FACULDADE DE PARÁ DE MINAS – FAPAM Curso de Administração de Empresas Emiliano Antônio Lemos ANÁLISE DO PLANEJAMENTO E CONTROLE DE MANUTENÇÃO APLICADO A UMA INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS Pará de Minas 2012 Emiliano Antônio Lemos ANÁLISE DO PLANEJAMENTO E CONTROLE DE MANUTENÇÃO APLICADO A UMA INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS Monografia apresentada Coordenação do Curso à de Bacharelado de Administração de Empresas da Faculdade de Pará de Minas – FAPAM, como requisito à obtenção do Grau de bacharel em Administração. Orientadora: Ms. Annévia Palhares Pará de Minas 2012 Emiliano Antônio Lemos ANÁLISE DO PLANEJAMENTO E CONTROLE DE MANUTENÇÃO APLICADO A UMA INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS Monografia apresentada Coordenação do Curso à de Bacharelado de Administração de Empresas da Faculdade de Pará de Minas – FAPAM, como requisito à obtenção do Grau de bacharel em Administração. Aprovada em ____/____/________ ________________________________________ Prof. Ms. Annévia Palhares _______________________________________ Avaliador AGRADECIMENTOS A Deus, que me iluminou, dando-me força e coragem para realizar este trabalho. À minha mãe Liberalina e meu pai Pedro, pelo auxílio e dedicação constante. Aos meus irmãos e amigos, pela compreensão por eventuais ausências para a elaboração deste trabalho. À Franciana e a Stella, pelo companheirismo em todos os momentos. À Professora Annévia, pela orientação e compromisso durante a elaboração deste trabalho. Ao professor Ruperto pela compreensão e colaboração durante a elaboração deste trabalho. Aos meus amigos Vagner Lara, Roberto Wagner, Evandro Paulino, pelo apoio e incentivo constantes. “Perseverar é um dos grandes segredos do êxito. Muitas coisas na vida dependem da continuidade da perseverança que tudo alcança”. Roque Schneider RESUMO O presente trabalho teve como propósito avaliar a política de manutenção de uma indústria de alimentos, verificando sua relação com a missão e a visão da empresa, através dos resultados alcançados por essa política, metodologias implantadas e um novo software de gerenciamento. Para tanto, considerou-se o estudo dos principais autores do assunto, bem como toda a sua evolução histórica. A metodologia utilizada neste trabalho foi de caráter quantitativo. Baseado no aporte teórico realizou-se um estudo de caso em uma empresa do ramo alimentício. Palavras-chave: Política de Manutenção, Resultados, TPM. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 10 1.1 Considerações Iniciais............................................................................... 10 1.2 Caracterização da Empresa....................................................................... 10 1.3 Situação Problemática ............................................................................... 12 1.4 Justificativa................................................................................................. 14 1.5 Objetivos ..................................................................................................... 14 1.5.1 Objetivo Geral .......................................................................................... 14 1.5.2 Objetivos Específicos ............................................................................. 15 2 REFERENCIAL TEÓRICO.............................................................................. 16 2.1 Conceito de Manutenção ........................................................................... 16 2.2 Tipos de Manutenção ................................................................................. 16 2.2.1 Manutenção Corretiva não planejada .................................................... 18 2.2.2 Manutenção Corretiva Planejada ........................................................... 19 2.2.3 Manutenção Preventiva .......................................................................... 19 2.2.4 Manutenção Preditiva ............................................................................. 21 2.2.5 Manutenção Detectiva............................................................................. 23 2.2.6 Engenharia de manutenção .................................................................... 23 2.2.7 Manutenção Produtiva Total .................................................................. 24 2.2.7.1 Autônoma .............................................................................................. 26 2.2.8 Síntese dos Tipos de manutenção......................................................... 27 2.3 Atribuições e competências aos manutentores ..................................... 28 2.4 O PCM – Planejamento de Controle e Manutenção ................................. 29 2.4.1 Indicadores de Manutenção ................................................................... 32 2.5 Estratégias da manutenção ....................................................................... 33 2.5.1 Definição das estratégias da manutenção ........................................... 34 2.5.2 Qualidade da manutenção ..................................................................... 35 2.5.3 Confiabilidade da manutenção ............................................................. 38 3 METODOLOGIA ............................................................................................. 40 4 ANÁLISE DOS DADOS ................................................................................. 43 4.1 Análise dos dados 2011x2012 (TPM) Manutenção Produtiva Total ....... 43 4.2 Ferramentas utilizadas na resolução dos problemas ............................ 47 4.3 Análise 2011 X 2012 PCM (Planejamento e Controle de Manutenção) .. 50 4.4 Análise dos Resultados ............................................................................ 55 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 59 5.1 Recomendações para empresa...................................................................59 5.2 Limitações do Trabalho................................................................................60 6 REFERÊNCIAS ............................................................................................... 61 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: MTBF (Tempo Médio entre Falhas) ................................................... 43 Gráfico 2: MTTR (Tempo Médio de Reparo) ..................................................... 44 Gráfico 3: Interferência da Manutenção no Equipamento .................................. 45 Gráfico 4: Produtividade .................................................................................... 46 Gráfico 5: Manutenção Planejada X Realizada .................................................. 48 Gráfico 6: Manutenção Realizada X Planejada por Centros de Trabalho .......... 50 Gráfico 7: Índice de Apropriação de Horas Geral ............................................... 51 Gráfico 8: Índice de Apropriação de Horas por Centro de Trabalho................... 52 Gráfico 9: Horas Corretivo X Preventivo Geral ................................................... 53 Gráfico 10: Evolução da Produção da Fábrica ................................................... 54 Gráfico 11: IP – Índice de Produtividade da Fábrica .......................................... 56 Gráfico 12: OEE- Eficiência Global da Fábrica................................................... 56 10 1 INTRODUÇÃO 1.1 Considerações Iniciais A Manutenção é hoje uma função estratégica no ambiente industrial, destacando-se como um diferencial para a garantia da produtividade, operacionalidade e qualidade das plantas industriais, assegurando a competitividade das empresas ante o mercado globalizado. O desenvolver do trabalho está voltado para a constante necessidade do entendimento de uma manutenção fabril atuante, e que procure manter-se atualizada e em constante processo de evolução, como tudo que faz parte do universo industrial, que muitas vezes, não toma o rumo ideal pela falta de análise e estruturação do planejamento. Assim, é evidentemente necessária a execução das atividades de manutenção, que servem como base e muito contribuem para o ápice das escalas de produtividade, tidos como metas em muitas empresas de vários segmentos industrializados. A presença de equipamentos cada vez mais sofisticados e de alta produtividade faz a exigência de disponibilidade elevar os custos de inatividade ou de subatividade. Nesse sentido, percebeu-se que não basta ter instrumentos de produção, pois é preciso saber usá-los de forma racional e produtiva. Baseadas nesta ideia, as técnicas de organização, planejamento e controle nas empresas sofreram uma grande evolução. Neste estudo pretende-se examinar estatisticamente linhas de produção, levando em consideração os tempos de paradas dos equipamentos por quebras inesperadas, criando assim um plano preventivo para evitar tais paradas. Através da leitura sobre o assunto em diversas fontes bibliográficas, pretendese chegar a uma conclusão que possa ser aplicada na empresa em estudo. 1.2 Caracterização da Empresa A criação da Central Itambé foi uma experiência pioneira de privatização. Os associados arrendaram, em 1949, a usina Central de Leite, que era ligada à secretaria de agricultura de Minas Gerais e enfrentava problemas para beneficiar e distribuir o leite na região. 11 De 1950 a 1959, o leite e a produção de iogurte começam a ser entregues em garrafas de vidro. O nome CCPL – Cooperativa Central dos Produtores de Leite – é mudado para CCPR – Cooperativa Central dos Produtores Rurais. No mesmo ano, foi inaugurada nova fábrica em Sete Lagoas, destinada para produção de leite em pó, manteiga, queijos e doce de leite. O queijo prato também começa a ser fabricado. No final da década de 60 iniciou-se a construção da Usina de Belo Horizonte, e houve a aquisição da Usina da Vaquinha – leite tipo C – em Contagem. O crescimento da empresa foi tão grande que filiais de venda de produtos acabados foram abertas no Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo. Foi lançado também o leite em pó integral, em embalagem plástica de 250g. Em seguida, foi lançado o iogurte com sabor de frutas e uma nova marca CCPR. A fábrica de manteiga na Usina de Belo Horizonte foi concluída. Adquirida uma fábrica em Brasília. Com o grande volume de vendas, a manteiga é enviada também para a Itália. Já com 25 anos, a CCPR/Itambé inaugura mais uma fábrica em Belo Horizonte. Guanhães também ganha uma fábrica. É lançado o Flan Itambé, o iogurte com pedaços de frutas, o leite pasteurizado tipo B em saquinho e o creme de leite. É adquirida uma unidade em Conselheiro Lafaiete/MG, para produção de leite pasteurizado e manteiga. Em Goiânia, entra em operação uma nova fábrica voltada para a produção de leite em pó e manteiga. A produção de queijo e requeijão passou a ser feita pela fábrica de Piracanjuba, no interior de Goiás. As fábricas de latas são modernizadas e ampliadas. O iogurte Frutambé com geleia e o Iogurte natural com cenoura, laranja e mel são lançados. Nos anos da década de 90, a fábrica de iogurte de Belo Horizonte é ampliada. Em Sete Lagoas, também ocorre ampliação. É lançado no mercado o Doce de Leite com sabores, o Itambaby, Vitambé e o leite em pó integral em saco aluminizado. Também é inaugurada a fábrica de Pará de Minas, a qual é alvo do presente estudo. As ampliações das fábricas de Sete Lagoas e Pará de Minas foram concluídas para produção de creme de leite lata e UHT (Ultra High Temperature) . Foi acertada ainda a participação da CCPR/Itambé na SERLAC, empresa de trading para negócios de exportações. É feito o lançamento do Petit Cereais, Linha de 12 Iogurtes Fit Zero e Linha de Leite UHT Premium. Lançamento da linha Fit Light. A Itambé assume o parque aquático do Minas Tênis Clube, em Belo Horizonte, que passa a se chamar Parque Aquático Itambé. Hoje a Cooperativa Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais – CCPR/Itambé é a terceira maior empresa de laticínios do Brasil atrás apenas de duas multinacionais, sendo a maior empresa de laticínios de capital nacional. 