Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho e Previdência Social no Estado do Rio de Janeiro 24/Janeiro/2008 Governo Lula nega antecipação de parcelas dos 47,11% para Saúde Federal, Trabalho e MPS Mas mantém benefícios para banqueiros e especuladores Representantes do Ministério do Planejamento disseram ao Sindsprev que não haverá antecipação das parcelas restantes dos 47,11% (PCCS) para servidores da carreira da seguridade (Saúde Federal, Trabalho e Previdência). O governo invocou o fim da CPMF como ‘razão’ para negar a pauta dos servidores. No entanto, mantém para 2008 a previsão de gastar, com juros aos banqueiros, o dobro do previsto para todo funcionalismo – leia nas páginas 2 e 3. Servidores fazem a festa nas confraternizações do Sindsprev FOTOS: FERNANDO FRANÇA Fashion Rio é palco de protesto contra discriminação racial Pagina 12 Paginas 6 e 7 ‘Reajuste para Funasa em março será mantido’, Ano novo começa com velha crise na saúde diz Planejamento estadual Pagina 9 Pagina 5 Sem ventilação, agências do INSS fervem no verão carioca Pagina 11 FOTO: FERNANDO FRANÇA Atendimento da GEAP continua precário Paginas 10 Jejum de Dom Luiz Cappio desmascarou transposição do São Francisco Pagina 8 Sindsprev lançará campanha contra fundações e em defesa da saúde pública Paginas 2 t 2 24 DE JANEIRO DE 2008 Sindicato organizará campanha contra as fundações na saúde Morre Cândida Rosa, servidora e militante do HGB Movimento será iniciado logo após o Carnaval Faleceu a servidora Cândida Garcia Rosa, assistente social aposentada do Hospital Geral de Bonsucesso. Sindicalizada ao SindsprevRJ, ela era militante do PSOL e do MTL (Movimento Terra, Trabalho e Liberdade). A última atividade do movimento social da qual participou foi o Encontro Nacional de Gênero, Raça e Etnia, realizado no Rio. O sepultamento ocorreu no dia 15 de janeiro, no cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap. A missa de sétimo dia foi no domingo, 20 de janeiro, na Igreja Nossa Senhora de Fátima, na Taquara. A direção do Sindsprev lamenta a morte de Cândida e se solidariza com seus familiares e amigos. FOTO: JORGE NUNES A Por André Pelliccione partir de 13 de fevereiro — após o Carnaval — o Sindsprev iniciará uma grande campanha unificada contra a implantação das fundações de direito privado nas saúdes federal, estadual e municipais. A finalidade da campanha é unir servidores e a população contra um projeto que tem o objetivo de privatizar a saúde pública, transferindo verbas públicas e hospitais equipados para a iniciativa privada. Às vésperas do Natal, o governo Sérgio Cabral aprovou na Alerj a lei que cria as fundações estatais de direito privado, apesar da rejeição dos servidores e dos sindicatos que representam a categoria. A previsão do governo é instalálas em até seis meses. Fim da estabilidade para servidores Se as fundações forem implementadas, estará sepultada a possibilidade de um plano de carreira único dos servidores, acabando-se também com o regime jurídico único do funcionalismo. É que o regime implantado em cada fundação será celetista, sem qualquer garantia de estabilidade e com distorções salariais entre os servidores, transformados em funcionários descartáveis. Acima, seminário sobre fundações, realizado pela Regional Sul do SIndsprev Para a população, as fundações significam o fim da gratuidade, da universalidade e integralidade dos serviços de saúde, que passarão a ser geridos pela iniciativa privada, contrariando os princípios do SUS (Sistema Único de Saúde). Na prática, inaugura-se a possibilidade de se cobrar por consultas, exames e internações em leitos já privatizados. Fórum reúne sindicatos em defesa da saúde pública Desde outubro do ano passado, o Sindsprev participa ativamente do Fórum em Defesa da Saúde e Contra as Fundações, que reúne entidades como os sindicatos de médicos, enfermeiros, fonoaudiólogos e associações de servidores da saúde. O Fórum reúne-se todas as segundas-feiras, às 16h, no auditório do Sindicato dos Médicos (Av. Churchil, 97 – 11º andar), para debater estratégias de luta contra as fundações. Na campanha de fevereiro, o Sindsprev vai incorporar as contribuições do Fórum, cujas propostas de mobilização estão sendo discutidas em assembléias de base já realizadas nos hospitais Getútlio Vargas, Pedro II, Albert Schweitzer, Rocha Farias e Carlos Chagas. Servidores do Hospital da Posse também protestam contra fundações E Por Ricardo Portugal m protesto contra a intenção da Prefeitura de Nova Iguaçu de implantar uma fundação estatal de direito privado para administrar o Hospital Municipal Dr. Luiz Guimarães - popularmente conhecido como “Hospital da Posse” - servidores e funcionários terceirizados realizaram, dia 15/01, ato público de protesto na porta daquela unidade médica. A manifestação foi organizada pela Regional Baixada II do Sindsprev-RJ e serviu de alerta para os servidores e usuários do hospital. De acordo com a diretora da Regional, Jacqueline Alves, a unidade sempre foi cobaia de todas as propostas capitalistas de destruição da saúde pública. Segundo ela, a Câmara Municipal iguaçuana já autorizou a criação da fundação pelo Poder Executivo. Na prática, isso significará a privatização do hospital, além de provocar a demissão imediata de 1.200 fun- cionários terceirizados, muitos trabalhando há mais de 20 anos naquela unidade. O ato serviu para exigir das autoridades uma saúde pública, de qualidade e de direito para todos, e não de “direito privado”. Sucateamento compromete funcionamento do hospital A falta de profissionais de saúde e de equipamentos tem comprometido o atendimento na Posse. Há falta de médicos nas especialidades de ortopedia, pediatria, otorrinolaringologia e uma série de outras que um hospital de grande porte como o de Nova Iguaçu precisa ter. Outro fato que tem prejudicado a saúde pública naquele município é que a maioria dos integrantes do Conselho Municipal de Saúde está comprometi- da com o governo Lindberg Farias (PT). Segundo Jacqueline, alguns destes conselheiros conseguiram nomeações na prefeitura para seus familiares e, por causa disso, silenciam diante da crise que assola a saúde pública, fazendo vista grossa ao sucateamento e à ameaça de privatização do Hospital da Posse. Lindberg Farias recebe comissão de funcionários do hospital No dia seguinte ao ato no hospital, uma comissão de trabalhadores foi recebida por Lindberg Farias, que garantiu a todos que sua intenção não é privatizar a Posse com a criação da fundação. Ele disse que essa foi a saída encontrada para manter o pessoal terceirizado trabalhando. Foi agendada reunião com o procurador e um novo encontro com o prefeito para 30 deste mês. Informativo do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho e Previdência Social no Estado do Rio de Janeiro Rua Joaquim Silva, 98-A - Centro - Rio de Janeiro ( (21) 3478-8200 | fax: (21) 3478-8233 Morte de Preguinho é perda irreparável Com profunda tristeza, comunicamos o falecimento do companheiro Marco Aurélio, o Preguinho, reintegrado da Funasa, ocorrido