando preciso. 87,1% 87,4% delas concordam que os pais ajudam quando preciso. Discordo totalmente 14 se sentem seguras com os pais ou responsáveis. e, QuanDo as Meninas fazeM alGo erraDo, os Pais e resPonsáveis: UF PA se sentem amadas e bem tratadas. se sentem se sentem seguras delas concordam amadas e bem com os pais ou quefamiliar os pais ajudam Geralmente as meninas pesquisadas vivem em uma atmosfera que elas identificam como positiva. Parte tratadas. responsáveis. quando preciso. Por outro laDodelas concordou com assertivas que indicam apoio, Por outro laDoatenção e diálogo entre pais e filhas: significativa afeto, Em termos de brincadeiras e gênero, algumas visões culturais sobre brincadeiras de meninos e meninas até então tidas como dominantes não foram sustentadas pela maioria das meninas/adolescentes pesquisadas. A percepção de que alguns comportamentos não são apropriados a um ou outro sexo não encontrou eco entre as meninas que participaram deste estudo. teMPo Para brincar 87,1% 87,4% delas concordam que os pais ajudam quando preciso. 100,0% MA 41,8% dos casos, dão bronca ou10,6% sermão. 9,5% Em 23,2% 100,0% dos casos, batem nelas. Pesquisa com meninas de 6 a 14 anos nas cinco regiões do Brasil SP RS MT Total Amostra quilombola 11,9% 9,6% 12,3% 11,7% 10,7% 5,5% 7,7% 3,9% 6,5% 7,4% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100% 15 Fonte: PLAN/SOCIALIZARE, 2014 Utilização das tecnologias de informação e comunicação A maioria das meninas pesquisadas possui celular pré-pago, com importantes diferenças regionais (no Pará a maioria delas não possui celular pré-pago). Já na amostra quilombola, menos de 1 menina de cada 4 possui um celular pré-pago. A maioria das meninas/adolescentes pesquisadas acessa a internet em casa (52%), seguido pela escola (24,2%) e pela casa de amigos e parentes (22,9%). O Pará tem os menores índices em todas as opções de lugares de acesso à internet e a maior proporção de não respostas (52,8%). No Maranhão, cuja realidade também se distancia da observada no Sul e no Sudeste, chama a atenção o número de meninas que utilizam as lan houses para acessar a rede (21%). Possui celular pré-pago? Onde utiliza internet? UF UF PA MA SP RS MT Total Amostra quilombola PA MA SP RS MT Total Amostra quilombola Sim % UF 42,6% 53,3% 69,3% 62,7% 60,5% 57,1% 24,8% Escola % UF 10,2% 20,2% 31,2% 31,7% 33,3% 24,2% 7,4% Não % UF 51,8% 35,3% 24,6% 30,3% 30,3% 35,1% 73,2% Casa % UF 29,1% 41,9% 71,3% 68,6% 55,7% 52,0% 2,7% NR % UF 5,7% 11,4% 6,1% 7,0% 9,2% 7,8% 2,0% Lan house % UF 3,5% 21,0% 11,3% 5,9% 7,5% 10,3% 4,7% Total % UF 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Centro público/ comunitário % UF 1,6% 2,4% 3,3% 2,6% ,4% 2,2% 1,3% Casa de amigos/ parentes % UF 9,7% 21,5% 33,1% 29,2% 22,8% 22,9% 4,7% Outro % UF 3,5% 2,9% 3,9% 4,1% 2,6% 3,4% 0,7% NS/NR % UF 52,8% 36,9% 12,4% 16,6% 21,5% 29,5% 83,9% Fonte: PLAN/SOCIALIZARE, 2014 Os computadores são itens menos frequentes entre as meninas/adolescentes pesquisadas que os celulares. Enquanto 57,1% delas possuem celular pré-pago, menos da metade delas (45,9%) possuem computador de mesa ou notebook. No caso das meninas quilombolas, essa porcentagem desce para 5,4%. Possui computador de mesa ou notebook? Fonte: PLAN/SOCIALIZARE, 2014 UF PA MA SP RS MT Total Amostra quilombola Sim % UF 14,6% 37,4% 66,6% 64,6% 55,7% 45,9% 5,4% Não % UF 74,7% 43,5% 24,9% 26,2% 28,9% 41,5% 90,6% NR % UF 10,8% 19,1% 8,6% 9,2% 15,4% 12,6% 4,0% Total % UF 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Fonte: PLAN/SOCIALIZARE, 2014 16 POR SER MENINA NO BRASIL Crescendo entre Direitos e Violências Pesquisa com meninas de 6 a 14 anos nas cinco regiões do Brasil 17 Entre