O Eletromagnetismo. James Clerk Maxwell Antes era a Eletricidade e o Magnetismo. Gilbert estudou o magnetismo terrestre. Gilbert perante a Rainha Elizabeth I Carga e Força Elétrica No século XVIII, o físico francês Charles François Du Fay (1698-1739) publicou um trabalho acerca da existência de dois tipos de eletricidade: Vitrosa, chamada assim porque é a carga que adquire uma barra de vidro depois de atritada com seda. Resinosa, que é a carga da borracha quando atritada com lã. Foi Gilbert que denominou os Fenômenos de atração e repulsão por materiais atritados de fenômenos Elétricos (da palavra grega âmbar) DuFait Garrafa de Leiden Foi Benjamin Franklin que resolveu a questão da eletricidade vítrea versus resinosa afirmando que os fenômenos elétricos poderiam ser entendidos se consideramos a existência de uma eletricidade positiva e outra negativa. Benjamin Franklin (1706-1790) Atribuiu os nomes de positiva e negativa aos dois tipos de eletricidade. Quando duas cargas elétricas interagem, a direção das forças é dada pela Lei de Du Fay: cargas de sinais iguais (ou mesmo tipo) se repelem e cargas de sinais diferentes (tipo diferentes) se atraem. Se o estudo da mecânica atingiu o seu ápice com a formulação da mecânica analítica o estudo dos fenômenos elétricos tomaram a novo impulso. Tudo começou com Galvani e A. Volta. J. A. Coulomb estabeleceu a lei de força entre cargas elétricas e Volta inventa a pilha elétrica liberando aos pesquisadores a obtenção de corrente elétrica de modo controlado. C. A. Coulomb Charles Augustin de Coulomb Engenheiro de formação, ele foi principalmente físico. Publicou 7 tratados sobre a Eletricidade e o Magnetismo, e outros sobre os fenômenos de torção, o atrito entre sólidos etc. Experimentador genial e rigoroso, realizou uma experiência histórica com uma balança de torção para determinar a força exercida entre duas cargas elétricas (Lei de Coulomb). Coulomb nasceu em uma família abastada. Seu pai se chamava Henri Coulomb e sua mãe, Catherine Bajet. Sua família tinha se mudado para Paris, e lá Coulomb estudou na prestigiada escola Collège des QuatreNations. Os cursos de matemática de lá, por Pierre Charles Monnier, motivaram Coulomb a seguir a carreira matemática. Seu primeiro trabalho, “Sur une application des règles, de maximis et minimis à quelque problèmes de statique, relatifs à l’architecture”, contribuiu muito para a utilização de cálculos precisos na área de engenharia. Em um de seus trabalhos mais famosos, Coulomb trata do equilíbrio de torção. Neste, ele mostra como a torção poder viabilizar medidas de forças muito pequenas com grande precisão e descreve um método que utiliza fibras de diversos materiais, que foi um aperfeiçoamento da balança de torção, utilizada por Cavendish para medir a atração gravitacional. Coulomb aproveitou para continuar seus estudos e conquistou o grande prêmio na Academia de Ciências em 1781 (já havia conquistado outro em 1777 graças a um trabalho sobre o magnetismo terrestre) devido à sua teoria do atrito nas máquinas simples. Nesse trabalho, Coulomb investigou o atrito estático e dinâmico entre superfícies e desenvolveu uma série de equações estabelecendo a relação entre a força de atrito e variáveis como o força normal, tempo, velocidade, etc. Além do prêmio, Coulomb assumiu um posto permanente na Academia de Ciências não assumindo mais nenhum projeto de engenharia (área onde passou a ser apenas consultor) dedicando-se exclusivamente à Física. Utilizando a metodologia de medir forças através da torção, Coulomb estabeleceu a relação entre força elétrica, quantidade de carga e distância, enfatizando a semelhança desta com a teoria de Isaac Newton para a gravitação, que estabelece a relação entre a força gravitacional e a quantidade de massa e distância. Além disso, estudou as cargas elétricas pontuais e a distribuição de cargas em superfícies de corpos carregados. LEI DE Consideremos duas cargas puntiformes Q1 e Q2, separadas por COULOMB uma distância