no último dia 14. Com apenas 41 anos de idade, Marcos deixou um filho. Preguinho foi valoroso companheiro de lutas dos reintegrados da Funasa, participando dos momentos decisivos da categoria na busca de seus direitos, começando pela efetivação. Aproveitamos a ocasião para alertar todos os companheiros da Funasa a realizarem periodicamente seus exames médicos e que, no trabalho, se preocupem com a segurança. Que Deus console o coração dos familiares de Marcos e de outros que se foram. Os ideais desses companheiros continuam vivos, e sempre nos estimularão a continuar na luta pelos direitos da categoria, como saúde, segurança e educação no trabalho. Departamento da Funasa reúne-se todas as segundas, no Sindsprev Lembramos que todas as segundas-feiras se reúne o Departamento da Funasa, onde se discutem, entre outras questões, a saúde dos trabalhadores. Compareça. É sempre às 16 horas, na sede do Sindsprev (Rua Joaquim Silva, 98, Lapa), atrás da Sala Cecília Meirelles. Edição: André Pelliccione (Mtb JP19301RJ) | Redação: Helcio Duarte Filho (Mtb JP16379RJ), Vânia Gomes (Mtb JP18880RJ), Olyntho Contente (Mtb JP14173RJ) e Ricardo Portugal (Mtb JP16959RJ) | Diagramação: Virginia Aôr (Mtb JP185880RJ) | Fotografia: Fernando de França | Tiragem: 30 mil exemplares | Impressão: Folha Dirigida | Secretaria de Imprensa e Divulgação Tel.: (21) 3478-8220 | Fax (21) 3478-8223 | website: http://www.sindsprevrj.org.br | e-mail: [email protected] 24 DE JANEIRO DE 2008 3t NEGOCIAÇÕES EM BRASÍLIA SEM A CPMF - I Lula poupa banqueiros e ‘desconta’ em servidores Planejamento confirma congelamento de salários e nega antecipação de parcelas dos 47,11% da seguridade após fim da CPMF, mas governo mantém previsão de gastar com juros das dívidas o dobro do previsto para todo funcionalismo FOTO: WILSON DIAS_ABR Por Hélcio Duarte Filho C erca de 30 dias após o governo suspender as negociações com os servidores públicos federais por conta da votação da CPMF, representantes do Ministério do Planejamento retomaram as conversas com os servidores, mas com o discurso oficial do Planalto de ‘usar’ a CPMF para negar reivindicações do setor. Na reunião da qual participaram o coordenador das Relações Sindicais do ministério, Nelson Oliveira, e dirigentes da federação nacional (Fenasps) e do Sindsprev-RJ, os porta-vozes do governo insistiram na retórica de que o fim da CPMF foi uma “irresponsabilidade” e que, sem uma alternativa que compense a perda causada pelo fim do ‘imposto do cheque’, não haverá recursos para reajustes salariais nem para a antecipação das parcelas dos 47,11%. No primeiro dia útil do ano, os ministros Paulo Bernardo (Planejamento) e Guido Mantega (Fazenda) deram entrevista coletiva na qual anunciaram aumento de impostos e o congelamento dos salários do funcionalismo. Ao ser indagado por repórteres sobre um possível congelamento, Mantega repassou a pergunta para Bernardo, que reafirmou que as negociações que estavam em curso ao final do ano passado, entre elas a da seguridade social, estavam suspensas. “Não queremos fazer aumentos nesse momento”, disse. “Esse debate [as negociações sala- Ministros Paulo Bernardo e Guido Mantega com Lula, antes de anunciarem arrocho contra servidores, em 2 de janeiro riais] vai ser fechado quando [alcançarmos] os 20 bilhões de cortes”, afirmou. Cortes no setor público ‘alimentam’ superávit Ao decidir ‘compensar’ a CPMF com cortes no serviço público e nos salários, o governo Lula opta por não tocar no superávit primário e manter o pagamento dos juros das dívidas públicas. Superávit primário é o saldo positivo nas contas públicas, fora as despesas com pagamentos de juros. No ano passado, o governo federal gastou R$ 112 bilhões com os servidores públicos, metade de quanto a União desembolsou para pagamentos da dívida com banqueiros: R$ 222 bi- Congelamento de salários para compensar CPMF é inconstitucional, afirma juiz O congelamento salarial anunciado pelo governo Lula para ‘compensar’ parte das perdas na arrecadação decorrentes do fim da CPMF é inconstitucional. É o que afirmou à imprensa o presidente da Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil), Walter Nunes, que disse que pode entrar com recurso no Supremo Tribunal Federal contra a medida. A inconstitucionalidade é apontada porque, ao congelar os salários, Lula não cumprirá a revisão anual dos salários prevista no artigo 37, inciso 10, da Constituição Federal. O magistrado afirma que a revisão significa, no mínimo, repor as perdas causadas pela inflação. O Supremo Tribunal Federal possui decisão favorável à revisão dos salários dos servidores. O presidente Lula, no entanto, vem tentando burlar a norma constitucional aplicando reposições diferenciadas e, para efeito legal, reajustes insignificantes lineares, menores do que 1%. (HDF) lhões. É o que denuncia nota publicada pela Campanha Auditoria Cidadã, ligada à Rede Jubileu Sul, que lidera movimento pela suspensão do pagamento da dívida pública. Para 2008, a previsão orçamentária destina R$ 248 bilhões para juros e amortizações das dívidas. O valor é mais de seis vezes superior à perda estimada da CPMF (R$ 40 bilhões), cerca de cinco vezes maior do que os R$ 48 bilhões previstos para saúde, quase dez vezes acima dos R$ 26 bilhões da educação e 50 vezes os R$ 5 bilhões sinalizados para reforma agrária. A nota da Campanha Auditoria Cidadã da Dívida declara solidariedade com os servidores e diz que está em disputa se recursos orçamentários serão destinados para os “interesses do Estado brasileiro, seus servidores e da sociedade” ou de “especuladores”. Este ‘empenho’ do governo em manter sempre em dia e em volumes cada vez maiores o pagamento das dívidas não tem, como contrapartida, a redução do que é devido. Para que se tenha uma idéia, em 2002, quando Lula assumiu a Presidência, o montante da dívida federal era de R$ 566 bilhões, foram pagos até o final de 2007 quase um trilhão de reais e a dívida hoje gira em torno de R$ 760 bilhões. Outro aspecto encoberto na decisão de Lula de jogar a conta da CPMF nas costas dos servidores é que a ‘perda’ causada pelo fim da CPMF pode nem sequer afetar o orçamento. É o que alerta o economista Washington Lima, que presta serviços para entidades sindicais. Segundo ele, a tendência, nos últimos anos, tem sido a arrecadação de impostos da União superar as projeções iniciais, o que, repetindo-se em 2008, pode compensar ou mesmo superar a perda da CPMF. Refeitório é inaugurado no PAM Campo Grande Os servidores do PAM Campo Grande agora contam com um refeitório para fazer suas refeições. Recéminaugurado pela direção do posto, ele possui duas salas e está equipado com fogão, geladeira e microondas. Batizado de Pia Maria, em homenagem à ginecologista que trabalhou no PAM por mais de 40 anos e faleceu há cerca de três, poderá, ainda, ser usado pelo núcleo sindical para reuniões dos servidores. “Ela era querida não só pelos funcionários, mas também pelos usuários”, disse Clara Fonseca, dirigente do Sindsprev-RJ, sobre a homenagem à servidora. t 4 24 DE