1.3 Situação Problemática A empresa em questão iniciou suas atividades em 1996 e hoje, com 16 anos de existência, possui 870 empregados diretos e processa 700.000 litros/ dia, possuindo ainda a capacidade instalada de 800.000 litros/dia. Possui 501 cooperados em Pará de Minas que entregam direto para a fábrica 340.000 litros/dia. A empresa apresenta 8 processos de ênfase, 25 linhas de produção, 109 tipos de matéria prima e 176 tipos de material de embalagem. Atualmente a média de produção mensal é de 17.100 toneladas/mês, sendo distribuída da seguinte forma: FIGURA 1: Distribuição da Produção Mensal da Empresa Produção Mensal Plataforma em toneladas (Média) Iogurtes 3500 Requeijão Cremoso 410 Petit Suisse 490 Leite UHT 9500 Leite com sabor 1260 Leite C 660 Leite Fermentado 430 Creme de leite 850 Fábrica 17100 Fonte: dados coletados na empresa Não há um acompanhamento sistemático quanto às principais perdas no processo de produção. O mapeamento destas perdas é falho e não demonstra a realidade das linhas de produção e real capacidade da planta. Com esta falha na 13 gestão, o planejamento da produção fica comprometido e a fábrica não consegue atender à demanda de produção solicitada pela área comercial. Outro ponto principal é que a equipe de manutenção não consegue atacar a causa raiz do problema, gerando custos em manutenções corretivas. Todas as linhas apresentam uma baixa produtividade, e os índices nas são acompanhados diariamente. A comunicação entre área comercial, PCM e PCP não é ideal, o mesmo ocorrendo com plano provisório e sinalização de compras para o almoxarifado. Isso provoca uma cobertura elevada no estoque, demandando alto valor empregado em mercadorias, o qual poderia ser reduzido se o planejamento ficasse próximo da realidade atendida. Esse baixo atendimento ao planejamento reflete também na necessidade de gerar banco de horas, o que provoca desmotivação na equipe de produção. A tratativa destas situações vai proporcionar uma redução de custos do produto acabado, melhorar a confiabilidade da equipe de vendas e área comercial como um todo. Vai garantir disponibilidade de todo o mix de produtos aos clientes. A empresa apresentará uma melhor cobertura de estoque e melhor alinhamento com os fornecedores e transportadores. Conseguindo uma melhor produtividade nas linhas e melhor planejamento de produção, buscando crescimento produtivo até o final de 2012, em uma produção média mensal de 18.600 toneladas, sendo este crescimento distribuído da seguinte maneira: FIGURA 2: Meta da produção para 2012 Plataforma Iogurtes Requeijão Cremoso Petit Suisse Leite UHT Leite com Sabor Leite C Leite Fermentado Creme de Leite Fábrica Produção Mensal Volume da em toneladas produção(%) (Média) 4250 18% 520 21% 540 9% 10000 5% 1260 0% 660 0% 520 17% 850 0% 18600 8% Fonte: dados coletados na empresa 14 Desta forma, a questão que norteará todo o presente estudo é: “Como melhorar o planejamento de manutenção através do mapeamento de falhas e perdas para o aumento da produtividade?”. 1.4 Justificativa O projeto é importante como primeiro passo para buscar 23.000 toneladas mês até o final de 2012, ajudará na motivação dentro da unidade, gerando oportunidades de produção, reduzindo a pressão pela entrega de produção e redução do banco de horas. Este crescimento, além de gerar empregos diretos, gera outras situações dentro da cidade, melhorando o comércio local. Com a tratativa dos problemas com equipamentos e falhas operacionais, a empresa deixa de gerar resíduos para estação de tratamento de efluentes, reduzindo custos e impactos ao meio ambiente. No mercado atual as empresas precisam inovar, buscando maior espaço no mercado, sendo mais competitivas com menor custo produtivo. O presente trabalho buscará uma mudança na gestão de cada setor produtivo, focando na produtividade diária considerando as principais perdas. Através do mapeamento das perdas, outros pequenos projetos de melhoria específica poderão ser gerados em casos de perdas que demandam maior recurso, seja financeiro ou operacional. A busca pela melhoria focada nas pessoas não demanda investimento, e o retorno chega mais rápido dentro da unidade. Este projeto apresenta baixa complexidade, pois será possível o acesso a todas as informações disponíveis, com apoio da equipe produtiva. Não haverá custo inicial para implantação, serão necessárias apenas algumas horas da equipe produtiva para formação de grupos de melhoria e estudos relacionados ao projeto. 1.5 Objetivos 1.5.1 Objetivo Geral Investigar as medidas implantadas na empresa que impactaram a melhoria do desempenho dos maquinários para o atendimento da demanda de produção. 15 1.5.2 Objetivos Específicos Analisar estatisticamente a evolução do atendimento dos planos preventivos gerados pelo PCM. Verificar procedimentos e ferramentas da metodologia TPM. Analisar projetos de melhoria em linhas com índice alto de manutenção corretiva. Levantar correções de planos preventivos de manutenção. Analisar dados e gráficos do PCP e PCM comparar o atendimento da demanda com a eficiência das máquinas. 16 2 REFERENCIAL TEÓRICO O estudo teórico vai abranger assuntos sobre o planejamento e controle da manutenção. Dentro desses assuntos, serão estudados os de tipos de manutenção, ferramentas gerenciais, planos de manutenção, inspeções de manutenção e metodologias de trabalho. 2.1 Conceito de Manutenção Para Viana (2002), manutenção, palavra derivada do latim manus ten, que significa manter o que se tem, está presente na história humana há eras, desde o momento em que se iniciou o manuseio dos instrumentos de produção. Com o advento da Revolução Industrial no final do século XVIII, a sociedade humana começou a se agigantar no tocante à sua capacidade de produzir bens de consumo. Segundo Boccasius (2008), a manutenção pode ser definida como o conjunto de ações que tem por objetivo conservar em condições satisfatórias o patrimônio das empresas, prédios, máquinas e utilidades; é entendida como o ato de manter os equipamentos em funcionamento como foram projetados através de um conjunto de atividades periódicas ou que tentam conservar as qualidades iniciais de uma máquina ou unidade. “Manter significa fazer tudo o que for preciso para assegurar que um equipamento continue a desempenhar as funções para as quais foi projetado, num nível de desempenho exigido” (XENOS, 2004, p. 81). O tópico a seguir vai abranger os tipos de manutenção mais utilizados dentro das grandes empresas. 2.2 Os Tipos de Manutenção Conforme Boccacius (2008), o melhor aproveitamento das ferramentas de manutenção dependerá sempre do desenvolvimento do setor de Planejamento e Controle, pois deles depende o entendimento e forma da execução para repassarem aos níveis operacionais e ou executantes. Segundo Kardec (2002), de um modo geral pode-se definir manutenção como a intervenção realizada em uma máquina ou equipamento a fim de manter seu 17 funcionamento pleno. A maneira pela qual é feita a intervenção nos equipamentos, sistemas ou instalações é que caracteriza os vários tipos de manutenção existentes. O autor apresenta algumas práticas básicas que definem os tipos principais de manutenção: Manutenção Corretiva não planejada; Manutenção Corretiva Planejada; Manutenção Preventiva; Manutenção Preditiva; Manutenção Detectiva; Engenharia de Manutenção. Já de acordo com Viana (2002), existe uma classificação dos tipos de manutenção com algumas pequenas variações: Manutenção Corretiva; Manutenção Preventiva; Manutenção Preditiva; Manutenção Autônoma. Para Kardec (2002), a manutenção para efeito de tratamento é analisada de maneiras diferentes, pois cada uma tem de receber um tratamento diferenciado. Estes tipos de manutenção – apresentados logo a seguir – vem sendo usados em qualquer empresa industrial, indiferente ao tipo de atividade ou produto por ela gerido, sendo também aplicável a qualquer nível, consistindo apenas na manutenção básica, técnica ou nível da engenharia. Os tipos de manutenção são a base para que se possa diferenciar e programar de forma coerente todas as atividades de manutenção. Fica como tarefa básica para os ATP’s (responsáveis pela descrição e liberação das ordens de manutenção) direcionar corretamente aos técnicos de manutenção as OM’s (Ordens de Manutenção), geralmente desdobradas pelos supervisores de manutenção. Visando implantação e execução do proposto, é importante a criação de uma estrutura que atenda de forma eficaz as necessidades de gerenciamento de manutenção. 18 Segundo Viana (2002), essa estrutura é designada como os homens de manutenção, assim nomeado por ele, com as seguintes denominações: O Executante; O Planejador; O Supervisor de Manutenção; A Engenharia de Manutenção; O Gerente de manutenção Industrial. Para o bom andamento da estrutura, é importante a conscientização da função de cada componente. O PCM se formará basicamente através da figura do Planejador e do Supervisor, que será a parte que ficará diretamente encarregada de conduzir de forma dinâmica e contínua as atividades de planejamento, execução, orientação e avaliação das atividades de manutenção. A classificação dos vários tipos de manutenção é nomeada de modo diferente, dependendo da autoria bibliográfica, por isso o presente trabalho adotará o modo de Kardec (2002). 