Raul Portanova Daisson Portanova Décio Scaravaglioni Andrize Caldeira Cristina Ferreira APOSENTADORIA ESPECIAL FATOR PREVIDENCIÁRIO [email protected] Rua Vigário José Inácio, 540/902 – RS -Fone: 51-3021-4000 ESTRUTURA DO SISTEMA PREVIDENCIÁRIO BRASILEIRO – FONTE/ELABORAÇÃO SPS/MPS RGPS – REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL – Art. 201 TRABALHADORES DO SETOR PRIVADO E FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS CELETISTAS Obrigatório, nacional, público, teto de R$ 3.218,99. Admite Fundo de Previdência Complementar RPPS – REGIMES PRÓPRIOS DE PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES – FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS ESTATUTÁRIOS – Art. 149, §1º Obrigatório, público, níveis federal, estadual e municipal. Admite Fundo de Previdência Complementar PREVIDÊNCIA PRIVADA – Art. 202 MILITARES FEDERAIS – Art. 142 PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR Obrigatório, público, nível federal, benefício definido = última remuneração Facultativa, administrada por fundos de pensão abertos ou fechados Administrado pelo governo federal Fiscalizado pelo MPS (fundos fechados) e pelo MF (fundos abertos) Administrado pelos respectivos governos Administrado pelo INSS REPARTIÇÃO SIMPLES REPARTIÇÃO SIMPLES / CAPITALIZAÇÃO EM ALGUNS ESTADOS E MUNICÍPIOS CAPITALIZAÇÃO ANÁLISE DA SEGURIDADE SOCIAL - A Seguridade Social ( art. 194, C.F.) – Conjunto de ações destinadas a assegurar o direito relativo à saúde,previdência e assistência social sendo financiada ( art. 195) por toda a sociedade de forma direta e indireta, por meio de recursos provenientes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e de contribuições sociais, tais como, Cofins, Contribuição sobre o Lucro Líquido, Concursos de Prognósticos, Contribuição sobre a Folha de Salários e (CPMF) Seguridade Social - significa articular Previdência, Saúde e Assistência, que são políticas integradas e complementares. Análise da Seguridade Social Dados Preliminares -2005 I - RECEITAS RECEITA PREVIDÊNCIARIA LÍQUIDA COFINS CPMF CSSL PIS PASEP CONCURSO DE PROGNÓSTICO CONTRIBUIÇÕES FGTS OUTRAS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS TOTAL DAS RECEITAS II - DESPESAS PAGAMENTO TOTAL DE BENEFÍCIOS 1. BENEFÍCIOS PREVIDÊNCIÁRIOS URBANOS RURAIS 2. ASSISTÊNCIAIS RMV LOAS 3. EPU - LEGISLAÇÃO ESPECIAL SAÚDE ASSISTÊNCIA SOCIAL GERAL TRANSFRÊNCIA DE RENDA CUSTEIO E PESSOAL ATIVO MPS e INSS BENEFÍCIO FAT OUTROS BENFÍCIOS FAT COMPLEMTENTAÇÃO FGTS OUTRAS AÇÕES DA SEGURIDADE TOTAL DAS DESPESAS SALDO FINAL (R$ Bilhões) Valores 108,43 86,86 29,01 25,05 21,38 1,56 2,88 1,88 277,05 Valores 157,23 146,84 119,65 27,19 9,34 1,80 7,54 1,05 34,52 1,71 6,77 3,40 11,63 0,55 3,18 2,49 221,48 55,57 Déficit 108,43 146,84 Diferença 38,41 Análise da Seguridade Social Receitas e Despesas da Seguridade Social – RGPS – 2005 e 2006 R$ milhões –valores correntes % PIB Receitas realizadas 2005 2006 2005 2006 1. Receitas de contribuição Sociais 275.169,8 299.859,9 12,81 12,91 Receita Previdenciária Líquida 108.434,0 123.520,2 5,05 5,32 Cofins 86.855,4 90.105,1 4,04 3,88 CPMF 29.001,2 31.935,2 1,35 1,37 CSLL 25.048,5 26.547,2 1,17 1,14 PIS/PASEP 21.382,5 23.387,9 1,00 1,01 Contribuições para correção do FGTS 2.884,1 2.831,3 0,13 0,12 Concursos de prognósticos 1.564,1 1.533,0 0,07 0,07 1.882,4 1.947,2 0,09 0,08 Ministério da Saúde 987,4 1.463,4 0,05 0,06 Ministério da Previdência Social 797,6 374,3 0,04 0,02 Ministério do Desenvolvimento Social 97,4 109,6 0,00 0,00 1.052,0 1.220,8 0,05 0,05 287.104,2 303.028,0 12,9 13,0 2.Receitas próprias dos Órgãos da Seguridade 3.Contrapartida do Orçamento Fiscal para