FACULDADE INTEGRADA DA GRANDE FORTALEZA – FGF PROGRAMA ESPECIAL DE FORMAÇÃO PEDAGÓGICA DE DOCENTES EM QUIMICA Avaliação no Contexto Escolar Paulo César de Oliveira Fortaleza – CE 2009 Paulo César de Oliveira Avaliação no Contexto Escolar Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do grau de Licenciado em Química, do Programa Especial de Formação Pedagógica de Docentes em Química da Faculdade Integrada da Grande Fortaleza. Orientador: Prof. M. Sc. Rickardo Léo Ramos Gomes Fortaleza – CE 2009 Monografia submetida ao Programa Especial de Formação Pedagógica de Docentes em Química, como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de Licenciado em Química, outorgado pela Faculdade Integrada da Grande Fortaleza-FGF. ______________________________________________ Paulo César de Oliveira ______________________________________________ Avaliação no Contexto Escolar Orientador Rickardo Léo Gomes Ramos Nota obtida: ______ Monografia aprovada em: _____ / ____ / ____ DEDICATÓRIA A Deus Que sempre me concedeu, serenidade necessária para aceitar as coisas que não pude mudar, vontade para mudar, aquelas que posso e determinação para distinguir uma das outras. A vós Senhor dedico minha grande conquista de hoje que foi melhor que a de ontem, com certeza lembrarei nela no amanhã com muito orgulho. AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus, por todos os benefício que me proporcionou nesta cavalgada. A instituição Faculdade Integrada da Grande Fortaleza – FGF pelo apoio físico,material humano. Aos colegas de faculdade que tanto nos auxiliou. Ao professor orientador Rickardo Léo Gomes Ramos. Aos familiares que nos suportam nos momentos mais árduos dessa jornada. RESUMO A presente pesquisa vem tratar, da avaliação escolar nas séries finais do ensino fundamental e médio, em que o intuito é ver de que forma está sendo discutida, e ver até que ponto o educador utiliza essas relações com a realidade da sala de aula ou melhor dizendo, como ele se relaciona ou utiliza essas virtudes em que os dispõe, e de que forma relaciona com as teorias, discutidas e estudada sobre este tema como PERRENOUDE(1999), LUCKESI (1994), a atual LDB – lei 9394/96, propõem a avaliação no momento em que nós encontramos a avaliação hoje. No atual contexto de globalização das relações econômicas, políticas e culturais e de acelerada mudança da base tecnológica e do processo produtivo, a educação tornou-se um vetor estratégico para o desenvolvimento sustentável e eqüitativo. De fato, já é amplamente aceita hoje a idéia de que a educação se transformou na maior vantagem comparativa dos paises e das empresas para enfrentar a competitividade intencional. Além disso, o grau de escolaridade constitui –se um dos principais fatores que determinam o nível de empregabilidade dos indivíduos. É certo, no entanto, que a educação por si só não gera emprego, mas é imprescindível para manter o trabalhador empregado e favorecer sua inserção social no mundo da produção. E, para tento, não basta apenas assegurar a expansão do sistema educativo é preciso promover a melhoria da qualidade do ensino ofertado, sem que será impossível atender à demanda de recursos humanos cada vez mais qualificadas para acompanhar as mudanças em curso. Portanto, o bem desempenho do sistema educacional será sustentável do Brasil nas próximas décadas. Tal reflexão remete-nos à um repensar sobre a trajetória histórica que envolve práticas pedagógicas envolvidas no processo ensino-aprendizagem entre educadores e educandos. Pois a avaliação parece ser compreendida ao longo dos tempos como uma pratica social que tem um papel importante na perpetuação de um modelo de sociedade excludente, e é neste sentido que os educadores precisam entendela. Pois a concepção sobre a avaliação vem transformando sensivelmente no pensamento pedagógico nos últimos anos. Nesse contexto, cada vez mais, a avaliação deixa de ser vista como instrumento de controle, vigilância e punição do aluno, concentrada apenas nos períodos de exame, para ser entendida como um processo global e dinâmico através do qual se avalia a relação de ensino-aprendizagem como um todo. Palavras-chaves: Avaliação; mudanças; educador; realidade; processo; instrumento. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 2 AVALIAÇÃO E SUA TEAGETÓRIA HISTÓRICA 2.1 Concepções de avaliação nas abordagens Tradicional Tecnicista e construtivista. 2.2 Característica da avaliação 2.2.1 Tradicional 2.2.2 Tendência Tecnicista 2.2.3 Abordagem da Avaliação Construtivista 07 08 15 18 20 21 23 3 ATUAÇÃO LDB E OS PCN’S COMO DEFINEM E PROPOEM A AVALIAÇÃO 3.1 Atual LDB 3.2 Abordagens de Avaliação 26 26 29 4 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM 4.1 A práxis do professor 4.2 A Avaliação e sua concepção 4.3 Avaliação como instrumento de socialização 4.4 A Avaliação na pratica escolar 4.5 Avaliação e a Sociedade 4.6 Um Reflexo da escola 33 33 38 39 41 45 45 5 Considerações Finais 48 6 Referencias 51 7 1 INTRODUÇÃO Uma das metas essenciais para atender as exigências da nossa sociedade de aprendizagem é fomentar nos educandos capacidades de gestão do conhecimento, para alem da aquisição dos conhecimentos pontuais concretos, pois este é o meio de fazê-los enfrentar as tarefas e desafios encontrados na sociedade do conhecimento. Contudo, essa nova cultura da aprendizagem exige um novo perfil de educando, e educadores engajadas numa proposta de mudança de mentalidade e nas concepções ainda arraigadas de práticas desatualizadas e com pouca eficiência. Assim, esta pesquisa tem o objetivo de completar as questões e definições em “Avaliação da Aprendizagem”. Este tema foi escolhido com a intenção de esclarecer a forma, de avaliação aos educandos, junto à proposta curricular vigente LDB, (Lei de Diretrizes e Bases Educacional Nacional), PCN’s (Parâmetros Curriculares Nacionais). Esta pesquisa bibliográfica procurou definir o que é avaliação propriamente dita nas abordagens: tradicional,tecnicista e atual construtivista, junto ao educando a avaliação frente ás abordagens da LDB e PCN’s. Às vezes por falta de diálogo acaba por se fazer uma exclusão em sala, chega à conclusão que precisa reestruturar a política, para a construção de uma educação mais digna de avaliação igualitária e da educação têm também como referenciais bibliográficos alguns autores como: Perrenoud (1999), Luckesi (1994), Skinner (1973), Becker (1993), Taileer (1856), Hoffmann (1996), Freire (1992), Demo (1999), Vasconcelos (1998), que tiveram uma participação muito importante para pesquisa. Portanto, embora digamos que vivemos em uma sociedade do conhecimento aberto às inovações, o acesso a esse conhecimento culturalmente gerado necessita uma revalorização da importância dos processos de aprendizagem, ou seja, o de aquisição de conhecimento, uma vez que o mesmo constitui uma das ferramentas mais poderosas para essas novas formas de gestão. 8 2 AVALIAÇÃO E SUA TRAJETÓRIA HISTÓRICA Historicamente a avaliação com o caráter que tem atualmente não foi inventada pelos professores, nem foi a escola que solicitou ao sistema, ao contrario, no seu processo de consolidação enquanto classe, a burguesia precisou utilizar a escola como elemento tanto de seleção social, quanto para o disciplinamento para o trabalho e de inculcação ideológica, no sentido das pessoas conformarem com seu lugar na sociedade. No discurso – o ideal – constituído na França revolucionaria em 1789 visava à transformação do modelo social vigente da época, que tinha como base a divisão de três estados (clero, nobreza e burguesia e os camponeses). O estado de dominação que a burguesia se encontrava os levou a unir força com as camadas populares na luta contra o sistema feudal utilizando elementos ideológicos como liberdade, igualdade, fraternidade para todos, e utilizou o significado da igualdade, como mecanismo político – ideológico na efetivação dos direitos sociais. A escola nesse contexto passa a ser um espaço de concretização do modelo social que formava, devido à promessa de universalização do saber, a gratuidade do ensino e consequentemente a formação do caráter dominante reprodutor, dualista e classista da educação. Podemos observar por toda a Europa do final do século XVIII o avanço da escola para o povo, as propostas de ensino publico, laico e universal. Havia a promessa de que a ida a escola possibilitariam a equalização social, o ser alguém na vida, este era o chamariz. É obvio que todos os que fossem para a escola conseguissem obter um certificado, o mito de ascensão social via escola iria desfazer-se já que não haveria postos a oferecer para todos. Nesse momento histórico, a reprovação passa a desempenhar não mais um caráter moral que tinha quando a escola não era para o povo, mas o caráter ideológico de convencer as pessoas cientificamente que não merecem um posição melhor na sociedade, por não terem condições, induzindo pelo conformismo o próprio fracasso. Segundo Gimeno (1995) há uma introjeção da culpa pelo fracasso, induzindo o povo ao conformismo e ao reconhecimento do 9 seu lugar. A desejada e legalmente definida equalização social não pode ser atingida, porque o modelo social não permite. Segundo Foucault (1977:166) A lógica do exame, da prova, da reprovação não surge apenas na escola, é toda uma sociedade –disciplinar – que está sendo constituída neste momento histórico. Trata-se, pois da intromissão do Estado na educação escolar através de aspectos legais, e avaliação educacional será assim um elemento disciplinador, não somente das condutas cognitivas como também das sociais no contexto escola. Quando era revolucionaria a burguesia se interessava pelo conhecimento, financiando mesmo seu avanço, tinha a necessidade do saber e da divulgação como forma de luta pela contra velha ordem