2.2.1 Manutenção Corretiva Não Planejada É aquela que ocorre em situações não planejadas, pequenas panes em produção ou grandes quebras inesperadas. É fundamental a recolocação, sem perda de tempo, em funcionamento. A dita manutenção corretiva é a intervenção necessária imediatamente para evitar graves consequências aos instrumentos de produção, à segurança do trabalhador ou ao meio ambiente; se configura em uma intervenção aleatória, sem definições anteriores, sendo mais conhecida nas fábricas como apagar incêndio. (VIANA, 2002, p. 10). A manutenção corretiva é uma parada da linha de produção por causa de uma quebra imprevista do maquinário, e por isso deve ser controlada pelo Planejamento e Controle de Produção. Segundo Kardec (1999), manutenção corretiva é aquela onde se opera com a máquina ou equipamento até a ocorrência de uma falha, quebra ou produtos com defeito e somente depois é que se faz a intervenção para o conserto. Isso consiste 19 em um custo elevado, pois a máquina deixará de produzir por certo tempo. Além disso, é necessário levar em consideração o custo inerente à execução do reparo ou troca. Esse tipo de manutenção foi largamente utilizado até início da década de 50. Convém observar que existem duas condições específicas que levam à manutenção corretiva: Desempenho deficiente apontado pelo acompanhamento das variáveis operacionais; Ocorrência da falha. Desse modo, a ação principal na manutenção corretiva é corrigir ou restaurar as condições de funcionamento do equipamento ou sistema. 2.2.2 Manutenção Corretiva Planejada Segundo Viana (2002), neste tipo de manutenção, são efetuados os reparos com intervalos predeterminados, para garantir a confiabilidade das peças e conjunto no geral. Consiste em situações em que o equipamento está operando, porém com baixo rendimento. Será previamente programada conforme disponibilidade de produção. Para Kardec (2002), são anomalias nos equipamentos identificadas durante o processo produtivo e nas inspeções de manutenção; logo após a identificação, é programada pelo PCM e PCP uma intervenção de manutenção programada para sanar a falha do equipamento. 2.2.3 Manutenção Preventiva Todo serviço a ser realizado em máquinas que não estejam em falha ou em condições de zero defeito é assim classificado. São efetuados com intervalos predeterminados, para garantir a confiabilidade das peças e conjunto no geral, de acordo com Viana (2002). É a atuação realizada para reduzir ou evitar falhas ou queda no desempenho, obedecendo a um planejamento baseado em intervalos definidos de tempo. Um dos segredos de uma boa prevenção está na determinação dos intervalos de tempo. Como, na dúvida, existe a tendência ao conservadorismo, os intervalos 20 normalmente são menores que o necessário, o que implica em paradas e troca de peças desnecessárias. “A manutenção preventiva tem grande aplicação em instalações ou equipamentos cuja falha pode provocar catástrofes ou riscos ao meio ambiente; sistemas complexos e/ou de operação contínua.” (VIANA, 2002, p. 103). Segundo Slack (2002) a manutenção preventiva visa eliminar ou reduzir as probabilidades de falhas e manutenções corretivas através de limpezas, lubrificações, substituições e verificações das instalações em intervalos préplanejados. Este tipo de manutenção ocorre com prazos previamente definidos, de forma a evitar falhas e danos aos equipamentos. Na maioria das vezes, é o fabricante que determina quais são esses prazos, de forma a garantir o funcionamento correto dos equipamentos e a segurança do sistema. No entanto, na maioria das vezes, esses prazos são subestimados, pois são compostos de uma grande margem de segurança. Segundo Kardec (2002), alguns fatores devem ser levados em consideração para a adoção de uma política de manutenção preventiva. São eles: Quando não é possível a manutenção preditiva; Aspectos relacionados com a segurança pessoal ou da instalação que tornam mandatária a intervenção, normalmente para substituição de componentes; Por falta de oportunidades em equipamentos críticos de difícil liberação operacional; Riscos de agressões ao meio ambiente. Ainda segundo Kardec (2002), observa-se com o uso deste tipo de manutenção uma redução significativa no tempo de máquina parada (horas ociosas), geração de produtos com defeitos em virtude de mau funcionamento, equipamentos melhor conservados, confiabilidade maior no uso e resultado. A manutenção preventiva efetua a troca de óleos, rolamentos, filtros e correias, depois de determinada quantidade de horas de uso. Esse procedimento é essencial para que uma peça defeituosa ou uma má lubrificação não danifique o conjunto todo, aumentando ainda mais os gastos com a manutenção. Outra vantagem oferecida pela manutenção preventiva é a diminuição do estoque de peças de reposição no caso de quebra. Visto que se têm os tempos de troca, pode-se fazer uma programação para a compra. Soluções paliativas para resolver problemas de mau funcionamento não deverão ser admitidas, pois também 21 comprometem o sistema como um todo. A parte de operação das máquinas também é beneficiada, pois se torna menos exaustiva uma vez que as máquinas são mais bem reguladas e, portanto, o processo de produção mais homogêneo. 2.2.4 Manutenção Preditiva Segundo Boccasius (2008), é um conjunto de atividades de acompanhamento das variáveis ou parâmetros que indicam a performance ou desempenho dos equipamentos, de modo sistemático, visando definir a necessidade ou não de intervenção, no qual se utiliza qualquer recurso de predição (Ex. Vibração, Ultrassom, termografia). Quando a intervenção é produto do acompanhamento preditivo, significa a realização de manutenção corretiva planejada. Esse tipo de manutenção é conhecido com Condition Based Maintenance – CBM – ou Manutenção Baseada na Condição, e permite que os equipamentos operem por mais tempo e a intervenção ocorra com base em dados e não em suposições. Algumas empresas adotam uma classificação cuja modalidade preventiva engloba as Manutenção Baseada no Tempo e a Manutenção Baseada na Condição. Isso implica que a preditiva seja um ramo da preventiva. Optou-se no presente trabalho por mantê-la separada, tendo em vista as características diferentes das duas. Ainda conforme Boccasius (2008) denomina-se manutenção preditiva o conjunto de procedimentos por medição de vibrações, o controle, efetuado com instrumentos de medição apropriados, mediante as condições de funcionamento de máquinas em operação (em serviço normal de produção), com a finalidade de predizer falhas e detectar tais mudanças no estado físico que tornem necessária a programação dos serviços de manutenção, evitando quebras ou estragos maiores. Entre os objetivos da manutenção preditiva, destacam-se: Determinar antecipadamente quando será necessário realizar serviços de manutenção numa peça específica de um equipamento; Eliminar desmontagens desnecessárias para inspeção; Aumentar o tempo da disponibilidade dos equipamentos; Minimizar trabalhos de emergência ou não planejados; 22 Impedir a propagação dos danos; Aproveitamento da vida útil total dos componentes de um equipamento; Aumentar a confiabilidade de um equipamento ou da linha de produção; Determinar previamente uma interrupção de fabricação e quais os equipamentos que precisam de manutenção. Segundo Kardec (2002) e também segundo Viana (2002), todos estes itens são fundamentais para o fator mais importante: a redução de custos de manutenção. A aplicação do sistema de medição de vibrações protege a maquinaria, pois detecta falhas, tais como: Rolamentos deteriorados; Engrenagens defeituosas; Acoplamentos desalinhados; Rotores desbalanceados; Eixos deformados; Lubrificação deficiente; Falta de rigidez; Problemas elétricos em motores; Folgas mecânicas. Normalmente, as vibrações são medidas, através de um sensor conectado a um coletor de dados, nos mancais da máquina, detectando-se vibrações absolutas na carcaça. Os mancais são os pontos escolhidos para se fazer as medidas, pelo fato de serem mais sensíveis às mudanças mecânicas ocorridas nas máquinas. Essas possibilidades da análise de vibrações fazem com que esta seja a técnica fundamental da manutenção preditiva. A manutenção preditiva visa realizar manutenção somente quando as instalações precisarem dela, consiste em um monitoramento contínuo dos componentes da máquina predizendo as trocas através das variações dos parâmetros monitorados para índices críticos. Isso aumenta ainda mais a confiabilidade, pois se sabe exatamente o momento que se deve fazer a intervenção para a troca, aproveitando ao máximo a utilização da peça sem comprometer a qualidade ou segurança do sistema. Por exemplo, pode-se trocar os rolamentos de uma determinada máquina quando atingir as horas de trabalho máxima determinadas pelo fabricante ou efetuar 23 medições periódicas sobre o aquecimento e vibração do rolamento para determinarmos exatamente o momento ideal para sua troca (manutenção preditiva). Kardec (2002) diz que as condições básicas para se adotar a manutenção preditiva são as seguintes: O equipamento, o sistema ou a instalação devem permitir alguns tipos de monitoramento / medição; O equipamento, o sistema ou a instalação devem merecer esse tipo de ação, em função dos custos envolvidos; As falhas devem ser oriundas de causas que possam ser monitoradas e ter sua progressão monitorada; Seja estabelecido um programa de acompanhamento, análise e diagnóstico. 2.2.5 Manutenção Detectiva Para Kardec (2002), a manutenção detectiva visa encontrar falhas ocultas, não óbvias durante a manutenção ou operação, efetuando testes nos equipamentos em funções não utilizadas corriqueiramente para que, quando necessárias, não apresentem defeitos. Esses testes são realizados através de simulações. Pode-se citar como exemplo, testes em sistemas de proteção com botões de emergência, lâmpadas testes, sinais sonoros, etc. Segundo Slack (2002), a identificação de falhas ocultas é primordial para garantir a confiabilidade. Em sistemas complexos, essas ações só devem ser levadas a efeito por pessoal da área da manutenção, com treinamento e habilitação para tal, assessorado pelo pessoal da operação. 2.2.6 Engenharia de Manutenção Segundo Kardec (2002), a engenharia de manutenção estuda as causas dos defeitos e age na resolução permanente dos problemas, identificando estas causas e propondo alternativas para melhorias. Algumas quebras são crônicas devido a projetos inadequados de máquinas ou equipamentos, e é função da engenharia de manutenção propor saídas viáveis que possam sanar permanentemente a fonte de defeitos e muitas vezes até mesmo interferir tecnicamente na compra dos mesmos. 24 Por fim, entende-se que esta parte da manutenção é um apoio na área de projetos, aplicando técnicas modernas para a evolução do conjunto homemmáquina-empresa. É o conjunto de atividades que permitem que a confiabilidade seja aumentada e a disponibilidade garantida no exercício das funções cotidianas da empresa. Isso implica o deixar de ficar consertando, de conviver com problemas crônicos, melhorando padrões e sistemáticas, desenvolvendo a manutenibilidade, dando feedback ao projeto e interferindo tecnicamente nas compras. Para Viana (2002), normalmente, se for adotada uma postura tradicional de aplicação da manutenção corretiva não planejada, não haverá tempo para implantar procedimentos da engenharia de manutenção. Infelizmente, as situações serão resolvidas somente mediante emergência, o que significa péssimos resultados. É necessário, portanto, mudar, incorporar a preventiva, a preditiva e fazer engenharia de manutenção. As tendências atuais analisadas das empresas, indicam a adoção cada vez maior de técnicas preditivas e a prática da engenharia de manutenção. 