EPUBenefícios de Legislação Especial Receita Total (1+2+3) % PIB Despesas liquidas 2005 2006 2005 2006 1. Benefícios Previdenciários 146.010,1 165.585,3 6.80 7,13 Previdenciários urbanos 114.537,0 128.904,7 5,33 5,55 Previdenciários rurais 27.385,0 32.368,9 1,27 1,39 Previdenciários precatórios e requisições 4.088,1 4.311,7 0,19 1,19 9.335,2 11.570,7 0,43 0,50 Assistenciais - LOAS 7.540,0 9.678,7 0,35 0,42 Assistenciais - RMV 1.795,1 1.892,0 0,08 0,08 3. Outros Benefícios Assistenciais – Transferências de Renda 6.769,0 7.800,9 0,32 0,34 4. EPU- Benefícios de Legislação Especial 1.052,0 1.220,8 0,05 0,05 5. Ações de Saúde, pessoal ativo e demais despesas do MS 34.517,4 40.746,2 1,61 1,75 6. Assistência social, pessoal ativo e outras despesas MDS 1.635,8 2.183,0 0,08 0,09 7.Pessoal ativo e demais despesas do MPS 3.404,1 4.542,0 0,16 0,20 8.Outras ações da Seguridade Social 2.557,8 2.922,9 0,12 0,13 9.Benefícios do FAT 11.374,5 14.903,9 0,53 0,64 547,1 683,6 0,03 0,03 11. Complementações do FGTS e outras ações 3.182,0 3.011,7 0,15 0,13 Despesas Total (1+2+3+4+5+6+7+8+9+10+11) 220.385,0 255.171,1 10,3 11,0 Resultado (Receita Total – Despesa Total) 57.719,2 47.856,9 2,69 2,06 2. Benefícios Assistenciais 10. Outras ações do FAT Seguridade Social que deveria assegurar direitos à saúde, previdência e assistência social continua sendo utilizada para engordar superávit primário da União Evolução do Superávit da Seguridade Social 2000 a 2005 ( R$ bilhões) 55,57 60 42,53 50 40 31,46 32,96 31,73 26,66 30 20 10 0 2000 2001 2002 2003 2004 Superávit da Seguridade Social 2005 Evolução do Superávit da Seguridade Social excluindo a DRU ( R$ bilhões) 30 23,45 25 16,9 20 17,63 15,94 14,02 12,35 15 10 5 0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Superávit da Seguridade excluindo a DRU BREVE HISTÓRICO DA APOSENTADORIA ESPECIAL • • • • • • • • • • • • CONQUISTA DOS INDUSTRIÁRIOS – IAPI; LOPS/1960 – LEI ORGANICA DA PREVIDENCIA SOCIAL; CLPS; CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988; LEI 8213/91; LEI 9032/95; PROJETO DE LEI DE 1990 DE AUTORIA DE FLORECIANO PAIXÃO; (VETADO NA INTEGRA); LEI 8213/91 – MANTEVE O CONCEITO DA LOPS; DECRETOS 53.831/64 E 53.080/79; LEI 9.711, DE 11.12.1998; LEI 9.732/98; DECRETO 3.048/99; [email protected] Rua Vigário José Inácio, 540/902 – RS -Fone: 51-3021-4000 Matéria Regulamentar CONSTITIUÇÃO FEDERAL • Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) [email protected] Rua Vigário José Inácio, 540/902 – RS -Fone: 51-3021-4000 Matéria Regulamentar CONSTITUIÇÃO FEDERAL • § 1º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdência social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física e quando se tratar de segurados portadores de deficiência, nos termos definidos em lei complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005) [email protected] Rua Vigário José Inácio, 540/902 – RS -Fone: 51-3021-4000 Matéria Regulamentar CONSTITUIÇÃO FEDERAL • § 1º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdência social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física e quando se tratar de segurados portadores de deficiência, nos termos definidos em lei complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005) [email protected] Rua Vigário José Inácio, 540/902 – RS -Fone: 51-3021-4000 Matéria Regulamentar CONSTITUIÇÃO FEDERAL • Emenda Constitucional nº 20/98 • Art.15. Até que a lei complementar a que se refere o art. 201, § 1°, da Constituição Federal, seja publicada, permanece em vigor o disposto nos arts. 57 e 58 da Lei n° 8.213, de 24 de julho de 1991, na redação vigente à data da publicação desta Emenda. [email protected] Rua