os motivos pelos quais as meninas costumam faltar muito às aulas, percebe-se a diferença entre meninas de escolas públicas rurais, escolas públicas urbanas, escolas urbanas particulares e escolas quilombolas. Escola e Escolarização A falta de transporte é apontada em 14,8% dos casos nas escolas públicas rurais, em 53,8% dos casos nas escolas quilombolas e só em 4,0% dos casos nas urbanas particulares. “Não tenho interesse, não gosto da aula” é apontado como motivo de falta em 6,6% dos casos nas escolas públicas rurais, em 4,7% dos casos nas escolas públicas urbanas e em nenhum caso nas escolas urbanas particulares. Como é o caminho da escola (nível de segurança): A escola começa... no caminhar para a escola! E só em 53,6% dos casos, o caminho da escola é indicado como “sempre” seguro. No caso das meninas de escolas urbanas e particulares, essa porcentagem desce para 48,4%, índice de uma maior percepção da violência em âmbito urbano. Contraprova disso é que para o 70,5% das meninas quilombolas o caminho para a escola é “sempre” seguro. Rural e Pública Urbana e Pública Urbana e Particular Total Amostra Quilombola Nunca % 7,4% 5,7% 4,7% 5,9% 8,1% Às vezes % 26,2% 34,1% 41,2% 33,4% 17,4% Sempre % 56,6% 54,0% 48,4% 53,6% 70,5% NR % 9,8% 6,3% 5,8% 7,0% 4,0% Total % 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,0% Níveis de frequência às aulas: Um preocupante 30,3% das meninas declara que costuma faltar “muito” às aulas (com poucas diferenças entre as regiões). As meninas quilombolas faltam menos (26,2%). Níveis de aprovação e reprovação: O Brasil que busca uma educação de qualidade para todas as meninas ainda tem um longo caminho a percorrer. Quando olharmos para os níveis de aprovação e reprovação: só 3,2% das meninas em escolas urbanas particulares já foram reprovadas, contra 12,7% nas escolas públicas urbanas, 19,3% nas escolas públicas rurais e 19,5% nas escolas quilombolas. Rural e Pública Urbana e Pública Urbana e Particular Total Amostra Quilombola Não % 72,5% 84,2% 93,5% 83,0% 75,8% Sim % 19,3% 12,7% 3,2% 12,6% 19,5% NR % 8,2% 3,1% 3,2% 4,4% 4,7% Total % 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% Fonte: PLAN/SOCIALIZARE, 2014 Você costuma faltar muito às aulas? Relações de gênero na escola: Total 5 Estados Quilombolas Total Não % 63,3% 71,8% 64,1% Sim % 30,3% 26,2% 30,0% NR % 6,3% 2,0% 6,0% Total % 100,00% 100,00% 100,00% A análise sobre as relações de gênero na escola demonstra que, na percepção das meninas entrevistadas, os meninos não possuem privilégios no tratamento dispensado pelos professores. Pouco mais de 80% delas discordaram da afirmativa segundo a qual “meninos são mais bem tratados pelos professores na escola”. Satisfação e bem estar na escola: De modo geral, as meninas/adolescentes gostam da escola em que estudam e dos profissionais que nela atuam. Quando apresentadas à frase “eu me sinto bem quando estou na escola”, 81,9% concordaram. Nas escolas quilombolas, essa porcentagem sobe para 88,6%. Fonte: PLAN/SOCIALIZARE, 2014 18 POR SER MENINA NO BRASIL Crescendo entre Direitos e Violências Pesquisa com meninas de 6 a 14 anos nas cinco regiões do Brasil 19 Eu me sinto bem quando estou na escola Direitos, violações e violências seGurança no caMinho De casa até a escola UF PA MA SP RS MT Total Amostra quilombola Discordo totalmente % UF 0,8% 4,8% 4,1% 2,2% 0,9% 2,7% 4,0% Discordo % UF 3,0% 4,0% 11,3% 11,1% 5,7% 6,8% 3,4% Concordo % UF 47,7% 47,2% 46,7% 47,6% 61,8% 49,3% 57,7% Concordo totalmente % UF 43,7% 30,0% 26,2% 35,4% 25,4% 32,6% 30,9% NR % UF 4,9% 14,1% 11,6% 3,7% 6,1% 8,5% 4,0% Total % UF 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 39,3% meninas entrevistadas declaram