d . Entre elas haverá um par de forças, que poderá ser de atração ou repulsão, dependendo dos sinais das cargas. Porém, em qualquer caso, a intensidade dessas forças é: F F 1)Resumindo: Diretamente proporcional ao FQ1.Q2 . produto dos valores absolutos dessas A força elétrica de atração ou .cargas 2) E inversamente proporcional 2 . F1/d quedaexiste entreentre dois aorepulsão quadrado distância corpos carregados eletricamente elas E pode ser dado por : é diretamente proporcional às Onde k é uma constante que respectivas cargas elétricas e depende do meio. No vácuo seu inversamente proporcional ao valor é: quadrado da distância entre elas. Gráfico da Lei de Coulomb Se mantivermos fixos os valores das cargas e variarmos apenas a distância entre elas, o gráfico da intensidade de F em função da distância (d) tem o aspecto da Figura. F F F1/d2 Analogia com a Gravidade Para A força explicar de atração por que entre os objetos corpos caem eletrizados ou pornão quepodia a lua ser permanece considerado aode redor mesma da Terra, natureza porque exemplo, a forçaNewton de atração postulou que entre havia as massas. uma atração Se assim entre fosse, duasnão massas seria (por possível exemplo, um pente a massa atritado, da terra muitíssimo e a massa menor do corpo que a Terra, que está atrair caindo), um papel ou seja, amais lei dafortemente gravitaçãoque universal o nossodeplaneta, Newtonque estabelece é o que acontece que, matéria se você atrai atritar matéria o pente na(esfregando-o proporção direta no das cabelo, suaspor massas, e Em simbologia matemática ela é expressa pela na exemplo), proporção e aproximá-lo inversa da distância de um pedaço entre elas. de papel. Assim, equação: como atração elétrica não poderia se dar entre massas, Coulomb, então, postulou que ela poderia ocorrer pelo fluido elétrico, maisdetarde chamado de carga elétrica A força elétrica atração ou existente emque cada corpo eletrizado. repulsão existe entre dois Por isso, substituiu as massas dacarregados lei de Newton pelas cargas Q1 e Q2. corpos eletricamente é diretamente proporcional às respectivas cargas elétricas e inversamente proporcionais ao quadrado da distância entre elas. Estava aberto o caminho para o estabelecimento do eletromagnetismo por Öested e desenvolvido por Ampére, Henry, Faraday e outros. Faraday Campo Magnético Indução Magnética Campo magnético B - vetorial Fenômenos magnéticos – ação de cargas Magnetismo Christian Oersted (17701851) Movimento das cargas elétricas pode produzir efeitos magnéticos Michael Faraday (1791-1867) Deslocamento de magnetos pode produzir corrente André Marie Ampère; físico e matemático francês Nasceu em Lyon a 20 de Janeiro de 1775, no seio de uma família abastada. O seu pai, Jean-Jacques Ampère, transmitiu-lhe sólidos conhecimentos linguísticos e incentivou-o a cultivar uma postura autodidata. Foi professor de física, química e matemática em Lyon (1797-1802) e em Bourg (1802-1804) e lecionou matemática e mecânica na École Polytechnique de Paris (1804-1828). Pela sua reputação como óptimo professor e investigador, em 1828 foi convidado para lecionar matemática na Université de France, cargo que ocupou até ao final da sua vida. Para além de ser um extraordinário professor, Ampère desenvolveu trabalhos muito importantes nos campos da física, química e da matemática. Entre 1807 e 1816, estabeleceu a diferença entre átomos e moléculas, enunciou o chamado "princípio de Avogadro", descobriu um ácido ao qual deu o nome de Fluorine, publicou uma tese sobre a refração da luz e concebeu uma classificação de elementos, precursora da tabela periódica de elementos. Ao tomar conhecimento das experiências de Hans Christian Oersted (1777-1851) sobre o desvio de agulhas magnéticas por efeito de uma corrente elétrica, Ampère começou a estudar os fenómenos eletromagnéticos e apresentou várias experiências no campo do eletromagnetismo à Academie de Paris. Em 1820 reconheceu que, sem a intervenção de qualquer íman, dois fios