Vigário José Inácio, 540/902 – RS -Fone: 51-3021-4000 Matéria Regulamentar LEIS E DECRETOS • Da mesma forma o Regulamento exige como prova do efetivo exercício laboral sob condições especiais, além do formulário DSS8030 (antigo SB 40) preenchido e assinado pelo empregador (com a declaração das atividades que o empregado exercia e os agentes nocivos a que estava exposto), Laudo Técnico Pericial realizado por Engenheiro de Segurança do Trabalho ou Médico do Trabalho, obrigatório no caso de agente “ruído”. [email protected] Rua Vigário José Inácio, 540/902 – RS -Fone: 51-3021-4000 O Decreto do Lula • Recente alteração no Decreto 3.048/99 decorrente do DECRETO 4.827/03 de 3 de setembro de 2003, elucida a questão, conforme texto que segue : Art. 1.º - O art. 70 do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n.º 3.048, de 6 de maio de 1999, passa a vigorar com a seguinte redação : “ Art. 70. A conversão de tempo de atividade sob condições especiais em tempo de atividade comum dar-se-á de acordo com a seguinte tabela : TEMPO A CONVERTER MULTIPLICADORES MULHER (PARA 30) HOMEM (PARA 35) DE 15 ANOS 2,00 2,33 DE 20 ANOS 1,50 1,75 DE 25 ANOS 1,20 1,40 § 1.º- A caracterização e a comprovação do tempo de atividade sob condições especiais obedecerá ao disposto na legislação em vigor na época da prestação do serviço. (grifamos) § 2.º As regras de conversão de tempo de atividade sob condições especiais em tempo de atividade comum constantes deste artigo aplicam-se ao trabalho prestado em qualquer período.” (NR) – (grifamos) Art. 2.º - Este Decreto entra vigor na data de publicação.” A incorporação de tempo de serviço é algo que ocorre dia a dia, mês a mês, ano a ano, e não apenas ao final, quando do requerimento de algum benefício. • O tempo de serviço anterior as alterações citadas deve ser computado conforme legislação vigente à época do exercício da atividade considerada especial. • Não se trata, como pretende a Autarquia, de mera expectativa de direito à aposentadoria, mas direito adquirido ao reconhecimento de tempo de serviço para a concessão de posterior benefício, nos termos da lei então vigente. Na verdade, o segurado tem direito a ser computado o tempo de serviço conforme legislação vigente à época em que praticou a profissão. Esta a interpretação mais justa. [email protected] Rua Vigário José Inácio, 540/902 – RS -Fone: 51-3021-4000 ACRÉSCIMO DE CONTRIBUIÇÃO PATRONAL • § 6º do artigo 57 da Lei 8.213/91 eleva a contribuição patronal previstas no artigo 22, II, da Lei 8.212/91 em 12%, 9% e 6% (redação dada pela Lei 9.732/98); • O artigo 195, § 5º da CF “Guide” = diretriz = princípio virtual Fere a constituição a elevação da carga tributária sem a respectiva contrapartida. [email protected] Rua Vigário José Inácio, 540/902 – RS -Fone: 51-3021-4000 Aumento da contribuição patronal x fornecimento de laudo fiel • Maiores obstáculos diminuem a concessão de aposentadorias especiais, mas não reduzem a ocorrência de trabalho com exposição a agentes insalubres, periculosos ou penosos. • O fornecimento de perfil profissiográfico profissional com indicação de exposição a agente físico, químico ou biológico, de forma habitual e permanente e segundo exigência do INSS, ainda, não ocasional, nem intermitente, acompanhado de laudo técnico, com menção a fornecimento de equipamentos de proteção coletivo (EPC) ou individual (EPI) somado ao acréscimo da carga tributária (§6º do artº 57 com redação dada pela Lei 9.732/98 e Lei 10.666/03, artº 1)) inibe a precisão das informações prestadas pelo empregador. [email protected] Rua Vigário José Inácio, 540/902 – RS -Fone: 51-3021-4000 A obrigação da empresa