JANEIRO DE 2008 NEGOCIAÇÕES EM BRASÍLIA SEM A CPMF - II Planejamento descarta antecipar parcelas dos 47,11% da seguridade Decisão prejudica servidores federais dos ministérios da Saúde, Previdência e Trabalho; Sindicato organiza pressão sobre governo FOTO: GLAUBER FERNANDES R Por Hélcio Duarte Filho epresentantes do Ministério do Planejamento disseram que não haverá antecipação das parcelas restantes dos 47,11% (PCCS) para os servidores da carreira da seguridade social enquanto não houver uma ‘solução’ orçamentária para o fim da CPMF. A notícia foi dada a dirigentes sindicais, na reunião realizada no dia 11 de janeiro, entre eles diretores do Sindsprev-RJ, poucos dias depois de assessores do próprio ministério garantirem que a antecipação das parcelas seria mantida, embora com cronograma diferente do que vinha sendo negociado no final do ano passado. Os 47,11%, passivo referente ao antigo Plano de Cargos, Carreiras e Salários, está sendo pago em parcelas aos servidores federais que integram a carreira da seguridade social, composta pelos ministérios da Saúde, da Previdência e do Trabalho. Governo usa CPMF para justificar cortes Os representantes do Ministério do Planejamento repetiram o discurso oficial do governo Lula para justificar o anunciado congelamento salarial para o funcionalismo: com o fim da CPMF - o ‘imposto do cheque’ derrubado pelo Senado em dezembro passado - não haveria recursos para fazer nem a antecipação das parcelas nem a incorporação das gratificações. Os dois itens vinham sendo negociados entre servidores e governo no final de 2007, mas as reuniões foram suspensas em meio à crise da votação da CPMF no Senado. Reunião no Planejamento em que foi confirmado congelamento salarial e não antecipação das parcelas dos 47,11% Da reunião realizada em Brasília, a primeira após a suspensão das negociações pelo governo, participaram Nelson de Oliveira, Ana Lúcia da Silva e Sandro Olivier - que integram o setor de Relações Sindicais e a Secretaria de Recursos Humanos do Planejamento. Pelos servidores, representantes da federação nacional (Fenasps) e da confederação cutista (CNTSS). Três dirigentes do Sindsprev-RJ estiveram na negociação: Isaac Loureiro Junior, Lúcia Pádua e Octaciano Gomes Ramos (Piano). GT do sindicato se reúne dia 30 O ministério não descartou retomar as negociações em torno da antecipação das parcelas e das gratificações, mas condicionou as duas coisas à obtenção de recursos extras que ‘substituam’ a CPMF. O pagamento das parcelas deste ano, em março e dezembro, está mantido, segundo o governo. Na avaliação da direção do Sindsprev, Lula usa o imposto recém-derrubado para justificar medidas que ata- cam os servidores. “A CPMF nunca serviu para pagar funcionários ou dar aumento a ninguém”, lembra Isaac. O Grupo de Trabalho da seguridade social do Sindsprev se reúne no dia 30 de janeiro, a partir das 16 horas, na sede do sindicato, para traçar propostas que se contraponham às decisões do Planalto. A participação é aberta a todos os interessados. O objetivo é construir um movimento que pressione o governo a não jogar a ‘conta’ da CPMF nas costas dos servidores. Pagamento dos 47,11% teve origem em greves da categoria A dívida dos 47,11% do governo para com os servidores da atual carreira da seguridade tem sua origem em greves da categoria. Em primeiro lugar, à que até hoje é considerada a maior de todos os tempos, em 1987. Àquela época, o então presidente José Sarney, que assumira o cargo no lugar de Tancredo Neves, morto antes de tomar posse, foi obrigado a conceder um adiantamento pecuniário por conta do Plano de Car- gos e Salários da Categoria correspondente a 100% do salário efetivo do servidor. Ocorre que, posteriormente, este adiantamento deixou de ser corrigido em alguns momentos de reposição salarial, o que deu origem a um passivo trabalhista até hoje não resolvido. Na greve de 2005, os servidores da Saúde, da Previdência e do Trabalho obtiveram do governo Lula o compromisso de que os 47,11%, índice re- lativo ao passivo do antigo PCCS, seriam pagos de forma parcelada. Os servidores do INSS já haviam conquistado o mesmo pagamento em menos parcelas. Na seguridade foram previstas 12 parcelas, a serem pagas ao longo de seis anos, o que desagradou os servidores e levou à negociação, interrompida ano passado, em torno da antecipação das parcelas restantes. Até o momento, já foram pagas quatro parcelas: 3% e 6,23% (março e dezembro de 2006); e 4,3% e 4,13% (março e dezembro de 2007). Estão por serem pagas outras oito parcelas, que o governo já havia anunciado que concordava em antecipar, mas voltou atrás após o fim da CPMF: 3,97% e 3,81% (março e dezembro de 2008); 2,94% e 2,86% (março e dezembro de 2009); 2,77% e 2,7% (março e dezembro de 2010); e 1,32% e 1,29% (março e dezembro de 2011). (HDF) 24 DE JANEIRO DE 2008 5t NEGOCIAÇÕES EM BRASÍLIA SEM A CPMF - III Luta na Funasa ‘supera’ fim da CPMF e governo confirma equiparação Planejamento garante a dirigentes sindicais que reajuste em março será mantido FOTO: GLAUBER FERNANDES reajuste referente à equiparação salarial entre reintegrados e servidores estatutários da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) foi confirmado por representantes do Ministério do Planejamento durante a reunião com sindicalistas em Brasília, no dia 11 de janeiro. Eles garantiram que a queda da CPMF não afetará o reajuste de 50,32% a partir de março deste ano para os empregados públicos (reintegrados) da Funasa, a título de equiparação salarial. O “O que está assinado está assinado, eles garantiram que vão cumprir e manter o reajuste dos mata-mosquitos”, relata Isaac Loureiro Junior, diretor do Sindsprev-RJ e da federação nacional (Fenasps), que participou da reunião representando a federação nacional (Fenasps) e o Sindsprev-RJ, ao lado de Lúcia de Pádua e Octaciano Gomes Ramos (Piano). Os servidores manifestaram aos representantes do governo as preocupações da categoria, uma vez que o governo Lula anunciou - no primeiro dia útil do ano - a suspensão das negociações e o congelamento salarial do funcionalismo público federal. Na avaliação dos dirigentes do Sindsprev que participaram das negociações, será preciso manter as mobilizações da categoria, que precisa ficar vigilante e alerta, aguardando a publicação da Medida Provisória com o reajuste no Diário Oficial e pressionando pelo prosseguimento das negociações. Audiência com comissão de reintegrados da Funsa, quando Planejamento prometeu manter reajuste de 50,32% Comissão de Reintegrados arranca do governo pagamento das férias de 2006 A Comissão de Reintegrados da Funasa conseguiu negociar com o governo a garantia do pagamento das férias da categoria relativas a 2006. Quem informa é Robinho, dirigente do Sindsprev e um dos representantes da categoria na mesa de negociação. Segundo ele, 2.600 servidores da fundação serão beneficiados com a Projeto que transforma indenização em gratificação está pronto, mas sem data para vigorar O governo tem pronto o projeto de lei que transforma a indenização de