Sindicato dos Trabalhadores em Saude, Trabalho e Previdência Social no Estado do Rio de Janeiro - 05/abril/2006 PL do Receitão continua no Senado Página 7 Desfiliação da CUT é aprovada com quase 90% dos votos FOTOS: SAMUEL TOSTA Consulta às bases teve 7.806 votantes de todo o Estado do Rio Leia na página 3 Plenária dos federais define campanha salarial 2006 Página 3 Página 4 Mantida Geap para a DRT Liminar da Fenasps, acolhida em fevereiro, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), garante o direito ao convênio médico da Geap para os servidores da Delegacia Regional do Trabalho (DRT). A medida suspende parcialmente decisão do Tribunal de Contas da União (TCU). O direito está garantido também para os servidores da Saúde, Previdência Social e Dataprev. Matéria completa você pode ler na página do Sindsprev/RJ, na internet. Página 5 Encontro na Baixada Reintegrados da Funasa aumentam reúne artistas pressão sobre governo da Seguridade Página 2 Página 7 FOTO: FERNANDO FRANÇA Saúde federal, MPS e DRT se mobilizam por carreira Saúde estadual cobra correção da Geeled FRANGO E GREVE Servidores da vigilância sanitária distribuem frango congelado na praça para chamar atenção para o descaso do governo com o setor. A greve da Anvisa atinge 13 estados. Página 8 2 05 ABR. 2006 CULTURA ‘É impossível burocratizar a utopia’ O escritor Ariano Suassuna defende a liberdade de sonhar, diz que a arte brasileira tem muito mais que 500 anos e que ‘o país oficial é caricato e burlesco’ Por Hélcio Duarte Filho O Críticas à uniformização da cultura Ele fez críticas à dominação da cultura norte-americana no mundo. “Eles estão querendo uniformizar em nome de uma falsa universalidade”, disse, associando a dominação cultural a inte- resses econômicos e políticos. “Um país tem que contribuir com sua nota peculiar, única. É isso que faz a beleza da cultura universal”, defendeu. Sobre a elite brasileira, disse que “o país oficial é caricato e burlesco”. Ariano destacou a alegria do povo brasileiro, e fez uma deferência especial aos negros. “Como é que um povo que passa as dificuldades que a gente passa tem uma alegria e uma energia FOTOS: FERNANDO FRANÇA uvir Ariano Suassuna falar é riso certo. Não foi diferente na aula, em março no Rio, em que o escritor lotou o auditório da Academia Brasileira de Letras de anônimos e famosos. Fez graça até ao se apresentar. “Um dos motivos deles terem me chamado aqui é que esperavam que viesse gente, e eu estava morrendo de medo que não viesse ninguém”. Mas, entre um e outro causo – assim como em suas obras, recheados de humor – o imortal autor do “Auto da Compadecida”, sua peça mais famosa, fez afirmações que tocam fundo na cultura brasileira. A começar pela crítica nada bemhumorada aos que vêem o Brasil apenas a partir da chegada dos portugueses. “Quando Cabral chegou aqui já encontrou os índios fazendo teatro. Então por que que o teatro brasileiro, como eles dizem, começou quando os jesuítas chegaram?”, perguntou. “Quando comecei a fazer teatro procurei fazer um texto que expressasse meu país e meu povo”, disse. Para Ariano, a arte no Bra- sil tem pelo menos cinco mil anos. “E tem que ser preservada e levada em conta, não são 500 anos não”, afirmou. Ariano Suassuna na ABL dessa? Ainda mais o povo negro, que é o mais injustiçado. São 500 anos de injustiça, e eles ainda têm essa alegria, as negras até quando andam parece que estão dançando”, disse. O escritor, que tem 78 anos, defendeu a utopia ao citar Dom Sebastião, o rei de Portugal cujo desaparecimento alimentou por séculos a mística de que um dia ele voltaria. “Eu tenho consciência dos erros de Dom Sebastião, mas tenho uma grande admiração por ele, porque ele representa o sonho”, disse. “O bom senso nos manda ficar em casa, o sonho é que nos leva para frente. Por conta de economia e de planejamento não se anda não. Ministério do planejamento pode existir, mas eu duvido que façam o ministério da utopia, é impossível burocratizar a utopia”, afirmou. E fez um paralelo entre o sebastianismo e sua história pessoal: “Meu pai foi assassinado quando eu tinha três anos e grande parte do que faço é uma espécie de protesto pelo assassinato dele”, disse, lembrando que Dom Sebastião é a figura do pai que nunca morre – “Não morreu não, encantou-se”. REGIONAL BAIXADA II CINEMA Regional Centro exibe ‘Timor Leste’, de Lucélia Santos “Na ponta da minha baioneta escrevei a história da minha libertação”. Esta frase, pichada em um muro assim, na língua portuguesa banida do país após a invasão indonésia, é destacada no documentário dirigido pela atriz Lucélia Santos. Talvez porque, de alguma forma, sintetize a história do Timor Leste, ex-colônia portuguesa na Ásia. Segundo documentário da atriz que ganhou fama mundial com a novela “Escrava Isaura”, “Timor Leste, O Massacre Que o Mundo Não Viu” será exibido na Regional Centro do Sindsprev, dia 27 de abril, às 18h. Com três cópias, o filme produzido em 2001 teve passagem rápida pelas salas de cinema do Brasil, mas frequentou escolas e espaços alternativos. “Não é um filme comercial, mas um documentário para mostrar ao mundo o que aconteceu com aquele povo”, explicou, à