estabelecida, chegando ao poder, o conhecimento passa a ser importante para atingir seus interesses, enquanto apropriação privada e não mais universalizada. Para Vasconcellos (1997, p. 52). O sistema sócio político econômico precisou usar o sistema escolar, que passou essa atribuição discriminatória para a escola, que passou para o professor, que aplicou sobre o aluno, que vai se constituir na família e fazer parte da sociedade, considerando normal essa prática. É assim que Focault (1977, p. 131) nos apresenta uma forma de como o poder do século XIX, sendo sustentado e fortalecido até nossos dias, inicialmente pelo disciplinamento e pelo controle do corpo – espécie. A escola, juntamente com outras instituições, desenvolveu praticas de disciplinamento do corpo – espécies, que se tornaram, a partir de então, formas de manipular, modelar e treinar corpos, ao mesmo tempo em que multiplicava suas forças e os tornavam mais hábeis. O projeto de educação que se constituiu no ideário da revolução francesa se universalizou. (segundo FRIGOTTO, 2003, p.34). O sistema capitalista se solidifica e os sistemas educacionais se estruturam, assume nitidez a defesa da universalização dualista, segmentada: escola disciplinadora e adestradora para os filhos dos trabalhadores e escola formativa para os filhos das classes dominantes. Segundo Luckesi (1994), o modelo liberal produziu diferentes concepções pedagógicas: ● A pedagogia tradicional, centrada no intelecto, na transmissão de conteúdos, e na pessoa do professor. 10 ● A pedagogia renovada ou escolanovista – centrada nos sentimentos, na espontaneidade da produção de conhecimento e no educando com suas diferenças individuais; ● A pedagogia denominada libertadora representa pela idéia de transformação social, que se define pelo processo de conscientização cultural e política fora dos muros da escola. ● A pedagogia dos conteúdos – sócios culturais – centrada na idéia de igualdade, de oportunidade para todos no processo de educação e na compreensão de que a pratica educacional se faz pela transmissão e assimilação dos conteúdos sistematizados pela humanidade e na aquisição de habilidade de assimilação e transformação desses conteúdos, no contexto da pratica social. Resumindo, existem dois tipos de pedagogias, aquelas que têm por objetivo a domesticação dos educandos e, do outro lado, as pedagogias que pretendem oferecer ao educando meios para que ele possa ser sujeito desse processo e não objeto de ajustamento. Esses dois grupos de pedagogia, circunstancializados pelos dois modelos sociais correspondentes, exigem duas praticas diferentes de avaliação, de aprendizagem. Dentro do modelo liberal e conservador a avaliação torna autoritária, pois esse caráter pertence à essência dessa perspectiva de sociedade, que exige controle, enquadramento dos indivíduos social, ao contrario, da pratica da avaliação preocupados com a transformação que está atenta aos modos de superação de autoritarismo e ao estabelecimento da autonomia do educando. Dessa forma, a avaliação e a aprendizagem no contexto educacional, vêm sendo processadas com diferentes valores, um como mecanismo de sustentação do sistema, outro como transformação da sociedade a favor do ser humano. Para Luckesi (1994, p.32) a avaliação pode ser caracterizada como uma forma de posição do mesmo, para aceitar ou transformá-lo. Entretanto, no contexto educacional, as praticas pedagógicas evidenciam o caráter eliminatório, a seleção parcial, pois, diferentemente das empresas que eliminam seus candidatos no momento que analisam seu currículo, a escola elimina por etapas, ou pelo caráter espontâneo quando se 11 nega a analisar as dificuldades de aprendizagem e concede o conceito desejado, ou quando realiza os exames, as argüições orais, as provas, os pontos dados ou tirados, os castigos, as suspensões, os temas de casa, que tem constituído como forma de dominar e sujeitar os alunos e alunas, fazendoos operar como se deseja, de tal forma que, o êxito ou fracasso escolar possa ser responsabilidade única dos sujeitos. Cristalizou-se em nossas escolas a pratica de provas e exames como um dos recursos para classificar os educandos, selecionando e o tratando de maneira diferenciada, preocupando-se com os princípios burgueses da individualidade e da competitividade. Assim, quanto mais fortes e poderosas são as relações de poder, tanto mais elas têm necessidades de expandir-se pela subjugação d uns sobre os outros, marca constante, por exemplo, de uma sociedade que precisa de indivíduos que possam gerar rendas e obter êxito no mercado estado permanente de Hoffmann (1996, p.20) consumindo, em competição e diluindo-se numa permanente massificação. Historicamente a avaliação ganhou um sentido autoritário e excludente, por que do ponto de vista da aprendizagem, o educando passa a ser classificado definidamente como inferior, médio ou superior. Isso vai depender do desempenho apresentado, essa classificações registradas, e que são transformadas em números, e adquirem a possibilidade de serem somadas e dividida em médias. O grande questionamento é até que ponto essa media inferior pode atingir um médio ou superior? O interessante é que todo educador sabe que isso é possível, até mesmo defendem a idéia do crescimento, entretanto na pratica, a maioria das vezes torna-se um castigo por um determinado comportamento inadequado. Dessa forma o ato de avaliar, não serve como uma pausa para verificar até que ponto houve aprendizagem significativa, e a possibilidade de retornar a essa aprendizagem. Tornando-se apenas meio de julgar, medir e testar. O ato de avaliar torna-se classificatório, não auxiliando em nada o avanço e o crescimento e o conhecimento do educando. O educando como sujeito humano é histórico, contudo, julgado e classificado, ele ficará para o 12 resto da vida, do ponto de vista do modelo escolar vigente, estigmatizado, pois as anotações e registros permanecerão, em definitivo, nos arquivos e nos históricos escolares, que se transformam em documentos legalmente definidos. A avaliação da aprendizagem escolar hoje, em geral, está a serviço de uma pedagogia dominante que, por sua vez, serve a um modelo social dominante, o qual, genericamente, pode ser5 identificado como modelo social liberal conservador. A sociedade prevê e garante aos cidadãos os direitos de igualdade e liberdade perante a lei. Cada indivíduo pode e deve, com seu próprio esforço, livremente, contando com a formalidade da lei, buscar com sua auto realização pessoal, por meio das conquistas e do usufruto da propriedade privada e dos bens. As pedagogias que buscavam a hegemonia, as quais se definiram historicamente nos períodos subseqüentes à Revolução Francesa estiveram e ainda estão a serviço desse modelo social. Em vista disso, a avaliação educacional contextualizadas em dentro geral dessas e da aprendizagem pedagogias, em estiveram especifico, e estão instrumentalizadas pelo mesmo entendimento teórico-prático da sociedade. Pode-se dizer que o modelo liberal conservador da sociedade produziu três pedagogias diferentes, mas relacionadas entre si e comum mesmo objetivo: conservar a sociedade na configuração. A pedagogia tradicional, centrada no intelecto, na transmissão de conteúdo e na pessoa do professor, a pedagogia renovada ou escolanovista, centrada nos sentimentos; na espontaneidade da produção do conhecimento e no educando com suas diferenças individuais; e por ultimo, a pedagogia tecnicista, centrada na exacerbação dos meios técnicos de transmissão e apreensão do modelo liberal conservador da sociedade, tentando produzir, sem o conseguir, a equalização social, a qual não pode ser atingida pois o modelo social não o permite. LUCKESI (1998, p.30) diz que o modelo social conservador e suas pedagogias respectivas permitem e procedem renovações internas ao sistema, mas não propõe e nem permitem respostas para a sua superação, o que de certa forma, seria um contra senso. Nessa perspectiva, os elementos dessas três pedagogias pretendem garantir o sistema social na sua integridade. Outras concepções pedagógicas surgem, a partir da opção por um modelo social, em que igualdade entre os seres humanos e a sua liberdade 13 não se manifestasse tão somente ao nível da formalidade da lei, mas que se traduzissem em concretudes históricas. A partir desses conceitos uma nova pedagogia surgiu para este modelo social, tentando traduzir este projeto histórico em pratica educacional. É a pedagogia libertadora, fundada e representada pelo pensamento e pela prática pedagógica inspiradas nas atividades do professor Paulo Freire, a qual é marcada pela idéia de que a transformação virá pela emancipação das camadas populares, que se define pelo processo de conscientização cultural e política fora da escola. Têm-se também manifestações de uma pedagogia libertária, representada pelos antiautoritários e autogestionários e centrada na idéia de que a escola deve ser um instrumento de conscientização e organização política dos educandos e, por ultimo, mais recentemente, esta se formalizando em nosso meio a chamada pedagógica dos conteúdos socioculturais, representada pelo mundo do professor Demerval Saviani, centra na idéia de igualdade, de oportunidade para todos no processo de educação e na compreensão de que a pratica educacional se faz pela transmissão e assimilação dos conteúdos de conhecimentos sistematizados pela humanidade na aquisição de habilidades de assimilação e transformação desses conteúdos, no contexto de uma pratica social. A prática da avaliação escolar, dentro do modelo liberal conservador, terá de, obrigatoriamente, ser autoritário, pois esse caráter pertence a essência dessa perspectiva de sociedade, que exige controle e enquadramento dos indivíduos nos parâmetros previamente estabelecidos de