campo dos trabalhadores da Fundação Nacional de Saúde em gratificação. Mas ainda não o apresentou às entidades representativas da categoria e nem tem data para aprová-lo e implementá-lo. A notícia foi dada aos dirigentes sindicais durante a reunião, que voltaram a cobrar de representantes do Ministério do Planejamento uma solução para o caso. A posição do governo é de condicionar a transformação à aprovação do orçamento da União no Congresso Nacional. Os trabalhadores lutam pela gratificação porque a indenização é suspensa sempre que o funcionário entra de férias ou de licença-médica, entre outros casos. Isto força, por exemplo, trabalhadores a continuarem exercendo suas funções mesmo quando acometidos por certas enfermidades. O que é totalmente absurdo e inaceitável. (HDF) medida, pois tinham ficado até agora sem receber as férias de 2006. Segundo o Ministério do Planejamento, o pagamento sai no contracheque de janeiro, depositado no início de fevereiro. O montante a ser pago corresponde a quase seis doze avos do valor do salário. Isto porque o término do contrato e início da efetivação como empregado público ocorreu no dia 12 de junho de 2006. A partir desta data, as férias já começam a ser contadas dentro do atual regime de trabalho. Robinho informou que a confirmação foi dada por Jozelias, substituto do presidente da fundação, Adalberto Fulgêncio. (RP) Decisão permite inclusão de pais no plano de saúde da Funasa Os trabalhadores da Fundação Nacional de Saúde já podem incluir os pais, padrastos e madrastas no plano de saúde da categoria (Capsaude), informou, de Brasília, Isaac Loureiro Junior, diretor do Sindsprev-RJ e da federação nacional (Fenasps). A possibilidade foi estendida aos funcionários da Funasa por meio da Portaria Normativa nº 1, de 27 de dezembro de 2007, que altera itens da portaria que regulamenta a saúde complementar do servidor (nº 1.983/2006). “Essa é uma antiga reivindicação da categoria”, disse Isaac. A medida é reflexo da luta do funcionalismo contra a exclusão de pais dos planos, que obteve decisão judicial liminar que beneficia os servidores atendidos pela Geap. Ao incluir os pais, o servidor arcará com o valor integral cobrado mensalmente pela operadora, sem a contrapartida do governo. A estimativa é que isso signifique, para o funcionário da fundação, algo em torno de R$ 70,00 por inclusão. A portaria prevê outras alterações para os planos de saúde do funcionalismo. (HDF) t 6 24 DE JANEIRO DE 2008 FESTAS DE FIM DE ANO Servidores fazem a festa nas c Festejos de fim de ano promovidos pelo sindicato, que reuniu servidores federais, estaduais, municipais, selecionados e terceirizados, teve atividades descentralizadas nas regionais e grande confraternização no HSE Foi um ano de dezenas, talvez centenas, de atividades e lutas encaminhadas pelo sindicato e suas regionais em todas as esferas do serviço público e em todos os segmentos da seguridade. Natural, portanto, que as confraternizações promovidas pelo sindicato no fim do ano tenham sido recebidas com festa e descontração pela categoria. Foram muitas os encontros de trabalhadores da saúde, do trabalho e da Previdência Social (municipais, estaduais, federais e terceirizados) organizados pelo sindicato e pelas regionais - as duas festas da Zona Oeste, da Zona Sul, Região dos Lagos, Regional Centro, Aposentados, no HSE, Niterói, São Gonçalo, Leopoldina, Campos, Costa Verde, Norte Fluminense, Baixada I e II (Nova Iguaçu) são algumas que pode-se citar aqui. Nesta página, veja algumas imagens das festas de final de ano. Regional Baixada II do Sindsprev-RJ faz a festa em Nova Iguaçu Com a participação de 420 trabalhadores da área de Saúde, além de amigos, a Regional Baixada II do SindsprevRJ realizou uma concorrida festa de final de ano. De acordo com Jacqueline Alves, dirigente da regional, os diversos ramos da Seguridade Social se fizeram presentes na festa, como o pessoal da Funasa, do Ministério da Saúde, do INSS, os prestadores de serviço. Segundo ela, a previsão inicial seria de no máximo 300 pessoas presentes, mas no final a participação da categoria superou as estimativas. Jacqueline destacou que o objetivo da confraternização de fim de ano foi alcançado, pois refletiu um espírito de unidade e camaradagem em vista de uma causa única, a da Seguridade Social. Ela contou que os dirigentes da regional conseguiram doações junto ao comércio local, tais como TV de “29", um DVD,, um som micro-system, um conjunto de panelas, um liquidificador e um telefone sem-fio. Acima, alegria das crianças na festa das Regionais Niterói e São Gonçalo. Abaixo e ao lado, mais alegria e confraternização nas festas de aposentados e das regionais Sul, Lagos, Oeste e Costa Verde. Elas deram o exemplo de que não só de lutas vivem servidores e seus familiares. Vida é festa também. FOTOS: FERNANDO FRANÇA 24 DE JANEIRO DE 2008 7 t confraternizações do Sindsprev FOTOS: FERNANDO FRANÇA FOTO: SAMUEL TOSTA Festa no HSE foi momento mágico e inesquecível para toda a seguridade. Papai Noel, mágicos, shows e até direito a sósia de Jorge Aragão animaram público recorde, injetando mais esperança em servidores, usuários e crianças que compareceram ao evento Festa no HSE reúne mais de mil, anima garotada e emociona adultos Principal festa do sindicato teve Papai Noel, mágico, palhaços e roda de samba, entre outras atrações A Por Vânia Gomes emoção rolou solta do início ao fim da festa de Natal no Hospital dos Servidores do Estado (HSE), promovida pelo Sindsprev. O sorriso no rosto de cada criança, com a expectativa da presença do Papai Noel, garantiu a animação da festa mais esperada pelos servidores da unidade e moradores da região. Ninguém ficou sem presente: todas as crianças - cerca de mil - saíram da comemoração levando um brinquedo. Antes disso, o ‘bom velhinho’ foi recebido sob uma salva de palmas e uma palavra de ordem que entoou pelo auditório: ‘Papai Noel, cadê você! Eu vim aqui só pra te ver!.’ Outro ponto alto da festa foi a homenagem à servidora Maria Câmara, de 85 anos, pelos 54 anos de trabalho dedicados à unidade. Um gesto singelo para lembrar todos aqueles que, como ela, se empenharam para transformar o hospital numa unidade de referência. Vários servidores se revezaram no palco por- tando cartazes com nomes dos que ‘se foram’. “Dedico a vocês e a toda a equipe essa homenagem. Estou muito grata e emocionada pelo reconhecimento”, confessou. Com a chegada do mágico, a aparição da pomba da paz foi a sensação da manhã. Lucas Israel do Amaral tinha mais um motivo para comemorar: naquele dia - 18 de dezembro - estava completando oito anos. Neto do agente de portaria Gelson, Lucas era só alegria: “Ainda estou escolhendo meu presente”, disse com ar de timidez. A avó Rute, em compensação, estava numa felicidade só: “Sou nutricionista do hospital e aguardo com grande expectativa esta festa, tanto que trago meus netos”. Festa teve roda de samba Bolas multicoloridas enfeitavam o auditório, com muitos animadores e painéis alusivos a Papai Noel. Em dado momento, o mágico