época, Lucélia. É ela, de própria voz, quem nar- ra, ao longo de 75 minutos, um pouco da história, da cultura e da política do Timor Leste, país colonizado pelos portugueses poucos anos após eles chegarem ao Brasil, mas que só conquistou a independência em 1975. Logo depois, tropas indonésias invadiram o país. Em 20 anos de ocupação, calculase que um terço da população, que era de 700 mil pessoas, tenha sido assassinada. A língua portuguesa foi banida, só voltando a ter status de oficial, junto com o tétum, após o plebiscito coordenado pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 1999, no qual 78% da população votou pela independência. Fortes imagens de arquivo Para fazer o documentário, Lucélia Santos passou dois meses no Timor, em 2000. O filme alterna depoimentos com cenas históricas do Timor. Destacamse as imagens de arquivo feitas por um jornalista estrangeiro durante o ataque de soldados indonésios a uma procis- Informativo do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho e Previdência Social no Estado do Rio de Janeiro Rua Joaquim Silva, 98-A - Centro - Rio de Janeiro (21) 3478-8200 | fax: (21) 3478-8233 são ao cemitério Santa Cruz, onde havia sido enterrado, 15 dias antes, o estudante Sebastião Rangel, assassinado pelo regime. No episódio, tombaram 273 pessoas. Belo por natureza e rico em reservas de petróleo, o Timor Leste, que elegeu seu primeiro presidente em 2002, Xanana Gusmão, tenta se reconstruir. Lucélia filmou antes da eleição e ainda sob o impacto da ação da milícia que fez do país terra arrasada. Mas, militante das causas sociais que é, deixa na tela a esperança de um futuro longe de destruição e massacres para Timor Lorosa’, nome do país na língua tétum e título original do filme. Significa Timor, onde o sol nasce primeiro. A Regional Centro fica na rua México, nº 90, 9º andar. Toda quinta há exibição de filmes. No dia 6, “A Queda, As Últimas Horas de Hitler”, de Oliver Hischbiegel; dia 13, “A História Oficial”, de Luis Puenzo. (HDF) Edição: André Pelliccione (Mtb 19301) | Redação: Helcio Duarte Filho (Mtb 16379), Vânia Gomes (Mtb 18880) e Olyntho Contente (Mtb 14173) | Diagramação: Virginia Aôr (Mtb 18580RJ) e Claudio V.Rocha (JP25125RJ) | Fotografia: Fernando de França | Tiragem: 45 mil exemplares | Impressão: Folha Dirigida | Secretaria de Imprensa e Divulgação Tel.: (21) 34788220 | Fax (21) 3478-8223 | website: http://www.sindsprevrj.org.br | e-mail: [email protected] Encontro expõe em N. Iguaçu obras de artistas da categoria Os trabalhadores da Seguridade Social também fazem arte. É com esta certeza que a regional do Sindsprev na Baixada II promove, de 6 a 9 de abril, o 1º Encontro Cultural do setor na região, a 1ª ExpoSindsBaixada. Serão expostas obras de óleo sobre tela, pintura em tecido, grafites e poesias feitas por trabalhadores da categoria. O objetivo da regional, explica a diretora Áurea Maria Barbosa, é incentivar a cultura na Seguridade Social e na própria Baixada Fluminense. "Temos muitos colegas que fazem trabalhos manuais, queremos valorizar estes trabalhos", diz. A exposição ocorre das 16 às 20 horas na quinta, quando haverá uma solenidade de abertura, sexta e domingo. No sábado, vai até as 21 horas. Sempre no Espaço Livre do Colégio Instituto de Educação de Nova Iguaçu, que fica na rua Dr. Luiz Guimarães, 218, no centro de Nova Iguaçu (entrada pela Travessa Professora Venina Correia Torres). 05 ABR. 2006 3 PLEBISCITO APONTA: Servidores da seguridade no Rio querem Sindsprev desfiliado da CUT rço, consulta a m e d 1 3 a 7 2 e d a d a liz a Re tantes vo 6 0 .8 7 e d l ta to ve te s se às ba A Conlutas(Coordenação Nacional de Lutas), Acácio Hermann. Sindicalizados e não sindicalizados votaram em todo o Estado No plebiscito votaram todos os servidores (sindicalizados e não sindicalizados) da base do Sindsprev, em urnas (fixas e itinerantes) distribuídas entre as regionais Centro, Oeste, Leopoldina, Baixada 1, Baixada 2, Jacarepaguá, Sul, Norte, Costa Verde, Niterói, São Gonçalo, Campos, Noroeste, Região Serrana e Região dos Lagos, entre outras. A participação dos não sindicalizados foi a forma encontrada pelo Sindicato para tornar ainda mais democrática a consulta às bases. O indicativo do Congresso Estadual do Sindsprev e das assembléias gerais da seguridade para o plebiscito foi que os servidores votassem pela desfiliação, tendo em vista a postura patronal e chapa branca assumida pela CUT nos últimos anos, quando a central combateu as principais mobilizações dos trabalhadores pelos seus direitos e alinhou-se ao governo Lula na reforma da previdência. Plenária dos federais define semana de mobilização unificada da campanha salarial 2006 o dia 2 de abril, foi realizada, em Brasília, a Plenária Nacional dos Servidores Federais, organizada pela CNESF(Coordenação Nacional de Entidades do Serviço Público Federal). Com a participação de representantes do Sindsprev, Fenafisp, Sinasefe, Unafisco, Fasubra e Andes, a plenária aprovou, como indicativo para os estados, a realização de uma Semana de Mobilização entre os dias 24 e 28 de abril, que culminará num Dia Nacional de Luta (com paralisação), em 26/04. Com total de 81 