equilíbrio social, seja pela utilização das coações explicitas ou pelos meios de comunicação. A avaliação educacional será, assim, um instrumento disciplinar não só das condutas cognitivas como também das sociais, no contexto da escola. Ao contrário, a pratica das avaliações nas pedagogias preocupadas com a transformação deverá estar atenta aos modos de superação do autoritarismo e ao estabelecimento da autonomia do educando, pois o novo modelo social exige a participação democrática de todos. Isso significa igualdade, fato que não se dará se não se conquistar a autonomia e a reciprocidade de relações. A atual prática da avaliação escolar estipulou como função do ato de avaliar a classificação e não o diagnostico, como deveria ser, ou seja, a 14 julgamento de valor, que teria a função de possibilitar uma nova tomada de decisões sobre o objeto avaliado, passa a ter a função estática de classificar um objeto ou um ser humano histórico num padrão definitivamente classificado como inferior, médio ou superior. Classificações essas que são registradas e podem ser transformadas em números e, por isso, adquirem a possibilidade de serem somadas e divididas em médias. Será que o inferior não pode atingir o nível médio ou superior? Todos os educadores sabem que isso é possível, até mesmo defendem a idéia do crescimento. Todavia, parece que todos preferem que isto não ocorra, uma vez que optam por, definitivamente, deixar os alunos com notas obtidas, como forma de castigo pelo desempenho possivelmente inadequado. Assim, o ato de avaliar não serve como pausa para pensar a prática e retomar a ela; mas sim como um meio de julgar a prática e torna-la estratificada. De fato, o momento da avaliação deveria ser um “momento de fôlego” na escalada, para, em seguida, ocorrer a retomada da marcha de forma mais adequada, e nunca um ponto definitivo de chegada, principalmente quando o objeto da ação avaliativa é dinâmico como, no caso, a aprendizagem. Com a função classificatória, a avaliação não auxilia em nada o avanço e o crescimento. Somente com uma função diagnóstica ela pode servir para a finalidade. A utilização, na pratica pedagógica, de uma classificatória, desconsidera o educando como sujeito humano histórico, julgando-o e classificando-o, ficando para o resto da vida, do ponto de vista do modelo escolar vigente, estigmatizando, pois as anotações e registros permanecerão em definitivo, nos arquivos e nos históricos escolares, que se transformarão em documentos legalmente definidos. Para que a avaliação educacional escolar assuma o seu verdadeiro papel de instrumento dialético de diagnostico para o crescimento, terá de se situar e estar a serviço de uma pedagogia que esteja preocupada com a transformação social e não com a conservação. O educador, no intuito de dar um novo encaminhamento para a prática da avaliação escolar deverá estar preocupado em redefinir ou em definir ou propriamente os rumos de sua ação pedagógica, pois ela não é neutra, inserindo-se em um contexto maior e estando a serviço dele. Primeiro passo fundamental para que isso ocorra é 15 assumir um posicionamento pedagógico claro e explicito, de tal modo que possa orientar o planejamento, a execução e a avaliação. 2.1 Concepções De Avaliação Nas Abordagens Tradicional Tecnista Construtiva. Neste item faremos uma história da avaliação. Que, no entanto este tem evoluído sensivelmente nas ultimas décadas. Sua definição se tornou mais ampla e mais complexa assim como a sua aplicação. Atualmente o exercício da avaliação escolar não esta sendo realizada gratuitamente, mas sim, a serviço de uma pedagogia que nada mais é do que uma concepção teoria da educação a qual traduz uma concepção teórica da sociedade. No entanto a prática da avaliação educacional escolar está a serviço de um atendimento teórico conservador da sociedade e da educação, se quisermos propor o rompimento de seus limites, temos que colocar a avaliação escolar a serviço de uma pedagogia que entenda e esteja preocupada com a educação, como mecanismo de transformação social. Ao privilegiar uma postura critica, participativa tanto do professor como do aluno, quando considera como o ponto de partida e de chegada no contexto histórico e social em que ocorre a educação e os condicionamentos que afetam o processo de ensino aprendizagem há que se definam novos critérios e procedimentos de avaliação que ultrapasse o autoritarismo e permita um processo mais democrático na escola. Uma revisão e redefinição de conceitos ao longo dos tempos se faz necessários, para dessa maneira conseguirmos um índice menor de evasão das escolas publicas brasileiras e a repetência ou até mesmo o fracasso escolar. Nesse contexto, cabe uma análise e reflexão sobre avaliação. É preciso refletir: 16 ● O que significa a avaliação para professores e alunos ● Como temos avaliado nossos alunos? ● Como preparamos e corrigimos as provas? ● O que fazemos com o resultado da avaliação? ● Qual o significado dos erros para o ensino e para a aprendizagem? ● Queremos os conservar ou transformar a pratica educativa? ● Avaliar por que, para o quê, quando, quem avalia, quem é avaliado, o que fazer com o resultado da avaliação? A avaliação constitui-se num dos elementos fundamentais do processo ensino aprendizagem. Na literatura educacional encontram-se muitos conceitos de avaliação, sendo alguns deles: Avaliação é uma apreciação qualitativa sobre dados relevantes do processo de ensino e aprendizagem que auxilia o professor a tomar decisões sobre seu trabalho. (LUCKESI, 1986). Para Saul (1994) a avaliação consiste num “processo de análise e critica de uma dada realidade visando a sua transformação”. Esteban (1996) considera prioritariamente, que avaliar significa investigar o movimento de construção do conhecimento pelo aluno, mediado pela ação escolar. Portanto, a avaliação é um processo intencional, sistemático, continuo, inclusivo, integral, de analise e de critica, visando à transformação; deve ser realizada de acordo com os objetivos educacionais propostos, resultando numa apreciação qualitativa sobre o ensino e a aprendizagem, auxiliando o professor na tomada de decisões sobre o trabalho docente. Tem a função de alimentar, sustentar e orientar o processo ensino aprendizagem devendo constar do projeto pedagógico de cada curso, conforme a sua especificidade. Deve alunos, professores, coordenadores, instituição, não pode ser instrumento de descriminação e seleção social, de punição e/ou rejeição, mas sim, de investigação, reflexão, construção do conhecimento pelo aluno/grupo de alunos, mediados pela ação do professor. 17 O processo avaliativo deve refletir a realidade, a legislação em vigor, as concepções educacionais que fundamentam o trabalho docente, a experiência individual e coletiva, os princípios que norteiam o projeto pedagógico do curso e da instituição. Deve ser três tipos de avaliação: a) Diagnóstica: descreve, classifica e determina o comportamento do aluno com a função de diagnosticar, é realizada no inicio de um semestre, de uma unidade, ou sempre que o professor julgar necessário. b) Formativa: tem a função de controle, de orientação, de superação de dificuldades na aprendizagem para a realização de aprendizagens posteriores; contribui para auto avaliação do professor, é realizada durante todo processo c) Somativa: tem a função d classificação, de atribuição de notas para cumprir o aspecto legal da avaliação, sendo realizada ao final de uma unidade, semestre ou curso, de acordo com seu aproveitamento expresso em notas. O resultado da avaliação pode ser utilizado não somente para verificar aprendizagem do aluno, atribuir notas, mas também para fornecer dados ao professor para reflexão, analise e reconstrução do trabalho docente, bem como orientar a instituição para a tomada de medidas educativas. Ao avaliar, observar alguns pontos básicos sobre avaliação: 1) ser elaborada segundo critérios claros, visando orientar e melhorar o processo de ensino e de aprendizagem de acordo com o projeto pedagógico de cada curso. 2) ser integrada ao processo de aprendizagem e não ser considerada como um conjunto de provas e/ou trabalhos. 3) Refletir-se ao processo e ao produto de aprendizagem. 4) Promover aprendizagem significativa. 18 5) Discutir com os alunos o programa da disciplina, as atividades, o desempenho do professor, etc., como forma de ampliar o processo avaliativo. 6) Fazer auto avaliação (professor e aluno) 7) Utilizar uma metodologia de trabalho em sala de aula que seja coerente com uma avaliação reflexiva critica emancipatória. 8) Alterar a postura diante dos resultados da avaliação: usar para diagnosticar, tomar decisões, refazer o planejamento das aulas, analisar a qualidade do curso. 9) Ter seu processo (de avaliação) avaliado permanentemente. 10) Ajudar o aluno/professor a aprender e a ensinar. A avaliação deve incluir: Testagem: em educação significa aplicar um teste para atribuir nota Moda: é mais amplo que testar, inclui maior variedade de instrumentos e uma interpretação um pouco mais ampla que testagem. Avaliação: é um processo pelo qual se determina a qualidade ou o valor de alguma coisa; inclui testagem e medida, emprega instrumentos qualitativos e quantitativos, utiliza registro de caso, observação, sem objetivo de qualificar, faz julgamento qualitativo, relatório descritivo, expressa opiniões, é mais completa porque inclui testagem, medida e avaliação. 