falou do sonho de ser palhaço. Foi a senha que faltava para homenagear o grande astro do circo. Os Doutores da Alegria, organização não- governamental (ONG) que anima a garotada que não pode sair das enfermarias, deu uma passadinha pela festa, e fez um esquete. A festa contou ainda com a presença de PC, compositor que tem entre os parceiros o sambista Zeca Pagodinho, que doou brinquedos, e da atriz Alcione Mazzeo. Depois da distribuição de brinquedos começou a roda de samba com Margarete Mendes, Conjunto Pique Velho (HSE), Aninha Portal, Santos do Pagode, Miguelzinho do Cavaco, Natan, Zé Eduardo, Nilsa e um sósia do Jorge Aragão, o diretor do Sindsprev Luís Henrique Santos. Mariano Maia, servidor do Ministério da Previdência, deu palhinha durante toda a festa e garantiu a animação. Também se apresentou o cantor Luís Elvis, primeiro lugar no concurso do Fantástico, no mini-evento ‘Elvis não morreu’. No final da festa, Luís Henrique era só alegria: “Estou muito emocionado”, resumiu em meias palavras o sindicalista diante do sonho realizado de tantas crianças. Em Campos, confraternização empolga servidores Foi intensa a comemoração de fim de ano dos dirigentes do Sindsprev-RJ, do INSS e da FUNASA na Regional Norte Fluminense. Para Wallace Oliveira, da regional do sindicato, 2007 foi um ano de muitas lutas, mas também de conquistas, mostrando-se otimista quanto a 2008, esperando que a categoria se una cada vez mais em busca de seus direitos. Outro que esteve na festa foi Marcos Teixeira, dirigente da regional e do Núcleo da FUNASA em Campos. Ele destacou a importância do trabalho em parceria do pessoal da FUNASA com os servidores da prefeitura local, principalmente do Centro de Controle de Zoonoses. Teixeira ressalta que as lutas conjuntas dos servidores da prefeitura e dos trabalhadores da FUNASA têm contribuído para melhorar as condições de trabalho de todos, e espera que isso se repita em 2008. t 8 24 DE JANEIRO DE 2008 Defesa da restinga e de pescadores leva Fórum Social a Maricá Sindsprev Comunitário participa da organização do evento em Maricá, com debates e preparação do Fórum Social da Água Fórum Social Mundial, que este ano será descentralizado, com ações locais, também acontece em Maricá. Até o fechamento desta edição, em 23/01, o evento estava previsto para acontecer nos dias 26 e 27 de janeiro, na comunidade de Zacarias, localizada dentro da restinga. O Sindsprev Comunitário, com outras entidades, é um dos organizadores da atividade, que também está sendo trabalhada como conferência nacional preparatória para o 13º Fórum Social da Água, que será realizado em março. Dentre os objetivos políticos do fórum está a inclusão da água como um dos direitos fundamentais do ser humano. A conferência terá mesas de debate em Zacarias, oficina de vídeo documentário para crianças e adolescentes da comunidade e show-ato na cidade, que contará com trio elétrico e participação de diversas bandas. Entre as atrações previstas estavam a banda de blues Custodinha, de Santa Catarina, de pop rock carioca Cidadão Free, de ska de São Paulo Skarrapatos, FOTO: SAMUEL TOSTA O Preservação ambiental em Maricá foram incluídos como temáticas do Fórum natureza é uma luta social por uma questão essencial: o direito à vida”, diz Maria da Conceição Santos, diretora do Sindsprev. As inscrições para o evento foram feitas pela internet, diretamente na página do Fórum Social Mundial. A expectativa era de receber cerca de 350 participantes do Brasil, incluindo representantes da sociedade civil. além do DJ Cléber, MC Duduzinho e o bonde dos Sapekas e dos Moleques Danados, além de músicos de Maricá e de outros estados do país. A realização do fórum social em Maricá e da conferência das águas estão diretamente ligados à luta pela preservação da restinga e da comunidade de pescadores, ameaçadas por empreendimentos imobiliários. “A defesa da Militante ambientalista barbaramente assassinado em SP O movimento ambientalista e social acaba de sofrer mais uma perda. Mário Padia, de 41 anos, militante da ONG Guerrilheiros do Itapety, foi barbaramente assassinado com 37 tiros e seu corpo deixado num aterro sanitário de São Paulo. Padia destacou-se na luta contra a implantação do Lixão da Construtora Queiroz Galvão, em Mogi das Cruzes, no Estado de São Paulo, e vinha militando juntamente com o Sindsprev Comunitário (Zacarias - Maricá), MTL (Movimento Terra, Trabalhoe Liberdade) e outras entidades populares de todo o país, na campanha ‘Mais Vida Menos Lixo’. O movimento busca impedir a ampliação de lixões naquele estado. Segundo testemunhas, Mario Padia foi interpelado na porta da ONG em que militava, levou um tiro, foi seqüestrado e levado até um lixão, onde recebeu mais 36 disparos de revólver. A execução de Padia parece ser uma forma de intimidar e amedrontar os ativistas e militantes acerca do destino que os espera, caso continuem lutando contra a implantação de lixões no estado. Mas o movimento seguirá e a denúncia do crime está sendo levada a todos os organismos de defesa dos direitos humanos. TRANSPOSIÇÃO DO SÃO FRANCISCO Greve de fome deu ‘voz’ a movimento que associa obra a latifúndio e empresários Foram 22 dias sem comer por uma causa antiga. Polêmica para muitos, equivocada para alguns ou mais do que justa para outros, a greve de fome de Dom Luiz Flávio Cappio para exigir a interrupção das obras de transposição do rio São Francisco fez o país prestar atenção a algo que remonta ao tempo do Império. Mas que é pouco discutido e Acima, protesto contra a transposição, em Brasília que envolve alguns bide ativistas dos movimentos sociais filhões de reais dos cofres públicos. Debate ignorado pela mídia, muita zeram um jejum coletivo em solidariegente desconhece as razões que leva- dade ao frei e pela suspensão das obras. Movimentos sociais que atuam no ram Dom Cappio ao ato extremo de semi-árido não vêem na transposição colocar a vida em risco para defender, um projeto capaz de atenuar o problena visão dele, a causa do São Francisma da seca no nordeste. E citam inteco e das populações sertanejas e ribeiresses das empreiteiras e do agrorinhas. Pouco antes de o bispo encerrar a negócio, que teria como alvo a criação greve de fome, o que fez após desmai- de camarão e as plantações de cana de ar e ser levado a um hospital, dezenas açúcar e de frutas para exportação. FOTO: FERNANDO FRANÇA Ativistas dos movimentos sociais afirmam que obra não levará água a pobres ANÁLISE Visões do sertão e do Velho Chico Por Hélcio Duarte Filho Por duas vezes estive nos sertões nordestinos. Também fui, ano passado, à foz do São Francisco, onde o rio se encontra com o mar e separa Sergipe de Alagoas. Cobri a grande seca de 1998. FHC criara frentes de trabalho para conter a tragédia. Vi várias delas, quase todas paradas, poucas faziam algo inútil ou tolo. Num lugar em que falta tudo, não havia recursos para construir nada. Em ‘Nova’ Casa Nova, às margens do São Francisco e da barragem de Sobradinho, vi que o sertão que passava fome era o mesmo que exportava frutas para a Europa matar sua fome do trópico. O agronegócio fatura, o sertanejo peleja. Ali, pertinho das fazen- das irrigadas com as águas da barragem construída pelo Estado, agricultores viviam as mesmas penúrias de quem estava a centenas de quilômetros das margens do rio. Sem irrigação, a seca é a mesma. Fiquei surpreso quando vi que os ativistas dos movimentos sociais, que atuam no semiárido, críticos ao governo FHC, não defendiam a transposição do São Francisco, mas iniciativas familiares voltadas para captar e armazenar água das chuvas. Muitos diziam que o problema do sertão não era a seca, mas a cerca. No ano passado, na foz, deparei-me com uma voz quase uníssona de pescadores e outros ribeirinhos contra a transposição. A ‘unanimidade’ de Lula para a questão, posta em xeque pela greve de fome do padre, não existe. 