pessoas (58 delegados e 23 observadores), a plenária definiu, como principais reivindicações, um reajuste his- N tórico de 167,49% (correspondente ao período de janeiro/95 a dezembro/ 2005); reajuste emergencial de 2003 a 2005(com índice a ser estudado); incorporação de gratificações; cumprimento dos acordos de greve; política salarial (com definição de data-base); e anulação da reforma da previdência. A Fenasps não participou do evento porque não realizou sua plenária setorial. A próxima Plenária Nacional será realizada em 13 de maio, devendo as federações fazer suas plenárias setoriais até a véspera. “A plenária foi o primeiro passo para a construção de uma luta unificada de todos os servidores, na busca de uma pauta comum. Mas isto só conseguiremos com uma FOTOS: FERNANDO FRANÇA maioria esmagadora dos servidores da seguridade social que participaram do plebiscito realizado de 27 a 31 de março quer que o Sindsprev se desfilie da CUT. Com um total de 7.806 votantes no Estado do Rio, incluindo capital e interior, o plebiscito aferiu 6.938 votos (ou 88,8%) pela desfiliação; 793 votos (ou 10,1%) contra; 31 votos nulos e 44 em branco. Ainda falta ser computada a urna do HSE, o que não modificará o resultado final. A apuração foi realizada dia 31, no auditório do Sindsprev. O Sindsprev soma-se às centenas de sindicatos que se desfiliam (ou discutem a desfiliação) da CUT em todo o país. “O resultado foi bastante significativo, principalmente se considerarmos que o total de votos recolhidos chegou muito perto da média obtida nas eleições regulares do Sindsprev. O voto pela desfiliação demonstra que existe, entre os servidores da seguridade, um sentimento de repulsa à CUT pelo imobilismo daquela central. Tudo isto expressa a necessidade de construirmos a Conlutas, onde o Sindsprev terá um papel fundamental”, avaliou, logo após Votação teve urnas fixas e itinerantes... a apuração, o coordenador estadual da róximo p o a o d va le rá se o d lta su Re congresso da categoria Atividade culminará com Dia Nacional de Luta e paralisação em 26 e abril grande mobilização de base”, avaliou o diretor do Sindsprev Luis Fernando Carvalho, que esteve em Brasília representando o Sindicato. Para o diretor da Fenasps José Campos, construir uma campanha unificada será fundamental para derrotar a política do governo Lula de fragmentação do movimento dos servidores federais, através de negociações em separado, posta em prática ...e cobriu todo a base do Sindsprev ano passado. “Vamos ter que fazer uma avaliação séria e fraterna sobre os erros cometidos em 2005, quando diversos setores do funcionalismo aceitaram a lógica das negociações em separado, o que inviabilizou qualquer luta unificada e nos enfraqueceu”, afirmou. Plenária da Seguridade Social O tema ‘campanha salarial’ será o mais importante na Plenária Nacional da Fenasps, prevista para os dias 21 e 22 de abril, em Brasília. O encontro definirá a pauta de reivindicações específicas deste ano, que deve ter como ponto principal a negociação do plano de carreira. Vai definir também a organização de mobilizações pelo cumprimento dos acordos de greve do ano passado, e aprovar um plano de lutas da campanha salarial específica dos servidores da Seguridade Social deste ano, em conjunto com a campanha unificada proposta pela CNESF. 4 05 ABR. 2006 SEGURIDADE SOCIAL Saúde federal, MPS e DRT mobilizam-s plano de carreira e cumprimento do Assembléias nos setores de trabalho vão preparar organização da campanha e caravana a Bra Por André Pelliccione m sua primeira assembléia conjunta de 2006, os servidores da saúde federal, do Ministério da Previdência e DRT aprovaram a realização de assembléias nos setores e locais de trabalho para construir a mobilização pela conquista de suas principais reivindicações, que incluem a carreira da seguridade social — até hoje não implementada pelos sucessivos governos —; o cumprimento do acordo de greve de 2005; o respeito à jornada de 30h; reposição salarial e fortalecimento do Grupo de Trabalho(GT) da saúde federal, que reúne-se todas as quintasfeiras, às 16h, no Sindsprev (Rua Joaquim Silva, 98 A, Lapa). Realizada em 30 de março, no auditório da ACM, centro do Rio, a assembléia também aprovou a realização de uma caravana a Brasília, na terceira semana de abril, para pressionar o governo pela implementação da carreira da seguridade E segundo as propostas referendadas nos fóruns nacionais e regionais dos servidores. Neste sentido, serão resgatadas as diretrizes para planos de carreira debatidas e aprovadas no seminário das três esferas da saúde, realizado em setembro de 2005 pelo Sindsprev. “A assembléia foi muito produtiva e um primeiro passo para construirmos a mobilização pela carreira e outras reivindicações. O que está em jogo aqui é muito mais do que o descumprimento do acordo de 2005 sobre o pagamento dos 47,11%”, avaliou a diretora do Sindsprev Janira Rocha. A assembléia do dia 30 referendou as críticas dos servidores às mesas geral e setorial de negociação do SUS, pela falta de avanços nas conversações com o governo. “Essas mesas na verdade são uma enrolação. A categoria não pode esperar avanços desses fóruns