COLÉGIO O BOM PASTOR
FILOSOFIA- 3º ANO
PROF. RAFAEL CARLOS
MATERIAL COMPLEMENTAR
FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA:
A PSICANÁLISE DE SIGMUND FREUD E A FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA.
SIGMUND FREUD
A nossa civilização é em grande parte responsável pelas nossas desgraças. Seríamos
muito mais felizes se a abandonássemos e retornássemos às condições primitivas.
(Sigmund Freud)
O criador da psicanálise nasceu na região da Morávia, que então fazia parte do
Império Austro-Húngaro, hoje na República Tcheca. Sua mãe, Amália, era a terceira
esposa de Jacob, um modesto comerciante. A família mudou-se para Viena em 1860.
Ao se formar, em 1882, entrou no Hospital Geral de Viena. Freud trabalhou por seis
meses com o neurologista francês Jean Martin Charcot, que lhe mostrou o uso da
hipnose.
Em parceria com o médico Joseph Breuer, seu principal colaborador, ele publicou em
1895 o "Estudo sobre Histeria". O livro descreve a teoria de que as emoções
reprimidas levam aos sintomas da histeria, que poderiam desaparecer se o paciente
conseguisse se expressar.
Insatisfeito com a hipnose, Freud desenvolveu o que é uma das bases da técnica
psicanalítica: a livre associação. O paciente é convidado a falar o que lhe vem à mente
para revelar memórias reprimidas causadoras de neuroses. Com este método ele era
capaz de desvendar os sentimentos “reprimidos", ou seja, aqueles sentimentos que
seus pacientes guardavam somente para si, após desvendá-los ele os estimulava a
colocarem esses sentimentos para fora.
Em 1899, publicou "A interpretação dos sonhos", em que afirma que os sonhos são "a
estrada mestra para o inconsciente", a camada mais profunda da mente humana, um
mundo íntimo que se oculta no interior de cada indivíduo, comandando seu
comportamento, a despeito de suas convicções conscientes.
Mesmo com dificuldades para ser reconhecido pelo meio acadêmico, Freud reuniu um
grupo que deu origem, em 1908, à Sociedade Psicanalítica de Viena. Seus mais fiéis
seguidores eram Karl Abraham, Sandor Ferenczi e Ernest Jones. Já Alfred Adler
e Carl Jung acabaram como dissidentes.
A perda de Jung foi muito mais dolorosa, pois Freud esperava que o discípulo, suíço e
protestante, projetasse a psicanálise além do ambiente judaico. Além de discordar do
papel prioritário dado por Freud ao desejo, Jung se tornou místico.
Sensibilizado pela Primeira Guerra Mundial e pela morte da filha Sophie, vítima de
gripe, Freud teorizou sobre a luta constante entre a força da vida e do amor contra a
morte e a destruição, simbolizados pelos deuses gregos Eros (amor) e Tanatos
(morte). A sua teoria da mente ganhou forma com a publicação em 1923, de "O Ego e
o Id".
O “pai da psicanálise” (assim conhecido por ter inventado o termo “psicanálise” para
seu método de tratar das doenças mentais) responsabilizava a repressão da
sociedade, que não permitia a satisfação de alguns desejos, considerando-os
errados do ponto de vista social e religioso. Segundo ele, o sexo era um dos desejos
(instintos) reprimidos mais importantes.
Em 1936, disse considerar um avanço seus livros terem sido queimados pelos
nazistas. Afinal, no passado, eram os autores que iam à fogueira. Mas a subida
de Hitler ao poder ditatorial não demorou e a perseguição aos judeus se intensificou.
Em 1938, já velho e com câncer, fugiu para a Inglaterra, onde morreu no ano seguinte.
Com Martha Bernays, teve seis filhos. A caçula Ana tornou-se discípula, porta-voz do
pai, e uma eminente psicanalista.
Atualmente, Freud continua tão polêmico quanto na época em que esteve vivo. Por um
lado, é verdadeiramente idolatrado por seguidores ortodoxos da teoria psicanalítica e, aliás, em vida, Freud demonstrava uma inegável satisfação em ser reverenciado
como um gênio. Por outro, é visto também como um mistificador, principalmente a
partir da década de 1990, quando as descobertas da neurociência questionaram
muitos dos princípios fundamentais da psicanálise.
