IV Seminário Brasileiro do Transporte Rodoviário de Cargas O “Apagão” Logístico Impedirá a Retomada do Crescimento? José de Freitas Mascarenhas Presidente do Conselho de Infra-estrutura da CNI _______________ Brasília, 14 de abril de 2004 Investimentos em Infra-estrutura: o contexto macroeconômico O Estado Brasileiro vem, há muitos anos enfrentando uma crise fiscal de grandes proporções: a carga tributária vem crescendo continuamente, agravando as condições de competitividade do Pais, sem resolver, em contrapartida, os problemas orçamentários dos sucessivos governos. Essas dificuldades, que geram um quadro de difícil gestão da economia, estão associadas às dimensões alcançadas pelas dívidas interna e externa do País; Investimentos em Infra-estrutura: o contexto macroeconômico Acumula-se assim uma enorme desproporção entre as crescentes demandas econômicas e sociais nacionais, e os meios mais imediatamente disponíveis no orçamento da União, para satisfazêlas. Não há meios simples e imediatos à disposição, capazes de, rapidamente, trazer solução equilibrada, a essa questão. Investimentos em Infra-estrutura: o volume necessário O quadro atual da crise na infra-estrutura se agrava devido: Às dimensões continentais do País; Ao tamanho e dispersão regional do setor produtivo; Ao baixo nível dos investimentos públicos realizado nos últimos anos; Às naturais demandas associadas à elevação da produ- tividade e competitividade da economia; Às demandas associadas as necessidades de retomada do crescimento. Investimentos em Infra-estrutura: a revisão do modelo No entanto, há absoluta necessidade de realização de investimentos em todas as áreas de infra-estrutura do País. Visto que há impossibilidade de ter no investimento público o seu elemento central; Resta considerar com profundidade as condições de: Atrair a participação do setor privado como alavancador dos investimentos. Ampliação da participação do setor privado: condições necessárias No fundo o que se objetiva é substituir a capacidade de crédito público pelo privado, na realização dos investimentos. O setor privado, aí considerado o Sistema Financeiro que viabiliza as fontes de recursos, tem algumas regras universais que não podem deixar de ser consideradas quando se visa o sucesso dos projetos: Clara definição do papel do Estado no novo ambiente; Ampliação da participação do setor privado: condições necessárias (Continuação) Marcos regulatórios adequados e estáveis (independentes das mudanças de Governo) incluindo as garantias oferecidas; Justiça moderna, sólida e independente na arbitragem das disputas; Uso das soluções mais adequados para cada caso (PPP´s, Concessões, Concorrências, etc). Recuperação e expansão da infra-estrutura: medidas imediatas sugeridas Aprovação de equilibrado projeto PPP; Apresentação e aprovação de outros marcos regulatórios (saneamento, modificações advogadas na legislação das Agências Reguladoras) Assegurar a plena utilização dos recursos orçamentários disponíveis para investimentos; Canalizar a utilização dos recursos da CIDE para os investimentos do setor; Criação imediata da modalidade de pareceria público- privada simplificada (PPP-SIMPLES). Recuperação e expansão da infra-estrutura: outras propostas 1) Flexibilizar o modelo de Administração dos Portos visando o aumento da sua eficiência e concluir o processo de implementação da Lei dos Portos; 2) Analisar as atuais barreiras ao aumento competitividade do transporte marítimo; da 3) Aprimorar a regulamentação do direito de passagem e criar as bases para a institucionalização do operador ferroviário independente; 4) Desenvolver políticas para a criação de operadores de transporte que ofereçam a multifuncionalidade. Reduzir a elevada segmentação da cadeia logística nacional. Recuperação e expansão da infra-estrutura: outras propostas (Continuação) 5) Eliminar superposições existentes entre os órgãos públicos do setor; 6) Focar a atuação das agências reguladoras em sua função precípua: regulação e fiscalização; 7) Analisar a conveniência de fusão das duas agências reguladoras do setor de transporte; 8) Implementar o Conselho Nacional de Integração de Políticas de Transporte; 9) Incluir representantes da iniciativa privada no Conselho.