Universidade Federal do Rio de Janeiro Escola Politécnica Departamento de Eletrônica e Computação (DEL) Eletrônica I EEL 315 Maurício Cagy Programa de Engenharia Biomédica (PEB) Bibliografia Desoer, C.A., Kuh, E.S., Basic Circuit Theory, McGraw Hill, 1967. Sedra, A.S., Smith, K.C., Microelectronic Circuits, 3rd. ed., Harcourt Brace College Publishers, 1991. Nascimento, D., Slides das Aulas de Eletrônica I – DEL-UFRJ, 2009. Temas Gerais Introdução aos elementos discretos lineares; Conceitos básicos da Teoria de Circuitos; Dispositivos semicondutores passivos e ativos; Desenho de circuitos eletrônicos simples com amplificadores operacionais. Abordagens Dimensões comparáveis ao menor comprimento de onda () dos sinais de um circuito (ex.: linhas de transmissão): – Modelos de parâmetros distribuídos; – Leis de Maxwell; Dimensões << : – Modelos de parâmetros concentrados; – Leis de Kirchhoff. Grandezas Fundamentais Tensão (diferença de potencial – d.d.p.): grandeza escalar relacionada ao campo elétrico – unidade: volt (V); Corrente: escalar relacionada ao fluxo de carga elétrica – unidade: ampère (A); Potência: taxa de variação da Energia – unidade: watt (W): P(t ) v(t ) i(t ) ; Energia: trabalho realizado pela corrente – t unidade: joule (J): U (t 0 ) 0 P(t ) dt . 0 Definições Iniciais Nó - qualquer ponto do circuito em que dois ou mais terminais se liguem; Ramo – caminho único entre dois nós consecutivos; Malha ou Laço - qualquer caminho fechado seguido sobre ramos de um circuito. Leis de Kirchhoff Lei de Kirchhoff de Tensão (LKT ou KVL): – A soma das tensões em uma malha, devidamente orientadas, é nula; Lei de Kirchhoff de Corrente (LKC ou KCL): – A soma das correntes que entram em um nó é nula. Fontes Independentes... Fonte Independente de Tensão: Pilha / Bateria Fonte DC (CC) Fonte AC Fonte Independente de Corrente: Fonte DC (CC) ou AC Elementos Básicos Símbolo Resistor Geral Linear VR = f (iR) VR = R iR Capacitor VC g iC dt Indutor d di VL h H hi L dt dt t 1 VC VC (0) iC dt C0 diL VL L dt Associações de Fontes de Tensão Associação em série: Veq = V1 + V2: Associação em paralelo: Só é válida quando V1 = V2 = Veq, caso contrário, burla a LKT. Associações de Fontes de Corrente Associação em série: Só é válida quando I1 = I2 = Ieq, caso contrário, burla a LKC. Associação em paralelo: Ieq = I1+I2: Associações de Resistores Lineares Associação em série: Req = R1 + R2 + ... + Rn Associação em paralelo: 1 1 1 1 ; ... Req R1 R2 Rn Geq = G1 + G2 + ... + Gn Associações de Capacitores Lineares Associação em série: 1 1 1 1; ... Ceq C1 C 2 Cn Seq = S1 + S2 + ... + Sn VCeq(0) = VC1(0)+...