24 DE JANEIRO DE 2008 9t ANO NOVO, VELHA CRISE Sindicalistas denunciam caos na saúde na visita do governador aos hospitais Um ano após o início do mandato, Sérgio Cabral volta aos hospitais sob críticas à gestão e ao projeto que privatiza unidades iretores do departamento da saúde estadual do Sindsprev acompanharam a visita do governador aos hospitais da zona oeste e da zona da Leopoldina, no início do ano, e voltaram a denunciar à imprensa o sucateamento das unidades de saúde do estado. Apesar da tentativa do secretário Sérgio Cortês de maquiar os hospitais às pressas, transferindo equipamentos e leitos do Iaserj para os Hospitais Rocha Faria (Campo Grande), Albert Schweitzer (Realengo) e Getúlio Vargas (Penha), o caos era patente. O próprio governador reconheceu que o Hospital Rocha Faria continuava em péssimo estado, após um ano de governo. “As obras feitas foram de fachada e não conseguiram esconder os problemas da unidade”, denunciou a diretora do Sindsprev Clara Fonseca. Segundo ela, estão inacabadas as obras no setor de ortopedia e o prometido ‘banco de leite’, na maternidade’, não saiu do papel. Clara denuncia ainda que não há tomógrafo, a ultrassonografia só funciona em casos de emergência e o raio-x não atende a demanda de pacientes que procuram a unidade. “O número de neurocirurgiões e ortopedistas é insuficiente”, afirmou. Segundo Silene Souza, também diretora do Sindsprev, o governador prometeu terminar as obras do CTI em seis meses e as da enfermaria até o final do ano, além de instalar um tomógrafo. Silene disse que o governador elogiou a redução de pacientes na emergência da unidade, o que, segundo ele, teria sido ocasionado pela abertura das unidades de pronto atendimento (UPA). “O governador está jogando a solução dos problemas da rede nas UPAs. Na realidade, essas unidades não atendem à demanda porque faltam médicos e enfermeiros, os salários são baixos e se localizam em áreas de risco”, criticou. Sindicato cobra negociação Os dirigentes do sindicato solicitaram uma reunião ao governador para tratar dos problemas da rede e ele pediu que o encontro fosse agendado com o secretário de Estado, Wilson Carlos Carvalho. Já o secretário Sérgio Cortês prometeu verificar os problemas do Hospital Pedro II (Santa Cruz) denunciados pelos sindicalistas. O diretor do Sindsprev Gilberto Mesquita voltou a afirmar que a unidade tem problemas crônicos. Dos quatro elevadores, só um funciona. No ano passado houve um surto de percevejo. O CTI neonatal está fechado há quase dois meses por ordem do secretário. Houve suspeita de contaminação pela bactéria enterococcus resistente à vancomicina. No Hospital Getúlio Vargas, o governador Sérgio Cabral encontrou os servidores indignados pelo fato dele não ter cumprido as promessas de campanha e de ter escolhido o hospital como referência para implantação das fundações. Segundo Silene, tanto os estatutários como os prestadores de serviço estão revoltados com isso. Tanto que solicitaram ao sindicato marcar uma assembléia para fazer essa discussão. FOTO: MARCO ANTONIO CAVALCANTI/AGÊNCIA O GLOBO Ver foto arquivo ou comprar da visita de Cabral - priorizar alguma em que apareçam os sindicalistas ou a população ‘reclamando’ com o governador. O departamento de saúde estadual iniciou uma jornada de assembléias e reuniões para discutir a luta contra a implantação das fundações. Em visita às unidades de saúde, Cabral repetiu gesto demagógico de governantes que, na verdade, pouco se preocupam com a população Zona Oeste fica sem neurocirurgia com fechamento do setor no Rocha Faria Em reunião com assessoria da Secretaria de Saúde, este e outros itens foram tratados Assessores da Secretaria Estadual de Saúde admitiram aos dirigentes do Sindsprev Clara Fonseca e Gilberto Mesquita que o fechamento da neurocirurgia do Hospital Rocha Faria, ocorrido este ano, é uma política deliberada do governo. Segundo Fabiane e Munique, assessoras do secretário Sergio Cortez, o objetivo é centralizar a neurocirurgia no Hospital Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, Duque de Caxias. Com isso, a zona oeste não só perderá sua referência na área como ficará desassistida de neurocirurgia, critica Clara. As assessoras do secretário informaram ainda, na reunião ocorrida dia 14, que a neurocirurgia do Hospital Getúlio Vargas, na Penha, também será desativada. Os servidores cobraram ainda uma posição sobre a eleição para associação dos funcionários do Rocha Faria, alvo de ação judicial movida pela chapa derrotada. Segundo os dirigentes sindicais, elas responderam que a se- FOTO: FERNANDO FRANÇA D Por Vânia Gomes foto da negociação com as secretárias Má notícia para a população, comunicada em reunião com Sindsprev cretaria reconhece a vitória da Chapa 1 e que entendem que o gestor da unidade não deve intervir no processo. Sobre a troca dos crachás dos servidores do hospital, que deixaria de ser em cartão magnético, disseram que não era orientação da secretaria e que seria feito contato com a direção da uni- dade. O sindicato cobrou ainda agilidade nas obras do Hospital Albert Shweitzer e solução para o problema dos percevejos, maribondos e piolhos de pombo no Pedro II. As secretárias disseram que a prioridade é para o CTI. Uma equipe da Funasa será acionada para combater os insetos. t 10 24 DE JANEIRO DE 2008 Serviços oferecidos pela GEAP continuam precários A numa liminar na justiça em benefício dos assistidos” [leia abaixo]. Ele explica que, no caso de a Superintendência Estadual não tomar as providências cabíveis, ainda é possível recorrer à direção nacional da GEAP. “Esse é o caminho institucional, mas realizaremos novos atos públicos se for preciso fazer com que a direção nacional também se mova”, diz. Por André Pelliccione GEAP (Grupo Executivo de Assistência Patronal) continua sendo questionada por servidores quanto à qualidade dos serviços oferecidos a seus assistidos, sobretudo no interior do Estado do Rio. Via de regra, muitas clinicas e hospitais recusamse a firmar (ou mesmo manter) convênios com a GEAP devido ao atraso de pagamento por parte da Fundação. Há também casos, como em Volta Redonda, em que os assistidos dispõem de apenas um hospital como ‘opção’ de atendimento. Representante