2.2 Características Da Avaliação Tendo clareza da concepção de avaliação que vai embasar a orientação do processo avaliativo a ser utilizado pelo professor, pelo coletivo dos professores, pelo projeto pedagógico do curso, podem-se definir suas características. São características que devem nortear a avaliação: 19 Contínua: constante, planejada e realizada sistematicamente. Funcional: de acordo com os objetivos propostos. Cumulativa: realizada em etapas sucessivas que completam, que servem de subsídios para avaliações posteriores. Orientadora: orienta o processo ensino aprendizagem, a tomada de decisões. Integral: considera os aspectos cognitivos, afetivos e psicomotores Cooperativa: inclui a auto e a hetero avaliação, participação do coletivo na definição dos critérios de avaliação. Descritiva: registra o comportamento do aluno durante o processo. Individualizada: respeita a individualidade do aluno. Coletiva: considera o desempenho do grupo. Sistêmica: avalia o todo e não apenas a aprendizagem do aluno, mas o professor, o trabalho docente, o projeto educativo, a instituição. Formal: atribui nota para efeito legal de promoção do aluno. Participativa: define critérios com a participação do aluno, a proposta da escola. Critica: dirige o olhar critico sobre a ação docente, a participação do aluno, a proposta da escola. Reflexiva: permite pensar o processo ensino aprendizagem em diferentes dimensões. Processual: é processo, uma trajetória e não um ajuntamento de resultados. Auto reguladora: permite encontrar caminhos, definir ações pessoais e coletivas. Inclusiva: atende à diversidade dos alunos adequando o ensino as suas necessidades educativas. Intencional: tem uma intenção clara, é baseada nos objetivos. 20 Muitos são os fatores que contribuem para uma situação catastrófica do ensino, intra e extras escolares encontra-se o problema da civilização e do aproveitamento escolar, questões essas que sem duvidas são muito importantes. Daí a necessidade de retornar a questão avaliação partindo de uma retrospectiva histórica da mesma luz das tendências pedagógicas que dominaram o cenário histórico brasileiro: no entanto sabemos que a avaliação da aprendizagem escolar, está hoje a serviço de um modelo social dominante, que genericamente, pode ser identificada como um modelo social liberal. Historicamente, a educação liberal iniciou com a pedagogia tradicional por razoes de recomposição da hegemonia da burguesia, evoluiu a pedagogia renovada (também dominada escola nova ou ativa) o que não na pratica escolar. Ainda nessa tendência liberal encontra-se a pedagogia tecnicista a qual subordina a educação à sociedade tendo como função a preparação de “recursos humano” (mão de obra para a indústria). No tecnicismo acredita-se que na realidade contém em si suas próprias leis bastando que o individuo apenas cumpra. 2.2.1 Tradicional Abordaremos a seguir a análise da avaliação da tendência tradicional onde o objetivo era centrado no intelecto na transmissão de conteúdo do professor para o espírito do aluno, em que a idéia de ensino consistia uma aprendizagem, receptiva e mecânica de recapitulações de certo prazo, por (interrogatórios orais, exercícios de casa). O esforço é em geral, negativo e a (punição, notas baixas e apelos aos pais), às vezes é positivo, (incentivos, estímulos, classificações) e ainda se restringe a verificação da aquisição de conceitos e procedimentos didáticos e autoritários em relação professor aluno não se guardavam, qualquer relação com o cotidiano do aluno, e muito menos com a realidade social do mesmo. Para concluir esse texto podemos citar a seguinte idéia: 21 A prática classificatória da avaliação é antidemocrática desde que não encaminhou uma tomada de decisão, apara o avanço, para o crescimento. Em que essa prática classificatória da avaliação confirma a hipótese inicial de que a atual prática da avaliação do aluno é uma prática antidemocrática no que se refere ao ensino (LUCKESI, 1999 p.49). No entanto essa abordagem tradicional é caracterizada pela concepção de educação como um produto, em que os modelos são apenas seguidos, e relação, professor aluno é vertical e somente o professor detém o poder decisório quanto a metodologia a ser seguido em que à avaliação é realizada predominantemente visando a exatidão da reprodução de conteúdo comunicado em sala de aula. Mede-se portanto, pela quantidade e exatidão de informações que conseguem reproduzir. Em que o ensino tradicional é uma característica da prioridade atribuído à disciplina intelectual e ao conhecimento abstrato. Igualmente comum a considerações da missão da catequética da escola. Programas minuciosos, rígido e coercitivo. Exames seletivos, e investidos do caráter sacramental. Em que nessa visão, e um principio do método de recitação das espécies de conteúdo a uma concepção estática do próprio conhecimento. [...] dificilmente tais explicações questionam a ação da escola, dando a impressão de que o repertorio de condutas adequadas à aprendizagem constitui algo que deve estar pronto e acabado antes e independentemente da experiência, escola. (MELLO, 1985, p.89-90). 2.2.2 Tendência tecnicista As teorias da aprendizagem que fundamentam a pedagogia tecnicista dizem que aprender é uma questão de modificação do desempenho. Em que o bom ensino depende de organizar oficialmente as condições estimuladoras, de modo ao que o aluno saia de situação de aprendizagem diferente de aprendizagem diferente de como entrou, ou seja, o ensino é um processo de condicionamento através de uso de reforçamento das respostas que quer obter. 22 Os sistemas instrucionais visam o controle de comportamento apreendido é uma resposta a estímulos externos, controlado por meio de reforços que ocorrem com as respostas ou após as mesmas. No entanto a pedagogia tecnicista pode ser chamada de behaviorismo onde o conteúdo é transmitido através de treinamentos de seus comportamentos e habilidades e são planejadas por livros de instrução e procedimentos de avaliação, em que podemos observar como uma postura eclética, em torno dos princípios pedagógicos no tradicional e na idéia renovada. Essa tendência é oriunda do positivismo que a ciência seria capaz de resolver todos os problemas do homem. No campo da educação de modo a implantar uma organização racional e capaz de afastar todos os riscos que pudessem prejudicar a eficiência produtiva. Para isso, era necessário operacionalizar os objetivos, e se preciso fosse, mecanizar o processo. Esse sistema procurou colocar a escola dentro dos modelos de racionalização do sistema capitalista de produção. A racionalização exige planejamento. Os tecnicistas implantaram então uma serie de procedimentos de encontráveis formulários para o professor e de exercício para o aluno, tipo: preencha as lacunas, siga o modelo, complete etc. O tecnicismo sofreu grande influencia de Frederck Tawller (2000). Em que o professor e o aluno deixados para o segundo plano. Dentro do processo educativo se tornam menos cumpridores de tarefas. Frente ao conhecimento, tanto um como o outro são espectadores, sendo que o que importa é meramente o processo. O tecnicismo burocratizou o ensino. O professor tinha tanto formulário para preencher que não sobrava tempo para pensar na aprendizagem. Ao transportar o modelo de produção das fabricas para as escolas, o tecnicismo perdeu de vista a função da escola e a forma complexa de como se dá o processo de conhecimento da aprendizagem do aluno de tal maneira que os professores ficaram totalmente perdidos na forma em avaliar os alunos. Mas finalmente o que pretende aqui refletir é o método civilizado para avaliar nessa tendência tecnicista: Em que uma vez estabelecidos os procedimentos de avaliação os instrumentos e as medidas a atribuição de conceitos de sua aplicação, ou seja, a classificação, segundo determinados padrões, 23 passam (esses procedimentos) a ser visto como atividades técnicas e neutras ao invés de formas interpretativas e excessivas das relações sociais que estão incorporadas dentro a sua própria idéia de avaliação. (BARBOSA et alii, 1991, p. 2) Diante desse contexto percebemos que o perfil do educador, não mudou muito. Na verdade, “poucos são os que fogem ao conceito de ‘educação bancaria”, ou seja, o saber não passa de uma doação dos que julgam sábio dar, entregar, transmitir o seu grande saber. Portanto, a educação se torna um simples, ato de depositar onde os educandos são depositários e os educadores os depositantes, ou seja, a avaliação consiste, nessa abordagem em constatar se o aluno aprendeu e atingiu os objetivos propostos quando o programa foi conduzido ate o final de forma adequada, com a finalidade de se conhecer se os comportamentos finais desejados foram adquiridos pelos alunos. Tal como na abordagem tradicional encontra-se aqui ênfase no produto obtido, na transmissão cultural. Em que esta abordagem se baseia, no entanto, não em uma pratica cristalizada através dos tempos, mas em resultados experimentais de planejamento de continência de reforço. Uma cultura bem planejada de contingências de esforços, sob o qual os membros se comportam de acordo com procedimento que mantém a cultura, capacitam-na a enfrentar emergências e modificam-na de modo a realizar essas mesmas coisas eficientemente no futuro. (SKINNER, 1980, P.205) 2.2.3 Abordagem da avaliação construtivista. A maior polêmica que se cria hoje, em relação a uma perspectiva inovadora da avaliação, diz respeito à questão melhoria da qualidade do ensino. No entanto há muitos fatores, que dificultam a superação da pratica tradicional, já tão criticada, mas dentro muito desponta sobremaneira a crença dos educadores de todos os graus de ensino de manutenção da ação avaliativa diagnostico como garantia de ensino de qualidade que resguarde um saber competente dos alunos. Diante desse comentário acima pode, portanto chegar a indiscutível teoria de Piaget para o avanço em series questões da pratica avaliativa importante, igualmente, para leva-lo a perceber que é urgente 24 como se da o conhecimento dos diferentes estratégicos de conhecimento nessas questões, sujeito igualmente de tal processo. Construtivismo