exercem um sobre o outro uma ação atractiva ou repulsiva consoante o sentido das correntes que os percorrem. Em 1822 descobriu o princípio da telegrafia eléctrica. No decurso das suas investigações sobre a electricidade fez importantes descobertas. Experimentou a mútua influência entre fios condutores paralelos, distinguiu entre a intensidade de corrente que circula num condutor e a força impulsora ou tensão electromagnética e concebeu o solenóide. A sua teoria foi fundamental para o desenvolvimento da electricidade e do magnetismo no século XIX. A sua obra mais importante, "Mémoire sur la Théorie Mathématique des Phénomènes Electrodynamiques" (1826) tornou possível os ulteriores avanços de Thomson, Maxwell, Weber e Faraday no campo do electromagnetismo. Apesar das tragédias da sua vida pessoal (o seu pai foi guilhotinado em 1793 e a sua esposa faleceu em 1803, após um brevíssimo matrimónio), Ampère demonstrou grande empenho e dedicação. Como reconhecimento do seu valor, Napoleão nomeou-o inspetor-geral de instrução pública em 1808. Faleceu a 10 de Junho de 1836, em Marselha. O Ampère (A) é hoje a unidade de medida da intensidade da corrente eléctrica em sua homenagem. Michael Faraday Filho de um modesto ferreiro, aos 14 anos Michael Faraday foi trabalhar como aprendiz numa loja de encadernação. Nessa época, sua instrução limitava-se aos rudimentos da aritmética e a algumas noções elementares de linguagem. Familiarizando-se com os livros, Faraday passou a interessar-se pela leitura das obras científicas, particularmente as de química. Sua paixão pela nova ciência levou-o a assistir às conferências do químico Humphry Davy, na Royal Institution. Um dos fregueses do seu patrão, conhecendo as tendências do jovem aprendiz de encadernador, chamou a atenção de Davy, o qual, anos depois, convidou-o para ser seu assistente. Motor eletromagnético Por volta de 1821, atraído pela experiência de Öersted, que revelara que a corrente elétrica tinha a propriedade de modificar a direção de uma agulha magnética, Faraday verificou, invertendo a experiência do físico dinamarquês, que os magnetos exercem ação mecânica sobre os condutores percorridos pela corrente elétrica. Para chegar a essa averiguação, Faraday colocara um ímã verticalmente sobre um banho de mercúrio, fazendo que uma de suas extremidades ficasse imersa no líquido. Ligando, então, um fio condutor ao mercúrio, fechando o circuito, observou que, quando o fio era móvel em torno de seu ponto de suspensão, descrevia círculos em volta do ímã. Caso contrário, fixando-se o fio e libertando o ímã, este girava em torno do fio. Dois anos depois, Faraday liquefez o cloro e, em 1824, graças à notoriedade alcançada por suas descobertas, foi eleito para a Royal Society, de Londres. Prosseguindo em suas experiências, isolou o benzeno, em 1825. Por essa época, iniciou uma série de conferências semanais na Royal Institution, as quais representaram importante contribuição para o progresso dos estudos de química na Inglaterra, particularmente pelo vivo interesse que o cientista conseguiu despertar nos jovens estudantes. Indução eletromagnética Retomando os estudos sobre o eletromagnetismo, Faraday descobriu, a 29 de agosto de 1831, a indução eletromagnética. O fenômeno, já entrevisto por François Arago e por André-Marie Ampère, só foi definitiva e cientificamente explicado pelo físico inglês. Utilizando um anel de ferro doce, no qual enrolou duas espiras, uma na metade superior e outra na inferior, uma das quais ligada a um galvanômetro, Faraday verificou que, se uma corrente elétrica passava na primeira espira, a outra era igualmente percorrida pela corrente, nos exatos momentos em que abria ou se fechava o circuito. Faraday demonstrou, ainda, que as correntes induzidas não são criadas por influência do campo eletromagnético, mas pelas variações do campo ou pelos deslocamentos do circuito no campo. As experiências que Faraday realizou, visando à caracterização das propriedades dos campos