Seminário Internacional sobre Rotulagem e Propaganda de Alimentos 24 e 25 de outubro de 2006 Políticas Nacionais para a Promoção e Proteção da Alimentação Saudável Panorama Epidemiológico e Nutricional no Brasil Coordenação-Geral da Política de Alimentação e Nutrição – CGPAN Ministério da Saúde Perfil da Saúde no Brasil Transição Epidemiológica Mortalidade por DCNT* supera doenças transmissíveis Dupla carga de doenças Transição Nutricional Mudanças na alimentação e redução da atividade física Transição Demográfica Envelhecimento populacional acelerado e urbanização Globalização Difusão rápida de hábitos e padrões de comportamento * Doenças Crônicas Não Transmissíveis Estágios da Transição Demográfica, Epidemiológica e Nutricional Transição Demográfica Alta Fertilidade/ Mortalidade Transição Epidemiológica Transição Nutricional Alta prevalência de doenças infecciosas Alta prevalência de desnutrição Redução de problemas relacionados à pobreza Redução da Fome Redução da Mortalidade, mudanças na estrutura de idade Foco no planejamento familiar, controle de doenças infecciosas Fertilidade reduzida Predominância Envelhecimento de DCNT Foco no envelhecimento saudável Source: Popkin, Barry M. ( 2002) Public Health Nutrition 5:93-103. Foco na prevenção da fome/desnutrição Predominância de DCNT relacionadas à alimentação/dieta Foco em políticas regula tórias mudanças comportamentais atenção à saúde Transição epidemiológica Mortalidade por diferentes tipos de doença no Brasil 1979 (%) 1998 (%) 2003 (%) Causas de morte 0,7 1,2 3,1 Doenças de deficiência nutricional 4,6 9,1 17,4 Doenças infecciosas 48,3 42,5 34,4 Doenças crônicas 12,6 12,7 9,2 Causas externas 33,7 34,5 35,9 Outras causas 100 100 100 Total Fonte: Ministério da Saúde/SVS/DASIS. Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIM (adaptada) Mortalidade proporcional segundo causas e sexo Brasil 2001 Causas Sexo masculino Sexo feminino Doenças infecciosas 5,6 5,2 Neoplasias 14 17,1 Aparelho circulatório 28,9 36,7 Aparelho respiratório 10,4 11,9 Afecções perinatais 3,7 4,1 Causas externas 20,9 5,4 Outras causas definidas 16,5 19,6 Total 100 100 Fonte: Ministério da Saúde/SVS/DASIS. As DCNT vêm representando 69% dos gastos do SUS Brasil 5,5 15,3 32,1 11 3,9 14,5 17,8 100 Estado Nutricional - Crianças e Adolescentes Perfil antropométrico da população adulta masculina e feminina no Brasil 45 Homens Mulheres 41 40,7 39,2 40 35 29,5 30 28,6 25 18,6 20 12,8 15 10 5 8,8 7,2 3,8 7,8 5,8 5,4 5,1 2,8 12,7 10,2 2,8 0 Déficit peso Excesso de peso Obesidade P OF 1974-1975 Déficit peso P NSN 1989 Excesso de peso P OF 2002-2003 Obesidade Tendência secular do excesso de peso no Brasil 1975 % IMC >= 25 kg/m2 60 1989 2003 41 40 20 29,5 40,7 39,2 28,6 18,6 0 HOMENS FONTES: ENDEF 1975, PNSN 1989 E POF 2003 MULHERES Tendência secular da obesidade no Brasil 1975 % IMC >= 30 kg/m2 20 1989 2003 15 12,8 12,7 8,8 10 7,8 5,1 5 2,8 0 HOMENS FONTES: ENDEF 1975, PNSN 1989 E POF 2003 MULHERES Indicadores antropométricos para adolescentes entre 10 e 19 anos de idade, por sexo. Brasil – períodos 1974 – 1975, 1989 e 2002-2003. Prevalência de inatividade física* em adultos de 15 capitais e Distrito Federal. Brasil, 2002-2003. *Sedentários e irregularmente ativos Fonte: (SVS/INCA) Tendências do Consumo Alimentar 3500 3000 2500 - - 2216 2432 2629 2831 Tendências positivas: 1500 1000 elevação da disponibilidade calórica 500 0 adequação do teor protéico 1961 1971 1981 1991 participação crescente das gorduras vegetais leites e derivados mais acessíveis a população de baixa renda 3002 2000 Tendências inadequadas: alto consumo de açúcar e sal consumo insuficiente de frutas e hortaliças consumo exagerado de gorduras totais e saturadas (classes mais ricas) diminuição do consumo de leguminosas, tubérculos e raízes queda do consumo de peixe POF/IBGE – 2002/2003 2001 Consumo Alimentar e Renda 100% 5% Diversificada, alta em frutas e verduras "in natura", carnes brancas, peixes e laticíneos com baixo teor de gordura, etc 60% Excesso em quantidade e baixa qualidade. Alto consumo de alimentos processados caloricamente densos. Pobre em micronutrientes. 90% 80% 70% Renda 60% familiar/50% centis 40% Qualidade insuficiente (pobreza Alto consumo de alimentos processados. 