2.2.7 Manutenção Produtiva Total Para Suzuki (1994), a aplicação da metodologia da Manutenção Produtiva Total (TPM ou MTP) como sistema de gerenciamento dos processos de operação e manutenção, visa constituir uma estrutura organizacional que maximize a eficiência do sistema de produção, por meio da melhoria da qualidade dos equipamentos e da capacitação dos colaboradores. Tem como objetivo também criar, no próprio local de trabalho, mecanismos para prevenir e eliminar as diversas perdas, buscando alcançar metas como: zero de acidente, zero de quebra-falha, visando o aumento do ciclo de vida total útil dos equipamentos e instalações. Busca também contar com a participação de todos os colaboradores na implantação, desenvolvimento e manutenção do método, atingindo perda zero por meio de atividades desenvolvidas por equipes de trabalho. A TPM é o conjunto de atividades onde seu principal objetivo são os resultados: Quebras Zero, Perdas Zero, OEE (Rendimento Operacional Global), Zero acidentes, Zero falhas. Sua excelência está em atingir o máximo de eficiência 25 do sistema de produção, maximizar o ciclo total de vida útil dos equipamentos aproveitando todos os recursos existentes, buscando reduzir as perdas à zero. A principal meta do MPT consiste em aumentar a eficiência da planta e do equipamento. Para tanto, o MPT se organiza em pilares, conforme Figura 3, sendo os principais a Manutenção Autônoma e a Manutenção Planejada. Na manutenção autônoma, os próprios operários desenvolvem rotinas como: inspeção, lubrificação, reaperto e limpeza do equipamento. A limpeza e a lubrificação tem o intuito de treinar os operadores para detectar e resolver possíveis anomalias e falhas nos equipamentos. No que diz respeito à implantação do MPT, deve-se ter total atenção com o planejamento e os preparativos quanto à criação das condições necessárias para a efetivação do MPT. Segundo Suzuki (1994), a preparação inadequada, metodologia incorreta ou falta de participação da alta gerência tem sido apontadas como causas do insucesso na implantação do MPT. FIGURA 3 – Os Cinco Pilares da 1ª Geração MPT Fonte: SUZUKI,1994, p. 11 A segunda houve um aprimoramento da anterior, conhecida como MPT 2ª geração, onde aparece a visão aplicada para toda a empresa sendo sustentada em oito pilares, e traz o compromisso de chegar à perda zero, conforme figura 4 abaixo. A terceira fase do MPT propunha a satisfação global e a redução de custos, também fundamentada em oito pilares. 26 FIGURA 4: Os Oito Pilares da 2ª Geração MPT Fonte: SUZUKI, 1994, p. 12 Segundo Suzuki (1994), o primeiro pilar é o de Melhoria Específica, que analisa as quebras através da ferramenta Capdo (Checar,analisar,planejar e executar ações) e identifica qual problema deve ser tratado. O pilar de manutenção planejada, por sua vez, gerencia todo planejamento dentro do setor da manutenção. Já o pilar de educação e treinamento fica responsável por agregar conhecimento às equipes de manutenção e produção. O pilar de manutenção autônoma indica quais tarefas podem ser passadas para operação. Em seguida, o pilar de manutenção para qualidade foca na padronização de tudo que envolve o processo produtivo. Enquanto isso, o pilar de gerenciamento fica no topo do organograma com decisões organizacionais, e o pilar de segurança e meio ambiente fica por conta de manter a integridade dos colaboradores e do ambiente em sua volta. 2.2.7.1 Manutenção Autônoma Segundo Suzuki (1994), após a segunda guerra, os equipamentos passaram por muitas mudanças tecnológicas e as atividades executadas passaram a ser de alta precisão e complexidade. A nova estrutura empresarial conduziu o departamento de operação a dedicar-se somente à produção, não restando 27 alternativa ao departamento de manutenção, senão a de se responsabilizar por quase todas as funções de manutenção. A competitividade entre as empresas aumentava cada vez mais devido à época de baixo crescimento e muita oferta, e se fazia urgente e necessária uma redução dos custos de produção para se manter no mercado. Com isto, foi se aprofundado o reconhecimento de que um dos pontos decisivos era a busca até o limite da utilização eficiente dos equipamentos já existentes, atribuindo à produção algumas funções de manutenção. Por essa razão, a manutenção autônoma, que tem como núcleo à atividade de prevenção de deterioração, tem incrementada a sua necessidade como função básica da atividade de manutenção. A Manutenção Autônoma desenvolve as habilidades dos operadores em sete passos: 1° passo - Limpeza inicial. 2° passo - Eliminação de fontes de sujeira e locais de difícil acesso. 3° passo - Elaboração de normas provisórias de limpeza, inspeção e lubrificação. 4° passo - Inspeção geral. 5° passo - Inspeção autônoma. 6° passo - Padronização. 7° passo - Gerenciamento autônomo. A rotina de limpar, checar, lubrificar e reapertar porcas e parafusos, impede o desenvolvimento de falhas nos equipamentos. Com os operadores assumindo essa função, o pessoal da manutenção pode se concentrar em atividades mais sofisticadas e de exigências mais técnicas, como a manutenção por melhorias. 2.2.8 Síntese dos Tipos de Manutenção A Figura 5 mostra em síntese as vantagens e desvantagens de cada tipo de manutenção: 28 FIGURA 5: Vantagens e Desvantagens dos Tipos de Manutenção Fonte VIANNA, 2002, p. 80 2.3 Atribuições e Competências dos Manutentores Conforme Boccacius (2008), a estrutura da Manutenção é dividida em três segmentos: Mecânica, Elétrica, Predial e Utilidades, e cada uma possui atribuições e competências específicas. Para que haja uma correta distribuição das tarefas de manutenção, é necessário esclarecer quais atividades são correspondentes a cada subdivisão da manutenção, conforme determinações a seguir: Manutenção Mecânica: - Revisão e reparos de equipamentos; - Reforma de equipamentos; - Lubrificação geral; - Consertos hidráulicos e pneumáticos. Manutenção Elétrica - Suprimento a distribuição de energia; - Reparos e revisões de transformadores, geradores, linhas de transmissão, motores e iluminação; - Análise de demanda e operacionalização de tarifas de energia elétrica. 29 Manutenção Predial e Utilidades - Conservação de edifícios; - Ventilação e ar condicionado; - Geração de vapor (caldeira); - Sistemas de refrigeração (torres); - Ajardinamento; - Limpeza geral das instalações. Neste formato, ficam claros os limites e interações necessárias entre os setores, facilitando a determinação de atividades pertinentes a serem programadas para cada um. 2.4 O PCM – Planejamento e Controle da Manutenção Segundo Branco Filho (2005), é através de um planejamento adequado de manutenção que se consegue obter melhores níveis de disponibilidade do equipamento e consequentemente do processo produtivo, sendo a disponibilidade operacional o grande indicador da excelência da manutenção e da garantia de produtividade. O processo de manutenção cada vez mais tem importância no alcance dos objetivos globais da organização, principalmente aqueles relacionados com a estratégia de produção. O processo de manutenção deve servir de apoio para que a produção consiga atingir seus objetivos, ou seja, ele deve estar adequado às suas necessidades. Este alinhamento desejado entre o processo de manutenção e os objetivos de produção é alcançado com um bom planejamento de manutenção. De acordo com Fabro (2003), o planejamento de manutenção é resultante do processo de manutenção, que deve ser desenvolvido com base nas estratégias de produção e deve estar, consequentemente, orientado pelo planejamento estratégico da empresa. Assim, tanto o planejamento de manutenção quanto seu processo de gestão, precisam ser constantemente revistos e readequados para o atendimento das necessidades cada vez mais flexíveis da produção. Se houverem atividades de manutenção realizadas sem planejamento, correse o risco de trazer prejuízos e comprometer inclusive a imagem da empresa junto a seus clientes. Se uma empresa deixa de produzir porque está com equipamentos danificados e o tempo de reparo destes foi muito grande e comprometeu a produção diária, esta empresa está correndo o risco de comprometer os prazos de entrega 30 dos produtos junto aos seus clientes, perder a credibilidade e afetar negativamente a sua imagem. Segundo Barbosa (2002), a média de trabalho de funcionário de manutenção é cerca de quatro horas para uma jornada de oito horas. Isso mostra que diversas empresas têm uma deficiência muito grande para planejar suas atividades de manutenção. Os principais problemas que afetam a manutenção e comprometem os tempos de reparo, segundo Barbosa (2002), são: muitas idas ao almoxarifado e à ferramentaria, falta de material no local de trabalho (esperando entrega do almoxarifado), insuficiência de mão-de-obra programada, transferência de mão-deobra para outro local de trabalho por causa de manutenção de emergência, etc. Todos estes problemas podem ser evitados se existir um planejamento bem feito para as atividades, onde os materiais e a mão-de-obra sejam alocados de maneira correta, o almoxarifado entregue os materiais em tempo hábil, as ferramentas sejam programadas com antecedência e estejam no local de trabalho para a execução dos serviços. Segundo Viana (2002), em algumas indústrias, quando se refere à produção, subentende-se estar falando da operação, uma interpretação equivocada, pois a produção engloba a manutenção e a operação, sendo que estas ocupam o mesmo nível hierárquico dentro de uma organização produtiva. De acordo com Pinto (2002), a visão sistêmica do negócio e a mudança de paradigmas e de conceitos, levarão a grandes inovações. Levando-se em consideração esses conceitos, pode-se afirmar que uma manutenção, para ser eficiente e atinja todas as performances esperadas, deve estar atenta para as inovações e conhecer seu posicionamento dentro da organização. Produzir um trabalho de acordo com o que se espera está muito ligado ao conhecimento de seu posicionamento, conforme figura 6. 