eletromagnéticos, conduziram-no, por volta de 1838, à definição da corrente elétrica como o resultado da vibração provocada pelas rápidas alternâncias da tensão nas moléculas dos bons condutores. Mais tarde, em 1845, renunciou a essa hipótese das tensões eletrostáticas, voltando a atenção para o estudo das tensões eletromagnéticas. Descobriu, então, que o plano de polarização de um feixe de luz polarizada, que atravessa um bloco de vidro, gira quando submetido a um forte campo magnético. Verificou também que o ângulo de rotação do plano de polarização está relacionado ao módulo do campo magnético e com a espessura da substância, e depende ainda de uma constante, conhecida como constante de Verdet, e que é uma propriedade da substância, de sua temperatura e da frequência da luz. As concepções teóricas de Faraday, entre as quais a das linhas de força, serviram de base aos trabalhos do físico e matemático escocês James Clerk Maxwell e para o estabelecimento da moderna teoria das ondas eletromagnéticas. Devemos, ainda, a Faraday, a criação e divulgação, na linguagem científica internacional, de inúmeros vocábulos, tais como aníon (ou ânion), ânodo, cátion, cátodo, eletrólito, íon, etc. Força Magnética Quando uma partícula se move em um campo magnético, atua sobre ela uma força. FB q v B Onde, FB – força magnética q – carga da partícula v – velocidade B – intensidade do campo Força Magnética Quando uma partícula se move em uma campo magnético, atua sobre ele uma força. FB q v B Onde, FB – força magnética q – carga da partícula v – velocidade B – intensidade do campo Força Magnética Linhas de Força Menor espaçamento das linhas – maior intensidade do campo Dipolo Magnético – N/S A generalização do eletromagnetismo veio com Maxwell e suas 4 equações Há quem já disse sobre elas: Foi um Deus que as formulou! A mecânica e o eletromagnetismo de Maxwell apresentaram algumas inconsistências que só após Einstein na relatividade restrita puderam ser reconciliadas. Vamos entender a física das equações de Maxwell. A lei de Gauss. E 0 E daˆ 4q C. F. Gauss A lei de Gauss. B 0 A lei de indução de Faraday. B E t B j 0c 2 A lei circuital de Ampére. Será que as equações de Maxwell no vácuo tem solução? As solução das equações de Maxwell no vácuo! E B 0 t A A 2 A Veja! A equação da onda de d´Alembert! E 2 1 E 2 c t 2 2 As solução das equações de Maxwell no vácuo! E B 0 t Veja! A equação de d´Alembert! E 2 1 c 2 1 0 0 1 E 2 c t 2 2 c 0 0 Velocidadeda luz no vácuo A previsão para as soluções da equação de Maxwell no vácuo. E 0 eˆ y kˆ 0 B0 E0 E 2 eˆ x kˆ 0 B 0 B 2 1 2E c 2 t 2 1 2B c 2 t 2 c S EB 4 Vamos aproveitar e falar de ondas eletromagnéticas. Newton contribuiu bastante para na compreenção da natureza da luz mas a sua posição de que a luz era composta por particulas era enfraquecida pelo fato de não ser capaz de explicar os aneis de côr quando se preciona dois discos de vídro sendo deles um com discreta curvatura. Por outro lado Huygens formulava afirmava de que a luz era uma forma de ondulação baseado em analogia com o som. C. Huygens A questão só começou a ser resolvida no século XIX por Young que atraves de experimentos com fendas mostrou o comportamento ondulatório da luz. T. Young Foi atraves dos experimentos de Fresnel e outros que a natureza ondulatória da luz foi firmemente estabaelecida ao longo do século dezenove. A principal diferença entre um feixe de particulas e uma frente de ondas é o fenômeno da Difração! Já descoberto por A. M. Grimaldi no século XVI. Fresnel A matemática falou primeiro e só depois veio a comprovação experimental com Hertz!! H. Hertz A aplicação prática veio em seguia! O Rádio! G. Marconi G. Marconi O espectro visível Herschel e a luz infravermelha Raio X As leis do Eletromagnetismo de Maxwell valem teoricamente para o infinito e experimentalmente vale para muitas dezenas de ordens de grandeza em escala microscópica. Ela é a mais completa teoria de interação da física atual. Fim Sebastião Simionatto - 2008