30% 20% 30% 10% 0% 5% Adaptado de Monteiro, C.A 2003 Insuficiente em qualidade e quantidade. Monótona, baseada em cereais e tubérculos, pouco feijão Prevalências de Hipertensão e Diabetes Hipertensão Arterial: Estudos epidemiológicos locais - 40% e 50% na população adulta com mais de 40 anos de idade. Entre 1996-1999, HA foi causa de 17% das internações de pessoas entre 40-59 anos e de 29% das pessoas com 60 anos ou mais, nos hospitais públicos do país 2002 - CNDHA/MS: 36,0% de prevalência Diabetes 1988: Prevalência de diabetes entre adultos de 30-69 anos residentes em 9 capitais brasileiras de 7,6% e a de tolerância diminuída à glicose, de 7,8% 2001 - CNDM/MS: 16,4% de casos positivos em primeira etapa, com confirmação de 10,1%. Porcentagem de Sobrepeso e Obesidade em adolescentes registrados no Sistema Hiperdia – DATASUS – 2002/2004 PERCENTAGE OF OVERWEIGHT AND OBESITY IN RELATION TO AGE IN ADOLESCENTS REGISTERED IN HIPERDIA 2002 TO 2004 - 9216 PATIENTS DATASUS 80,00 70,00 41,89 41,09 52,31 47,88 30,00 44,36 47,27 11 51,73 10 40,00 49,68 57,52 50,00 67,33 60,00 20,00 10,00 0,00 12 13 14 15 16 17 18 19 Fonte : EVALUATION OF BODY MASS INDEX OF BRAZILIAN ADOLESCENTS WITH HYPERTENSION AND DIABETES - Edson Aguilar Perez e Rosa Sampaio Vila-Nova de Carvalho Desafios Para a Nutrição INFECÇÕES OBESIDADE E OUTRAS DCNT DESNUTRIÇÃO DEFICIÊNCIAS DE MICRONUTRIENTES Dupla carga da má-nutrição e Insegurança Alimentar e Nutricional Promoção da Alimentação Saudável no Curso Da Vida Compromissos do Governo Brasileiro Signatário da Estratégia Global para Promoção da Alimentação Saudável, Atividade Física e Saúde da OMS Política Nacional de Alimentação e Nutrição Segurança Alimentar e Nutricional - considerando a desnutrição e a obesidade como insegurança alimentar e corrobora as recomendações da EG como política pública Agenda brasileira para a promoção da saúde incorporando as recomendações da EG Pacto pela Vida e em Defesa do Sistema Único de Saúde Compromisso dos Gestores Federais, Estaduais e Municipais de Saúde Promoção da Alimentação Promoção da Saúde Saudável Saúde do Idoso Controle do câncer do colo do útero e da mama Redução da mortalidade infantil e materna Resposta às doenças emergentes e endemias Alimentação e Nutrição Fortalecimento da Atenção Básica Política Nacional de Alimentação e Nutrição I. Segurança II. Alimentar e Nutricional III. IV. Intersetorialidade Acesso aos alimentos Segurança sanitária e qualidade dos alimentos Alimentação adequada Monitoramento alimentar e nutricional Direito Humano á Promoção de práticas alimentares Alimentação saudáveis V. Prevenção e Controle de Deficiências e Distúrbios Nutricionais Estar livre da a fome Modificações históricas consideradas para a Promoção da Alimentação Saudável O papel do gênero no processo de transição nutricional, acumulando vida profissional e responsabilidade pela alimentação da família; A modificação dos espaços físicos para o compartilhamento das refeições e nas práticas de preparação dos alimentos; As mudanças nas relações familiares e pessoais com a diminuição do tempo e da freqüência do compartilhamento das refeições; A perda da identidade cultural no ato das preparações e receitas com a globalização de hábitos e costumes; O consumo crescente de alimentos processados, prépreparados ou prontos. Influência da globalização nas mudanças alimentares Estrutura da dieta entre nações de diferentes rendas ficam menos acentuadas; Concentração de indústrias multinacionais de alimentos; Comercialização e distribuição concentrada em redes de mercados de grandes superfícies; Enfraquecimento da pequena produção local; Alto investimento em propaganda e publicidade Prioridades para a Promoção da Alimentação Saudável Disseminação de uma cultura alimentar saudável por meio da divulgação das diretrizes alimentares, Incentivo ao consumo de frutas, legumes e verduras, Promoção da alimentação saudável na Atenção Básica e nas Escolas, Criação de um ambiente regulatório que favoreça escolhas saudáveis Rotulagem de Alimentos Propaganda e Publicidade de alimento Redução de sódio nos alimentos Incentivo ao consumo de FL&V no marco da biodiversidade brasileira GT alimentação saudável e adequada (CONSEA) Monitoramento de agrotóxicos em alimentos Capacitação de profissionais de saúde Projeto de Promoção da Alimentação Saudável nas escolas Campanha com materiais educativos – “Pratique Saúde” Pesquisas com alimentos regionais Promoção da Alimentação Saudável na Atenção Básica Reforçar as ações de aleitamento materno e alimentação complementar para crianças até dois anos Reforçar as ações de orientação alimentar e suplementação de micronutrientes para gestantes e