significa isto: a idéia de nada, a rigor, esta pronto, acabando e de que, especificamente, o conhecimento não é dado, em nenhuma instância, como algo terminado. Ele se constitui pela integração do individuo como o meio físico e social como o simbolismo humano, com o mundo das relações sociais; e se constitui por força de sua ação e não por qualquer dotação previa, na bagagem hereditária ou no meio de tal modo que podemos afirmar que antes da ação não há psiquismo nem consciência e muito menos, pensamento. (BECKER, 1993, p. 88-89). A atual pratica da avaliação escolar estipulou como função do ato de avaliar a classificação apesar de tomarmos conhecimentos, através de estudos realizados que a mesma deveria ser diagnosticada. No entanto essa concepção de avaliação e, como qualquer outro método já citado, pois qualquer seja a concepção do aluno terá que passar olhares atentos de educadores, como podemos observar na citação feita por um teórico em que ele diz o seguinte. Com a função classificatória a avaliação constitui-se num instrumento estático e frenado do processo de conhecimento para a autonomia do crescimento para a competência. Como diagnostico, ela será um momento dialético de “senso” do estagio em que se está e de sua distancia em relação à perspectiva colocada como ponto a ser atingido a frente. (LUCKESI, 1996 p.35) Para que a avaliação diagnostica seja possível, não podemos concebê-la de forma solta e isolada, e sim estar comprometido com a ação pedagógica, e também com a proposta histórica – critica já que a concepção tem por objetivo levar o educando a apropriar-se criticamente de conhecimentos e habilidades necessárias à sua realização como sujeito crítico dentro de uma sociedade que se caracteriza pelo modo capitalista de produção. Dessa forma, a avaliação deve ser instrumento auxiliar da aprendizagem e não um instrumento aprovação ou reprovação. E devera ser assumida como um instrumento de compreensão do estagio de aprendizagem em que se encontra o aluno, tendo em vista toma discussões suficientes e satisfatórias para que possa avançar o seu processo de aprendizagem. Ao assumir a avaliação como diagnostico o professor retornara os conteúdos com os alunos que demonstram dificuldades diversificando o modo de trabalhar o mesmo assunto de modo que retome e 25 reelabore a proposta de trabalho, considerando que para aprender, é preciso agir sobre o objeto do conhecimento, retomando o processo de avaliação. E a partir da analise de situação vivida pelos professores no seu cotidiano através de expressão e manifestação de suas duvidas e analise, que poderemos auxilia-las e reconduzir sua ações e compreende-las numa outra perspectiva. (HOFFMANN, 1996, p.18) Portanto uma educação de qualidade do ensino torna-se extramente responsável pela media em favorecer boas oportunidades amplos e desafiadoras para a construção de novos conhecimentos e novas oportunidades amplas para uma construção de conhecimentos novos. Contrariamente, qualidade numa perspectiva mediadoras da avaliação, significa desenvolvimento máximo possível, um permanente “vir e ser” sem limites pré-estabelecidos, embora com objetivos claramente delineados, desencadeados da ação educativa. Não se trata aqui como muitos compreendem, de não delinearmos pontos de chegada. No entanto para as escolas é muito importante se respeitar esse processo individual de se constituir o conhecimento bem como todas as etapas que ele devera percorrer, para isso, a aprendizagem esta na relação estabelecida entre o sujeito e o objeto, onde o erro não é sinal de fracasso, mas uma expressão da fase em que se encontra na busca do conhecimento do processo de desenvolvimento continuo baseado nas interações entre o educador e o educando conhecendo a atitude construtiva do sujeito sobre a construção da inteligência que se resulta na interação com a nova visão de uma avaliação escolar. É preciso que o (a) educador (a) saiba que o seu “agora “ e são quase sempre o “lá” do educando. Mesmo que o sonho do (a) educador(a) seja não somente tornar o seu “aqui agora” com ele ou compreende, feliz que o educando ultrapasse o seu “aqui” para que este sonho se realize tem que partir do “aqui” do educando e não do seu. No mínimo, tem de levar em consideração a existência do “aqui” do educando e respeita-lo. (FREIRE, 1992 p.59) Portanto a escola que queremos e que desejamos não esta muito longe basta acreditarmos e lutarmos para uma melhor compreensão e valorização. 26 3 ATUAÇÃO LDB E OS PCN´S COMO DEFINEM E PROPÕE A AVALIAÇÃO O presente texto compõe-se de estudos baseados na leitura da atual LDB 9394/96 e dos PCN´s do ensino fundamental das series iniciais, abordando as definições da avaliação e de que maneira pode-se estar trabalhando com esses recursos, ajudando n melhorias do próprio educador, no contexto escolar. 3.1 A Atual LDB Com base na descentralização e na flexibilização pedagógica, a LDB determina que o currículo do ensino fundamental alem de uma base comum fixada determina que o currículo de ensino fundamental alem de uma base comum fixada nacionalmente, deve conter matérias que variam de acordo com as características de cada região. Sabemos que uma das maiores causas dos fracassos escolar, esta relacionado com o conteúdo pré estabelecido, desvinculado da realidade das crianças e das formas inadequadas, com a falta de competência de muitos professores e com a avaliação que vem sendo utilizada de forma autoritária e primitivo. Vimos alunos que são reprovados, por conduta sociais por indisciplina e não por estarem aptos para prosseguirem estudos nas series seguintes, nessa unidade analisaremos que a Lei n.º 9394/96, estabelece com relação à avaliação, os objetivos dessa unidade são: ● identificar os critérios de avaliação estabelecidos pela legislação. ● analisar a prática avaliativa da rede escolar. No entanto a lei 9394/96 estabelece regras para que os sistemas de ensinos possam organizar a avaliação escolar. 27 É necessário avaliar a quantidade do conhecimento que o aluno traz e não somente a quantidade de conhecimento. Pois em geral o aluno estuda para passar de ano; para tirar notas e não para aprender. O professor julga o desempenho do aluno por meio de uma nota obtida, de um único momento do processo de ensino aprendizagem. No entanto com as relações dos critérios de avaliação da lei 9394/96 o artigo 24 inciso V estabelece o seguinte a) A avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com providencia dos aspectos qualitativos sobre os resultados ao longo do período letivo9 sobre os de eventuais provas finais. b) possibilidade de aceleração de estudo para os alunos com atraso escolar c) possibilidade de avanço nos cursos e nas series mediante verificações do aprendizado d) aproveitamento de estudos de recuperação de preferência paralelos ao período letivo, para os de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições de ensino sem seus regimentos. Na alínea pode observar-se que a legislação fala em acelerar os estudos dos alunos que estão atrasados. Mas para que seja possível será necessária à utilização de recursos e metodologias diferenciadas alem de muita dedicação e competência por parte de professores, pois se tem que prestar atendimento individualizado. A LBD põe esta alternativa citada como uma possibilidade, para poder atrair os alunos que estão afastados, pretendem assim retornar e não se sentirem fracassados. Pois a possibilidade de avanço nos cursos e nas series mediante verificação do aprendizado, é também uma grande frente de motivação para os alunos prosseguirem os estudos. Pois sabe-se que a LDB dispõe de alguns benefícios para os alunos que conseguem se desenvolver com mais facilidade como por exemplo: 28 Com a recuperação obrigatória de preferência somente no final do ano letivo, em q o aluno encara como um castigo, e não como um recurso a mais para poder continuar enfrente nos estudos; mas voltando ao assunto anterior falando de avaliação podemos notar o aluno superdotado pois ele conclui os seus estudos com mais êxito, sem passar por todas as etapas escolares, mas lembrando que ele irá estudar em uma instituição própria para esse caso, pois por mais que seja inteligente não quer dizer que irá pular os degraus do ensino, mas sim concluí-lo com mais rapidez que o normal; mas por outro lado quando existem métodos totalmente tradicionais que quando um aluno refaz uma avaliação com o mesmo conteúdo, se ele possuía na primeira avaliação nota 4 e na recuperação conseguiu nota 8, o professor acaba fazendo uma media das 2 notas. Ora, o aluno não conseguiu atingir todos os objetivos ele não apresentou um desempenho melhor, pois a meta obtida no segundo momento não é que prevalece. Portanto por mais que a LDB expõe as necessidades e as imprudências que existe na avaliação do aluno, ainda tem professores que se recusam a mudar essa idéia retorcida e antiga do autoritarismo. No entanto as diretrizes buscam indicar atributos para evitar dois riscos em que o primeiro seria burocratizá-los, ou então transformá-las em um mecanismo de controle prévio ou então ao gosto das burocracias centrais da educação, no entanto o segundo seria transformar a autonomia da educação em outra forma de criar privilégios que produzem exclusão. Em relação ao risco de burocratização é preciso destacar que a LDB vincula a autonomia e a proposta pedagógica é a forma de buscar algo enriquecedor para ação pedagógica, para ser utilizada de forma autônoma de educação para se obter bons benefícios ao texto no qual não cabe mudanças somente nas diretrizes, mas sim no propicio, pensar do professor educador. Pois a autonomia pedagógica depende de boa açaí de educadores que estão dispostos a enfrentar a luta por uma educação mais competente. Pois apesar da LDB propor mudanças na ação pedagógica do educador ou ate mesmo na proposta pedagógica do contexto escolar, sabemos que ainda não acontece, pois a um medo constante de mudanças por partes deles citados acima. 