do Sindsprev junto à GEAP, Luiz Henrique Santos reitera a necessidade de continuar pressionando a Superintendência Estadual pela solução do problema. “No interior, a precariedade de atendimento é ainda mais grave do que na capital, onde, na pior das hipóteses, os assistidos ainda podem recorrer à rede pública”, diz. Para ele, contudo, o mais importante é que os próprios assistidos denunciem os problemas de atendimento para fortalecer a luta dos conselheiros pela solução. “Como em ocasiões anteriores — afirma — a partir das informações trazidas pelos servidores conseguimos importantes avanços na pressão direta sobre a Superintendência Estadual, como no caso da exclusão de pais, que resultou Parcelamento de débitos Luiz Henrique pede que qualquer reclamação dos assistidos sobre a GEAP seja enviada diretamente à sede da Fundação, na rua da Alfândega, 214 – 5º andar, centro do Rio. Ali, segundo ele, os assistidos poderão parcelar os débitos com a fundação originados por falta de margem para desconto no salário. “O parcelamento foi mais uma conquista do Conselho e dos assistidos junto à GEAP”, explica, lembrando aos servidores a necessidade de acompanharem os descontos em seus respectivos contracheques, a fim de evitar constrangimentos na hora de recorrerem à GEAP. Liminar mantendo pais de assistidos continua em vigor Continua em vigor a liminar concedida pelo juiz Náiber Pontes de Almeida, FOTOS: FERNANDO FRANÇA Problema é mais grave no interior, onde são poucas as opções de atendimento Luiz Henrique (ao alto) pede que assistidos denunciem problemas da 4ª Vara Federal, em ação movida pela Condsef (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Serviço Público Federal), garantindo a permanência de pais, mães, padrastos e madrastas dos assistidos da GEAP até o julgamento do mérito da ação. Segundo Luiz Henrique Santos, por pressão do Conselho de Representantes a Superintendência da GEAP comprometeu-se a manter a inclusão dos beneficiários até 30 de junho deste ano, independente da vigência (ou não) da liminar. FOTOS: FERNANDO FRANÇA Selecionados Públicos mantêm luta por renovação de contratos e efetivação Por Ricardo Portugal Os selecionados públicos dos hospitais federais do Rio prosseguem o movimento pela renovação de seus contratos e posterior efetivação. Luiz Henrique dos Santos, dirigente do Sindsprev/RJ e integrante da Comissão Estadual dos Selecionados Públicos do Rio de Janeiro, informa o quadro atual da mobilização. Em dezembro passado, em reunião – a última de 2007 – com a Sra. Fátima Matheus, coordenadora do Nerj/RJ e representante do Ministério da Saúde no estado, os sindicalistas reclamaram que não estavam sendo realizadas as convocações dos selecionados para as vagas existentes nas unidades, conforme decisão nesse sentido oriunda do Ministério da Saúde. Até hoje, de acordo com Luiz Henrique, não se teve acesso à lista dos selecionados convocados, com o número total de profissionais e qual o critério adotado para essas chamadas. A sra. Fátima Matheus é a responsável pela realocação dos selecionados públicos nas unidades médicas federais (HGB, HSE, Cardoso Fontes, INTO, Laranjeiras, Ipanema, Andaraí e Lagoa). O dirigente do Sindsprev/RJ anunciou que uma nova reunião será agendada para depois do Carnaval com a coordenadora do Nerj/RJ, onde será cobrada maior transparência no critério das convocações. Ele denunciou que muitos selecionados públicos que tiveram os contratos encerrados em agosto de 2007 até hoje não foram chamados de volta ao trabalho. Outra preocupação a ser levada à reunião é quanto ao não pagamento do adicional de insa- lubridade, devido tanto aos selecionados públicos quanto aos novos servidores concursados dos hospitais federais. O objetivo do movimento é que o governo federal reconheça que os selecionados públicos prestaram um concurso público, com todas as etapas previstas na legislação que rege o assunto e, dessa forma, promova a efetivação desses profissionais. Luiz Henrique aproveitou para pedir aos selecionados públicos das unidades médicas federais que ainda não foram convocados que compareçam ao Núcleo Sindical do Sindsprev/RJ do Hospital dos Servidores do Estado (Rua Sacadura Cabral, 178, anexo 4 - térreo) levando nome, telefone de contato, data do término do contrato e categoria funcional para cadastramento na Comissão Estadual dos Selecionados Públicos. Procurar no local Luiz Henrique, Neiva ou Júlio Tavares, às 3ª e 5ª feiras, das 9 às 16 horas. O telefone do Núcleo é o 2291-3131, ramal 3679. O Sindsprev foi a primeira entidade sindical no país a questionar a exclusão de pais e mães junto às instâncias da GEAP. Caos na saúde em Japeri O Hospital Ítalo-Franco, em Japeri, foi construído para ser um hospital, mas foi embargado pelo Ministério da Saúde por falta de condições estruturais, como ocorre com frequência na Baixada Fluminense. Deveria ser uma unidade de emergência, mas só possui duas especialidades: clínico e pediatra. Cirurgiões, nem pensar. No Hospital, os trabalhadores cumprem uma carga horária de 48 horas semanais, sem direito sequer a discutir a possibilidade de um outro horário. Os que são concursados recebem um salário de R$ 462.50, sem auxilio-transporte. Os contratados recebem R$ 380,00 como auxiliares administrativos de saúde, embora exerçam funções de auxiliares e técnicos de enfermagem. Será que a população de Japeri merece este tipo de saúde? 24 DE JANEIRO DE 2008 11 t VERÃO PIORA CONDIÇÕES NO INSS ‘Rio 40 graus’ faz agências ‘ferverem’ história ‘quente’ se repete. Servidores do INSS reclamam de aparelhos de ar condicionado quebrados em agências da Previdência Social pouco ventiladas e com estrutura inadequada para enfrentar o sufocante verão carioca. O problema também foi denunciado pelo Jornal do Sindsprev no verão de 2007. A reportagem deste jornal percorreu algumas agências, entre elas as de Copacabana e da Almirante Barroso com rua México, no Centro do Rio, alvos de reclamações encamiMaria das Graças, em frente à APS Copacabana, que reclama do atendimento nhadas ao sindicato. Dentre as reivindicações levadas pelo sindicato à gerência do riam frontalmente as normas de saúde podem ser feitas pessoalmente, por teINSS, as condições de trabalho estão no trabalho, devem ser denunciados ao lefone (21-3478-8200) ou por email, entre as prioritárias. Os problemas Sindsprev para que sejam levados à diretamente para a Redação deste jorcomo falta de ventilação, que contra- administração do INSS. As denúncias nal ([email protected]). A FOTOS: CLAUDIA DANTAS Outra vez servidores de agências do INSS no Estado do Rio sofrem com a falta de ventilação e de ar condicionado em pleno verão carioca Denúncia leva a reparo de ar na Agência da Almirante Barroso Por Ricardo Portugal Funcionários da Agência da Previdência Social localizada na esquina da Rua México com a Avenida Almirante Barroso (Centro do Rio) encaminharam ao sindicato denúncia sobre o ar condicionado da agência. O aparelho encontrava-se, até há pouco, com defeito e bastou a chefia da agência perceber que