porque só a mobilização construída pela base é que garantirá os nossos direitos”, resume Janira. Assembléia da saúde federal, MPS e DRT debateu plano geral de lutas dos servidores Servidores, usuários e concursados de 2003 preparam novas mobilizações em defesa do Hospital de Acari FOTO: SAMUEL TOSTA ervidores, usuários e profissionais de saúde concursados de 2003 para a Prefeitura do Rio preparam novas atividades em defesa do Hospital de Acari e pela imediata convocação dos trabalhadores segundo a ordem de classificação do concurso. No próximo dia 19 de abril, às 14h, no auditório do Sindsprev (Rua Joaquim Silva, 98 A, 3º andar, Lapa), eles reúnem-se com representantes do Departamento dos Municípios do Sindicato para lançar a proposta de uma assembléia geral e novas atividades. O objetivo é não deixar esfriar a mobilização construída nos últimos dois meses junto com sindicatos, entidades da sociedade civil e associações de moradores. “Com a suspensão da licitação do dia 13 de março, ganhamos apenas uma batalha, mas não a guerra contra a Prefeitura. Temos que continuar vigilantes e fortalecer ainda mais a Frente em Defesa da Saúde para garantirmos um Hospital de Acari público, gratuito e de qualidade para toda a população”, analisa a servidora municipal Alessandra Souza. Ela considera fundamental que, além da defesa do Acari, os servidores da saúde municipal do Rio se mobilizem por direitos como a incorporação da gratificação de produtividade ao salário e condições dignas de trabalho. “O sucateamento da saúde no município chegou ao limite do insuportável e precisamos nos unir”, completa. S Servidores no ‘abraço ao Hospital de Acari’, em março Concursados de 2003 mobilizam-se por convocação imediata Número de aprovados é suficiente para preencher vagas no Acari, desmentindo secretário Ronaldo César Coelho Profissionais de saúde aprovados no concurso de 2003 para a Prefeitura do Rio reuniram-se dia 28 de março no Sindsprev para discutir como aumentar sua integração à luta geral em defesa do Hospital de Acari e iniciativas — políticas e judiciais —para forçar a Prefeitura do Rio a convocá-los segundo a ordem de classificação. Na época do concurso para a Área Programática 3.3 — onde está o Hospital de Acari — foram abertas vagas para Médicos, Fonuaudiólogos, Fisioterapeutas, Psicólogos, Auxiliares de Radiologia e de Enfermagem. A AP 3.3 abrange os bairros de Madureira, Rocha Miranda, Cascadura, Irajá, Colégio, Guadalupe, Pavuna, Costa Barros, Anchieta e Marechal Hermes. Das 760 vagas para auxiliares de enfermagem abertas naquela região, por exemplo, a Prefeitura até agora preencheu apenas 20. “Esta situação mostra que são mentirosas as afirmações do Secretário Ronaldo Cezar Coelho, de que ‘não haveria profissionais em número suficiente’ para o preenchimento de vagas no Hospital de Acari”, denuncia a servidora municipal Alessandra Souza. Segundo ela, além de não convocar profissionais em número suficiente para as unidades de saúde, a Prefeitura não respeita a ordem de classificação do concurso. “Estão chamando gente fora da classificação para suprir necessidades de pessoal em outras áreas programáticas, como a 3.2, onde foram chamados 120 auxiliares de enfermagem para preenchimento de 11 vagas”, diz ela, expressando preocupação com a validade do concurso. “O prazo-limite vai até janeiro de 2007, o que mostra a urgência da participação de todos os aprovados nesta luta”. (A.P.) Servidores criticaram Cantarino durante ato na Secretaria Departamento da Saúde Estadual do Sindsprev já solicitou formalmente, ao Secretário de Governo Fernando Pellegrino, audiência para tratar da situação salarial dos servidores, que desde março aguardam uma resposta do Secretário Gilson Cantarino sobre a correção da Geeled. A promessa de que Cantarino responderia ainda em março foi feita pelo superintendente Ismar Bahia, durante reunião com o Sindsprev ocorrida no dia 14 daquele mês. “Estamos cansados de esperar e agora queremos uma solução direta com o secretário Pellegrino, que já afirmou ser a nossa proposta perfeitamente viável dentro do orçamento do Estado”, afirmou a servidora Clara Fonseca, que integra o Departamento da Saúde Estadual. Para o servidor Gilberto Custódio de Mesquita, do Hospital Pedro II, o O bolo se rv i ma is su ca governo comprom “Não apr para a c risco de rar o pra Respons são de re cariedad tão sucat Elab cusa do rio-bási 05 ABR. 2006 5 LUTA PELA REGULARIZAÇÃO FOTO: SAMUEL TOSTA se por reajuste, acordo 2005 asília FOTO: FERNANDO FRANÇA Governo Lula descumpre acordo de 2005 alegando ‘falta de orçamento’ Ma s co nti nu a pa ga nd o bil hõ es ao FM I se m qu alq ue r bu ro cra cia O aco rd o de 20 05 pa ra os ser vid ore s do Mi nis tér io da Sa úd e, da Previ dê nc ia e DRT pr evê , en tre ou tro s ite ns, o pa ga me nto do s 47,11% em 12 parcelas, du as a cada ano, a partir de 2006, sempre em março e novembro. Embora exista um Projeto de Lei(PL) com os termos do acordo, o governo ale só poderá ser cumprido ap ga que o mesmo ós a aprovação do orçamento da União para este ano. O diretor do Sindsprev Jú lio Cé sar Ta absurdo e inaceitável o arg vares considera umento do