29 No entanto a avaliação proposta pela LDB, pode ser entendida como uma luz desses marcos explicativos na onde a perspectiva também tem implicações no que refere-se a pratica, e estratégicas da ação do educador. Portanto deve-se repensar na atuação do professor educador na forma em que ele esta formulando e aplicando a avaliação, se esta apenas avaliando nas provas ou no continuo, pois a educação é como etapas que funcionam como degraus. Pois o ato de avaliar funciona como degraus. Pois o ato de avaliar fornece dados que permite verificar diretamente o nível de aprendizagem dos alunos, e também determinar a qualidade do ensino. Ao avaliar o ar progresso de seus alunos na aprendizagem o professor pode obter informações valiosas sobre o seu próprio trabalho. Nesse sentido a avaliação tem a função tem a função de fornecer informações para se aperfeiçoar a aprendizagem do educador justamente com o educador de formas paralelas onde um possa contribuir com o outro ou vice – versa. 3.2 Abordagens De Avaliação Segundo Os PCN´S As novas perspectivas da avaliação presente na proposta curricular esta mediante aos parâmetros curriculares nacionais do ensino fundamental “5ª a 8ª”. Pois nos últimos anos o ministério da educação, vem realizando, um trabalho de transformação de sistema educacional onde o objetivo é expandir e melhorar sua qualidade, para fazer frente aos desafios postos em um mundo de constantes mudanças. Dessa maneira os parâmetros propõe um currículo baseado no domínio de competência básica. No entanto os PCN´s são resultados de meses de trabalho realizados por especialistas e educadores, no estudo de auxiliar e dar algo mais confiável para que o professor possa estar utilizando com freqüência e comum aliado na execução do seu trabalho, e no desenvolvimento do currículo de sua escola. Nesse sentido os PCN´s são meios que capacitam e permitem que o professor esteja utilizando para produzir culturas sociais e econômicas e varias outras habilidades essenciais para o desenvolvimento e a socialização 30 do professor junto com o aluno. Mas também os PCN´s, vem abordando algo de grande importância para que o professor possa utilizar, acabando com o mito do massacre que muitos alunos enxergam que é a “avaliação”. Pois os PCN´s vem ressaltar a avaliação como critérios de considerações, como uma etapa de desenvolvimento cognitivo, afetivo e social de cada aluno, no qual ele terá considerações de apontar suas próprias experiências educacionais. Porem é importante assimilar que os critérios de avaliação expressos nos PCN´s, são resultados de experiências de aprendizagem essenciais no final de cada ciclo. Onde a maioria das vezes os professores são submetidos e compreendidos como conjunto de ações organizadas com a finalidade de obter informações de aprendizagem do aluno. Os PCN´s do ensino fundamental vem propondo o rompimento da avaliação tradicional, e assim colocar a avaliação a serviço de uma pedagogia que esteja atenta e preocupada com a educação, com um mecanismo de transformação social de cada individuo, pois como já dissemos no inicio do nosso dialogo, os PCN´s foram elaborados para orientar os novos currículos. A proposta dos PCN´s não soam uma colação de regras impostas do alto sobre o que os professores devem ou não fazer. São uma referencia consistente para a transformação dos objetivos, conteúdos e didáticas do ensino fundamental. Essa transformação objetiva coloca em pratica os princípios da nova LDB, pois propõe os PCN´s como fundamentos, metas e meios, os próprios conhecimentos seguido do seu preparo com manifestação do espírito democrático e participativo e valorizador da autonomia que deveria caracterizar a educação de base no país. Os PCN´s foram elaborados a partir das praticas curriculares vigentes dos sistemas estaduais e municipais de educação e dos dados sobre o desempenho dos alunos e da experiência curricular dos outros países. Nos PCN´s, os conteúdos e o tratamento que eles devem ser dados que assumem papel central, uma vez que é por meio deles que os propósitos da escola são operacionalizados, na demanda de uma reflexão sobre a seleção de conteúdos, que se amplia para alem dos fatos e conceitos, passando a incluir procedimentos, valores, normas e atitudes. 31 Por mais que o professor, os companheiros de classe e as matéria didática possam contribuir, para que a aprendizagem se realize, nada pode substituir a atuação do professor e do próprio aluno, ao contribuir significado sobre os conteúdos de aprendizagem. Portanto os critérios de avaliação explicam as expectativas de aprendizagem considerando objetivos e conteúdos propostos para a área de etapa de desenvolvimento cognitivo, afetivo e social, no qual os alunos tenham condições de desenvolvimento do ponto de vista pessoal e social de forma equilibrada as diferentes condições de conteúdos. Pois ao selecionar instrumentos de avaliação o professor devera discutir o conhecimento e a habilidade de cada um, alem de valores mensuráveis, relacionados do contexto de construção do conhecimento pessoal do aluno. Finalmente, é fundamental que o professor discuta seus instrumentos, métodos e procedimentos de avaliação com a equipe pedagógica principalmente com os maiores interessados que são os educandos, pois dessa maneira ele poderá aplicar sua avaliação e ao mesmo tempo ser avaliado, pois somente dessa maneira ocorrerá uma avaliação, honesta e digna de qualquer ser humano, de repente pode parecer um discurso do senso comum, mas pelo conteúdo somente irá entrar em vigor uma avaliação construtiva, no momento em que o professor começar a apresentar seu trabalho de maneira limpa e digna de um educador. No entanto, não é somente cobrar, mas também mostrar serviço, para dessa maneira ser digno de cobranças. Diante dessa discussão o que se pode concluir e que os PCN´s estão para nos mostrar maneiras diferentes com alguns benefícios e recursos a serem postos em pratica, basta cada secretaria, ou melhor dizendo, cada equipe pedagógica, por em pratica e cobrar do professor educador, estudar e começar utilizar esses métodos que os PCN´s e a LDB, nos colocam, pois por mais que pareça impossível, cabe a cada um arregaçar as mangas e colocar em pratica, pois para que uma avaliação possa ser verdadeira tem que colocar o processo em ação para que possamos mostrar serviço quando formos cobrados. Pois somente dessa maneira irá poder ocorrer uma educação, merecedora de elogios pela sociedade. 32 Com os estudos realizados neste capitulo, foi possível verificar a importância que a atual LDB dos PCN´s e fundamental importância para a avaliação, bem como a utilização de recursos e metodologias diferenciadas, possibilitando a autonomia do professor em sua pratica pedagógica. 33 4 AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM Neste capitulo discutiremos a questão da avaliação do aluno relacionado à questão da práxis do docente e qual a proposta que ele esta utilizando. Para tanto como base a analise dos questionários aplicados fazendo uma comparação com os estudos dos PCN´s e dos teóricos aqui citados Perrenoud (1999), Luckesi (1994), e que foram referenciais que possibilitaram, uma analise sobre o professor e de como esta encarando a proposta atual LDB, e de que maneira esta avaliada das series iniciais do Ensino Fundamental. 4.1 A Práxis Do Professor Sob um ponto de vista das relações pedagógicas se constituem uma perspectiva, da avaliação que ira ajudar o aluno e progredir na aprendizagem e aperfeiçoar o professor em sua pratica e em sua teoria em termos gerais. No entanto a educação pode ser entendida como uma experiência de vivência, multiplicadas e variadas, tendo em vista o desenvolvimento motor, cognitivo objetivo e social do educando. Dentro dessa visão, em que o educador é formar e aprender é construir o próprio saber, a avaliação, contempla dimensões, e não se reduz apenas em atribuir notas. Se o ato de ensinar e aprender consiste na realização e em mudanças de aquisições e de comportamentos cabe ao professor verificar, se o ato de avaliar consiste em se realmente os alunos estão atingindo o grau de conhecimento que ele deseja. Pois a consecução para ajudar o aluno a avançar na aprendizagem e não construção do seu saber. No entanto nessa perspectiva a avaliação assume um sentido orientador e cooperativo. Assim a avaliação assume a dimensão de orientar, pois permite que o aluno tome consciência de seus avanços e dificuldades, para assim poder continuar progredindo da construção do conhecimento. 