em fornecer Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho • EMENTA: • LAUDO TÉCNICO DE CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO. FORNECIMENTO. Sendo dever da empresa adotar as medidas cabíveis para a segurança e a salubridade no ambiente de trabalho, bem como prestar informações sobre os riscos inerentes, e cabendo ao sindicato de classe acompanhar o cumprimento das disposições previstas na legislação que disciplina a matéria, a entidade que representa a categoria profissional tem o direito, na condição de substituto processual, de exigir o fornecimento do Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho • TRT 4ª REGIÃO 00946-2008-332-04-00-9 RO [email protected] Rua Vigário José Inácio, 540/902 – RS -Fone: 51-3021-4000 A obrigação da empresa em fornecer Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho • VOTO DESEMBARGADOR JOÃO PEDRO SILVESTRIN • “...A pretensão está amparada na abrangência do disposto no art. 8º, inc. III, da Constituição Federal, e, especificamente, na previsão contida no art. 338 do Decreto nº 3.048/99, o qual não faz qualquer distinção a respeito da responsabilidade do empregador pela adoção e o uso de medidas destinadas a assegurar a segurança e a saúde dos trabalhadores, seja de forma individual ou coletiva.” • TRF 4ª REGIÃO 00946-2008-332-04-00-9 RO [email protected] Rua Vigário José Inácio, 540/902 – RS -Fone: 51-3021-4000 Ainda a jurisprudência JUSTIÇA FEDERAL • SÚMULA nº 16 - A conversão em tempo de serviço comum, do período trabalhado em condições especiais, somente é possível relativamente à atividade exercida até 28 de maio de 1998 (art. 28 da Lei nº 9.711/98). REVOGADA • SÚMULA nº 32 - O tempo de trabalho laborado com exposição a ruído é considerado especial, para fins de conversão em comum, nos seguintes níveis: superior a 80 decibéis, na vigência do Decreto n. 53.831/64 (1.1.6); superior a 90 decibéis, a partir de 5 de março de 1997, na vigência do Decreto n. 2.172/97; superior a 85 decibéis, a partir da edição do Decreto n. 4.882, de 18 de novembro de 2003. [email protected] Rua Vigário José Inácio, 540/902 – RS -Fone: 51-3021-4000 Ainda a jurisprudência JUSTIÇA FEDERAL/ STJ • • • • • • • • • RECURSO ESPECIAL Nº 956.110 - SP (2007/0123248-2) RELATOR : MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO RECORRENTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS RECORRIDO : CARLOS ALBERTO RODRIGUES ADVOGADO : JOÃO MARCOS SALOIO EMENTA PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. JULGAMENTO EXTRA PETITA E REFORMATIO IN PEJUS. NÃO CONFIGURADOS. APOSENTADORIA PROPORCIONAL. SERVIÇO PRESTADO EM CONDIÇÕES ESPECIAIS. CONVERSÃO EM TEMPO COMUM. POSSIBILIDADE 1. Os pleitos previdenciários possuem relevante valor social de proteção ao Trabalhador Segurado da Previdência Social, sendo, portanto, julgados sob tal orientação exegética. 2. Tratando-se de correção de mero erro material do autor e não tendo sido alterada a natureza do pedido, resta afastada a configuração do julgamento extra petita. 3. Tendo o Tribunal a quo apenas adequado os cálculos do tempo de serviço laborado pelo autor aos termos da sentença, não há que se falar em reformatio in pejus, a ensejar a nulidade do julgado. 4. O Trabalhador que tenha exercido atividades em condições especiais, mesmo que posteriores a maio de 1998, tem direito adquirido, protegido constitucionalmente, à conversão do tempo de serviço, de forma majorada, para fins de aposentadoria comum. 