que nem sempre Grau dedasconhecimento dos instrumentos que asseguram direitos: o caminho de sua casa para a escola é seguro. A pesquisa demonstrou que, infelizmente, os instrumentos que asseguram os direitos da criança e do adolescente são ainda bastante desconhecidos por pelo menos 70% das meninas do Brasil. Desses instrumentos foram aferidos o nível de conhecimentos dos seguintes deles: nunca ouviraM falar ou já ouviraM falar, Mas não leraM Fonte: PLAN/SOCIALIZARE, 2014 Por outro lado, é menos confortante o dado referente às dúvidas e opiniões em sala de aula. Embora as porcentagens sejam ainda positivas, 21,2% das meninas não se sentem à vontade para expressar dúvidas e opiniões em sala de aula (24,2% para as quilombolas). Sinto-me à vontade para expressar minha dúvida ou opinião em sala de aula Total 5 Estados Quilombolas Total 84,3% Declaração Universal dos Direitos da criança (1959). 79,3% lei n.º 11.525/2007, que trata da obrigatoriedade do ensino dos direitos da criança/ adolescente no ensino fundamental. 82,3% convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da criança (1989). 70,7% Os índices de desconhecimento do ECA são maiores para as meninas da zona rural. O cruzamento por tipo/área de escola identificou que, enquanto 70,0% das meninas das escolas públicas urbanas e 63,9% das escolas particulares urbanas “nunca ouviram falar” do ECA ou “já ouviram falar, mas não leram”, os índices para as meninas da escola rural que desconhecem o ECA são da ordem de 77,2%. Resulta claramente descumprida a Lei nº 11.525 de 2007, que dispõe sobre a obrigação do Ensino dos Direitos da Criança e do Adolescente no ensino fundamental. O Estado não cumpre o seu papel, e o desconhecimento dos Direitos da Criança e do Adolescente traz evidentes consequências negativas na qualidade de vida de milhões de meninas. Estatuto da Criança e do adolescente (ECa), o documento mais importante da garantia dos direitos das crianças e adolescentes no brasil. Discordo totalmente % 6,2% 9,4% 6,5% Discordo % 15,0% 14,8% 15,0% Os direitos de meninos e meninas são iguais na prática? Concordo % 37,7% 47,0% 38,5% Concordo totalmente % 30,6% 24,8% 30,1% acredita que afirma conhecer 37,7% das meninas acham que meninas e menina meninos meninas sofram alguma violência por que já tenha na prática nãomais têm os mesmos direitos (porcentagem serem meninas. sofrido violência. praticamente igual para as meninas quilombolas). NR % 10,6% 4,0% 10,0% Total % 100,00% 100,00% 100,00% violações 57,3% 20,4% 28,6% das meninas já tiveram seus direitos desrespeitados (porcentagem praticamente igual para as meninas quilombolas). 34,6% das meninas que tiveram seus direitos desrespeitados não procuraram ajuda. Os percentuais de meninas das escolas particulares (54,9%) e das escolas públicas urbanas (52,5%) que declararam ter buscado ajuda foram ligeiramente maiores do que aqueles registrados pelas meninas das escolas públicas rurais (48,6%). Vivência ou testemunho de violência: Você já viu alguma menina/adolescente ser maltratada? 1 menina de cada 5 conhece uma outra menina que já sofreu violência. Quando perguntadas se conhecem alguma menina que já sofreu violência, 20,4% delas responderam 20 POR SER MENINA NO BRASIL Crescendo entre Direitos e Violências Pesquisa com meninas de 6 a 14 anos nas cinco regiões do Brasil 21 afirmativamente. Os percentuais registrados para os estados do Pará (26,4%) e São Paulo (22,4%) foram superiores à média encontrada na amostra-escola dos cinco estados. Na amostra quilombola, essa porcentagem desce para 14,1%. Você conhece alguma menina que já sofreu violência? UF PA MA SP RS MT Total Amostra quilombola Não % UF 70,1% 76,1% 66,6% 