Alicerce
Ano 2 · Edição 2
Março/Abril 2013
Artigo
Visão econômica de longo prazo
pode reduzir o custo de edificações
O custo total de uma
edificação não pode
ser calculado considerando somente as
despesas iniciais de
construção. De fato,
o custo presente total
de uma edificação é
dado pelo custo
inicial de construção,
acrescido das despesas futuras de operação e dos
gastos com manutenção durante toda sua vida útil.
Em tempos de inflação e juros altos, era natural que
o primeiro componente do custo total (de construção)
fosse o mais importante. Afinal, a inflação não
permitia a visão de horizonte muito distante, e
estávamos todos muito mais interessados em rentabilizar os negócios no curto prazo.
Os juros, quando altos, tornam o valor presente
das despesas futuras (operação e manutenção)
muito baixo, razão pela qual a avaliação das
despesas de operação e manutenção não era
considerada no momento de decisão sobre a
qualidade, a durabilidade e a adequação das
edificações ao menor custo total a valor presente.
Com a hibernação do dragão da inflação (que
parece querer acordar) e com a redução da taxa
de juros (que deve subir), a avaliação do custo
total das edificações ao longo de toda sua vida útil
se faz necessária quando da decisão de compra
ou construção. Dessa forma, custos de operação
e manutenção da edificação devem entrar na
equação que define o padrão construtivo a ser
comprado ou contratado.
Estudos diversos têm indicado que a manutenção
preventiva, que deve estar prevista em projeto,
alonga a vida útil da edificação, reduzindo o seu
custo total. O gráfico abaixo demonstra, de forma
qualitativa, o que vários estudos mostram de
forma quantitativa.
A falta de manutenção preventiva faz com que a
edificação tenha vida útil menor do que uma mesma
edificação que seja alvo de manutenções periódicas.
Da mesma forma, a eficiência energética das
construções, por exemplo, reduz as despesas de
operação. O projeto de uma edificação deve, então,
ser avaliado também à luz de tais despesas futuras.
A visão de curto prazo, que considerava somente o
custo de implantação/construção ou compra, deixa
lugar para a visão de longo prazo, que passa a
considerar também as despesas de operação e
manutenção (veja retorno do grupo Lisot, no
Espaço do Cliente, pág . 3).
Um projeto que seja energeticamente eficiente e
que demande baixa manutenção, aliado a um
plano de manutenção preventiva, se corretamente
implantado, pode reduzir o valor presente de uma
edificação, mesmo quando o custo de implantação
for maior do que alternativas aparentemente mais
econômicas.
Júlio César Lamb, diretor-presidente
Manutenção preventiva alonga a vida útil da edificação
Desempenho
Manutenção
desde a entrega
Desempenho
requerido
T0
Tempo
Vida útil sem
manutenção
VUP manutenção
obrigatória pelo usuário
Tf1
Tf2
Projetos
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