5. Recurso Especial improvido. [email protected] Rua Vigário José Inácio, 540/902 – RS -Fone: 51-3021-4000 ORGANOGRAMA APOSENTADORIA ESPECIAL REQUERIMENTO BENEFICIO INDEFERIDO RECURSO ADMINSITRATIVO JRPS BENEFÍCIO DEFERIDO AÇÃO JUDICIAL RECURSO ADMINISTRATIVO CRPS VARAS CÍVEIS AÇÕES DE RESPONSABILIADE CIVIL VARAS CÍVEIS AÇÕES DE RESP CIVIL VARAS TRABALHISTAS AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER PARA ENTREGA DE LAUDO VARAS FEDERAIS Ou JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS PARA AVERBAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL OU PROVA DA ATIVIDADE INSALUBRE ARCABOUÇO JURÍDICO DO SISTEMA PREVIDENCIÁRIO BRASILEIRO NO CONTEXTO DAS REFORMAS Constituição federal de 1988 Emenda Constitucional nº 20/1998 Emenda Constitucional nº 41/2003 Emenda Constitucional nº 47/2005 Legislação Básica da Previdência Privada - RGPS - Leis nº 8.212/91 e nº 8.213/91 e Decreto 3048/99 Legislação Básica da Previdência Pública - Lei 9.717/98, e Decreto nº 3.788/2001, Portarias nº 4992/99 e Resoluções 3244/04 e ON 03 e 04/04 Legislação Básica da Previdência Complementar – Lei Complementar 108/01 e Lei Complementar 109/01; Decreto nº 4206/02, resoluções do CMN e CGPC Compensações Previdenciárias (Lei 9.796/99 e Decreto 3.112/99) Fator Previdenciário – Lei 9876/99 Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar 101/2000) Lei do Emprego Público (Lei 9.962/00) Fator Previdenciário Em 1998 o Congresso Nacional aprovou a Emenda Constitucional (EC) n° 20, que alterou regras da Previdência Pública. Um dos pontos da EC 20 cuja aprovação era considerada fundamental pelo governo era o estabelecimento de idade mínima para concessão de benefícios. Nesta votação, o governo foi derrotado. Como alternativa de controle dos gastos da Previdência, a Lei 9876 criou, em novembro de 1999, o Fator Previdenciário – um redutor do valor dos benefícios previdenciários que guarda relação com a idade de aposentadoria e com a expectativa de sobrevida no momento de aposentadoria. [email protected] Rua Vigário José Inácio, 540/902 – RS -Fone: 51-3021-4000 Fator Previdenciário O Fator Previdenciário foi criado com a finalidade de desestimular a aposentadoria precoce, diminuindo o valor dos benefícios previdenciários, no momento de sua concessão, de maneira inversamente proporcional à idade de aposentadoria do segurado. Quanto menor a idade de aposentadoria, maior o redutor. Outro elemento que influi no valor do benefício é a expectativa de sobrevida no momento da aposentadoria. Anualmente o IBGE pesquisa a expectativa de vida do brasileiro, que tem aumentado nos últimos anos. Isto interfere no Fator Previdenciário, reduzindo ainda mais o benefício sempre que a expectativa de vida cresce. O terceiro elemento que interfere no Fator Previdenciário é o tempo de contribuição. Quanto maior o tempo de contribuição ao INSS, menor o redutor aplicado. O segurado precisa contribuir durante pelo menos 30 anos, se mulher, ou 35 anos, se homem. CÁLCULO DOS BENEFÍCIOS Os benefícios do INSS são calculados pela fórmula: SB = M x f SB = Salário de Benefício; • M = média de 80% dos maiores salários de contribuição ao INSS de toda vida laboral desde ( regra de transição desde julho de 1994), corrigidos monetariamente; • f = Fator Previdenciário. [email protected] Rua Vigário José Inácio, 540/902 – RS -Fone: 51-3021-4000 CÁLCULO DOS BENEFÍCIOS • • • Salário de benefício é o valor básico a ser utilizado para o cálculo da renda mensal a ser pago pelo INSS; Salário de contribuição é o valor sobre o qual incide a contribuição mensal do segurado para o INSS; O Fator Previdenciário é calculado pela seguinte fórmula: [email protected] Rua Vigário José Inácio, 540/902 – RS -Fone: 51-3021-4000 FATOR PREVIDENCIÁRIO Introdução de critérios atuariais. f = Tc x a Es f = fator previdenciário Tc = tempo