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Trabalho 2807 - 1/3
MORTE POR CAUSAS EXTERNAS EM ADOLESCENTES NA CIDADE DE
SALVADOR
Palmeira, Cátia 1
Felix, Jogasil da Silva 2
Guimarães, Marivalda da Silva 3
Aráujo, Robson Silva 4
Introdução: Nas últimas décadas, o Brasil vem mudando o seu perfil epidemiológico,
representado principalmente pela queda da taxa de mortalidade infantil, a redução na
mortalidade proporcional das doenças infecciosas, aumento das doenças crônicasdegenerativas e um aumento das causas externas. Esta última vem representando a
segunda causa mais importante de óbito no país, caracterizando-se por uma ocorrência
maior nas regiões metropolitanas e faixas etárias mais jovens. Entre as principais
causas de morte por causas externas, destacam-se os acidentes de trânsito e as
geradas por violências interpessoais, principalmente com armas de fogo. Este problema
traz graves conseqüências sociais e econômicas a partir do momento que ceifa a vida
de crianças e adolescentes, transformando-se assim em grande desafio para os países
desenvolvidos e em paises em desenvolvimento. Contudo, apesar de ser expressiva,
em termos quantitativos, a morte por causas externas é de difícil controle pelos
profissionais de saúde e órgão competentes. A mortalidade por causas violentas em
jovens vem aumentando também Nordeste onde a violência da vida cotidiana dos
adolescentes se intensificou devido ao aumento da exclusão e desigualdade social. A
análise da mortalidade como indicador de violência é útil na avaliação das condições
sócio-demográficas e da saúde de uma população. Em Salvador verificou-se também
um crescimento da mortalidade proporcional por esse grupo de causas a partir da
segunda metade da década de 80, inferior apenas àquelas observadas para Recife,
São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro. Objetivo: Descrever a mortalidade por
causas externas na faixa etária de 15 a 19 anos na cidade do Salvador, no período
compreendido
entre
2003-2005.
Metodologia:
estudo
quantitativo,
descritivo,
Mestre em Enfermagem, professora da Faculdade São Salvador, professora da Escola Bahiana de
Medicina e Saúde Pública e enfermeira do Serviço Médico da UFBA
2
Graduando em enfermagem da Faculdade São Salvador.
3
Graduando em enfermagem da Faculdade São Salvador.
4
Graduando em enfermagem da Faculdade São Salvador.
1
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exploratório que analisou as taxas de mortalidade por causas externas na cidade de
Salvador no período compreendido entre 2003 a 2005. Foram trabalhados dados
secundários de mortalidade através do Sistema de Informação sobre Mortalidade do
Ministério da Saúde - SIM/MS apresentado no DATASUS. Resultados: No período
estudado correram 1168 óbitos em Salvador na faixa etária de 15 a 19 anos de idade,
sendo que os óbitos por causa externas foram responsáveis por 683 mortes no período
de 2003 a 2005, uma média de 228 óbitos por ano e representaram 58,5% dos óbitos
totais, ficando a frente de morte por neoplasias com 90 óbitos e doenças do aparelho
respiratório e do aparelho circulatório com 64 e 65 óbitos respectivamente. Estes dados
demonstram a magnitude das causas externas como um problema grave de saúde da
cidade de Salvador. Os óbitos no sexo masculino representaram 93%, enquanto que as
no sexo feminino representam 7%. A mortalidade no sexo masculino foi 13 vezes mais
do que no feminino. Com relação aos três anos estudados não houve diferenças
significantes entre eles. Os óbitos por homicídio apresentaram os maiores números 416
(403 no sexo masculino e 13 no sexo feminino), seguidos dos eventos com intenção
indeterminada 151 óbitos (134 no sexo masculino e 17 no feminino). Por acidentes de
transporte ocorreram 39 óbitos e por suicídio 9 óbitos. As mortes decorrentes de
agressão por armas de fogo totalizaram 341 nos três anos e por acidente de trabalho
apenas uma ocorrencia. Quando analisada a relação entre os números de óbitos e a
escolaridade, as mortes ocorreram em maior número entre os jovens com 4 a 7 anos de
estudo. Conclusão: O número expressivo de morte por causas externas em Salvador,
principalmente por homicídios reflete a necessidade de implementação de programas
de prevenção da violência. Em decorrência dos limites do estudo com relação ao curto
espaço de tempo e aos fatores determinantes envolvidos faz-se necessário a realização
de novos estudos que amplie o tempo e os fatores sociais determinantes e agravantes,
com o objetivo de melhor levantar dados que possam subsidiar implementação de
ações de prevenção e controle eficazes deste agravo. O Enfermeiro como um dos
principais atores do cuidado a saúde, deve atuar no diagnóstico desta situação e na
busca de soluções através de medidas de prevenção primária, a fim de prevenir o
adoecer e o morrer dos adolescentes.
Palavras chaves: mortalidade, causas externas e mortalidade em jovens
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Referências bibliográficas
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vida perdidos por causas externas. Rev. Saúde Pública , São Paulo, v. 43, n. 3, jun.
2009
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COSTA, Inês Eugênia Ribeiro da. et al. Diferenciais da mortalidade por violência contra
adolescentes segundo Estrato de Condição de Vida e Raça-Cor na cidade do Recife. Revista
Ciência e Saúde Coletiva. Disponível em <http://www.abrasco.org.br/cienciaesaudecol>. Acessado
em 10 de junho de 2009.
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comparando a mortalidade e a morbidade. In: Cad. Saúde Pública vol.20 no.4 Rio de
Janeiro July/Aug. 2004.
4. MINAYO, Maria Cecília. Violência Social sob a Perspectiva da Saúde Pública.
(introdução) In: Cadernos de Saúde Pública, vol.10 suppl.1 Rio de Janeiro, 1994.
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