+VCn(0) Associação em paralelo: Ceq = C1 + C2 + ... + Cn; VCeq(0) = VC1(0) = ... = VCn(0) Associações de Indutores Lineares Associação em série: Leq = L1 + L2 + ... + Ln; iLeq(0) = iL1(0) = ... = iLn(0). Associação em paralelo: 1 1 1 1 ; ... Leq L1 L2 Ln eq = 1 + 2 + ... + n; i Leq (0) = iL1(0) + ... + iLn(0). Transformador Relação entre tensões e númeroIdeal de espiras nos enrolamentos primário e secundário: v1 (t ) A1 sen(0t ), v2 (t ) A2 sen(0t ), A2 N 2 A1 N1 Conservação da potência: v1 (t ) i1 (t ) v2 (t ) i2 (t ) Símbolo: Sistemas Lineares de Primeira Ordem Superposição: – Resposta à entrada nula (ZIR) (vh) – Resposta ao estado nulo (ZSR) (vh+vp) Circuito RC (t 0): v dv dv 1 C C v 0 R dt dt R E v dv dv 1 E VC E VR v, iR iC C C v R dt dt R R VC VR v, iR iC ZIR: E = 0: ZSR: Vc(0) = 0: Resposta completa. Sistemas Lineares de Primeira Respostas: Ordem ,t 0 ; – ZIR: v(t ) V e 1 t RC 0 – ZSR: v(t ) E (1 e 1 t RC – Completa: v(t ) V0 e ), t 0 1 t RC ; E (1 e 1 t RC ), t 0 . ZIR + ZSR vs. Transiente + Regime Permanente: – Transiente (ou transitório): decai com o tempo; – Regime permanente: mantém-se com comportamento intimamente associado à entrada: 1 v(t ) (V0 E ) e RC t E, t 0. Sistemas Lineares de Primeira Circuito RL (t 0): Ordem ZIR: I = 0: iL iR i, vR vL i R L di di L Ri 0 dt dt ZSR: IL(0) = 0: iL I iR i, vR vL ( I i) R L Respostas: – ZIR: i(t ) I 0 e R t L ,t 0 – ZSR: i(t ) I (1 e R t L – Completa: i(t ) I 0 e di di L Ri R I dt dt ; ), t 0 R t L ; I (1 e R t L ), t 0 Transiente + Regime Permanente: i (t ) ( I 0 I ) e R t L I, t 0 . Sistemas Lineares de Primeira Entrada senoidal (ZSR): Ordem – Entrada: E (t ) A cos(t ), t 0 ; 1 – Homogênea: vh (t ) V0 e 1 t RC ,t 0 ; – Particular: v p (t ) A2 cos(t ), t 0 ; – Completa: A2 v(t ) vh (t ) v p (t ) A2 cos e A1 1C R 2 ( 1C ) 2 1 RC 2 tan1 1 t RC A2 cos(t ), t 0 . Fontes senoidais... Impedância Elétrica – Elementos simples operando em regime permanente: Resistor Capacitor i (t ) cos(0 t ) ; v R (t ) R cos( 0 t ) ; Indutor vC (t ) C1 cos(0t ) dt 10C sen(0t ) 10C cos(0t 2 ); d cos(0t ) . v (t ) L L sen( t ) L cos( t ) L 0 0 0 0 dt 2 Senóides como complexas: Fasores e exponenciais Números Complexos Resistor Capacitor Indutor iC (t ) e j0t i(t ) cos(0t ) ReiC (t ) ; v R (t ) R cos(0 t ) R i (t ) ; iC (t ) j cos(0 t 2 ) Re iC (t ) ; Re j0C 0 C vC (t ) vL (t ) 0 L cos(0t 2 ) Re j0 L iC (t ) . 1 0 C Impedância e Admitância Resistores: resistência R (real); Impedância = Resistência + Reatância: Indutores: reatância indutiva XL() = L – imaginária positiva; Capacitores: reatância capacitiva XC() = 1/(C) – imaginária negativa. Associação em série: Z() = R + j (XL - XC) (soma fasorial). Admitância = Condutância + Susceptância (“permitância”): Resistores: condutância G (real); Indutores: susceptância indutiva BL() = 1/(L) – imaginária negativa; Capacitores: susceptância capacitiva BC() = C – imaginária positiva. Assoc. em paralelo: Y() = G + j (BC - BL) (soma fasorial). t ) ACircuito – Entrada [E(t)]: E (ao ; 1 cos(t ), t 0 RC... Voltando – Saída [VC(t)]: v(t ) vh (t ) v p (t ) A2 cos e Em regime permanente: 1 t RC A2 cos(t ), t 0; v(t ) A2 cos(t ) A2 A1 1C R 2 ( 1C ) 2 1 RC 2 tan1 – Função de Transferência (é função de ): H ( ) j C R j C 1 A2 X C C H ( ) , 2 2 A1 Z R ( 1C ) H ( ) jX ( Z ) tan1 1 2 C RC Equivalentes Seja uma