34 Portanto a forma de encarar e realizar a avaliação reflete na atitude do professor em sua interação com a classe bem como a sua realização com o aluno. Por exemplo, um professor autoritário e inseguro, poderá ver a avaliação como uma arma de tortura ou como punição para os alunos apáticos ou indisciplinados. Por sua vez, se o professor sério e responsável orienta nas adversidades da aprendizagem do educando. Terá que encarar a avaliação como uma forma de diagnostico do avanço a dificuldade dos alunos, como indicado para o replanejamento de seu trabalho docente. Para que assim possa ter uma perspectiva à avaliação ajuda o aluno a progredir na aprendizagem, para o professor assim aperfeiçoar a sua pratica pedagógica. Em termos gerais a avaliação é um processo de coleta de dados tendo em vista verificar se os objetivos propostos foram atingidos. Sempre respeitando as características individuais e o ambiente em que o educando vive. A avaliação dever ser integral considerando o aluno como um ser total e integrado e não de forma fragmentada, os professores precisam verificar o conhecimento prévio de seus alunos, com isto ter dados que demonstram o desrespeito que a escola vem prestando à sociedade. No entanto apóia-se no principio e na importância de assumir-se a escola como um espaço onde atuam sujeitos socioculturais e históricos que se formam mutuamente através das relações sociais. Dessa maneira, apóia-se no fato de que a escola é educativa por si mesma, pelas circunstancias de seu relacionamento com a sociedade, sendo educativa em sua dinâmica, em sua forma de ensinar aprender e na organização de sei trabalho. A concepção de avaliação que possa seguir essa lógica é a de um processo que deve abranger a organização escolar como um todo, a relações internas a escola, o trabalho docente, a organização do ensino, o processo de aprendizagem do aluno e, ainda, a relação com a sociedade. Nessa perspectiva torna-se fundamental a construção de um conceito de avaliação escolar onde entenda as necessidades da escolarização dos comandos populares porque são elas que mais tem sofrido com o modelo de escola atual. E se o movimento da sociedade empoe um novo tipo de escola, impõe também a necessidade de um novo referencial para a constituição dos processos de avaliação. 35 A avaliação é um exercício mental que permite a analise, o conhecimento na medida ou em um julgamento de um objeto , esse objeto deve ser a própria realidade e daqueles que a fazem. Avaliar seria um processo de autoconhecimento e também o conhecimento da realidade e da relação dos sujeitos com essa realidade. Seria um processo de analise julgamento, recreação ou ramificação da instituição que fazem parte, dessa realidade e das pessoas que a mantém seja ela municipal ou estadual. Questionam-se, assim os processos de avaliação de aprendizagem dos alunos que estão usualmente centrados num desempenho cognitivo, em referencia a um projeto político pedagógico da escola, e ainda, o sentido das avaliações escolares que tem diferenciado especialmente, para o ato de aprovar ou reprovar os alunos. Ao lado desse aspecto, surge uma das questões mais controvertidas. Na práxis de professor, pois os registros são responsabilidade do educador pois ele assume o papel de juiz, pois ele questiona as provas, usualmente empregada com instrumento único de avaliação dos critérios claros em comprara a aprendizagem dos conteúdos específicos ensinados, considerando que ainda existe um versão reduzida e equivocada do processo educativo que baseia-se na perspectiva de interestruturação do conhecimento, entendendo a ação de avaliar como processual e reguladora das possibilidades de construção de um processo educativo mais rico e mais dinâmico, do pressuposto de eu as diferenças são positivas e fundamentais para o conhecimento dos sujeitos no processo de conhecimento da realidade. A pratica pedagógica processa as teorias, buscando compreende-las e critica-las, num sentido amplo desses procedimentos, com o intuito de não somente memorizar estas teorias, mas também, de entender sua importância na leitura da sociedade do mundo. A didática, como direcionamento imediato da pratica do ensino e da aprendizagem, servira de elemento articulado entre as posições teóricas e praticas escolar propriamente dita. Ela, tanto em sua fase de planejamento, quanto em sua fase de execução, é a necessária para garantir a tradução da teoria pedagógica em pratica pedagógica. Através dela, a concepção teórica da educação pode se fazer concreticidade. (LUCKESI, 1997, p.163). Portanto o campo com a maior discussão desses valores são conhecidas com as diferenças fundamentais para o crescimento dos sujeitos 36 no qual fazem parte da escola para classificar ou sentenciar seus alunos. A avaliação deveria propiciar a identificação dos problemas na verificação e possibilidade dos rendimentos dos conteúdos para dessa maneira detectar o que o aluno aprendeu nos anos anteriores, precisa também identificar as dificuldades na aprendizagem, diagnosticando e tentando identificar a caracterização das possíveis causas. O professor também deve estabelecer do iniciar o período do ano letivo os conhecimentos que seus alunos devam adquirir, as habilidades e as atitudes a serem desenvolvidas. No que então esses conhecimentos e as habilidades são, constantemente avaliado, durante a realização da atividade, fornecendo informações tanto para o professor como para o aluno, sobre o que foi assimilado e o que ainda precisa ser determinado, caso o aluno não consiga atingir as metas propostas, cabe ao professor organizar novas situações de aprendizagem para dar a todos condições de êxito nesse processo. No entanto o ato de avaliar fornece dados que permitem verificar diretamente o nível de aprendizagem dos alunos, e também, indiretamente determinar a qualidade do processo de ensino. Ao avaliar o processo de seus alunos na aprendizagem, o professor pode obter informações valiosas sobre os seus próprios trabalhos. Nesse sentido a avaliação tem a função de retro alimentação ou feedback, porque fornece ao professor dados para que ele possa repensar e replanejar sua atuação didática, visando aperfeiçoa-la para que seus alunos obtenham mais êxito na aprendizagem. Finalizando e tomando por base a característica fundamentais do educador e do educando como seres humanos e como sujeitos da práxis pedagógicas verificando que o papel do educando esta em criar condições para que o educando aprenda e se desenvolva de forma ativa, inteligente e sistemática. Para tanto, o educador, de modo algum, poderá, obscurecer o fato de que, para que aprenda, devera criar oportunidades de aprendizagens ativas, de tal modo que o educando desenvolva sua capacidades cognoscitivas assim como suas comunicações afetivas, morais, sociais e políticas. O educador, como sujeito direcionador da práxis pedagógica, devera no seu trabalho docente, estar atento a todos os elementos necessários para que o educador efetivamente aprenda a se desenvolver. Para isso alem das 37 observações aqui contidas, devera ter presente os resultados das ciências pedagógicas, da didática e das metodologias especificas de cada disciplina. O planejamento, a execução e avaliação do ensino será insatisfatório, senão forem processados dentro de mínimo parâmetros de criatividade e autenticidade o estudo deste capitulo tem por chamar a atenção de educadores e de futuros educadores para o fato de que somos sujeitos da práxis pedagógica e não estão dados definitivamente, mas sim, que eles devem ser permanentes repensados e recompreendidos, se queremos produzir uma ação docente – descente de forma critica. (LUCKESI, 1997, p. 119) Muitas vezes a avaliação do rendimento escolar em algumas instituições não é usada corretamente pelos professores, que não respeitam o ambiente no qual o aluno está inserido. Ainda numa educação que prioriza o depósitos de informações, onde um ensina e o outro aprende, os instrumentos de avaliação são usados apenas como mediadores do conhecimento; com isso, afastam-se das características humanas, posicionando-se como uma ferramenta de exclusão escolar e social, não considerando o aspecto sócio emocional que resulta num distanciamento entre professor e aluno. Este processo é subjetivo e realizam julgamentos de valores, sobre dados relevantes da realidade em que ocorre aprendizagem, inerentes ao contexto social ou individual de cada aluno. O cotidiano na sala de aula nos leva a verificar que existe uma proximidade entre a afetividade e os desenvolvimentos cognitivo do aluno, consequentemente também na sua avaliação. O que confirma os problemas de aprendizagem causados pela má organização dos esquemas afetivos, principalmente na faixa etária de 6 a 10 anos, que compreende as séries iniciais do ensino fundamental. Considerando que pensar e sentir são ações intimamente ligadas, indissociáveis, precisamos refletir a cerca do papel da afetividade no funcionamento psicológico e na construção de conhecimento cognitivo afetivos. É necessário valorar a afetividade como pressuposto básico para a aprendizagem e a sua eficácia na avaliação do rendimento escolar. A nova lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LBD), a lei 9394, nos oferece os dois mais importantes princípios da afetividade e amor no âmbito escolar, a respeito à liberdade e o espaço à tolerância, que são inspirados no principio de liberdade e nos ideais de solidariedade humana. Ambos tem por fim ultimo o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo 38 para o exercício da cidadania ativa e a sua qualificação para as novas ocupações no mundo do trabalho. Piaget define a afetividade como todos os movimentos mentais conscientes e inconscientes não racionais (razão), sendo o afeto um elemento indiferenciado do domínio da afetividade. Afirma ele que o afeto é a energia necessária para o desenvolvimento cognitivo. Estudos que integram as pesquisas de Freud e de Piaget especificam que a afetividade inclui na construção do conhecimento de forma essencial através da pulsão de vida e da busca pela excelência. A avaliação escolar deve ser mais estudada e detalhada cientificamente, buscando considerar relações de afetividade entre o professor e o aluno que possam ser garantidas dentro das variadas formas de avaliação. A afetividade tem um respaldo significante sob a avaliação do aluno como um todo, devendo ter como aspecto fundamental alcançar os objetivos do processo de ensino dentro dos fatores cognoscitivo e sócio emocional, intimamente ligado à interação professor aluno. 