governo. “Só em 2005, o governo gastou mais de 120 bilhões de reais com o pa ga ao s ba nq ue iro s e ao mento dos juros especuladores e financistas FM I. Pa ra os , hora e não precisa de orçam tem dinheiro na balhadores, é aquela buroc ento. Para os traracia”, critica. FOTOS: ESTEFAN RADOVICZ Saúde estadual quer audiência com Pellegrino sobre a correção da Geeled México 128 Ato Fora Cantarino na da sa úd e es No dia 30 , os se rv ido res 12 8, ce nico M éx tad ua l fiz era m, na Ru a o ‘F or a ic bl pú tro do Ri o, o at o l e m b r a r a m a l a Cantarino, no qu etá rio de sa úd e in tra ns ig ên cia do se cr dis tri bu içã o de e Gi lso n Ca nta rin o. Ho uv d i c a ç õ e s d o s n i v i e r a s cr íti ca s e ha , qu e jao e carta com es sã o do go ve rn o Ro sin e de sa úd e pr ex a é ino tar an .”C a red ido res s se rv ido res e ma nté m s co nc ed eu rea ju ste ao ra M ari a Ca sa no va . ido ate ad ”, afi rm ou a se rv mais uma vez mostra ‘não ter misso com os servidores’. resentaram nenhuma solução ategoria e agora corremos o ficarmos sem nada se estouazo estabelecido pela Lei de sabilidade Fiscal para conceseajustes. Enquanto isso, a prede continua e os hospitais esteados”, critica. borada como alternativa à regoverno em reajustar o saláico dos servidores no percentual de 40,42%, a proposta do Sindsprev e Dieese prevê uma correção da Geeled que permita um reajuste de 30,32% sobre os vencimentos globais de todos os níveis (superior, médio, 1º grau e elementar). Assim, os servidores da saúde ficariam com seus vencimentos globais nos seguintes valores: R$ 1.987,60 para o nível superior; R$ 949,95 para o médio (ou 2º grau); R$ 762,29 para o 1º grau; e R$ 677,59 para o elementar. Assembléia em Magé apresentou Raio X do PSF naquele município e definiu mobilizações PSF dos municípios do Rio mobiliza-se para assembléia geral do dia 19 Por André Pelliccione o próximo dia 19 de abril, os trabalhadores dos Programas de Saúde da Família (PSF) — incluindo agentes comunitários de saúde(ACSs) e de combate a endemias — contratados de 92 municípios do Estado do Rio realizam sua próxima assembléia geral. Inicialmente marcada para o dia 18, a atividade teve sua data mudada para 19 de abril por razões operacionais. O local e horário da assembléia ainda serão definidos, mas uma das propostas em estudo pelo Departamento dos PSFs do Sindsprev é sua re- N alização em frente à Prefeitura um raio X de cada região, rede Magé — veja abaixo. A as- latando as formas de sembléia do dia 19 definirá um contratação, o número de traplano geral de lutas e balhadores dos PSFs e situamobilização ções anômalas pela regularizacomo demisPrincipal tema ção funcional sões, perseguiem todos os mu- será a definição de ções e desresnicípios, segun- plano de lutas pela peito aos direido o disposto na tos básicos dos regularização Emenda Constiservidores. Em segundo a tucional nº 51 caso de dúvida, (antiga PEC Emenda 51 entrar em con007), aprovada tato com o Deno Congresso Nacional em fe- partamento Estadual de Estravereiro deste ano. tégia Saúde da Família, AgenAté a assembléia geral, os tes Comunitários de Saúde e de Endemia trabalhadores estarão realizan- Guardas do assembléias nos municípi- Municipalizados, criado pelo os com a finalidade de fazer Sindsprev em 2001. PSF de Magé quer reintegração imediata de agentes e guardas demitidos por Cozzolino Em assembléia realizada no dia 29 de março, os trabalhadores do PSF de Magé debateram propostas de mobilização a serem levadas para a assembléia geral. Eles também discutiram como encaminhar a luta dos 70 guardas de endemias e 180 agentes comunitários de saúde demitidos ao longo de 2005 pela prefeita Núbia Cozzolino(PMDB). “Fomos substituídos por pessoas apadrinhadas e que não têm qualificação para realizar nossas atribuições. Não é à toa que Magé ficou com altos índices de infestação por dengue e outras doenças”, protestou a guarda de endemia Regina Célia Andrade, demitida há um ano. “Em cada regional do Sindsprev, os diretores, militantes e trabalhadores do PSF devem participar dessa luta para que os gestores da saúde cumpram o estabelecido na Emenda 51. Afinal, a regularização funcional é interesse de todos”, avalia o servidor Ricardo Cardoso Oliveira, técnico de enfermagem do PSF de São Gonçalo. Com o que concorda Isabel Cristina Baltazar, diretora da Regional Baixada I do Sindsprev. “A unidade dos trabalhadores será construída no dia-a-dia das mobilizações em cada município. É isto o que fazemos agora”. O jurídico do Sindsprev ingressou, em 2005, com ação pela reintegração dos demitidos. Ao final da assembléia em Magé, os trabalhadores seguiram até a Secretaria Municipal de Saúde na tentativa de serem recebidos pelo Secretário Rosan Gomes. Segundo a assessoria do secretário, ele estava ausente e deixaria o cargo no dia 31. Os trabalhadores e o Sindsprev pediram então audiência com o novo secretário (ainda desconhecido) para o mês de abril. Departamento do PSF reúne-se quinzenalmente no Sindsprev Criado em junho de 2005, o Departamento Estadual de Es, tra tég ia Sa úd e da Fa mí lia Saú de Agentes Comunitários ia de e Gu ard as de En dem nqui se nereú Municipalizados zen alm ent e na sed e do Participação é aberta Sindicato a qualquer Joa (R ua quim Silva, trabalhador 98 A – 3º andar, Lapa). Informações pelo tel. 34788231. O Departamento propõe e políticas a serem debatidas (ge ias blé em ass nas aprovadas arais e específicas) dos trabalh . dores do PSF em todo o Estado o ent tam Atualmente, o Depar conta com representantes dos trabalhadores do PSF de vários municípios. No entanto, a pro lar imu est é rev posta do Sindsp ea participação do maior núm es ant ent res rep de el ro possív dos municípios do Estado. 