31 FIGURA 6: Organograma de Organização de uma Fábrica Fonte: VIANNA, 2002, p. 126 Assim visto, a tendência de mercado é que a manutenção ocupe um nível de gerência departamental, o que já é fato em algumas organizações atualmente, da mesma forma que a operação também ocupa. O PCM aparece como um órgão de staff, ou seja, de suporte à manutenção, sendo ligado diretamente à gerência de departamento, como bem demonstrado na figura acima. O Planejamento da Manutenção tem uma função primordial dentro da gerência de manutenção e confiabilidade. Ele adiciona valor ao negócio minimizando o impacto e os custos necessários ao trabalho, fornecendo aos necessários para que haja uma otimização da força de trabalho produtiva, por fim, consolidando dados para que sejam avaliados pela engenharia de confiabilidade. (OLIVEIRA, 2008, P. 178). Segundo confiabilidade, Fabro (2003), manutenibilidade o e, planejamento visa consequentemente, proporcionar maior disponibilidade ao equipamento. Deve atender bem os equipamentos críticos da produção, por isso sua elaboração precisa ser orientada pela união de objetivos e políticas de produção juntamente com os de manutenção. Cabe a engenharia de manutenção proporcionar um processo de manutenção que dê sustentação para a eficiente elaboração e execução de um plano de manutenção. Plano este que deve ser orientado em 32 função da criticidade dos processos, e ou equipamentos, visando direcionar os esforços para os equipamentos dos processos realmente críticos, e economizando os esforços para os menos críticos. 2.4.1 Indicadores de Manutenção O gerenciamento eficaz do sistema de manutenção exige o levantamento e tratamento sistemático de indicadores que permitam avaliar a evolução e a tendência de cada um dos processos envolvidos e a eficiência com que os mesmos estão sendo tratados. Indicadores são necessários para identificar oportunidades competitivas e devem mostrar às áreas quais melhorias são necessárias e que benefícios podem ser esperados, como priorizar recursos, e medir o progresso e efetividade das iniciativas de melhoria. Somente os indicadores permitem uma quantificação e acompanhamento dos processos, propiciando as correções necessárias. Ou seja, os indicadores são dados chave para a tomada de decisão (OLIVEIRA, 2008, p.156). Os indicadores de manutenção possuem propósitos de buscar o desempenho de manutenção através de análise de dados extraídos do processo produtivo, com propósito único de medir o desempenho da manutenção e identificar oportunidades de melhoria. Por meio dos indicadores, é possível elaborar planos de atividades com objetivos específicos para evolução dos índices apresentados, de acordo com Pinto e Xavier (2002). Conforme Pinto e Xavier (2002), pode-se classificar os indicadores segundo sete grupos básicos: Grupo 1 – Indicadores de Desempenho dos Equipamentos; Grupo 2 – Indicadores de Custo da Manutenção; Grupo 3 – Indicadores da Eficiência dos Programas de Manutenção; Grupo 4 – Indicadores de Eficiência da Mão-de-obra; Grupo 5 – Indicadores Administrativos na Manutenção; Grupo 6 – Indicadores de Estoque; Grupo 7 – Indicadores de Segurança, Saúde e Meio Ambiente. Com essa ideia de classificação, é possível medir todo, ou quase todo o desempenho de uma manutenção por pontos, de forma clara e transparente, permitindo assim que se melhore e corrija pontos de ineficiência de manutenção, crie histórico de desempenho e proporcione um direcionamento mais preciso do planejamento mais adequado a cada realidade. 33 2.5 Estratégias de Manutenção Conforme Pinto e Xavier (2002), em um sistema onde existe interdependência entre os componentes, a confiabilidade se dá pelo produto das confiabilidades individuais. A compreensão desse conceito é fundamental para que o projeto do sistema de manutenção seja implementado. Também é fundamental que ele atenda às exigências da indústria, pois devido ao seu arranjo físico, a falha de qualquer equipamento potencialmente pode provocar a parada de todo o processo produtivo, prejudicando, assim, o cumprimento dos prazos de entrega de produtos. Consequentemente, pode haver o comprometendo do faturamento, da imagem e até sobrevivência da empresa. Por isso, é fundamental que as pessoas encarregadas da manutenção assumam uma nova postura, pensando e agindo estrategicamente, fazendo com que as atividades de manutenção se integrem de maneira eficaz ao processo produtivo, contribuindo efetivamente para a prosperidade da empresa. Diante do cenário atual, de uma economia globalizada e altamente competitiva, onde as mudanças ocorrem em alta velocidade, o setor de manutenção precisa ser um agente pró- ativo, pois não mais existe espaço para improvisos e arranjos. Competência, criatividade, flexibilidade, velocidade, cultura de mudanças e trabalho em equipe são características básicas das empresas que buscam competitividade como razão de sobrevivência e da satisfação plena de seus clientes. Ainda como Pinto e Xavier (2002), essa busca pelo melhor se manifesta através da qualidade intrínseca dos produtos, fundamentando suas decisões e ações na Política de Qualidade Total da Organização. Nessa nova visão, o trabalho da área de manutenção está sendo valorizado e as equipes de manutenção precisam estar cada vez mais equipadas e qualificadas para evitar as falhas, fazendo com que as interrupções do processo produtivo de formas não planejadas e não programadas sejam reduzidas ao mínimo. Desse modo, os homens da manutenção dever estar preparados para evitar as falhas e não apenas para corrigi-las. Além disso, atualmente, o desempenho da manutenção é avaliado através de indicadores como disponibilidade e confiabilidade, redução da demanda de serviços, otimização do custo, segurança 34 pessoal e das instalações, preservação ambiental, eficiência energética, moral e motivação dos colaboradores. 2.5.1 Fatores para definição das estratégias de Manutenção Conforme Pinto e Xavier (2002), a determinação de qual estratégica, ou estratégias de manutenção, devem ser aplicadas no processo produtivo, e seus subprocessos, é à base da política de manutenção. Claro que o termo política de manutenção envolve um leque bem maior de variáveis do que apenas a escolha da forma de se fazer intervenções em máquinas. As ferramentas organizacionais que tornam possível o perfeito exercício da manutenção, as técnicas de planejamento, o perfil formativo do militante da área, os índices de qualidade e o sistema de gerenciamento formam a base da estruturação da manutenção industrial de uma empresa. O primeiro passo da política de manutenção é escolher que estratégia de manutenção será utilizada nos equipamentos, e para tanto é preciso levar em consideração nessa escolha alguns fatores, tais como: Recomendações do Fabricante: é necessário se ater ao que o projetista do equipamento diz sobre sua conservação, a periodicidade de manutenção, os ajustes e calibrações, os procedimentos de correção de falhas, etc.; Segurança do Trabalho e Meio Ambiente: as exigências legais para manuseio de equipamentos devem ser observadas, bem como sua interação com o meio ambiente, objetivando sempre a integração perfeita entre Homem - Máquina – Meio Ambiente; Características do Equipamento: devem-se observar as características da falha, tempo médio entre falhas, vida mínima e modalidade de falha. As características do reparo devem ser também levadas em consideração, bem como o tempo médio do reparo, o tempo disponível após a pane antes que a produção seja afetada, e o nível de redundância; Fator Econômico: O custo de manutenção se dá com os custos de recursos humanos, de material, de interferência na produção e de perdas no processo. O custo de interferência na produção é o quanto deixará de produzir com o tempo de parada do sistema produtivo. 35 Segundo Xenos (1998), atualmente, em todas as indústrias, há a transformação do tempo em produto, e consequentemente, em dinheiro, já que literalmente hoje na economia atual tempo é dinheiro. O custo de recursos humanos e material é o quanto se gasta com HH (Homem /Hora), peças de reposição e outros itens consumidos na manutenção. E por fim, o custo de perdas é devido também aos refugos de produção, desperdício de insumos e de matéria prima devido às falhas no equipamento. Após a análise destes fatores, será escolhido de acordo com cada equipamento e modo de falhas predominantes o tipo de serviço de manutenção que será aplicado, levando em conta a realidade do processo produtivo. 2.5.2 Qualidade na Manutenção Segundo Xenos (1998), a atividade de manutenção tem passado por muitas mudanças em função do aumento do número e diversidade dos itens físicos que têm que ser mantidos (instalações, equipamentos e edificações), projetos complexos, novas técnicas e novos enfoques sobre a sua organização e suas responsabilidades. Com tantas mudanças, é necessária uma nova postura para o profissional de manutenção, exigindo novas atitudes e habilidades das pessoas. Todos os profissionais, desde gerentes, engenheiros, supervisores e executantes devem estar conscientes de o quanto falhas de equipamento afetam a segurança e o meio ambiente. Devem perceber a relação entre manutenção e qualidade do produto, os reflexos de maior pressão para se conseguir alta disponibilidade da instalação, garantindo a qualidade na manutenção, ao mesmo tempo em que se busca a redução de custos. Como se trata de um processo de mudança de cultura, existem as naturais resistências às mudanças, sendo essas resistências mais fortes na atividade de manutenção, ao mesmo tempo em que, historicamente, muito se trabalhou para manter as condições dos equipamentos e instalações, criando, com isto, um paradigma de estabilidade que hoje está totalmente ultrapassado. É preciso sair com urgência do estágio atual, que é lento e inadequado, para o novo paradigma, que é a cultura de mudança, ou seja, é preciso estar permanentemente receptivo e ser pró-ativo nas quebras dos paradigmas que já 36 fizeram sucesso no passado, mas já não se aplicam aos tempos atuais, conforme abordam Pinto e Xavier (2002). A qualidade é um sistema de gerenciamento baseado na participação de todos os empregados de uma empresa, no estudo e na condução do controle de qualidade. Um produto ou serviço de qualidade é aquele que atende perfeitamente, de forma confiável, de forma acessível, de forma segura e no tempo certo, às necessidades do cliente. Isso significa que a qualidade total abrange a qualidade do produto ou serviço, custo acessível ao cliente, entrega no prazo, hora e local certo, moral ou entusiasmo dos empregados e segurança dos empregados e usuários, conforme aborda Pinto e Xavier (2002). Segundo Xenos (1998), qualidade é a forma pela qual os produtos e serviços são julgados pelos seus usuários. A qualidade está intimamente relacionada ao atendimento às necessidades dos clientes (sejam eles internos ou externos), ou mais ainda, as suas expectativas, buscando ultrapassá-las. Conforme afirmam Pinto e Xavier (2002), as empresas atuais não têm mais dúvidas de que a Gestão pela Qualidade Total (GQT) é uma ferramenta eficaz para se alcançar competitividade empresarial. Além disto, a manutenção tem um papel preponderante dentro do sistema de qualidade, decorrente de sua missão, que é garantir a disponibilidade da função dos equipamentos e instalações, de modo a atender a um programa de produção ou de serviço com preservação do meio ambiente, confiabilidade, segurança e custos adequados. A obtenção da Qualidade Total é importante para o indivíduo atingir os seguintes objetivos: satisfação do trabalho, respeito, gosto pelas tarefas, anseio pela realização de um bom trabalho, orgulho de trabalhar para a empresa. A satisfação dos clientes é o objetivo de todo profissional. Os profissionais de manutenção têm como obrigação atender adequadamente seus clientes, ou seja, os equipamentos, obras ou instalações ficam sob sua responsabilidade. Qualquer tarefa que desempenhem levará impacto direto ou indireto nos produtos ou nos serviços que a empresa oferece aos clientes. Segundo Pinto e Xavier (2002), é possível conseguir sensíveis aumentos de produção sem investir em novas instalações. Para eles, é importante conseguir novos métodos de trabalho, na modernização das instalações existentes e, sem dúvida, implantando um sistema de qualidade na manutenção e em toda a empresa. 