o sindicato soube do problema para providenciar o conserto. Tão logo soube do fato, o chefe da APS, Fabiano, solicitou à gerência-executiva que providenciasse o conserto do aparelho. Sem ar em Campo Grande e Santa Cruz Outras agências onde também o ar não funciona são as de Campo Grande e Santa Cruz, causando sofrimento a servidores e segurados. Falta de ar condicionado é um dos problemas da APS Copacabana Segurados reclamam de calor e de agendamento restrito à internet ou telefone A Por Vânia Gomes reportagem do Sindsprev voltou à agência do INSS em Copacabana quase vinte dias depois de o sindicato ter denunciado que o ar condicionado da unidade não funciona, e constatou que o problema persiste. Os jornalistas foram impedidos de entrar, mas, da rua, era possível observar que segurados e servidores usavam objetos para se abanar, na tentativa de diminuir o forte calor. Nenhum servidor quis comentar o fato, mas um ato do segurança foi suficiente para confirmar o que ocorria. Menos de dez minutos da abertura da agência, o vigilante abriu as portas. Pelo visto, a peça que o gerente regional sudeste do INSS, Manoel Lessa, afirmou que iria comprar em dezembro, para viabilizar o funcionamento do aparelho, não foi reposta. A reportagem não conseguiu falar com o gerente da agência nem com os funcionários, mas os segurados afirmaram que o local estava muito quente. Os segurados Fernando Campos e... Muitos segurados não tiveram tempo de sentir calor, porque permaneceram pouco tempo na agência. A ambu- lante Maria das Graças Leite, 60 anos, levou cinco minutos, mas saiu reclamando que não havia requisitado a aposentadoria porque foi orientada a agendar o atendimento pelo 135 ou pela internet. “Isso é um absurdo, é cansativo. Quem não tem telefone e internet, faz o quê?”, indagou. “Pior que nem deram prazo. Para se aposentar nesse país é preciso sorte”. Outro que saiu indignado foi o músico Fernando Campos, 46 anos. Ele procurou a agência para pedir uma simulação de tempo de contribuição, e obteve a mesma resposta de dona Maria: é necessário agendar o atendimento pelo 135. Segundo Fernando, o agendamento nunca coincide com o horário de atendimento do posto. A advogada Sílvia Costa, 47 anos, saiu satisfeita naquele dia porque esperou poucos minutos. “Normalmente pegamos a senha e esperamos no mínimo 40 minutos. Hoje foi rápido. É comum voltar duas ou três vezes para ser atendido, o número de funcionários é reduzido e o sistema da Dataprev é terrível, ...Silvia Costa mas dei ‘uma chorada’ e agendaram o atendimento. De fato, está muito quente lá dentro”, disse. t 12 24 DE JANEIRO DE 2008 Sindsprev denunciará Rufolo por descumprir acordo no HSE FOTO: SAMUEL TOSTA CARNAVAL DA SEGURIDADE Bloco da Saúde ‘invade’ a av. Rio Branco Organizado pelo Sindsprev, bloco defende com bom-humor a saúde pública e a Previdência, desfilando pelo segundo ano seguido O Sindsprev-RJ voltará a acionar a Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa (Alerj) e o Ministério do Trabalho para forçar a empresa Rufolo a cumprir o que fora acordado e depositar o Fundo de Garantia dos trabalhadores da limpeza do Hospital dos Servidores do Estado (HSE). A empresa havia se comprometido a fazer as rescisões contratuais dos cerca de 350 trabalhadores da limpeza e depositar, no dia 11 de dezembro, o FGTS devido. O Acordo foi firmado após reuniões de negociação e audiências públicas realizadas na Alerj. No entanto, os trabalhadores constataram na Caixa Econômica Federal que os ‘depósitos’ foram encaminhados com dados errados, como nomes e datas de nascimento incorretos, o que acabou inviabilizando-os. “Nos parecem erros propositais”, disse Luis Henrique Santos, diretor do Sindsprev-RJ e servidor do HSE. Ele relata, ainda, que, ao participar de uma reunião da qual a nova empresa contratada, a Trade, estava representada, deparou-se com os mesmos donos da Rufolo. O acordo levou à manutenção pela Trade, no hospital, de todos os trabalhadores da Rufolo. Mas a nova empresa já está atrasando salários. Estamos de ôlho na Rufolo (ou ‘Trade’). A Ilustração/ ver com nei caso das autoridades são temas presentes, naturalmente de forma descontraída, no desfile. Até o fechamento desta edição, a previsão para saída do bloco era às 17 horas, mas os tamborins já começariam a esquentar uma hora antes. O pedido dos organizadores era que os participantes levassem uma camisa com o nome do Sindsprev-RJ na estampa. Entre as atrações, este ano o bloco traria como rainha da bateria a sambista Simone, do setor AIH do HSE. O samba é puxado pelo cantor Mariano Maia, servidor do Ministério da Previdência, e pelo compositor PC, autor de músicas gravadas por Zeca Pagodinho. Apoio do Supermercado 2001. BELEZA NEGRA EXCLUÍDA ‘Negro não usa casaco?’ Modelos fazem protesto no Fashion Rio contra discriminação que exclui negros das passarelas e da TV O Por Hélcio Duarte Filho sonho da modelo carioca Heloan Nicolau é comum a muitas colegas: desfilar em um grande evento. Mas, aos 17 anos, tem um desafio a mais a vencer no concorrido mundo das passarelas: a exclusão dos negros dos grandes desfiles, gritante nos de outono/ inverno. “Negro não usa casaco?”, pergunta. Em janeiro, Heloan participou, com outros modelos negros, do Fashion Rio. Só que do lado de fora dos salões, num protesto contra a ausência de negros e de profissionais do Rio no evento. Para Bárbara Santos, a exclusão é injustificável: “É uma falta de respeito com o Brasil porque é o segundo país do mundo em população negra”. A modelo participou da seleção para o Fashion Rio do ano passado, mas ficou de fora. “Mandaram os negros todos embora e deixaram os brancos”, afir- FOTOS: FERNANDO FRANÇA Audiência que discutiu o caso Rufolo saúde coloca o bloco na rua. É a promessa dos organizadores do Bloco da Saúde, do Sindsprev-RJ, com desfile previsto para o dia 25 de janeiro, última sexta-feira do mês. É o segundo ano que o bloco sai às vésperas do carnaval carioca. O ponto de encontro previsto foi o mesmo de 2007: em frente ao Hospital dos Servidores do Estado, a partir das 16 horas. Estava previsto que, de lá, os foliões percorressem a avenida Venezuela até a Rio Branco, encerrando o desfile na Cinelândia. “Nosso tema é a própria saúde, os problemas que atingem os pacientes e usuários”, explica Luis Henrique Santos, diretor do sindicato e, ao lado do também diretor Gilberto Mesquita, organizador da atividade. A novela da CPMF, que mesmo quando esteve em vigor pouco contribuiu para saúde pública, a falta de condições de atendimento, as filas e o des- Modelos ‘posam’ no Fashion Rio; ao lado, Barbára e Heloan: discriminação ma. “O perfil da modelo tem que ser quase andrógeno, bem magra, pálida”, critica Bárbara, que acredita que a beleza não tem “cor, raça ou país”. O modelo Alexandre Cerqueira disse que profissionais negros foram cha- mados de última hora para este Fashion Rio depois que o “Fantástico”, da TV Globo, exibiu reportagem que apontava a ausência de afrodescendentes. Ele disse que também há discriminação nos comerciais de TV.