Edição 225 São Paulo, 20 de Janeiro de 2011 HOJE NA ECONOMIA A China divulgou, nesta madrugada, que o PIB local cresceu 9,8% no 4º trimestre (9,4% no 3º), fechando 2010 com crescimento de 10,3%. Ao mesmo tempo, a inflação em doze meses recuou de 5,1% apurada em novembro para 4,6% em dezembro. Estes dados deixaram os investidores mais nervosos quanto ao futuro da segunda maior economia do mundo. O forte crescimento registrado no último quarto de 2010, ainda que acompanhado por certa acomodação da inflação (creditada a fatores temporários), prognostica novas rodadas de aperto monetário à frente, trazendo o temor de uma desaceleração mais forte da economia chinesa, colocando em risco a recuperação da economia mundial. Preocupados com a dose de alta de juros que virá nos próximos meses, investidores procuraram evitar os ativos de risco, levando a bolsa de Shangai a registrar queda de 2,92% no pregão de hoje. Em Hong Kong a queda foi de 1,70%. No Japão, o índice Nikkei acompanhou o mau humor, que foi também alimentado por maus resultados de empresas de tecnologia, mostrando queda de 1,13%. Na Europa, o quadro não é doas mais promissores para hoje. Em Londres, a bolsa local opera com queda de 0,80% nesta manhã, ao mesmo tempo em que a França registra perda de 0,13% e a bolsa de valores da Alemanha opera com queda de 0,20%. O euro registra ligeira valorização frente à moeda americana, sendo cotado a US$ 1,3498/€ (+0,19%), ao passo que o iene se desvaloriza 0,18% (¥ 82,15/US$). No mercado de ações dos Estados Unidos, os índices futuros do S&P e D&J operam sem definição de tendência: S&P +0,02% e D&J -0,05%. Para hoje, na agenda econômica, destaque para a divulgação semanal dos pedidos de auxílio desemprego (consenso 420 mil novos pedidos, -25 mil em relação à semana passada) e o índice de atividade regional do Fed de Filadélfia de janeiro (consenso: 20,8 pts). Os números divulgados sobre a economia chinesa também impactam o mercado de commodities. O índice CRB recua 0,10%, sendo que o índice CRB Metal, mais sensível à economia chinesa, recua 0,56% neste momento. O petróleo é cotado a US$ 90,56/barril, com queda de 0,33% nesta manhã. Expectativas não são muito promissoras para o mercado de ações brasileiro. O Ibovespa poderá refletir os efeitos negativos que os novos dados da China tiveram sobre o mercado de commodities, devendo registrar perdas ao longo do dia. Para o mercado de câmbio, o quadro permanece indefinido, com ligeira tendência a depreciação do real, em função do clima de maior aversão ao risco que se esboça nesta manhã. No mercado de juros, a decisão do Copom em subir a Selic para 11,25% era amplamente esperada pelo mercado. Ainda assim, deverá haver algum ajuste nos vértices curtos por conta das esparsas apostas em uma alta mais elevada. Expectativas de que o Banco Central continuará utilizando a altas de juros conjugadas a medidas macroprudenciais para segurar a inflação podem fortalecer apostas em um ciclo de aperto mais curto, promovendo ajuste nos vértices mais longos. Superintendência de Economia Sul América Investimentos - Associada ao ING