37 A manutenção precisa ter a instalação adequada e sempre disponível às necessidades da empresa, fazendo uso dos conceitos e métodos de qualidade no exercício de suas atividades, atendendo, assim, às necessidades de seu cliente através da produção. Além disso, a qualidade da manutenção está ligada a procedimentos de combate às falhas e suas causas, ao bom entrosamento da equipe, ao aumento da produtividade e à definição dos procedimentos da organização. Conforme afirma Xenos (1998), não existe qualidade sem a participação de todos os setores da empresa, ou seja, todos os setores têm que estar direcionados para os objetivos da empresa. Pinto e Xavier (2002) comentam que um programa de qualidade inicia-se pela implantação de um programa de 5S (organização, ordenação, limpeza, asseio/higiene, disciplina), que pode ser definido como uma estratégia de potencializar e desenvolver as pessoas para pensarem no bem comum, atingindo os seguintes resultados: Melhoria da qualidade; Redução de custos; Melhoria do atendimento ao cliente; Moral do grupo; Aumento da segurança pessoal e das instalações. Conforme Pinto e Xavier (2002), o uso de instrumentos gerenciais que o responsável pela manutenção tem à disposição, como por exemplo, as ferramentas de qualidade, por serem somente ferramentas, por si só não garantem qualidade, porém a aplicação correta destas ferramentas pode levar a excelentes resultados. Nesse sentido, a garantia da qualidade na manutenção acontece com a participação e comprometimento das pessoas, mas não pode depender somente de determinadas pessoas: é preciso que haja procedimentos escritos e que as pessoas sejam treinadas neles. Pinto e Xavier (2002) comentam que os princípios básicos da qualidade que se aplicam à atividade de manutenção, são os mesmos da gestão pela qualidade total, que são: Satisfação total dos clientes: a razão de ser da atividade de manutenção é a operação; Gerência participativa: os gestores devem promover o trabalho em equipe; Desenvolvimento humano: o aprendizado contínuo é fundamental; 38 Constância de propósito: mudança cultural, eliminando conceitos ultrapassados; Desenvolvimento contínuo: de onde se está e aonde se quer chegar; Gerenciamento dos processos: planejar, acompanhar a execução, verificar e corrigir; Delegação: dar o poder de decisão para quem está perto de onde ocorre a ação; Disseminação das informações: rápida, clara e objetiva; Gerenciamento da rotina: garantir que o nível de qualidade será sempre mantido; Não aceitação de erros: fazer certo da primeira vez e sempre. Portanto, o gerenciamento da manutenção deve deixar de ser extremamente técnico, e passar a dar maior importância à motivação de colaboradores. As pessoas costumam alegar não ter tempo para mudar, para melhorar a qualidade, mas sempre têm tempo para fazer reparos e retrabalhos dos erros cometidos. Não se pode deixar passar a adoção de novos paradigmas, a gestão da qualidade total e, sim, abrir os olhos para a competitividade, para não perder a chance de bons negócios. O maior indicador de qualidade é o resultado operacional, em que produção e manutenção são os grandes responsáveis, garantindo o sucesso nas atividades. 2.5.3 Confiabilidade na Manutenção A missão da manutenção é garantir a disponibilidade dos equipamentos e instalações, de modo a atender as necessidades da produção. Para que isso ocorra, o serviço deverá ter confiabilidade, segurança, preservação do meio ambiente e custo adequado. Segundo Pinto e Xavier (2002), confiabilidade é a probabilidade de que um item possa desempenhar sua função requerida, por um intervalo de tempo estabelecido, sob condições definidas de uso. De acordo com a norma brasileira NBR-5462/1994 (Confiabilidade e Mantenabilidade), confiabilidade é a capacidade de um item desempenhar uma função específica, sob condições e intervalo de tempo pré- determinados. 39 Portanto, confiabilidade é a capacidade expressa pela probabilidade de funcionar corretamente, ou seja, cumprir sua missão por um determinado período de tempo preestabelecido e em condições operacionais e ambientais especificadas, conforme colocado por Pinto e Xavier (2002): Deve-se considerar no processo de manutenção aspectos da confiabilidade, já que os conceitos básicos de confiabilidade são: seleção do sistema, definição das funções e padrões de desempenho, determinação das falhas funcionais e de padrões de desempenho, análise dos modos e efeitos das falhas, histórico de manutenção e revisão da documentação técnica, determinação de ações de manutenção, política, tarefas, frequência. Conforme Oliveira (2008), a diminuição das quebras não programadas, com a predição do estado dos equipamentos, aliado ao uso dos recursos de lubrificação, da organização, padronização, planejamento das intervenções, além da quase obrigatoriedade de um planejamento computadorizado do sistema de manutenção, é a tônica atual dentro da manutenção centrada na confiabilidade. 40 3 METODOLOGIA A metodologia utilizada na pesquisa é exposta para se atingir os objetivos propostos. Descreve-se a forma como a pesquisa foi desenvolvida, enfatizando-se sua natureza, a classificação e as etapas seguidas pelo pesquisador para a realização deste estudo. Segundo Lakatos (2001), as técnicas tipicamente utilizadas para a pesquisa descritiva são estudos de caso, observações ou análises históricas, e seus resultados fornecem geralmente dados qualitativos ou quantitativos. Na abordagem qualitativa, os dados obtidos na pesquisa serão analisados e interpretados utilizando-se palavras para descrever o fenômeno. Por outro lado, na análise quantitativa, os dados obtidos na pesquisa serão expressos mediante símbolos numéricos e levantamentos de análise estatística. Neste estudo, foram utilizados documentos da empresa que demonstram todo o processo, bem como seus principais gargalos e os problemas que ocasionam atraso na produção. Para analisar as possíveis soluções da melhora do sequenciamento da produção da empresa estudada, foi realizada uma pesquisa bibliográfica e documental, baseada em dados da empresa e uma pesquisa quantitativa descritiva, onde foi apresentado todo o processo e suas deficiências. Lakatos (2001, p.183) comenta que “pesquisa bibliográfica abrange toda a bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo". Desta forma, realizouse uma pesquisa baseando-se em livros e documentos sobre o assunto abordado neste trabalho. A pesquisa documental, por sua vez, é explicada como sendo uma fonte de coleta de dados primários, pelo mesmo autor. A característica principal da pesquisa documental é que a fonte de coleta de dados está restrita a documentos, escritos ou não, constituindo o que se denomina de fontes primárias. Estas podem ser feitas no momento em que o fato ou fenômeno ocorre, ou depois. (LAKATOS, 2001, p.174) Os recursos documentais utilizados foram as fontes internas da própria empresa, como fichas de pedidos, controle de produção e manutenção, entre outras, as quais serviram como base para realização da pesquisa. 41 Através da pesquisa quantitativa descritiva obtiveram-se as informações para realizar o estudo proposto na teoria estudada. O método utilizado nesta pesquisa foi o estudo de caso, visto que os problemas levantados já foram tratados através das metodologias e ferramentas de qualidade como TPM (Manutenção Produtiva Total , QSMA – Qualidade,Segurança,Saúde e Meio Ambiente – , PDCA, Capdo). Também foi investido em um novo sistema de gerenciamento o SAP (enterprise resource planning: planejamento dos recursos empresariais), que foi capaz de equalizar os estoques com a demanda, controlando também as manutenções corretivas, preventivas e inspeções em geral. Através do mesmo, também chegou-se a uma melhora na performance dos equipamentos, atendendo a demanda dos pedidos do comercial. A pesquisa foi realizada nas dependências da empresa com sede em Pará de Minas – M.G. A pesquisa foi concentrada no setor de Planejamento e controle da Manutenção. Os dados e informações foram levantados através de pesquisa documental e bibliográfica. A pesquisa documental foi realizada com documentos conservados no interior da empresa estudada e através do banco de dados eletrônicos. “Documentos têm um valor por si mesmo, representam sistemas e estruturas da organização. Sua análise permite o entendimento de situações, e conceituar a organização com base em uma visão de dentro”. (ROESCH, 1999, p. 105) O tipo de instrumento escolhido para coletar os dados da pesquisa definiu o tratamento de dados que foi aplicado. Assim, a pesquisa quantitativa foi analisada pela grandeza dos números. Foram investigadas as medidas implantadas na empresa que impactaram a melhoria do desempenho dos maquinários para o atendimento da demanda de produção. A coleta de dados foi feita da seguinte maneira. Os dados foram coletados dos documentos eletrônicos do sistema da empresa nos departamentos do PCM (Planejamento e Controle da Manutenção), departamento onde se programa todas as intervenções nos equipamentos, PCP (Planejamento e Controle da produção), departamento onde é feita toda programação de produção com alinhamento com todos os outros setores da fábrica. 