ID, EGO e SUPEREGO.
Nos primeiros trabalhos, Freud sugeria a divisão da vida mental em duas partes: consciente e
inconsciente. A porção consciente, assim como a parte visível do iceberg, seria pequena e
insignificante, preservando apenas uma visão superficial de toda a personalidade. A imensa e
poderosa porção inconsciente - assim como a parte submersa do iceberg - conteria os
instintos, ou seja, as forças propulsoras de todo comportamento humano.
Nos trabalhos posteriores, Freud reavaliou essa distinção simples entre o consciente e o
inconsciente e propôs os conceitos de Id, Ego e Superego. O "ID", grosso modo, correspondente
à sua noção inicial de inconsciente, seria a parte mais primitiva e menos acessível da
personalidade. Freud afirmou: "Nós chamamos de (...) um caldeirão cheio de excitações
fervescentes. [O id] desconhece o julgamento de valores, o bem e o mal, a moralidade" (Freud).
As forças do id buscam a satisfação imediata sem tomar conhecimento das circunstâncias da
realidade. Funcionam de acordo com o princípio do prazer, preocupadas em reduzir a tensão
mediante a busca do prazer e evitando a dor. A palavra em alemão usada por Freud para id era
es, que queria dizer "isso".
O id contém a nossa energia psíquica básica, ou a libido, e se expressa por meio da redução
de tensão. Assim, agimos na tentativa de reduzir essa tensão a um nível mais tolerável. Para
satisfazer às necessidades e manter um nível confortável de tensão, é necessário interagir com
o mundo real. Por exemplo: as pessoas famintas devem ir em busca de comida, caso queiram
descarregar a tensão induzida pela fome. Portanto, é necessário estabelecer alguma espécie
de ligação adequada entre as demandas do id e a realidade.
O ego serve como mediador, um facilitador da interação entre o id e as circunstâncias do
mundo externo. O ego representa a razão ou a racionalidade, ao contrário da paixão insistente
e irracional do id. Freud chamava o ego de ich, traduzido para o inglês como "I" (Eu" em
português). Ele não gostava da palavra ego e raramente a usava. Enquanto o id anseia
cegamente e ignora a realidade, o ego tem consciência da realidade, manipula-a e, dessa
forma, regula o id. O ego obedece ao princípio da realidade, refreando as demandas em busca
do prazer até encontrar o objeto apropriado para satisfazer a necessidade e reduzir a tensão.
O ego não existe sem o id; ao contrário, o ego extrai sua força do id. O ego existe para
ajudar o id e está constantemente lutando para satisfazer os instintos do id. Freud comparava a
interação entre o ego e o id com o cavaleiro montando um cavalo fornece energia para mover o
cavaleiro pela trilha, mas a força do animal deve ser conduzida ou refreada com as rédeas,
senão acaba derrotando o ego racional.
A terceira parte da estrutura da personalidade definida por Freud, o superego, desenvolvese desde o inicio da vida, quando a criança assimila as regras de comportamento ensinadas
pelos pais ou responsáveis mediante o sistema de recompensas e punições. O comportamento
inadequado sujeito à punição torna-se parte da consciência da criança, uma porção
do superego. O comportamento aceitável para os pais ou para o grupo social e que proporcione
a recompensa torna-se parte do ego-ideal, a outra porção do superego. O comportamento
aceitável para os pais ou para o grupo social e que proporcione a recompensa torna-se parte
do ego- ideal, a outra porção do superego. Dessa forma, o comportamento é determinado
inicialmente pelas ações dos pais; no entanto, uma vez formado o superego, o comportamento
é determinado pelo autocontrole. Nesse ponto, a pessoa administra as próprias recompensas
ou punições. O termo cunhado por Freud para o superego foi über-ich, que significa literalmente
"sobre-eu".