de contribuição Id = idade Es=expectativa de sobrevida a = 0,31 x 1 + Id + (Tc x a) 100 Bônus pela permanência em atividade. FATOR PREVIDENCIÁRIO • Aplica-se a: – Aposentadoria por idade (opcionalmente) – Aposentadoria por tempo de contribuição (obrigatoriamente) • Não se aplica a: – Aposentadorias especiais – Aposentadoria por invalidez – Pensão – Auxílio-acidente – Salário-maternidade – Auxílio-reclusão EXPECTATIVA DE SOBREVIDA • Obtida a partir de tábua do IBGE, para o total • • • da população brasileira; Média nacional única para ambos os sexos; Publicada anualmente até 1º de dezembro; Quando é publicada a nova tábua, sua aplicação é imediata aos benefícios requeridos a partir dessa data [email protected] Rua Vigário José Inácio, 540/902 – RS -Fone: 51-3021-4000 TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO • Tempo de serviço até a E.C. nº 20/98 é computado como de contribuição, salvo o fictício; • Mulher e professor: adicional de 5 anos, além do tempo contado para o homem; • Professora: adicional de 10 anos. [email protected] Rua Vigário José Inácio, 540/902 – RS -Fone: 51-3021-4000 COMO CALCULAR A APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO Veja o exemplo de um segurado nas seguintes condições: • 35 anos de contribuição • 55 anos de idade • Es = 24,4 anos • Média de 80% dos maiores salários-de-contribuição: R$ 1.800,00 Cálculo do Fator Previdenciário F = Tc x a x [1 + (Id + Tc x a)] Es 100 F = 35 x 0,31/ 24,4 x [ 1+ ( 55 + 35 x 0,31)/100] F = 0,73 Valor do salário-de-benefício SB = 1.800,00 x 0,73 = R$ 1.314,00 DIREITO ADQUIRIDO • Todos que, até a véspera da lei, implementaram o direito ao benefício: cálculo segundo as regras então vigentes; • Opção pela nova regra; • Cálculo segundo regra antiga: não se inclui tempo posterior à lei. [email protected] Rua Vigário José Inácio, 540/902 – RS -Fone: 51-3021-4000 PENSÃO POR MORTE Haverá ou não repercussão do fator previdenciário na pensão por morte conforme seja esta decorrente ou não de aposentadoria que teve a aplicação do fator. [email protected] Rua Vigário José Inácio, 540/902 – RS -Fone: 51-3021-4000 Considerações: Avaliação do IPEA, solicitação do CNPS 1- Aferição do impacto, em termos de idade, do valor das aposentadorias e da resultante sobre a economia previdenciária: hipóteses estatísticas 2-Análise e interpretação dos efeitos de longo prazo, na perspectiva do princípio do interesse geral previdenciário 2.1. objeto de confronto: tendências demográficas, equilíbrio fiscal e justiça social [email protected] Rua Vigário José Inácio, 540/902 – RS -Fone: 51-3021-4000 2- Análise e interpretação dos efeitos de longo prazo, na perspectiva do princípio do interesse geral previdenciário 2.1. Tendências demográficas: Evidência de longevidade da população idosa, especialmente além dos 60 anos, modificando o quadro da realidade previdenciária, com conseqüência no próprio direito previdenciário.Dificuldade de sustentação a longo prazo. 2.2. equilíbrio fiscal : Apesar de seu impacto fiscal e ter crescido (benefício que mais cresceu entre 1980-2004), não é o argumento fiscal para manutenção do FP, pois a aposentadoria por idade também cresceu e não é objeto de estudo. 