42 O estudo foi feito no período de um ano, de setembro/2011 a agosto/2012, sendo que a função destes dados foi verificar se o desempenho das máquinas melhorou com a junção da metodologia TPM com o novo sistema de gerência SAP.. A coleta de dados para responder ao problema proposto, bem como aos objetivos suscitados neste estudo, foi realizada através de relatório de observação, levantamentos e consulta à base de dados do sistema informatizado utilizado pela empresa (software SAP). O sistema SAP ERP é um software integrado de planejamento de recursos corporativos, de qualidade mundialmente reconhecida, destinado a atender aos principais requisitos de software das mais exigentes empresas de médio e grande porte, de todos os setores e mercados verticais, em qualquer país do mundo. O software SAP ERP é constituído de quatro soluções individuais que sustentam as principais áreas funcionais das organizações. Estas e outras vantagens representam o grande potencial do software SAP ERP. Assim, foram realizadas as seguintes consultas para a obtenção dos dados: Verificado junto ao PCM indicadores de manutenção corretivas, preventivas e inspeções executadas nas máquinas. Consulta dos gráficos pertinentes à evolução do atendimento dos planos preventivos da fábrica. Análise efetuada após a implementação do sistema SAP junto com a metodologia TPM, apontando uma melhora no atendimento dos planos de manutenção, bem como a demanda de produção. Tratou-se também de um estudo de caso. O estudo de caso é uma caracterização abrangente para designar uma diversidade de pesquisas que coletam e registram dados de um caso particular ou de vários casos a fim de organizar um relatório ordenado e crítico de uma experiência, ou avalia-la analiticamente, objetivando tomar decisões a seu respeito ou propor uma ação transformadora. (CHIZZOTTI, 1995, p. 102). Logo após a coleta dos dados, estes foram analisados e posteriormente foi possível se fazer um levantamento geral dos processos e parâmetros utilizados na atual estratégia de manutenção da empresa, viabilizando a proposta de melhorias para atualização e aperfeiçoamento. 43 4 ANÁLISE DOS DADOS 4.1 Análise dos dados 2011x2012 (TPM) Manutenção Produtiva Total Nesta análise de dados foram utilizados os indicadores de TPM junto com indicadores do PCM. Os dados foram, coletados na empresa para análise e realização da presente pesquisa. Primeiramente foram estudados os tempos entre as falhas. Os gráficos a seguir mostram toda evolução das linhas de produção, após a implementação da metodologia TPM junto ao software SAP. Para a coleta de dados, foram utilizados dados na linha 5 de envase do Leite UHT 1 litro como referência, por ser uma linha piloto da metodologia TPM, que através MTBF (Mean Time Between Failures – Tempo médio entre falhas) e MTTR (Mean Time To Repair – Tempo médio de reparo) são dois importantes KPI’s dentro do nível de desempenho de processos. Gráfico 1: MTBF (Tempo médio entre Falhas) Fonte: dados coletados pelo autor no sistema operacional da empresa 44 Tempo médio significa, estatisticamente falando, o valor médio de tempo dentre a ocorrência de uma mesma situação. “Mean Time Between Failures” (MTBF), é literalmente a média de tempo decorrida entre uma falha e a próxima vez em que ela irá ocorrer. Normalmente, pessoas pensam nisto como uma média de tempo de alguma coisa funcionando até falhar e precisar ser reparada (novamente). Através do gráfico 1, verifica-se que o tempo entre falhas desta linha vem crescendo nos últimos meses, muito bom, visto ser este um indicador que quanto maior, melhor. Este tempo em 2010 era de 3,39 horas e hoje conseguiu-se chegar a 11,39 horas acima da meta. Com isso, pode-se afirmar que as análises de quebra e falha (AQF), junto às etiquetas de resolução de inconformidades, estão surtindo efeito. Gráfico 2: MTTR (Tempo Médio entre Reparos) Fonte: dados coletados pelo autor no sistema operacional da empresa 45 “Mean Time To Repair” (MTTR) é a média de tempo que se leva para reparar alguma coisa depois de uma falha. Neste indicador, quanto menor o tempo, melhor, o que significa que o equipamento esteve com maior tempo de disponibilidade para produzir. Pode-se perceber, portanto, através do Gráfico 2, que a empresa está trabalhando dentro da meta estipulada pelo setor corporativo da mesma, que é de 42,5 minutos. Gráfico 3: Interferência da Manutenção no Equipamento Fonte: dados coletados pelo autor no sistema operacional da empresa Percebe-se, através do Gráfico 3, que a interferência da manutenção que a máquina necessitou foi menor, ou seja, houveram menos intervenções de manutenção, e a empresa está trabalhando dentro da meta que é de 8,2 %.Porque diminuiu o número de quebras da máquina. Este indicador, que quanto menor melhor, significa que o equipamento está com a disponibilidade de produzir dentro do programado pelo setor corporativo da fábrica. 46 Gráfico 4: Produtividade Fonte: dados coletados pelo autor no sistema operacional da empresa É possível perceber, através do gráfico 4, o aumento de produtividade da linha 5 UHT, após implantação da metodologia TPM junto ao controle SAP. A aplicação da metodologia TPM se deu pela necessidade da melhoria do desempenho da linha 5, foi implantado através de treinamentos a todos envolvidos nas operações da linha. Saindo do índice que antes era de 64%, passando a 76% e mantendo o índice dentro da meta que é de 65% de produtividade estipulada pelo setor corporativo da empresa. 47 4.2 Ferramentas utilizadas na resolução dos problemas FIGURA 7: Ciclo PDCA Fonte: dados coletados pelo autor no sistema operacional da empresa Várias são as ferramentas utilizadas para buscar a redução das perdas e aumentar a eficiência dos equipamentos. O objetivo deste trabalho foi mostrar o uso da metodologia TPM (Manutenção Produtiva Total), o método utilizado, foi a aplicação da ferramenta do CAPDo em 7 etapas do TPM, para identificar as perdas na máquina da linha 5, responsável pelo envase de leite UHT. Para reduzir as perdas foram implementadas melhorias específicas do programa TPM no equipamento a partir das observações e sugestões feitas pela equipe de operadores da máquina. De acordo com Tonelotto (2002), cada colaborador da empresa passa a enxergar de forma clara o seu papel, identificando todas as possíveis perdas que ocorrem ou possam ocorrer no seu nível de atuação, trabalhando na sua eliminação e prevenção. O desenvolvimento da metodologia TPM é controlado através dos seus indicadores PQCESM, que medem: produtividade, qualidade, custo, entrega, segurança e moral. O ciclo do CAPDo em 7 etapas, é uma metodologia para eliminação de perdas, através de atividades de grupos de melhorias. Podemos entender CAPDo como: 48 C = CHECK (Verificação) – Etapa de verificação cuidadosa do intervalo entre o objetivo e o nível atual. A = ACTION (Ação) – Etapa de ação de análise que identifica todos problemas potenciais. P = PLAN (Planejar) – Fazer um plano de desenvolvimento, assegurar quem, o que, como e quando. Do = DO (Fazer) – Etapa que realiza a implantação das ações, restauração e melhoramento, através da verificação e consolidação dos resultados. FIGURA 8: Fluxograma do PDCA Fonte: dados coletados pelo autor no sistema operacional da empresa Primeiramente a ferramenta faz o diagnóstico da situação anterior as incoveniências e disposições, próximo passo é analisar as causas, planejar as ações, implementar as ações, verificar os resultados e por último consolidar os resultados. Conforme fluxograma acima. 49 FIGURA 9: Diagrama de Ishikawa Fonte: dados coletados pelo autor no sistema operacional da empresa Através do Brainstorming (chuva de ideias) e do diagrama de Ishikawa (espinha de peixe, constante na Figura 9), é possível ter uma visão macro das possíveis causas dos problemas levantados. Após o levantamento do diagrama PDCA (Figuras 7 e 8), foi caracterizado corretamente os problemas através do sistema 5W 2H. Problemas críticos com um tempo de quebra maior que uma hora, em linhas de TPM, são utilizados estas ferramentas para se chegar a causa raiz do problema. 50 4.3 Análise 2011 X 2012 PCM (Planejamento e Controle de Manutenção) Gráfico 5: Manutenção Planejada X Realizada Título da Apresentação Título PLANEJADO da Apresentação X REALIZADO PLANOS DE MANUTENÇÃO GERAL IM 350 333 292 266 100% 250 77% QUANTIDADE DE ORDEM DE SERVIÇOS 300 200 212 220 174 147 150 135 130 115 109 100 91 84 186 202 176 169 PLANEJADO 140 166 152 REALIZADO 120 73 50 61 0 705 20 SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO PLAN. ATIVOS O.S DE PLANOS DE MANUTENÇÃO PLANEJADOS x O.S DE PLANOS DE MANUTENÇÃO REALIZADO 01 / 02 Fonte: dados coletados pelo autor no sistema operacional da empresa Através do gráfico 5, verifica-se que planos de manutenção planejado e realizado subiram em relação ao mesmo período do exercício anterior, demonstrando uma evolução do setor de PCM na criação de mais ordens de serviços para suprir as necessidades de manutenção das máquinas. É perceptível a evolução do atendimento dos planos pela equipe de manutenção, através do novo controle estabelecido pelo sistema de gerenciamento SAP. O SAP é um software integrado de planejamento de recursos corporativos, de qualidade mundialmente reconhecida, destinado a atender aos principais requisitos de software das mais exigentes empresas. Ele oferece maior produtividade e visibilidade sobre toda a organização. Estas e outras vantagens representam o grande potencial do software SAP ERP (enterprise resource planning: planejamento dos recursos empresariais) – a solução que permite que a empresa se adapte rapidamente às exigências de um mercado em constante transformação. 51 A instalação deste software, desta forma, proporcionou uma maior resolução de ordens de serviço de manutenção que, conseguiu atender mesmo uma alta na demanda de produção, que no exercício anterior era de 17100 toneladas e passou a ser de 18600 toneladas – um aumento de 8%. A empresa conseguiu entregar as ordens de preventiva junto com as de corretiva de manutenção encerradas dentro do planejado, disponibilizando os maquinários para o atendimento da demanda de produção. Tudo integrado junto a metodologia TPM (Manutenção Produtiva Total). Gráfico 6: Manutenção Realizada X Planejada por Centros de Trabalho Título da Apresentação PLANEJADO X REALIZADO PLANOS Título da Apresentação DE MANUTENÇÃO CTMEC_IM 120 100 94 100 80 67 69 62 60 CTELE_IM 60 75 76 52 50 80 67 59 52 85 76 82 56 40 30 51% 29 30 40 20 36 33 20 31 24 SET OUT 10 24 13 0 3223 4339 NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO CTINS_IM 120 113 97 100 85 0 21 60 54 21 15 20 68 63 52 53 00 00 00 00 SET OUT NOV DEZ 20 20 15 0 JAN FEV MAR 44 39 30 21 ABR 21 20 JAN FEV MAR ABR MAI JUN 70 40 35 31 40 23 JUL AGO CTAPO_IM 80 50 58 18 5 OUT NOV DEZ 60 80 16 14 7 SET 24 20 21 10 5 36 30 36 28 2927 67 64 55 52 56 52 46 57 62 58 55 64 63 54 PLANEJADO 43 REALIZADO 38 18 26 11 7 19 MAI JUN 10 JUL AGO 0 2 SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO 01 / 02 O.S DE PLANOS DE MANUTENÇÃO PLANEJADOS x O.S DE PLANOS DE MANUTENÇÃO REALIZADO Fonte: dados coletados pelo autor no sistema operacional da empresa O gráfico 6 demonstra o total das ordens de manutenção geradas do período de um ano, divididos em quatro setores, que são manutenção eletrônica, elétrica, mecânica e apoio. Verifica-se a evolução, dividido por setores de manutenção. Esta evolução é devida ao novo gerenciamento implantado na empresa, que hoje trabalha em um sistema padrão para todas as linhas, emitindo ordens de manutenção preventiva pelo número de horas que o equipamento rodou. Essas horas são identificadas através de um estudo histórico de manutenções passadas. 