8094 Trabalho 2807 - 1/3 MORTE POR CAUSAS EXTERNAS EM ADOLESCENTES NA CIDADE DE SALVADOR Palmeira, Cátia 1 Felix, Jogasil da Silva 2 Guimarães, Marivalda da Silva 3 Aráujo, Robson Silva 4 Introdução: Nas últimas décadas, o Brasil vem mudando o seu perfil epidemiológico, representado principalmente pela queda da taxa de mortalidade infantil, a redução na mortalidade proporcional das doenças infecciosas, aumento das doenças crônicasdegenerativas e um aumento das causas externas. Esta última vem representando a segunda causa mais importante de óbito no país, caracterizando-se por uma ocorrência maior nas regiões metropolitanas e faixas etárias mais jovens. Entre as principais causas de morte por causas externas, destacam-se os acidentes de trânsito e as geradas por violências interpessoais, principalmente com armas de fogo. Este problema traz graves conseqüências sociais e econômicas a partir do momento que ceifa a vida de crianças e adolescentes, transformando-se assim em grande desafio para os países desenvolvidos e em paises em desenvolvimento. Contudo, apesar de ser expressiva, em termos quantitativos, a morte por causas externas é de difícil controle pelos profissionais de saúde e órgão competentes. A mortalidade por causas violentas em jovens vem aumentando também Nordeste onde a violência da vida cotidiana dos adolescentes se intensificou devido ao aumento da exclusão e desigualdade social. A análise da mortalidade como indicador de violência é útil na avaliação das condições sócio-demográficas e da saúde de uma população. Em Salvador verificou-se também um crescimento da mortalidade proporcional por esse grupo de causas a partir da segunda metade da década de 80, inferior apenas àquelas observadas para Recife, São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro. Objetivo: Descrever a mortalidade por causas externas na faixa etária de 15 a 19 anos na cidade do Salvador, no período compreendido entre 2003-2005. Metodologia: estudo quantitativo, descritivo, Mestre em Enfermagem, professora da Faculdade São Salvador, professora da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública e enfermeira do Serviço Médico da UFBA 2 Graduando em enfermagem da Faculdade São Salvador. 3 Graduando em enfermagem da Faculdade São Salvador. 4 Graduando em enfermagem da Faculdade São Salvador. 1 8095 Trabalho 2807 - 2/3 exploratório que analisou as taxas de mortalidade por causas externas na cidade de Salvador no período compreendido entre 2003 a 2005. Foram trabalhados dados secundários de mortalidade através do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde - SIM/MS apresentado no DATASUS. Resultados: No período estudado correram 1168 óbitos em Salvador na faixa etária de 15 a 19 anos de idade, sendo que os óbitos por causa externas foram responsáveis por 683 mortes no período de 2003 a 2005, uma média de 228 óbitos por ano e representaram 58,5% dos óbitos totais, ficando a frente de morte por neoplasias com 90 óbitos e doenças do aparelho respiratório e do aparelho circulatório com 64 e 65 óbitos respectivamente. Estes dados demonstram a magnitude das causas externas como um problema grave de saúde da cidade de Salvador. Os óbitos no sexo masculino representaram 93%, enquanto que as no sexo feminino representam 7%. A mortalidade no sexo masculino foi 13 vezes mais do que no feminino. Com relação aos três anos estudados não houve diferenças significantes entre eles. Os óbitos por homicídio apresentaram os maiores números 416 (403 no sexo masculino e 13 no sexo feminino), seguidos dos eventos com intenção indeterminada 151 óbitos (134 no sexo masculino e 17 no feminino). Por acidentes de transporte ocorreram 39 óbitos e por suicídio 9 óbitos. As mortes decorrentes de agressão por armas de fogo totalizaram 341 nos três anos e por acidente de trabalho apenas uma ocorrencia. Quando analisada a relação entre os números de óbitos e a escolaridade, as mortes ocorreram em maior número entre os jovens com 4 a 7 anos de estudo. Conclusão: O número expressivo de morte por causas externas em Salvador, principalmente por homicídios reflete a necessidade de implementação de programas de prevenção da violência. Em decorrência dos limites do estudo com relação ao curto espaço de tempo e aos fatores determinantes envolvidos faz-se necessário a realização de novos estudos que amplie o tempo e os fatores sociais determinantes e agravantes, com o objetivo de melhor levantar dados que possam subsidiar implementação de ações de prevenção e controle eficazes deste agravo. O Enfermeiro como um dos principais atores do cuidado a saúde, deve atuar no diagnóstico desta situação e na busca de soluções através de medidas de prevenção primária, a fim de prevenir o adoecer e o morrer dos adolescentes. Palavras chaves: mortalidade, causas externas e mortalidade em jovens 8096 Trabalho 2807 - 3/3 Referências bibliográficas 1. ARAUJO, Edna Maria de et al . Diferenciais de raça/cor da pele em anos potenciais de vida perdidos por causas externas. Rev. Saúde Pública , São Paulo, v. 43, n. 3, jun. 2009 2. COSTA, Inês Eugênia Ribeiro da. et al. Diferenciais da mortalidade por violência contra adolescentes segundo Estrato de Condição de Vida e Raça-Cor na cidade do Recife. Revista Ciência e Saúde Coletiva. Disponível em <http://www.abrasco.org.br/cienciaesaudecol>. Acessado em 10 de junho de 2009. 3. GAWRYSZEWSKI,Vilma Pinheiro et al. As causas externas no Brasil no ano 2000: comparando a mortalidade e a morbidade. In: Cad. Saúde Pública vol.20 no.4 Rio de Janeiro July/Aug. 2004. 4. MINAYO, Maria Cecília. Violência Social sob a Perspectiva da Saúde Pública. (introdução) In: Cadernos de Saúde Pública, vol.10 suppl.1 Rio de Janeiro, 1994.