FACULDADE DE MEDICINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA VIDA – PUC-Campinas DISCIPLINA DE BASES MORFOFISIOLÓGICAS DO SISTEMA NERVOSO, SENSORIAL E LOCOMOTOR BIOQUÍMICA A – 2012 Profa. Dra. Celene Fernandes Bernardes Objetivos: Descrever os neurotransmissores -Catecolaminas – dopamina, noradrenalina, adrenalina -Acetilcolina Referências: Bioquímica – Robert Roskoski Jr Bioquímica Médica Básica de Marks – Colleen Smith, Allan D. Marks e Michael Lieberman Manual de bioquímica com correlações clínicas - Devlin Neurotransmissores - Classificação química - aminoácidos aminas *acetilcolina *serotonina peptídeos monoaminas catecolaminas NO 2 óxido nítrico *dopamina *epinefrina *norepinefrina *excitatórios – induzem a despolarização ** inibitórios – induzem a hiperpolarização NEUROTRANSMISSORES - CATECOLAMINAS Dopamina Norepinefrina (noradrenalina) Epinefrina (adrenalina) •Sintetizadas nas células neuronais e transportadas para vesículas. •Liberadas dos neurônios por exocitose dependente de: ATP, cromagranina, enzima dopamina -hidroxilase e despolarização devido à influxo de cálcio. Biossíntese de catecolaminas *- enzima descarboxilase de aminoácidos aromáticos – cofator piridoxal-fosfato (=vitamina B6) L-DOPA = diidroxifenilalanina * Parkinson – degeneração de neurônios da via dopaminérgica - deficiência de dopamina Tratamento – administração oral de L-DOPA + carbidopa L-DOPA -transportada através da barreira hematoencefálica -utilizada como substrato para a biossíntese de dopamina Carbidopa -inibe a enzima descarboxilase de aminoácidos aromáticos fora do cérebro -evita a degradação de L-DOPA fora do cérebro - não atravessa a barrreira hematoencefálica e não inibe a síntese de dopamina nas células do corpo estriado do cérebro ** ** - enzima dopamina -hidroxilase – cofator ascorbato (= vitamina C) CATABOLISMO DE CATECOLAMINAS •o final do mecanismo ocorre em decorrência do transporte das catecolaminas da região sinaptica para as células secretoras. •As catecolaminas podem ser transportadas para dentro das vesículas e recicladas ou degradadas •A degradação (catabolismo) é dependente de enzimas (MAO = monoaminooxidase) •Os produtos finais do catabolismo são secretados na urina Parkinson – tratamento = Homovanilato (HVA) – catabólito da dopamina deprenil = inibidor da MAO Vanilmandelato (VMA) – catabólito da norepinefrina CATABOLISMO DE CATECOLAMINAS Dosado em urina – indicador de tumor secretante de catecolaminas na medula supra renal Dosado em urina e liquor – principal metabólito da cor epinefrina no cérebro NEUROTRANSMISSOR - ACETILCOLINA AcCoA = acetil-coenzima A Síntese = Acetil-CoA + colina acetilcolina + coenzima A Inativação = acetilcolina acetato + colina Captada pela membrana pré-sinaptica e reutilizada para síntese de acetil-colina Tacrina = inibidor da acetilcolinesterase – utilizado na doença de Alzheimer, que tem como característica deficiência de acetilcolina no cérebro. Repouso – membrana plasmática do neurônio présináptico polarizada – negativa internamente Estímulo – abertura dos canais de sódio e de cálcio – despolarização Aumento na [Ca2+] acarreta liberação de acetilcolina na fenda sináptica Acetilcolina liga-se a um receptor no neurônio póssináptico induzindo o canal iônico a se abrir O sódio e cálcio entram através deste canal despolarizando a célula pós-sinaptica Estrutura do canal iônico do receptor de acetil-colina Cada uma das 5 sub-unidades ( ) possui 4 hélices transmembranas (M1 a M4). Amarelo – resíduos de aminoácidos leucina das hélices M4 de cada subunidade projetam para dentro do canal reduzindo a passagem de íons. A ligação de acetil-colina promove mudança conformacional e os resíduos de leucina rodam para fora do canal, sendo substituídos por resíduos polares (azul). Este mecanismo abre o canal, permitindo a passagem de íons cálcio, sódio e potássio INATIVAÇÃO DA ACETILCOLINESTERASE Derivados presentes em inseticidas que agem como inibidor irreversível da enzima acetilcolinesterase Tratamento com atropina = age como inibidor do receptor muscarínico de acetilcolina RECEPTORES DE ACETILCOLINA Classificação: Muscarínicos – interagem com proteína G e podem ter resposta de excitação ou inibição, dependendo do tecido. músculo liso do intestino = resposta de contração coração = resposta de diminuição da frequência cardíaca M1 e M4 – inibe adenilil ciclase M2 e M3 – ativa fosfolipase C M5 – inibe a adenililciclase acoplado à fosfolipase C Nicotínicos – funcionam como canais para íons N1 – forma um canal para íons na junção neuromucular N2 – forma um canal para íons em gânglios e no sistema nervoso central