Banho, nem pensar! Texto de Brigitte Weninger Ilustrações de Stephanie Roehe Tradução de Inês Ramalhete O Miko fez má cara e resmungou. O Miko e o seu amiguinho Mimiko fartaram-se de brincar lá fora. “Meu Deus, vocês estão com um ar de quem se divertiu muito hoje!, disse a mamã. “Precisam de um banho!” Quando a banheira acabou de encher, a mamã chamou pelo Miko, mas ele não respondeu. “Que estranho”, disse a mamã quando viu o pequeno Mimiko sentado no chão sozinho. “Onde será que ele se meteu?” “Humm”, pensou a mamã. “Aposto que o Miko vai ter fome quando voltar. Acho que lhe vou fazer uma surpresa e preparar-lhe a sua comida favorita!”. Passado pouco tempo, toda a casa cheirava a torradas com canela. Mas o Miko ainda não tinha voltado. “É pena”, disse a mamã ao Mikito. “Parece que vamos ter de ser nós a comer.” “RRRRRRRH!” De repente ouviu-se um rugido e um som de arranhar vindo de dentro do armário. “Ouviste?”, perguntou a mamã. “RRRRRRRH…. SCRAAATCH…. RRRRRRRH…” “Achas que pode ser um monstro?”, sussurrou a mamã. “Parece perigoso! Talvez só esteja com fome!” A mamã pôs uma torrada num prato em frente do armário. De repente, uma pata cinzenta, muito suja, apareceu e agarrou na torrada. A mamã pôs outra torrada que desapareceu tão depressa como a primeira! “Ele deve estar cheio de fome!”, disse a mamã. “Pode ser que nos faça companhia ao jantar!”. Devagarinho a mamã abriu a porta. “Miko! Estás aí!”, disse a mamã muito surpreendida. “O que é que estás a fazer no armário?”. “Estou a esconder-me”, disse o Miko. “Não quero tomar banho! BANHO, NEM PENSAR!”. “Mas tu tomas sempre banho”, disse a mamã. “Mas hoje foi um dia especial!”, disse o Miko. “Olha, tenho areia prateada nos braços”. Estendeu as patinhas para perto da luz para a mamã ver os grãos de areia a brilhar. “E também apanhei duas bolas! Nunca fui tão bom como hoje!” “O que é isso na tua cara?”, perguntou a mamã. “É gelado. Foi a Mina que me deu”, disse o Miko a sorrir. “Tinha pintinhas! Foi o melhor gelado que comi na minha vida!” “Hoje tudo foi perfeito!”, disse o Miko. “Não quero que acabe!”. “Tudo bem”, disse a mamã. “Mas estás sujo de mais para dormires na tua cama lavadinha. Gostavas de dormir no chão esta noite?”. “Sim!”, respondeu o Miko todo contente. “Vai ser como se estivesse a acampar!”. A mamã meteu-lhe as torradas na boca para ele não sujar as patinhas que já estavam cheias de grãos de areia prateada. Depois fez-lhe a cama no chão. “Boa noite!”, mamã. disse a “Boa noite!”, disse o Miko enquanto se aconchegava com o Mimiko. O Miko fechou os olhos, mas não conseguia adormecer. As roupas começaram a incomodá-lo. O gelado na cara começou a fazer comichão e a ficar pegajoso. E o chão era mesmo duro. “Mas não quero tomar banho!”, pensou o Miko. “BANHO, NEM PENSAR! Se eu tomar banho, o meu dia perfeito acaba”. Pensou um bocadinho. “Tive uma ideia!”, gritou ele. “Anda Mimiko!” A mamã ouviu o barulho de água a esparrinhar. Curiosa, espreitou para a casa de banho. O Miko e o Mimiko estavam, dentro da banheira todos ensaboados. “Então?”, disse a mamã. “Mudaste de ideias?” “Sim, mudei!”, disse o Miko muito satisfeito. “Tive uma grande ideia! Se tomar banho, amanhã posso voltar a fazer tudo o que fiz hoje! Vai ser maravilhoso!”: FIM Banho, nem pensar! Texto de Brigitte Weninger e ilustrações de Stephanie Roehe Tradução de Inês Ramalhete Trabalho realizado por Carlos Samina Projecto de Desenvolvimento das BE/CRE’s das EB1 e JI do AVE de Palmela Ano Lectivo 2007/2008