73,8% 75,9% 72,2% 82,6% Sim % UF 26,4% 13,3% 22,4% 19,9% 19,7% 20,4% 14,1% NR % UF 3,5% 10,6% 11,0% 6,3% 4,4% 7,5% 3,4% Total % UF 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Fonte: PLAN/SOCIALIZARE, 2014 Bem estar: níveis de satisfação em ser menina Em geral, as participantes da pesquisa apresentaram um elevado nível de estima própria. A maioria das meninas participantes da pesquisa (71,5%) afirmou sentir-se bonita e 3,2% manifestaram opinião contrária. Quando perguntadas se a cor da pele lhes parece bonita, a resposta da quase totalidade das meninas foi afirmativa (94,8%). Os dados desagregados para os três recortes (faixa etária, tipo/área escola e etnia) apresentaram-se de forma muito similar. Uma das possibilidades de leitura desse dado é que a cor de pele é motivo de satisfação das meninas brasileiras. Mas: 9,6% não se sente feliz por ser menina. E: Meninas: o que é importante para ser feliz? Em geral, grande parte das meninas julga que, para ser feliz, precisa, em primeiro lugar, estudar (89,2%) e, em seguida, ter uma vida saudável (87,6%). É muito interessante ver que para as meninas quilombolas estudar (94,6%) e ter uma vida saudável (90,6%) são ainda mais importantes para serem felizes. Brincar, fazer amizade com meninas da própria idade, cuidar de si própria e cuidar do meio ambiente também receberam altos índices de adesão pelas meninas como significância de requisitos para a felicidade: 82%, 79,1%, 78,9% e 77,7%. Ainda que com uma frequência levemente menor, outras afirmativas foram também consideradas significativas para o alcance da felicidade pelas meninas que participaram da pesquisa: conhecer seus direitos (70,7%), desenvolver talento artístico (70,6%) e praticar esportes (70,5%). O relacionamento com o “outro” e com o “coletivo” foram considerados importantes por mais da metade delas: conversar sem brigar para se chegar a uma solução em um conflito (68,7%), ter atitude de respeito às diferenças (66,4%), identificar quando alguém precisa de ajuda e ser solidária (65,1%), cuidar dos irmãos (53,4%) e mobilizar as pessoas para melhorar os espaços coletivos (53,3%). Quesitos mais convencionais, considerados por muitas pessoas como fundamentais em projetos de futuro, parecem descer na escala de prioridades das meninas, já que menos da metade das meninas consideram, hoje, que casar (47,7%), ganhar dinheiro (45,9%) e ter filhos (45,2%) sejam importantes para sua felicidade. Como tendência, podemos afirmar que as meninas hoje têm consciência clara da importância da valorização da própria educação e saúde para uma vida feliz – e a importância de conhecer os direitos, de cuidar do(a) outro(a) e do meio ambiente são bem evidentes nas prioridades das meninas. Muito mais do que casar e ganhar dinheiro. Mais meninas nas escolas públicas rurais (9,8%) não gostam de serem meninas em relação às meninas de escola urbana particular (2,5%). você se consiDera bonita? 71,5% 24,1% sIM as vEzEs 3,2% não 22 1,2% não rEspondEu você consiDera a sua cor De Pele bonita? 37,3% das meninas nas escolas públicas rurais e 31% nas escolas urbanas particulares declaram que as pessoas da família ficariam chateadas se quisessem fazer coisas que geralmente os meninos fazem – mais uma evidência de que as discriminações de gênero no âmbito familiar são ainda muito presentes e culturalmente persistentes. POR SER MENINA NO BRASIL Crescendo entre Direitos e Violências Pesquisa com meninas de 6 a 14 anos nas cinco regiões do Brasil 23 me global 0,5% Das Meninas não inforMar 0,5 aM a iDaDe % Das Meninas não inforMar Pará hão “A “Ser n s a a r “Eu a ç maioria das vezes menina é reconhecer , M a r 2013prefiro / falar com a mãe e é na internet