nutrizes Implantar linhas de cuidado em alimentação e nutrição em todos as etapas do ciclo de vida (adolescente, adulto, idoso) Ampliar processos de capacitação dos ESF e Nº EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA - 26.100 Nº MUNICÍPIOS - 5.100 Nº AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE– 216.055 Nº MUNICÍPIOS - 5.274 ACS Organizar a área de alimentação e nutrição no nível local, fortalecendo a atitude de vigilância, para dar suporte a ESF e ACS Promoção da Alimentação Saudável nas Escolas - Portaria Interministerial MS/MEC 1010, de 08/05/2006 Eixos prioritários ações de educação alimentar e nutricional; estímulo à produção de hortas; implantação de boas práticas de manipulação de alimentos; restrição ao comércio de alimentos com ricos em gordura saturada, gordura trans, açúcar livre e sal; incentivo ao consumo de frutas, legumes e verduras,com ênfase na cultura local; monitoramento da situação alimentar e nutricional. Rotulagem Nutricional de Alimentos Apoio aos processo de capacitação de profissionais de saúde para divulgação da rotulagem nutricional de alimentos Aperfeiçoamento da rotulagem de alimentos para facilitar a compreensão da população e sua utilização nas escolhas saudáveis Princípios da alimentação saudável para uso de alegações Pesquisas de avaliação da rotulagem nutricional Impacto da Publicidade de Alimentos Brasil – adolescentes passam cerca de 5 horas/ dia diante da TV. Exposição de 30 segundos a comerciais de alimentos – influência na escolha. A publicidade influencia as concepções da criança sobre o que é alimento saudável. Cada hora que o adolescente passa assistindo TV aumenta 2% prevalência de obesidade Almeida S S, Nascimento P C, Quailot T C B. Revista de Saúde Pública 2002; 36(3):353-5 Prevalência de propagandas de alimentos destinados ao público infantil e de brinquedos nas emissoras, 2003. 45% 40% 35% 30% 25% Alimentos infantis 20% Brinquedos 15% 10% 5% 0% Globo Record SBT BAND Fox kids Cartoon Avaliação das propagandas de alimentos destinados ao público infantil. 89,7% 90 80 70 60 Total de 50 propagandas 40 30 20 10 0 0 Cereal % Alimentos 0 10,3% Frutas e Leite e Vegetais derivados 0 Carnes Tipos de Alimentos Gordura e Açúcar Publicidade e Propaganda de alimentos Bases para Regulamentação Direito Humano á Alimentação Adequada Garantia dos direitos da criança e adolescente Segurança alimentar e nutricional Promoção da saúde Regulamentação da Publicidade de Alimentos Prioridades informação adequada e correta sobre o valor nutricional do alimento a caracterização e definição de alimentos ricos em açúcar, gordura e sal; o uso de advertências após a veiculação das propagandas destes alimentos; a restrição da utilização de figuras, desenhos, personalidades e desenhos, quando direcionada a crianças; a restrição do horário de veiculação a publicidade em instituições de ensino; a associação com brindes, prêmios, bonificações e apresentações Redução do Teor de Sódio nos Alimentos •Monitoramento do teor de sódio, gordura e açúcar nos alimentos industrializados •Prioridade: metas de redução de sal nos alimentos industrializados A redução de 1grama de sal ao dia evita 6.356 mortes por Doenças isquêmicas do Coração e AVC UK White Paper: Choosing Health: Making healthy choices easier. Department of Health/UK (2004). Promover a alimentação saudável exige a prática da intersetorialidade com o diálogo permanente entre governo e sociedade e a conjugação de esforços para implementar as medidas de incentivo, apoio e proteção necessárias. Medidas de incentivo difundem informação, promovem práticas educativas e motivam os indivíduos para a adoção de práticas saudáveis (ações educativas nas UBS, escolas e ambiente de trabalho, campanhas e eventos de mobilização) Medidas de apoio tornam mais factível a adesão a práticas saudáveis por indivíduos e coletividades informados e motivados (rotulagem nutricional, programas de alimentação institucional,cantinas saudáveis nas escolas e ambiente de trabalho; espaços que favoreçam a amamentação no ambiente de trabalho) Medidas de proteção impedem que coletividades e indivíduos fiquem expostos a fatores e situações que estimulem práticas não saudáveis (regulamentação da venda e propaganda de alimentos nas cantinas escolares; a regulamentação de publicidade dirigida ao público infantil e a regulamentação da rotulagem de produtos dirigidos a lactentes.) Ana Beatriz Vasconcellos [email protected] 55 61 3448-8040