As
Fábulas Naturais do
Tio ´Quim
...apresentam...
“A gota de água que
precisava de tomar banho”
- Era uma vez ...
- ...era uma vez uma gota
de água que precisava de
tomar banho.
- Porque é que estão a fazer essa cara de espanto?
- É alguma coisa do outro mundo uma
gota de água precisar de se lavar?
- Então uma gota de água não se pode
sujar?
- Pois olhem que esta gota de água de
quem estou a falar, está suja e bem suja!
- Se não acreditam, esperem um pouco, que ela já aí vem e
conta-vos.
- Olá, eu chamo-me
Gota de Água.
- Nasci muito longe daqui,
num país que se chama
Espanha.
- Até chegar aqui, já corri muitos caminhos, e vivi
muitas aventuras, algumas boas, outras nem por isso.
- E até apanhei
algumas boleias,
vejam lá.
- A primeira foi logo quando desci da nuvem onde
me tinha juntado com milhões de amigas, todas iguais a
mim: caí em cima das penas de uma grande águia, que
conseguia voar sem bater as suas enormes asas. Chamam-lhe
Águia-real, talvez por ser tão grande...
- Fui em cima dela durante um
bom bocado, até que ela virou a cabeça
de repente, para ver um coelho a correr
lá em baixo nos campos. Como eu
estava distraída deitada de costas,
desequilibrei-me e lá fui a grande
velocidade até que me consegui agarrar
a uma folha de uma árvore.
- Depois desci para outra, e outra, e outra, escorreguei
pelo tronco, e só parei para descansar no meio das ervas.
- Mas não
descansei por
muito tempo:
ainda me estava a
encostar, quando
comecei a descer
pela terra abaixo.
- Foi aí que tive
outra boleia: entrei
num túnel de
minhoca, que por
acaso vinha a passar
naquele instante, e
me levou agarrada a
ela, até eu ficar presa
a uma raiz.
- Depois infiltrei-me mais pela terra dentro, até ficar numa
espécie de lago subterrâneo, cheio de gotas de água.
- Durante alguns dias, a minha vida
foi só brincar com as minhas amigas
gotas; dançávamos à corda,
corríamos umas atrás das outras, e
dizíamos "olá" às gotas que iam
chegando.
- Até que, um belo dia, fizemos uma longa fila, e corremos até à
superfície, a um sítio que se chama nascente, que é o sítio onde
as pessoas dizem que nasce um rio.
- Por isso, eu e as outras gotas éramos agora um rio.
- Ser rio é estar sempre em
movimento - desde a nascente,
nunca paramos.
Umas vezes
vamos devagarinho, que até dá
sono; outras vezes, com licença
que ninguém nos apanha.
- Até ficamos com dores nas pernas. E a cabeça anda à roda,
que aquilo é só curvas e mais curvas.
- Mas, como é tudo a brincar, nunca nos cansamos.
-A única coisa que
estragou a festa foi
o que nos
aconteceu, já
estávamos quase a
chegar aqui à foz:
Passámos perto de
um enorme cano...
- ...e de lá
saíam umas
coisas escuras
que se
agarravam a
nós. Ficámos
assim, todas
sujas.
- Agora nem
conseguimos
brincar, porque
ficamos coladas a
todos os objectos
que passam no rio.
- Até cheiramos
mal.
- É por isso que
preciso
urgentemente de
tomar um grande
banho.
- O meu banho não é igual ao dos meninos e das
meninas. Para eu ficar mais limpa, tenho de passar por umas
coisas que se chamam filtros.
- Vou explicar-vos como é, com a vossa ajuda.
- Primeiro,
arranjam
um copo de
água suja...
- ... depois,
fazem
passar a
água suja
por um
filtro de
café...
- ... finalmente, irão ter a possibilidade de ver um copo de água
muito mais limpa!
- Que tal? Resulta
ou não?
- Agora o que faz falta é arranjar filtros destes para todas as
gotas de água do rio Douro para que as minhas irmãs gotas
fiquem também limpinhas.
- É para os
meninos poderem
nadar no nosso
meio, que é uma
coisa muito gira.
Sabiam que
quando os
meninos nadam,
- É verdade. Se não acreditam
fazem-nos muitas
experimentem estar com muita atenção
cócegas?
quando nadam, e hão-de confirmar que nos
irão ouvir rir.
I
Podes ver esta e outras histórias, na internet em
http://fabulas-tio-quim.naturlink.pt
Ficha técnica:
Textos de
Walter Gomes
Ilustrações e arranjo técnico de
´Quim Ferreira
Trabalho desenvolvido na Oficina de Formação “Construcção de Apresentações em Power
Point” do Centro de Formação da Associação de Profissionais de Educação do Norte
Alentejo
Portalegre, Abril de 2001
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