e na escola seus direitos,s ser honesta, o s d o a r meninas . lamigas, osorgulhosa daquilo das minhas que eu tenho mais Paráque a gente aprende, comeossetePmb menaintque ni respeitada, as Grconfiar t BraAsimãe o e o a d o r á liberdade... da Júlia. Eu falo com a mãe e amigos e amigas.” (14 anos, h s faz, nos colegas e não l e u j D M õ i e s d Urbana,in e ela é mais mãe do que a minha mãe. Mas sabe. Escola Rio ePública ter angústias.” (12 Escola co reg dela são inas loSãoanos, Mara mesGrande nh c s u ão s o A mãe dela me dá muito conselho. Eu chego na casa a a do Sul) Quilombola, Paulo) e d P r M aran heãa mãe o a ent lescentes, dela dela: ‘Ah, e aí tá namorando ainda?’. Gente, d São a z i l l men a u e o r s d eu tenho a minha liberdade pra falar com a mãe dela. Com a a a r Ma o t to e Gr s os so eD ,1% inas Amo 87 M D mãe da Ana. Da Júlia. Com a mãe de todo mundo. Com a mãe a n t s o % e n G ,4 r 87 a o s m a s o % n ,4 86 É SER r queras Júlia, eu chego e ela que começa a falar as coisas. Por 771 emPorsegu enidaque, QUE se sentem com 1 se sent M rioOGdela Sã o s Pa ul um filho não é uma tipo, ela confia em mim e na Júlia. Então a gente o s concordam a ou pais os com D São Pauvailo amadas e bem e % D desgraça, onsá não é uma doença. É conversando e tal.” (13 anos, Escola Particular, MENINA? 3 , a que os pais ajudam veis. D resp 0 i tratadas. “É ser respeitada, e uma vida que táGr nascendo. Mas na São Paulo) iso. D prec do quan a ri o DevocêDo sul rio G En iumafilho, se valorizar, se amar, adolescênciaM você éterDan EXISTE ALGO ,2% IndíG “Ser 1771 Depoimentos 7 1 71 das meninas 3 acreditar )em si próprio, ter 5 (atitude a DE BOM EM SER orEencoragem para fazer as m a % d r é ser verdadeira.” 1,2 MENINA?pa coisas, GE). (13 anos, Escola Urbana aM a iDaDe 1771 ranDe Do sul NAMORO, % SEXUALIDADE, B I DIREITOS Ela stica ( Os) Pública, amar EstatíMaranhão) -10 AN e 6 ( 6,2t% a SEXUAIS, s fi “É bom ça Di eogra a r % o de G ,5% r 44 brincar, estudar, / i REPRODUTIVOS E e l prE a i s s vi sã o De D a et Bra i v ni i as i o s /r t ã aç trabalhar, ser uma pessoa boa, o as u n D t i e ,0% t 38 e s t t GÊNERO n n “O I i ) a sN/Osraças brincar com ras ee s do Trabalhar, A ioamigas. 51,9 zona 6,2% EXISTE ALGO RUIM EM SER MENINA? 0,5% eni Das M nas n ão in fo aM rMar a iDa De “Não precisa fazer o que os outros querem, tu tem que ter a tua vontade, o que tu quer para queira ti. Suponhamos que o meu pai não . Eu deixo deixar eu fazer o que eu quero fazer o, tipo para lá e eu vou seguir o que eu quer a dele.” vou seguir a minha vontade e não (12 anos, Escola Rural Pública, Rio Grande do Sul) Pará ,3%a hão 0 % n a 5 , r a 6 “Em M íGEn Meu 397 %2%)39,1% ,1% 53,26, Ind1,2 casa sou eu que faço % sonho quando 6 53 ,2 ,2 % % rosso 0, 3% G na br 1 ,2 E o brANcA as coisas. Meus irmãos, algumas % r t o ficasse maior, me formar numa prEt a ANcA ama a 53,2% faculdade, M MENINOS ErEla prEtapardvezes a (m a (mo rEn eles arrumam a cama, varrem a a) 0 pard ,3 trabalhar, ganhar meu % 1,2% amarElaasIndíGEna . ulo ) E G casa. Meu irmãozinho fica só brincando. parda (morEna) MENINAS n (IB dinheiro, construir minha casa. E depoisão Pa i la a E n c i r t s e S a í In díGEcoisas. na Como… Como tatcritériosCo Cor da pele de acordoe com A mulher faz a diferença na am m queísticaanos, pensar em outras sul SEUS dor Insti MESMA a Es A tuto da pe Bras oSÃO le de Geog D acileiro rafia e Estat(8 ordo de grafiTÊM comunidade.” Escola Urbana QUAIS co e o (IBG m E). cri e arranjar marido, ter filhos. É eu queria tér D ios G do Instituto Brasileiro ran iro de OPORTUNIDADE? de Geografia e Estat ser professora de física.” (9 anos, Pública, Pará) ística (IBGE). Brasile