6 05 ABR. 2006 FOTO: FERNANDO FRANÇA ? O CASEIRO É O CULPADO Por Hélcio Duarte Filho e até o caseiro sabia, como Lula não sabia?". A frase, estampada em uma faixa por ativistas de esquerda, azedou recente visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a uma fábrica em Guarulhos, na Grande São Paulo. Faz referência ao caseiro Francenildo dos Santos Costa, que teve seu sigilo fiscal violado após comparecer à CPI dos Bingos e afirmar que vira por mais de dez vezes o então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, na casa do lobby alugada em Brasília pela "República de Ribeirão Preto". "Confirmo, confirmo até morrer", disse Nildo, como é conhecido, ao depor na CPI. Onze dias se passaram desde essas quatro palavras até a queda fulminante do ministro. De homem todo-poderoso do governo, Palocci poderá agora ter que sentar no banco dos réus. A permanência do ministro tornou-se insustentável quando o então presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso, declarou à Polícia Federal que ele entregara pessoalmente a Palocci o extrato da conta corrente de Nildo, como o caseiro é conhecido. Foi o desfecho da frustrada tentativa de desmoralizar o depoimento de Nildo, mostrando que ele teria recebido dinheiro da oposição para depor contra Palocci. Não colou. ‘S Palocci acusado de quebrar sigilo Caso do caseiro derruba Palocci e recoloca Lula na berlinda, mas ativistas de esquerda afirmam que o maior escândalo do governo é a política econômica que em três anos gastou R$ 400 bi em juros falta agora o presidente da republiqueta vir a público para dizer que foi de novo traído, que seu partido foi de novo desmoralizado e que ele, de novo, não sabia de nada", concluiu mais adiante. Pagamento de juros não reduz dívida O deputado federal João Batista (PSOL), o Babá, disse que o caso reflete o "processo de degradação e corrupção que o PT vem sofrendo". Ele lamentou que a "blindagem" da política econômica tenha sido mantida. Para ele, o maior escândalo do governo Lula reside nos R$ 400 bilhões que foram gastos com juros da dívida pública em três anos, recursos retirados de áreas como saúde e educação. "No mesmo período a dívida interna pulou de 612 bilhões para 1 trilhão e 100 bilhões de reais", relata. Opinião compartilhada por José Maria de Almeida, o Zé Maria, dirigente da Conlutas (Coordenação Servidor com máscara de Lula no ato da Anvisa, no Rio Nacional de Lutas) e presidente nacional do PSTU, para quem a queda de Palocci já deveria ter ocorrido antes e não muda o mais importante, que é a política econômica. "Lula dá os anéis para salvar os dedos. É preciso derrotar este governo e o seu projeto", defende. Sobre a violação do sigilo bancário do caseiro, diz que o caso é um "escárnio" com o país. Raciocínio similar é trilhado por Ivan Pinheiro, ex-presidente do Sindicato dos Bancários do Rio e dirigente do PCB. "É um escândalo, eles fecham o sigilo bancário da Previ, de grandes corruptos e querem criminalizar o caseiro", diz. "É uma tentativa de Lula de tirar o Palocci de foco, é uma saída tardia. Infelizmente, no jogo político do Planalto isso é uma mudança secundária", avalia. 'Política econômica criminosa' O procurado da República Luiz Francisco de Souza disse não querer comentar o caso do caseiro. "Claro que a cúpula do Estado quebrar o sigilo para expor alguém é totalmente errado e imoral", disse, por telefone, à reportagem deste jornal. Com críticas aos jornalistas – segundo ele os primeiros a buscar vazamentos de informações sigilosas "feito uns loucos" –, diz que o que é "absolutamente imoral, genocida e bandida é essa política econômica". Para Luiz Francisco, que ficou conhecido nacionalmente em casos como o que levou à renúncia do senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), o "pecado mortal" é a política econômica. "Isso é que me deixa indignado no seu Palocci, é a iniqüidade da política econômica, que é a mesma do Malan [ministro da Fazenda no governo FHC] e que mata milhões, nas periferias do Rio e São Paulo têm criança morrendo nesse momento", afirmou. FOTO: MARCELLO CASAL JR ABR O caso do caseiro derrubou um ministro que já vinha sendo bombardeado por uma série de denúncias, mas não atingiu a política econômica. Fez, ainda, com que a pergunta não respondida no epicentro do escândalo do "mensalão" voltasse à tona: Lula de novo não sabia de nada? Logo após as duas exonerações, o senador Aloísio Mercadante (PTSP) foi à tribuna da Câmara defender os ex-colegas de governo. "Os que estavam envolvidos nesse episódio tiveram a grandeza de reconhecer a gravidade do erro e pedir o