FE1501 Edição Especial FDC DAYS 2015 O Jogo Macroeconômico e geopolítico está no tabuleiro: Você está preparado para jogar este jogo? CRETOIU, Sherban; MILAGRES, Rosileia; PIMENTEL, Marta; TADEU, Hugo; VICENTE, Paulo; Spitzeck, Heiko. Inspirado nos ciclos de Kondratieff e suas quatro fases, recuperação, expansão, esgotamento e crise, Paulo Vicente discutiu a competitividade em cenários de crise, um jogo de decisões difíceis. Segundo o professor, o mundo vive um contexto de esgotamento, com fortes indícios de entrada numa fase de crise, a que não são alheios fenômenos como a reconfiguração da matriz energética (crise da água no Brasil), a ineficiência dos Estados e os conflitos culturais mundiais. Esta crise externa expõe uma tensão global que estimula movimentos de proteção das economias e fronteiras, reforçando uma crise interna no Brasil agravada pelas fragilidades geopolíticas e econômicas. Num pior cenário e, seguindo a tradição histórica, o Brasil pode quebrar no final deste ciclo (entre 2023 e 2030). Mais do que uma profecia a proposta é de, a partir deste cenário, avançar em novas estratégias e táticas que ajudem a mudar o jogo que está no tabuleiro, ou seja, que mobilizem as organizações a se prepararem para um cenário recessivo. No curto prazo, são elementos diferenciadores: (a) o poder de barganha que pode ser alavancado por fusões e aquisições ou desenvolvimento de redes, alianças e parcerias, (b) a procura de liquidez para suportar a escassez de moeda e renegociações de pagamento, (c) a realização de investimento em detrimento da expansão da operação (decorrente da oportunidade da alta de juros). No longo prazo, a atenção deve estar focada em cinco macroquestões, (a) novas oportunidades e o poder da sustentabilidade, (b) novos resultados pela inovação e produtividade, (c) novas articulações, na cadeia de suprimentos ou redes de coopetição, (d) novas geografias, Panorama da Inovação no Brasil pela diversificação de mercados e (e) uma nova reputação, pelo desenvolvimento de marcas nacionais relevantes, sustentáveis e perenes. A ideia de NOVAS OPORTUNIDADES, segundo Heiko Spitzeck, se alicerça no potencial dos investimentos em sustentabilidade para alcançar valor tangível nos negócios. Múltiplos exemplos foram debatidos neste dia como os casos da Vodafone, Danone e Allianz. Novas oportunidades se referem, igualmente, ao potencial de uma estratégia de “Game Changers”, ou seja, de mobilização de intraempreendedores, talentos mais protagonistas e proativos na construção de novos modelos de negócio adequados para uma população com menos renda disponível. Já para Hugo Tadeu, os NOVOS RESULTADOS dependem de estratégias de inovação, existindo hoje no Brasil obstáculos reais à inovação com principal destaque para a cultura organizacional e uma visão empresarial de curto prazo. Dados do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da FDC sugerem que, apesar dos investimentos em inovação terem crescido nos últimos anos, o maior desafio é a visão focada em resultados imediatos. É fundamental que as empresas tenham estratégias claras de inovação, numa abordagem que vai além da tecnologia, ampliando para as dimensões de produtos, processos, mercado e modelos de negócio. O sincronismo organizacional é uma premissa de base para bons resultados em Inovação. Muitas empresas consideram-se inovadoras, mas continuam com suas estruturas desfavoráveis à Inovação e, com isso, comprometem a sua produtividade futura. Em NOVAS ARTICULAÇÕES, Rosileia Milagres, destaca as estratégias de colaboração que vêm ajudando as organizações a enfrentarem seus desafios. A partir 1 de exemplos e trabalhos realizados pela FDC com seus clientes, foram analisadas as particularidades desta escolha estratégica e incentivada uma aposta na COOPETIÇÃO como contraponto a um modelo mental mais tradicional de reforço da competição em detrimento da cooperação. A realidade das cadeias de valor globais, que operam em ambiente de rede, apresenta-se como alternativa geradora de novas oportunidades de negócios no atual cenário de esgotamento, acreditando-se que cooperar é competir melhor! NOVAS GEOGRAFIAS colocam no radar a possibilidade da internacionalização como uma jogada para fazer face aos problemas de baixa demanda e da instabilidade do mercado brasileiro. Sherban Cretoiu defende que a internacionalização da empresa é um dos caminhos mais eficazes para assegurar a competitividade e a longevidade empresarial. Em um mundo sem fronteiras para os fluxos de capital, conhecimento e informação, estabelecer bases em diversas geografias converteu-se em imperativo competitivo e não mais se apresenta como uma opção estratégica. Para melhor ilustrar esta oportunidade, foram apresentadas as cinco dimensões do Modelo FDC de Criação de Valor Internacional utilizado por mais de 180 empresas brasileiras de diversos portes e setores no processo de elaboração, implantação e assessment de suas estratégias de internacionalização. Dado este contexto e campo de possibilidades a questão que não quer calar é COMO CHEGAR AO XEQUE-MATE DA MINHA ORGANIZAÇÃO? Empresários e executivos da alta administração de empresas multinacionais e de grande e médio porte brasileiras, dos setores de serviços e industriais, reuniram-se no FDC DAY, onde refletiram e debateram suas opiniões face às provocações colocadas. Na nuvem de palavras, na sequência, estão os principais insights colocados no tabuleiro, por este grupo, para o xeque-mate das suas organizações, isto é, para a concretização dos seus objetivos estratégicos, apesar da anunciada fase de esgotamento e potencial crise. Veja Figura 1. A boa notícia é que os principais destaques, apesar de demostrarem uma tomada de consciência de um caminhar para o que parece ser um inevitável cenário de crise, desnudam um mar de oportunidades, em que a inovação grita como uma alternativa de futuro. Ideias fortes como colaboração, intraempreendedorismo, sustentabilidade e internacionalização se associam neste vasto campo de possibilidades para construir mais e melhores resultados. Destaca-se ainda um olhar para o médio e longo prazo, preparando as organizações para, mais do que apenas sobreviver ao presente, serem a melhor opção no momento de retomada. A FDC está à disposição para, JUNTOS, e porque não em rede, construirmos NOVOS CAMINHOS para melhores resultados pessoais, organizacionais e sociais, que contribuam para a construção de um Brasil melhor, mais perene e sustentável! Figura 1: FDC DAY insights Panorama da Inovação no Brasil 2