rio G SONHOS PARA O tituto os “Ahãm. Quando você é menina, aí tem brincadeira Ede, r tatipo, jogar bola, aí eles falam: p‘você é menina, você A aguenta ficar jogando bola’. É, eutéestava s do cnão ri rio a brAN brincando de boneca, aí eu queria m ccolocar o c o boneca dentro do cord aí os meninos e acarrinho, pele Éd porque eu sou menina.” não deixam. a d r Co (10 anos, Escola Pública Rural, São Paulo) 39,1% (11-14 bom de ser menina é que a gente pode fazer várias amizades e pode ser com menina ou menino sem o preconceito de achar que as pessoas vão te ignorar ou achar que as pessoas podem mais só porque são meninos. Eu acho que é isso que importa para mim.” (12 anos, Escola Urbana Pública, Rio Grande do Sul) l a n o i ac t i b a h 47,6 estraga a sua vida, totalmente. Você não tem mais vida.” (14 anos, Escola Pública Urbana, Mato Grosso) D o ã s i Div ité cr os dias. Eu trabalho, com todos ocomer acord capino com minha mãe, vou para o mato, quebro coco; eu trabalho de roça com meu pai.” (10 anos, Escola Pública Quilombola, Maranhão) 3,5% menina... Ser divertida, exemplar, estudiosa, brincalhona. Isso é serro menina laDopra mim!” (10 anos, Por out Escola Urbana Particular, Pará) Ins 1771 POR que laramQUÊ? Das meninas Dec ília brigas na fam ocorrem zo afirmam que pais as criticam na habitacizon onal l a habitacional a n o i ac t i b a a h ade zonc ,5% 237 ,56% id 23,5% 76,5% “Dentro “Eu acho que sim em casa, escolas, de casa há diferença... Se um eis: assim sáv Ponem luga e res, mas res, normalmente eu chegar... vamos dizer. Eu tenho fazeM alGo erraDo, os Pais inaasirmã Men asSe a minh por causa do preconceito as meninas e, Qua o de 20. irmãnDo irmão de 23 e um têm menos, assim, oportunidade do que o carro’, minha mãe os meninos. chegar e disser ‘Mãe me empresta e. Porque as pessoas são preconceituos vai bater no post as. E acham que vai dizer ‘Não, você tá maluca? Você chegar talvez as meninas nãoEm Já se meu irmãoEm oas’. pess saberão fazer isso, as pessoas que 50 s uma elar atrop vai Você Rola a’. mais têm preconceito são os homens o carro?’, ela: ‘Peg com as mulheres, bêbado e falar: ‘Mãe me empresta assim, é muito difícil uma mulher tem que pilotar fogão. A ter preconceito com esse preconceito. A mulher não, ela er mulh que o outr a mulher. dos até um ditad Entãcaso s, mais os homens que são o são mulher isso, a mulher aquilo. Tem s, caso meu dos que, preconceituosdão muita mulher os. Entã bronocaa maioria das coisas são no volante perigo constante. E tem ersam que conv cara indo. Tem os homens.” (10ão. anos, Escola Urbana ou serm Deus, dá um pau em cara que tá dirig que éelas. er com mulh tem e Particular, Maranhão) carro um indo dirig é ridículo na Pública, muito boa.” (14 anos, Escola Urba Mato Grosso) Escola Urbana Particular, Pará) FUTURO? “O meu sonho é mais louco que o dela. O meu sonho é ser médica O legista. Quero abrir morto mesmo. la coisa de meu sonho é isso. Ter filhos, aque , se tiver, mundo encantado não muito. Mas da. briga da, casa for não brigada. Se eu , O que eu quero é ser feliz.” (14 anos São na, Urba ica Públ la Esco Paulo) ças a r / s tnia e e D ão Divis 76,5% 41,8% ue ,1% 57 q s a n i o men p e d m i a anto o f u c s q e % n t e n 5 , , 0,3% 23e participa (76,5%) Ena % ) IndíG 2 a , . d n 3 e a % t 5 b n 5 r a , rEn r 23 tinge da zona u a (mo % n o Em 2 o p , pard c 1 a r Em d ). o (IBGE la , ) tística % marE O mai em escolas i representa a t a s 2 E , % 23,2% 6 ta fia e ca mp ,2% o eogra 59o,3 26 f m ( l a s a ci o de G d E da a ir r r % de s, e u caso p dos il n c t u 1 s a r pmo Bra es e, dos casos,mgrita rbaNO BRASIL Crescendo )entre 36 a9. 