afastamento", disse. O pronunciamento provocou críticas do jornalista Clóvis Rossi, em sua coluna no jornal "Folha de São Paulo": "Que grandeza uma ova, cara pálida. Tiveram, isto sim, a desfaçatez de cometer um crime e ainda escondê-lo durante 11 dias, enquanto não aparecia ninguém para assumir o que Mercadante chama de 'erro', na típica novilíngua petista, mas é crime", escreveu o articulista. "Só Lula não sabia Guido Mantega, que assume a Fazenda, Lula e Palocci, no ato de substituição do ministro: sem mudanças na política econômica 05 ABR. 2006 7 ASSEMBLÉIA EXIGE Lula, cumpra a sua palavra e efetive os mata-mosquitos Reintegrados avaliam que governo está enrolando e aprovam aumento da pressão, com acampamento em Brasília e outdoors cobrando a palavra dada por Lula FOTO: SAMUEL TOSTA Por Olyntho Contente a assembléia do último dia 3, os reintegrados da Funasa avaliaram que o governo Lula vem mentindo e enrolando, em relação a regularizar definitivamente a situação da categoria. A mais recente confirmação disto foi a negativa, anunciada em 23 de março, em promover a efetivação através da Emenda 51, apontada, antes, pelo próprio governo como solução para o problema. Diante desta constatação, os trabalhadores decidiram não dar mais tréguas e usar de todos os meios para aumentar a pressão sobre o governo, seja acampando na porta da residência do presidente, em Brasília, seja fixando dezenas de outdoors, no Rio de Janeiro, com os dizeres: “Lula, cumpra a sua palavra e efetive os mata-mosquitos”. N Unidade é fundamental para a vitória Na assembléia foi unânime a crítica aos integrantes do chamado “grupo da Baixada”, membros da categoria que defendem o apoio a Lula como forma de atingir a regularização e que, assim, dividem o movimento, fazendo o jogo do governo. A assembléia avaliou que, para a luta dos mata-mosquitos ter sucesso, é fundamental a unidade da categoria e a participação de todos no movimento de pressão sobre o governo. A assembléia decidiu ainda: 1) reapresentar a proposta de contrato híbrido, com base na Emenda 51 e com todas as garantias do Regime Jurídico Único, como alternativa ao projeto de lei que fixa um contrato por tempo indeterminado para os mata-mosquitos; 2) enviar documento do Sindsprev/RJ, rejeitando o projeto de lei; 3) manter todas as atividades que vêm sendo desenvolvidas para a aprovação da Emenda Constitucional 479; 4) realizar cara- Reintegrados em luta pela efetivação vana a Brasília, com dois ônibus; e 5) que a caravana acampe na porta da residência de Lula e só saia de lá com uma resposta por escrito. Pressionar pela aprovação da PEC 479 A assembléia definiu também que a categoria deve continuar lutando para que o governo faça a efetivação pela Emenda 51. E que, paralelamente, seja ampliada a luta pela aprovação da Proposta de Emenda Constitucional 479 (PEC 479). A PEC pode complementar a Emenda 51 e garantir, com mais detalhes, direitos que não estejam claramente definidos. De autoria da deputada Almerinda Carvalho, a 479 trata especificamente da regularização funcional dos matamosquitos. Já foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados e deve ser analisada por uma comissão especial a ser criada pelo presidente da Casa, Aldo Rebelo (PC do B-AL). Governo agora diz que Emenda 51 não garante a efetivação O governo Lula continua enrolando os mata-mosquitos, sem cumprir o compromisso de efetivá-los, assumido pelo próprio Presidente da República na posse, em 2003. Na noite de 23 de março, em Brasília, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, surpreendeu os integrantes da Comissão de Reintegrados do Sindsprev/RJ ao afirmar que a Emenda Constitucional 51, aprovada no início de fevereiro, “não é clara” quanto à regularização. A declaração parecia estranha, pois o próprio governo há alguns meses afirmava que a efetivação precisava apenas de uma lei para ser concretizada. Em fevereiro, os deputados governistas, entre eles, Valter Pinheiro, do PT, diziam que a situação estava resolvida com a inclusão do adendo referente aos mata-mosquitos, na PEC 007, que deu origem à emenda 51. Com a aprovação da matéria, em 8 de fevereiro, parecia estar tudo resolvido. O próprio Lula, através da sua assessoria política,informou à Comissão de Reintegrados, no mesmo dia 23, pela manhã, que “estava tudo certo” em relação ao assunto, que a efetivação seria pelo Regime Jurídico Único (RJU) e tomaria como base a emenda 51. Mas isto não aconteceu. PL alternativo não resolve a situação Na reunião com a Comissão de Reintegrados, o ministro do Planejamento apresentou, como alternativa à regularização definitiva, um projeto de lei que determina a “contratação por tempo indeterminado” dos reintegrados. O PL, no entanto, não resolve a situação, deixando os matamosquitos sem a proteção da estabilidade e sujeitos à demissão a qualquer momento. ‘Receitão’ continua sob a análise do Senado O projeto de lei do governo Lula que cria a Receita Federal do Brasil (RFB), o chamado “Receitão”, continua em tramitação no Senado. O PL, já aprovado na Câmara dos Deputados, funde a Secretaria da Receita Previdenciária com a Secretaria da Receita Federal e vem sendo combatido pelo movimento sindical, principalmente, por se tratar de uma medida inconstitucional, que colo- ca no mesmo caixa, sob a administração do Ministério da Fazenda, recursos da Previdência Social e da Receita Federal. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) também condena o PL e o qualifica como inconstitucional. Outro grande problema é que a proposta prejudica os fixados da Receita Previdenciária, não lhes garantindo o direito à opção de ficarem no INSS ou na carreira do novo órgão, com função específica, em caso de aprovação do projeto. Entidades sindicais dos setores envolvidos, entre elas a Fenasps, através do Grupo de Trabalho dos Fixados, têm pressionado para que os direitos destes trabalhadores sejam garantidos. A tramitação O projeto deverá ser votado na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado em meados de abril, se- gundo os planos do governo. Em caso de aprovação, seguirá para a Comissão de Constituição e Justiça para decisão sobre a sua constitucionalidade ou não e, depois, ao plenário do Senado. Por ser ano eleitoral, o governo Lula tem até junho para aprová-lo definitivamente, em plenário. Caso isto não aconteça, ficará para o próximo ano.(O.C.) 8 05 ABR. 2006 GREVE NA ANVISA FRANÇA FOTOS: FERNANDO a i c n u n e d ’ o g n ‘Fra m o c a l u L e d o s desca a i r á t i n a s a i c n â l i vig Servidores no ato, no qual o gari Carlos Alberto foi um dos que receberam frango congelado Por Hélcio Duarte Filho O A greve continua Funcionário da limpeza terceirizada do Ministério da Saúde, César Nildes, de 34 anos, foi o primeiro a receber o frango. De poucas palavras, conversou com a reportagem enquanto aguardava na fila que se formou na praça. Disse que, com salário de pouco mais de R$ 300 reais para sustentar a família, o frango ajudaria no orçamento doméstico. Já o gari Carlos Alberto Guimarães, de 59 anos, não poupou palavras ao ser Greve avança e já atinge 13 estados m frango à população ue rib st di a is nv A da as st Grevi imento do termo de pr m cu o o rn ve go do e cobram no ano passado compromisso assinado FOTO: SAMUEL TOSTA frango foi pouco, mas suficiente para chamar a atenção de quem passava pela Cinelândia, na manhã de quinta-feira (30), para o descaso do governo com a vigilância sanitária. E era este o objetivo do ato dos servidores em greve da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no qual distribuíram cartas à população e quase 400 quilos de frango congelado, comprados em um hipermercado. A manifestação alertou para a ameaça de entrada no país de doenças como a gripe aviária. Motivo: o modo como as autoridades vêm tratando a greve da categoria, iniciada em 21 de fevereiro. Há denúncias de navios autorizados a atracar no país sem passar pelas inspeções sanitárias, com base em liminares da Justiça. A paralisação, que atinge 13 estados, reivindica o cumprimento do termo de compromisso assinado pelo governo Lula em 2005. “Nossa proposta é dialogar, mas se não houver diálogo vamos radicalizar a greve", disse o diretor do Sindsprev Julio César Tavares. Servidores da Anvisa fazem protesto no Porto do Rio, durante visita do presidente Lula à cidade entrevistado. "Tinha que comprar frango amanhã mesmo, dei sorte", disse. Ele defendeu o movimento dos servidores. "Nós da população estamos com vocês, infelizmente nesse país só ganha quem faz greve", afirmou. E criticou o governo. “Lula parece um sósia de Fernando Henrique. Veio da miséria, sabe o que o povo está passando, mas a miséria só aumenta. Inclusive ia saindo uma confusão ali por causa do frango, para você ver como está a situação do país”, disse, referindo-se a um desentendimento na fila, logo contornado apesar de o frango não ter sido suficiente para todos. Após 'posar' para o repórter-fotográfico do Jornal do Sindsprev, o gari foi 'assediado' por outros jornalistas – discursou para as câmaras de TV e, por fim, pegou o microfone do som do sindicato para declarar apoio à greve. Ao final do ato, os servidores demonstravam confiança na mobilização: “A greve continua, Lula a culpa é sua”, cantaram os manifestantes. “Lula só quer saber de viajar e fazer churrasco”, comentou, irônico, um transeunte que observava o protesto. A grev e da Anv isa já atin ge 13 esta dos. Cres ce no mom ento em que a Câm ara dos Deputados está para votar os dest aqu es da Med ida Prov isór ia 269 . Eme nda do a prev ê gov erno es idor serv redistribuição dos cedidos para o quadro efetivo das agên cias , incl uind o a Anv isa, mas por mei o de proj eto de lei a ser apre sent ado em 180 dias . A MP diz que a soma do quadro atual com os servidores que venham a ser redistribuídos não pod erá ultr apas sar os quantitativos totais de cargos do quadro efetivo, criados por lei. “Não está claro o quantitativo, é uma MP complicada. Tem uma vant agem que fala em redi strib uiçã o, mas não é imediato, tem que elaborar um proj eto de lei que terá que pass ar por todo seu tram ite legislativo”, diz Luiz Carlos Cas tilho s, do Com and o Nac iona l de Gre ve, que pres sion a por nego ciaç ões. Estão em greve, além do Rio, os seguintes estados: DF, AL, BA, CE, PB, PE, RN, AM, ES, SP, RS, SC.