rede linear “de-uma-porta” Thévenin e Norton qualquer: – Caso os componentes passivos sejam puramente resistivos: Zeq = Req; VAB Req i Fontes0 , VTh VAB i 0 , I N i V AB 0 E se houver um elemento não Abordagens: linear? – Isolar o elemento não-linear e reduzir toda a parte linear a um Equivalente Thévenin ou Norton: Ex.: – Utilizar uma aproximação linear do elemento não- linear: modelos simplificados de uso geral; modelos para pequenos sinais... Junção P-N: O Diodo Semicondutor – Operação: Equação geral: I D I S (e VD nVT 1) onde: • IS – corrente de saturação ou de escala, da ordem de 10-15 ~ 10-9 A (dobra aproximadamente a cada aumento de 5°C); • VT – tensão térmica 26 mV a 25°C (kT/q); • n 2 para diodos discretos e 1 para diodos integrados. • Para cada década de aumento de corrente, aumento de cerca de 60 mV (n=1) ou 120 mV (n=2) na tensão direta; • VD entre cerca de 0,6 e 0,8 V na gama de operação de um diodo. Diodo – Modelos Lineares Modelo de Pequenos Sinais: rd n VT ID Polarizações deTipos operação: de Diodo – Direta / reversa: Genérico (Vd 0,7V); Schottky (metal-semicondutor; Vd 0,3V); Túnel (GHz, efeitos quânticos); – Direta: Schokley (PNPN - pulsos); LED (Vd depende da cor); – Reversa: Fotodiodo; Varicap; – Ruptura: Zener. RetificadorAplicações de Meia-Onda: de – Vout 0, VS VD 0 V R (V V ), V V out S D0 S D0 R r d – Tensão inversa de pico: VIp = VSp Diodos RetificadorAplicações de Onda Completa: de Diodos – Transformador com tomada central – Vout 0, VS VD 0 V R (V V ), V V S D0 S D0 out R r d – Tensão inversa de pico: VIp = 2VSp – VD0 RetificadorAplicações de Onda Completa: de – Ponte de diodos – Vout 0, VS 2 VD 0 V R (V 2 V ), V 2 V S D0 S D0 out R r d – Tensão inversa de pico: VIp = VSp – 2VD0 + VD0 = VSp – VD0 Diodos RetificadorAplicações + Filtro Capacitivo: de Diodos – Capacitor C em paralelo com a carga R – Meia Onda Vr Onda Completa: Vp Vr f C R 1 2 /V iDM I L 1 2 V p / Vr iDP I L 2 V p r Vp 2 f C R 1 2 /(2 V ) iDM I L 1 V p /(2 Vr ) iDP I L Vp r ReguladorAplicações Zener: de Diodos VL VZ VZ 0 iZ r Z VS i R R i R iZ i L – Análise geral (via Thévenin): V L VZ 0 rZ R VS i L (rZ // R ) R rZ R rZ – Regulação de linha: V L rZ VS R rZ – Regulação de carga: V L ( rZ // R ) I L Circuitos Limitadores ou Ceifadores (Clipping): Aplicações de Diodos Circuitos Grampeadores Aplicações(Clamping): de Diodos – Grampeador positivo: – Grampeador negativo: Dobradores de Tensão: Aplicações – Meia onda ou “em cascata”: – Onda completa: de Diodos Aplicações de Diodos Multiplicador de Tensão: Genéricas vs. Lineares: Redes de Duas – Parâmetros-y: I1 y11V1 y12V2 I 2 y21V1 y22V2 – Parâmetros-z: V1 z11I1 z12I 2 V2 z21I1 z22I 2 – Parâmetros-h: V1 h11I1 h12V2 I 2 h21I1 h22V2 I1 g11V1 g12 I 2 V2 g 21V1 g 22 I 2 – Parâmetros- g: Portas g11 g 21 I1 V1 V2 V1 g12 I 2 0 g 22 I 2 0 I1 I2 V1 0 V2 I2 V1 0 Redes de duas portas (idealmente, unidirecionais) que Amplificadores visam aumentar a magnitude de um sinal preservando sua morfologia... Simbologia: – Ganhos: de Tensão: Av Vo Io Vo I o A A Av Ai , de Corrente: i , de Potência: p Vi Ii Vi I i – Amplificador de Tensão ideal: g11=0, g12=0, g22=0, g21=Av. Representação do Ganho em decibéis (dB): Amplificadores – Ganho de tensão = 20log10(|Av|) dB; – Ganho de corrente = 20log10(|Ai|) dB; – Ganho de potência = 10log10(Ap) dB. – Não confundir valores negativos em Ax e em dB! Se o ganho de potência é maior que 1 (> 0 dB): – Potência entregue à carga > potência recebida da fonte... – Necessidade de fonte externa: Pdc = V1 I1 + V2 I2; Pdc + PI = PL + Pdiss; Eficiência: PL 100% Pdc Saturação: – Operação: L L vi Av Av Amplificadores Não-Linearidade e Polarização (Biasing): Amplificadores – Operação: Vi(t) = vi(t) + vi0; Vo(t) = vo(t) + vo0; vo(t) Av· vi(t) : dvo Av dvi Q Tipo Modelos para Amplificadores Amplificador de Tensão Modelo Parâmetro de Ganho Características Ideais Ganho de tensão de circuito aberto Ri = Ro = 0 Avo Amplificador de Corrente io 0 io ii io vi vo 0 vo ii Ri = Ro = (A/V) vo 0 Transresistência de circuito aberto Rm Ri = 0 Ro = (A/A) Transcondutância de curto-circuito Gm Amplificador de Transresistência (V/V ) Ganho de corrente de curto-circuito Ais Amplificador de Transcondutância vo vi (V/A ) io 0 Ri = 0 Ro = 0 Exemplos: Amplificadores – Cascateamento de três estágios de amp. de tensão: – Transistor bipolar (modelo simplificado de pequenos sinais): Resposta em freqüência: Amplificadores – Ilustração com base no Amp. de Tensão: vi (t ) Vi sen(t ) vo (t ) Vo sen(t ) T ( ) Vo ( ) Vi T ( ) ( ) – Largura de banda (bandwidth - BW): pontos de 3dB... Resposta em freqüência: Amplificadores – Exemplo – acoplamento DC (filtro passa-altas): io = Gm.vi Modelo Real Simplificado vs. Modelo Ideal: Amplificadores Operacionais vo A vi A (v v ) Real Simplificado: Ideal: vi A muito grande; A em operação linear Ri muito grande; Ri ; BW: [0 , fH], fH muito grande. BW [0 , ). Realimentação Negativa!! 0, para vo finito Exemplo – Determine o ganho A para: Amplificadores Operacionais – Gm = 10 mA/V; – R = 10 k; – = 100. Estrutura interna do famoso Amp. Op. 741: Amplificadores Operacionais Configurações básicas (considerando o modelo ideal): Amplificadores Operacionais Amplificador Não-Inversor A vo R1 R2 vi R1 v Rin i ; ii Amplificador Inversor A R2 R1 Rin vi R1 ii Ro = 0; Ro = 0. Para R1 : seguidor unitário (buffer unitário). Dificuldade prática para fazer A e Rin elevados... Exemplo - Amplificador Inversor alternativo: Amplificadores Operacionais vo R2 R4 R4 A 1 vi R1 R2 R3 – Requisitos de projeto: A = 100; Rin = 1 M; R’s 1 M. Somador Inversor: Amplificadores Operacionais Rf Rf Rf vo v1 v2 vn R2 Rn R1 Amplificador Diferencial: Amplificadores Operacionais R2 v2 v1 vo R1 Rin _ Diff 2 R1 – Pontos fracos: Baixa impedância de entrada; Dificuldade para alterar o ganho. Algumas aplicações com capacitor e resistor: Amplificadores Operacionais Integrador Diferenciador 1 t vo (t ) vc 0 v i (t ) dt 0 CR dv i (t ) vo (t ) C R dt