14c,Nanos uMENINA stituto nelas batem de % s a 5 Ad 24 e s do In , a zona c POR SER Direitos e Violências Pesquisa com meninas nas cinco regiões do Brasil c io elas. i i com r 3 l é A d a it r deacordo com cr b s púb na rural (2 %). cida a l o c ele de s 2 o , e O ma z ior 7 r da p con o tin gen 1 C m a te ( de par e tici d pantes foi d s al a s “Assim, nunca aconteceu isso comigo, mas o preconceito. Porque os homens acham que podem mandar mais que as mulheres, então acho que só isso que é ruim, que a população tem um preconceito mais com as mulheres”. (10 anos, Escola Urbana Particular, Maranhão) 25 Conclusões e recomendações Conclusões As meninas gostam de ser meninas e sonham um futuro no qual a educação, a saúde, o cumprimento dos direitos, a solidariedade e o respeito às diferenças possam realidades para todas as meninas e meninos. Mas como a família, a escola, a sociedade e o Estado tratam as meninas simplesmente por serem meninas? • Enquanto 81,4% das meninas arrumam sua própria cama, 76,8% lavam louça e 65,6% limpam a casa, apenas 11,6% dos seus irmãos homens arrumam a sua própria cama, 12,5% dos seus irmãos homens lavam a louça e 11,4% dos seus irmãos homens limpam a casa. • 13,6% das meninas de 6 a 14 anos no Brasil trabalham ou já tiveram experiência de trabalho. • 31,7% de todas as meninas ouvidas informam que o tempo para brincar, direito fundamental de todas as crianças, é insuficiente durante a semana. • Em 26,2% dos casos, pais e/ou responsáveis gritam com elas e, em 23,2% dos casos, batem. • Só em 53,6% dos casos, o caminho da escola é indicado como “sempre” seguro. • 70,7% das meninas “nunca ouviram falar” ou “ouvi falar, mas não li” o Estatuto dos Direitos da Criança e do Adolescente (ECA). • 1 menina de cada 5 conhece uma outra menina que já sofreu violência. Recomendações: • Realização de campanhas e ações que possam incidir sobre o lugar das meninas no imaginário social e que possam levar os órgãos públicos responsáveis por políticas sociais para crianças e adolescentes a adotarem recortes de gênero, visando à diferenciação nas metas e estratégias dessa política. • Realização de ações de mobilização social das próprias meninas, incluindo a conscientização de seus responsáveis, famílias, lideranças e escolas, visando a seu empoderamento e protagonismo social. • Realização de ações de sensibilização sobre a divisão do trabalho doméstico entre meninas e meninos, homens e mulheres, reconhecendo o direito universal das meninas de brincar, praticar esporte e desenvolver plenamente suas habilidades para a vida, respeitando seus desejos e sonhos. • 26 Fortalecimento das iniciativas públicas e da sociedade civil contra o trabalho infantil das meninas. POR SER MENINA NO BRASIL Crescendo entre Direitos e Violências • Incidência junto ao Ministério da Educação, Conselhos de Educação e de Direitos da Criança e do Adolescente para a imediata implementação universalizada da Lei nº 11.525 de 2007, que determina a inclusão de conteúdo sobre direitos da criança e do adolescente no currículo do ensino fundamental à luz do ECA. • Realização de campanhas massivas e ações de prevenção eficazes da violência contra as meninas, na família, na comunidade, na escola e em toda a sociedade. • Estabelecimento e manutenção de canais permanentes de organização da sociedade na advocacia pela não discriminação e equidade de gênero das meninas na sociedade brasileira. Pesquisa com meninas de 6 a 14 anos nas cinco regiões do Brasil 27 O relatório completo e detalhado da pesquisa está disponível no site da Plan Brasil: www.plan.org.br 28 POR SER MENINA NO BRASIL Crescendo entre Direitos e Violências www.plan.org.br 30 POR SER MENINA NO BRASIL Crescendo entre Direitos e Violências