O superego representa a moralidade. Freud descreveu-o como o "defensor da luta em busca
da perfeição - o superego é, resumindo, o máximo assimilado psicologicamente pelo indivíduo
do que é considerado o lado superior da vida humana" (Freud, 1933, p. 67). Observe-se então,
que, obviamente, o superego estará em conflito com o id. Ao contrário do ego, que tenta adiar a
satisfação do id para momentos e lugares mais adequados, o superego tenta inibir a completa
satisfação do id.
Assim Freud imaginava a constante luta dentro da personalidade quando o ego é
pressionado pelas forças contrárias insistentes. O ego deve tentar retardar os ímpetos
agressivos e sexuais do id, perceber e manipular a realidade para aliviar a tensão resultante, e
lidar com a busca do superego pela perfeição. E, quando o ego é pressionado demais, o
resultado é a condição definida por Freud como ansiedade ou angústia.
*Id: fonte de energia psíquica e o aspecto da personalidade relacionado aos instintos.
**Ego: aspecto racional da personalidade responsável pelo controle dos instintos.
***Superego: o aspecto moral da personalidade, produto da internalização dos valores e
padrões recebidos da sociedade.
Em outras palavras:
ID: Constitui o reservatório de energia psíquica, é onde se localizam as pulsões de vida e de
morte. As características atribuídas ao sistema inconsciente. É regido pelo princípio do prazer
(Psique que visa apenas o prazer do indivíduo).
EGO: É o sistema que estabelece o equilíbrio entre as exigências do id, as exigências da
realidade e as ordens do superego. A verdadeira personalidade, que decide se acata as
decisões do (Id) ou do (Superego).
SUPEREGO: Origina-se com o complexo do Édipo, a partir da internalização das proibições,
dos limites e da autoridade. (É algo além do ego que fica sempre te censurando e dizendo: Isso
não está certo, não faça aquilo, não faça isso, ou seja, aquela que dói quando prejudicamos
alguém, é o nosso "freio".)
MATÉRIA PUBLICADA NA REVISTA “MUNDO ESTRANHO” (Setembro-2012)
O que é ego, id e superego?
por Katia Abreu
São as três estruturas do aparelho mental, segundo o psiquiatra austríaco Sigmund
Freud. Cada uma delas cuidaria de algum aspecto da nossa personalidade e
regeria nossa interação com outras pessoas. Ele apresentou essa teoria em 1923,
no texto O Ego e o Id. Freud foi um revolucionário: ele acreditava que pacientes
com distúrbios psicológicos eram capazes de lidar melhor com seus conflitos
conversando com o terapeuta. Ele propôs ainda a interpretação de sonhos e a livre
associação como métodos para acessar camadas mais profundas da mente e
buscar ali a cura.
FRODO EXPLICA
Personagens de O Senhor dos Anéis são boas representações das estruturas
psíquicas
O Ego
Comandada pelo “princípio da realidade”, essa parte é aquela que mostramos aos
outros. Fortalecido pela razão, o ego está “preso” entre os desejos do id (tentando
encontrar um jeito adequado de realizá-los) e as regras ditadas pelo superego. Do
mesmo modo, Frodo se vê tentando conciliar as necessidades de Gollum e Sam em
sua jornada.
O Id
A ânsia selvagem de Gollum pelo “precioso” anel é um bom símbolo para essa
parte da nossa psique, responsável pelos nossos impulsos mais primitivos: as
paixões, a libido, a agressividade... O id (“isso” em alemão) está conosco desde
que nascemos e é norteado pelo “princípio do prazer”, mas seus desejos são
frequentemente reprimidos.
O Superego
Também chamado de “ideal do ego”, tem a função de conter os impulsos do id.
Suas regras sociais e morais não nascem com a gente: nós a aprendemos na
sociedade para que possamos conviver nela corretamente. Em O Senhor dos Anéis,
esse é o papel de Samwise, a bússola moral de Frodo, que o impede de ser
seduzido pelo diabólico Um-Anel.
FONTES O Ego e o ID e Outros Trabalhos, de Sigmund Freud, e sites
psychology.about.come tvtropes.org
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material complementar FIL do 3 ano e a Psicanalise de Freud e a