2.3. justiça social(distributiva): Não há nenhum indício causal de redistribuição social da renda, interna à Previdência Social, relacionada à economia de despesa produzida pela Lei do Fator. Portanto, impertinente, como justificativa. [email protected] Rua Vigário José Inácio, 540/902 – RS -Fone: 51-3021-4000 Ponderação sobre a regra de idade mínima - Fator introduziu fórmula que não permite conhecer a situação do segurado -Expectativa de sobrevida de cada idade é variável anualmente calculada pelo IBGE, com possíveis mudanças metodológicas -Fórmula tende a aproximar as idades de aposentadoria por idade (65 para homens e 60 para mulheres) [email protected] Rua Vigário José Inácio, 540/902 – RS -Fone: 51-3021-4000 Recomendações, segundo o IPEA: - Tese de idade é legítima, do ponto de vista do direito previdenciário - FP executa uma regra retardatária da aposentadoria, mas exagera na sua formulação estabelecendo norma instável e onerosa para o segurado Proposta: f = Tc x a Es x 1 + Id + (Tc x a) 100 + d d h = 1-f, se Id maior que 60 e tc maior que 35 d h = 1-f, se Id maior que 55 e tc maior que 30 Nossa análise: -Com esta fórmula todos teriam FP igual a 1, independente do tc, o que prejudica qu cedo no mercado de trabalho -Fórmula aceitável, com mesma idade para servidor público, porém com prêmio par quem tivesse, por exemplo, 5 anos de tc, acima do tempo limite Involução do Fator Previdenciário (1999/2006) HOMEM MULHER Ano TS Idade FATOR TS Idade FATOR 1999 0,9974 0,9967 2000 0,9655 0,9558 2001 0,9321 0,9124 2002 0,8971 0,8685 35 55 30 50 2003 0,7905 0,7686 2004 0,7405 0,7141 2005 0,7375 0,7116 2006 0,7345 0,7066 O Fator Previdenciário tem nítida tendência de queda ao longo do tempo, o que só veio a ser sentido, com toda a intensidade, a partir de 2003, com a “alteração de metodologia” de apuração das tábuas de mortalidade e com o final de sua implantação gradativa Fator Previdenciário EFEITO NO TEMPO • Segurado com as condições mínimas em 11/1999, que aguardou, contribuindo pelo limite máximo, o melhor momento para aposentadoria • Segurado que foi implementando as condições mínimas a partir de 11/1999, contribuindo pelo limite máximo Início em Idade T/Contr FPREV Renda Inicial Renda em 07/2006 (12/1999) 53 35 0,9963 1.136,12 1.919,85 (12/2000) 54 36 0,9632 1.328,25 2.190,49 (12/2001) 55 37 0,9534 1.430,00 2.187,11 (12/2002) 56 38 0,9665 1.561,56 2.408,18 (12/2003) 57 39 0,9188 1.869,34 2.224,99 (12/2004) 58 40 0,9561 2.149,16 2.357,28 (12/2005) 59 41 1,0198 2.457,92 2.541,49 (07/2006) 59 41 1,0198 2.510,98 2.510,98 Início em Idade T/Contr FPREV Renda Inicial Renda em 07/2006 (12/1999) 53 35 0,9963 1.136,12 1.919,85 (12/2000) 53 35 0,9508 1.328,25 2.135,46 (12/2001) 53 35 0,9040 1.412,66 2.047,48 (12/2002) 53 35 0,8559 1.561,56 2.105,63 (12/2003) 53 35 0,7483 1.559,45 1.789,02 (12/2004) 53 35 0,6890 1.548,77 1.677,11 (12/2005) 53 35 0,6837 1.647,85 1.703,88 (07/2006) 53 35 0,6837 1.683,43 1.683,43 Fator Previdenciário EFEITO NO TEMPO (x) MANUTENÇÃO DO SISTEMA ANTERIOR Cálculo com FATOR PREVIDENCIÁRIO Cálculo com regime anterior Condições mínimas em 11/1999 Início em Média Limite (12/1999) 1.140,30 (12/2000) Condições Mínimas (PBC de 36 meses, sem Fator) Idade T/Contr FPREV Renda em 07/2006 Idade T/Contr FPREV Renda em 07/2006 Renda em 07/2006 1.140,30 53 35 0,9963 1.919,85 53 35 0,9963 1.919,85 1.975,70 1.419,10 1.328,25 54 36 0,9632 2.190,49 53 35 0,9508 2.135,46 2.197,74 (12/2001) 1.562,68 1.430,00 55 37 0,9534 2.187,11 53 35 0,9040 2.047,48 2.167,47 (12/2002) 1.913,26 1.561,56 56 38 0,9665 2.408,18 53 35 0,8559 2.105,63 2.283,31 (12/2003) 2.083,98 1.869,34 57 39 0,9188 2.224,99 53 35 0,7483 1.789,02 2.027,00 (12/2004) 2.247,85 2.247,85 58 40 0,9561 2.357,28 53 35 0,6890 1.677,11 2.256,72 (12/2005) 2.410,20 2.410,20 59 41 1,0198 2.541,49 53 35 0,6837 1.703,88 2.568,64 (07/2006) 2.462,23 2.462,23 59 41 1,0198 2.510,98 53 35 0,6837 1.683,43 2.632,64 PENSÃO POR MORTE [email protected] Rua Vigário José Inácio, 540/902 – RS -Fone: 51-3021-4000 PENSÃO POR MORTE [email protected] Rua Vigário José Inácio, 540/902 – RS -Fone: 51-3021-4000