52 Gráfico 7: Índice de Apropriação de Horas Geral Título da Apresentação INDICE APROPRIAÇÃO DE HORAS Título da Apresentação GERAL _IM 90,0% 76,7% 78,4% 75,3% 71,4% 73,6% 50,0% 77,2% 76,3% 77,5% 81,2% 82,1% 60,0% 82,3% 70,0% 73,0% 80,0% % 40,0% 30,0% META 20,0% 10,0% 0,0% SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO 01 / 02 INDICE % = HORAS APONTADAS x 100 DIVIDIDO POR HORAS TRABALHADAS Fonte: dados coletados pelo autor no sistema operacional da empresa No gráfico 7, nota-se que a empresa manteve-se estável durante o ano do estudo, sempre trabalhando na meta ou acima dela a apropriação de horas trabalhadas pela manutenção pelas apontadas, ou seja, quantas horas foram apontadas pelas trabalhadas. 53 Gráfico 8: Índice de Apropriação de Horas Trabalhadas por centro de trabalho Título da Apresentação INDICE APROPRIAÇÃO DE HORAS Título da Apresentação POR CENTRO DE TRABALHO CTELE_IM CTMEC_IM 86,4% 85,5% 83,9% 78,1% 87,2% 77,1% 78,4% 80,0% 76,7% 78,7% 77,5% 81,6% 76,9% 90,0% 70,0% 79,0% 80,0% 71,2% 70,4% 70,0% 65,0% 60,0% 60,0% 71,5% 67,2% 66,6% 66,7% 77,2% 72,2% 63,4% 50,0% 50,0% 40,0% 40,0% 30,0% 30,0% 20,0% 20,0% 10,0% 10,0% 0,0% 0,0% SET 100,0% 84,8% 90,0% 100,0% OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN CTINS_IM 95,8% 90,0% 80,0% 72,4% 69,1% 71,8% 60,0% 65,5% SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO CTAPO_IM 87,0% 82,0% 80,4% 70,0% JUL AGO 89,9% 81,5% 83,2% 100,0% 90,0% 80,0% 70,0% 70,1% 93,2% 87,2% 82,4% 83,6% 73,9% 78,3% 60,0% 50,0% 50,0% 40,0% 40,0% 30,0% 30,0% 20,0% 20,0% 10,0% 10,0% 72,5% 58,8% 52,4% 59,1% 49,2% 50,3% 0,0% 0,0% SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO 01 / 02 INDiCE % = HORAS APONTADAS x 100 DIVIDIDO POR HORAS TRABALHADAS Fonte: dados coletados pelo autor no sistema operacional da empresa No gráfico 8, verifica-se o apontamento geral de horas apontadas do departamento da manutenção dividido por centros de trabalho, onde as horas trabalhadas estão dentro da meta de 70%. A empresa melhorou bastante seus apontamentos, o sistema que sempre fica carregado na estação dos usuários, e rapidamente ele pode fazer a troca de atividade ou inserção de dados retroativos das atividades. As horas trabalhadas pela equipe de manutenção são agrupadas por centro de custo, informação esta obtida das ordens de serviço registradas que identificam o equipamento objeto da manutenção e respectivo centro de custo. 54 Gráfico 9: Horas Corretivo X Preventivo Geral Título da Apresentação Título da Apresentação DISTRIBUIÇÃO DE HORAS CORRETIVO X PREVENTIVO GERAL IM 100,0% 97,3% 98,4% 90,0% 96,6% 95,0% 94,9% 94,0% 93,0% 92,6% 92,8% 90,6% 87,2% 86,9% 80,0% % HORAS APONTADAS 70,0% 60,0% CORR % 50,0% PREV % 40,0% META 20% 30,0% 20,0% 10,0% 1,6% 3,4% 2,7% 5,0% 5,1% 7,0% DEZ JAN FEV 6,0% 7,4% 7,2% 9,4% 12,8% 13,1% 0,0% SET OUT NOV MAR ABR MAI JUN JUL AGO INDICE % = HORAS APONTADAS CORRETIVAS x HORAS APONTADAS PREVENTIVAS, PREDITIVAS E INS. 01 / 02 Fonte: dados coletados pelo autor no sistema operacional da empresa Observa-se, no gráfico 9, um número muito alto em intervenções de manutenção corretiva, mas no mês de agosto de 2012 já foi registrada uma marca de 86,9%, uma redução em manutenções corretivas. E uma evolução em intervenções de manutenção preventiva no período de um ano que foi de 11,5%, um total de 13,1%. Importante afirmar que a meta de preventiva é de 20%. Ou seja temos uma oportunidade de aumentar ainda mais nossas preventivas de manutenção em 6,9%. 55 4.4 Análise dos Resultados Após a análise estatística do ano de 2011 para 2012, foi possível perceber que com a junção da metodologia TPM a o sistema SAP, houve uma evolução significativa do atendimento dos planos de manutenção dos setores da eletrônica, elétrica e mecânica, (ordens de serviço de planos de manutenção planejados x ordens de serviço de planos de manutenção realizado). Assim, a demanda estipulada pelo comercial pode ser atendida pela empresa. Gráfico 10: Evolução da Produção da Fábrica Fonte: dados coletados pelo autor no sistema operacional da empresa A meta do trabalho era um crescimento no volume de produção em 21%, passando de 410 toneladas por mês para 520 toneladas por mês . Este resultado foi obtido nos meses de fevereiro e março. Atualmente, a empresa está entregando 17% acima do volume inicial do trabalho, porém, com oportunidade já disponível dentro da produtividade atingida . Todo trabalho realizado no setor de requeijão e UHT foi replicado para demais setores produtivos, e o setor de PCP junto ao PCM fazendo a gestão de todas as ferramentas e trabalhos de gestão, visando o crescimento total da unidade. 56 FIGURA 10: Volumes de partida Produção Mensal Volume de em toneladas em toneladas produção(%) (Média) (Média) Produção Mensal Plataforma Iogurtes FIGURA 11: Meta de atingimento 3500 Plataforma Iogurtes 4250 18% Requeijão Cremoso 410 Requeijão Cremoso 520 21% Petit Suisse 490 Petit Suisse 540 9% 10000 5% 1260 0% Leite UHT 9500 Leite UHT Leite com sabor 1260 Leite com Sabor Leite C 660 Leite C 660 0% Leite Fermentado 430 Leite Fermentado 520 17% Creme de leite 850 Creme de Leite 850 0% 18600 8% Fábrica 17100 Fábrica Fonte: dados coletados pelo autor no sistema operacional da empresa A meta proposta para crescimento global na fábrica era de 8% , sendo 18% no setor de iogurtes, 21% no setor de requeijão, 9% no setor de Petit Suisse , 5% no setor de leite UHT , e 17% no setor de leite Fermentado. FIGURA 12:Evolução da Produção da Fábrica Fonte: dados coletados pelo autor no sistema operacional da empresa Com o trabalho implementado, a empresa conseguiu atender ao crescimento de produção em todos os setores, e o mais importante: em apenas nove meses de trabalho, os 8% de crescimento foram entregues chegando a 18.728 ton/mês . A média acumulada em 2012 chega 18.552 tons, e os valores não entregues tiveram o principal motivo a demanda da área comercial. Praticamente toda a fábrica teve ótimo crescimento na produtividade . . 57 Gráfico 11: IP – índice de Produtividade da Fábrica Fonte: dados coletados pelo autor no sistema operacional da empresa O atendimento ao volume de demanda é importante, mas acima disto, o que se deve demonstrar é a forma que a empresa utiliza para fazer esta entrega. Através da produtividade, a empresa conseguiu demonstrar seu nível de serviço, se está sendo mais eficientes e se está melhorando realmente. Só se consegue esta evolução com metodologia e desenvolvimento de pessoas. Com o crescimento demonstrado no gráfico 11, evidencia-se que o nível de atendimento da empresa melhorou, que se reduziram as quebras e perdas produtivas, e a empresa está evoluindo cada vez mais. Gráfico 12: OEE- Eficiência Global da Fábrica Fonte: dados coletados pelo autor no sistema operacional da empresa 58 Houve uma melhora no atendimento das máquinas com o programado para produzir, atendimento da demanda ao comercial, mas ainda existem muitas manutenções corretivas nos equipamentos. Existe a necessidade de se aumentar as execuções de manutenção preventiva, levando os equipamentos para condições melhores, reduzindo o número de corretivas. Cabe ressaltar que o sistema SAP, funciona 100% para todas unidades da empresa, já a metodologia TPM foi implantada em linhas pilotos, e ainda não foi expandida para o restante da fábrica. Houve um crescimento na eficiência global, mas ainda não é o esperado. As paradas por problemas corporativos prejudicam esta evolução. O crescimento de vendas ou no sistema de distribuição não acompanharam o mesmo nível da capacidade produtiva. 59 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao realizar este trabalho, verificou-se o quanto o PCM e PCP evoluíram com a implementação da metodologia TPM junto ao sistema de gerenciamento SAP. Como resultado dessa reestruturação podemos destacar: a realização das atividades de forma mais consciente e segura por parte dos empregados da área de PCM, o que permitiu uma melhoria significativa na área, através do melhor planejamento das atividades; uma melhor gestão da manutenção, em virtude de um total controle dos indicadores, uma melhor interface com as áreas de manutenção devido a proximidade do PCP com as mesmas e podemos destacar também uma melhor qualificação dos profissionais, que receberam treinamentos e estão cada vez mais preparados para os novos desafios da manutenção. Contudo, é importante ressaltar que, a partir de agora, o sucesso dessa nova estrutura depende em grande parte, da maneira como os dados serão cadastrados no sistema informatizado. Caso sejam cadastrados dados incorretos, teremos informações incorretas e consequentemente falhas nos planejamentos, nas programações e nos controles da manutenção. Por isso, para que essa estrutura continue rendendo bons resultados é importante o comprometimento e empenho de todos os envolvidos na realização de suas tarefas. A empresa melhorou no controle de estoques de peças, cadastramento de peças da máquina (spare part do equipamento), monitoramento na rotina de execuções de manutenção corretiva, preventiva, inspeções, etiquetas TPM, Análise de Quebra e Falha, elaboração junto aos manutentores dos itens a serem checados na preventiva e treinamentos. Chegou-se ao cumprimento da demanda das máquinas, evitando paradas por falta de peças, falta de preventiva e quebras inesperadas. 5.1 Recomendações para empresa Mesmo com a grande melhora dos equipamentos, através no gráfico 1 verifica-se ainda muitas manutenções corretivas e um índice ainda baixo de manutenções preventivas, é onde este TCC pode mostrar algumas oportunidades para mais melhorias: a) Aumentar o número de manutenções preventivas através do PCM. 60 b) Retificar planos de preventiva antigos que ainda restam. c) Replicar a metodologia TPM para mais linhas da fábrica. d) Fazer uma análise mais detalhada nos históricos de corretiva das máquinas. e) Redução do tempo de preenchimento das ordens de manutenção, mudando a rotina da emissão e conclusão das mesmas, facilitando o seu preenchimento em um tempo menor. Implementando estas ações na empresa teremos uma melhora ainda maior da eficiência das máquinas, trabalhando mais com manutenções preventivas e menos com manutenções corretivas, evitando assim quebras inesperadas, produzindo com um custo de manutenção mais baixo. 5.2 Limitações do Trabalho Algumas limitações foram identificadas para elaboração deste TCC tais como, acesso limitado a alguns dados da empresa, falta de tempo disponível na empresa para busca de informações durante a jornada de serviço. 61 REFERÊNCIAS BARBOSA, Paulo. Planejamento e programação da manutenção: 2° Curso de Especialização em Engenharia de Manutenção. Vitoria, 2002. BOCCASIUS, Paulo D. P. Manufatura Produtiva Total. – Montenegro: Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial AEP SENAI DE MONTENEGRO, 2008. 64p. ______. Manutenção Industrial. Porto Alegre: Centro Nacional de Tecnologias Limpas SENAI - CNTL, 2008. 147p. ITAMBÉ. Disponível em: <http://www.itambe.com.br>. acesso em 28 abr. 2012. 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