4.2 A Avaliação e sua Concepção A maneira como a escola avalia é o reflexo da educação que ela valoriza. Quando indagamos a quem ela beneficia, a quem interessa, questionamos o ensino que ela privilegia. Como instrumento de medida de conhecimento, a avaliação tem como enfoque principal aprovar ou reprovar o aluno. Desta forma, a garantia do ensino de qualidade foi abolida do processo escolar. A concepção de avaliação ainda é relacionada à idéia de mensuração de mudanças do comportamento humano. Serve como um meio de controle, feito através de atribuição de pontos ou notas, para que os alunos realizem as tarefas e tenham comportamentos esperados, que o professor e a instituição desejam. Não se importam com o tipo de conhecimento que o aluno adquiriu, e sim com o tipo de nota que o aluno obteve. A nota, portanto, passa a apresentar um objetivo diferente da representação do rendimento do aluno. Necessita ser redirecionada pois a competência ou incompetência do aluno 39 não resultam apenas da escola ou do professor, e sim de todos aqueles que participam do contexto escolar e social do educando. Em relação a interação aluno professor, percebemos que a educação atual abre espaço para sair parceria entre ambos, verificamos que vem acontecendo um estreitamento dessa relação. O que não percebemos é a utilização da proximidade dessa relação, no desenvolvimento das aulas e avaliação dos professores e alunos. Encontramos ambientes que propõem a afetividade mais como contato físico que nem sempre considera o alunos como ser autônomo, com direitos e desejos nem sempre iguais ao do professor. Avaliar o rendimento escolar, portanto, é um dos elementos para reflexão e transformação da pratica escolar e deve ter como principio o aprimoramento da qualidade do ensino, tendo em vista que, atualmente, tem sido utilizada como parte de uma ação política, que visa através do processo educativo, como instrumento de legitimação da seletividade da educação conferindo ao ensino um papel subsidiário diante do fracasso do aluno. Os aspectos qualitativos devem prevalecer sobre os quantitativos. 4.3 Avaliação Como Instrumento De Socialização Sendo o professor um representante dos modelos e valores “universalistas”, deve garantir a todos os alunos uma “igualdade de partida” e oportunidades reais” para que estes revelem as suas capacidades, “recompensando o êxito de qualquer um que se mostre capaz”. A escola é, assim, a agencia de socialização na qual as crianças experimentam pela primeira vez um sistema institucionalizado de diferenciação com base na realização individual a qual procura incutir a aceitação das regras de competição próprias da estrutura. Para o escritor Robert Dreeben, a escola visa, sobretudo a socialização para o trabalho através da valorização de atitudes de “independência” e individualismo, pois cada um deve ser avaliado em relação as suas próprias capacidades, uma vez que expectativas quer do ensino 40 superior, quer dos empresários, são as que possa exatamente o que cada um é capaz de fazer por si próprio. Não que as avaliações devem ser somente individuais, pois o coletivo ensina a divisão a união, mais os alunos não devem ser acostumados a dividir responsabilidades. Mesmo quando a escola proporciona oportunidades para que os alunos vivenciem situações de cooperação, são as avaliações individuais em ultima analise contam o que revela a preocupação em incutir a “independência” tão necessária no futuro, para que cada um saiba assumir suas responsabilidades e desempenho de suas tarefas. Ao avaliar “o produto de um individuo como um produto individual”, mesmo quando este é fruto de um trabalho coletivo a dificuldade dos professores em avaliar trabalhos de grupo ou em considerar que os produtos coletivos desses trabalhos possam ser determinantes em termos de classificação, a escola contribui para separar “o homem do outro homem” que é uma das condições da própria alienação. Mas não fica por aqui a relação entre avaliação e alienação. Através da avaliação o trabalho dos alunos pode ser entendido ou representado como tendo características da produção mercantil, isto é, através da avaliação estabelece-se um valor de troca. O que é avaliado é o potencial de trabalho de cada um e este é comparado com os dos outros e trocado por classificações, graus, certificados ou diplomas. A alienação resulta, mas para ser entregue a um avaliador. O sentimento de que o trabalho escolar individual é simples mercadoria configura, assim, uma outra importante relação entre a avaliação e alienação. Sendo a avaliação um dos processos pedagógicos mais importante, pode-se, por analogia, que a escola socializa através da avaliação, mas não de uma maneira mecanicista. Assim, as diferentes modalidades de avaliação, terão, elas próprias, impactos, muito diferentes na socialização dos indivíduos em escolarização e nem todas serão igualmente funcionais para o mundo do trabalho. A inadequação das formas de avaliação das escolas tradicionais face às exigências da produção, e a necessidades da sua compatibilizacão no contexto escolar. 41 4.4 A Avaliação na Prática Escolar As praticas de avaliação, por serem feitas para o controle qualitativos, tem sido muito criticadas. Da maneira que muitas vezes é usada não atende à função educativa. Segundo LIBÂNEO (1991, p.198), tem-se verificado alguns equívocos, quanto a sua pratica. O equivoco mais comum é o professor usar a avaliação somente para dar sorte ser o teor das provas. Ainda é comum o professor ser avaliado como “competente”, pelo total de alunos reprovados em sua turma. Outro equivoco é fazer uso da avaliação para recompensar ou punir o aluno pelas sua atitudes. A nota é dada e tirada conforme comportamento. Cúmulos acontecem como reprovar um aluno por falta de décimos na nota final. O professor deve estimular o aprendizado e não intimidar com ameaças como “tira nota”. O terceiro equivoco se da pela auto confiança do professor, quando mede o aluno pelo seu “olho clinico”, profetizando, já no inicio do ano, qual aluno tem condições de aprovação ou reprovação, baseando-se na sua “sabedoria” deixando de realizar a avaliação continua, onde o aluno é valorizado por todas as suas atitudes. Agindo assim, muitas vezes, o professor relega o aluno, isolando-o a um canto da sala, destruindo sua auto-estima, responsável por muita evasão escolar. O quarto equivoco se da quando certos professores rejeitam as medidas quantitativas de aprendizagem em favor somente dos dados qualitativos, julgando que as provas ou teste aplicados podem prejudicar ou inibir as potencialidades do aluno, assim sendo, afastam qualquer quantificação de resultados. Considerar, na avaliação, apenas os aspectos quantitativos ou somente os qualitativos. A função da escola é introduzir o educando no mundo da cultura e do trabalho de acordo com as perspectivas traçadas pela sociedade, contando com a colaboração do professor. Já a função pedagógica trabalha com as influencias externas e internas do aluno, cabem ao professor organizar a 42 pratica de ensino sem perder o objetivo de desenvolver a autonomia e independência do aluno. Sendo assim, a qualificação deve contar com apreciação qualitativa dos resultados obtidos. Se a nota for obtida somente com base na prova escrita, ela pode deixar de demonstrar a outros instrumentos de verificação são meios necessários para a informação do rendimento escolar, levando em conta que tanto a escola, como os professores, os pais e alunos precisam de dados para comprovar, analisar e avaliar os trabalhos desenvolvidos resultando na aprendizagem. Além do que, a nota representa um estimulo externo que desafia o aluno a desenvolver as suas capacidades. Não se pode discutir avaliação a partir do interior da escola como querem muitos autores. A avaliação feita na escola decorre dos objetivos fixados e estes são fixados, principalmente, a partir da sociedade concreta na qual a escola esta inserida. Se é uma escola capitalista, com certeza expressará os objetivos da escola capitalista bem pautada nos princípios liberais. Se perguntamos aos profissionais da educação ou buscamos os objetivos expressos em qualquer projeto político pedagógico das escolas nos parecerá que todos tem uma causa nobre em defesa do ser humano, porém, ao analisar-se o “processo de avaliação” percebe-se os objetivos não proclamados pela escola. Alguns mitos rondam a avaliação praticada das escolas (SEED, 1993). a) Para alguns, a condição social, do aluno é que determina a sua inteligência, sua capacidade de aprender. Assim o fracasso na escola se justifica pela condição social menos favorecida. Ora, vários estudos mostram que se não há prejuízos orgânicos irreversíveis (causados pela desnutrição, por doença) todo ser humano pode avançar na construção do conhecimento. A qualidade das interações que se estabelecem é que definirão a quantidade do processo de construção do conhecimento. Portanto o problema não estaria nos resultados da avaliação ou na situação social do aluno, mas sim no processo; b) Para alguns o fracasso escolar se justifica pelas condições de trabalho presentes no interior da escola – professores sobrecarregados, 43 superlotação das salas, disciplinas difíceis (português, matemática, química, biologia e física), o desinteresse dos alunos; c) Organização dos espaços e tempos educacionais, imposição da estrutura burocrática (bimestralidade), carga horária muito pequena por disciplina, grades curriculares), regulamentos (impede Segunda chamada de prova porque não tem justificativa, o aluno não pode ser avaliado porque foi suspenso, horários inadequados para aluno, trabalhador...) d) A idéia de que sempre foi assim e é impossível mudar e a solução fogem das mãos da escola. e) Freitas (1995, p. 143 a 258) apresenta o resultado de algumas pesquisas feitas sobre avaliação com dados que devem nos levar a algumas reflexões: f) Os professores apontaram como finalidade de avaliação: verificar se o aluno aprendeu o conteúdo, verificar os pontos fortes e fracos para atuar/ mudar método, avaliar nível de desempenho dos alunos, promover o desenvolvimento do aluno, verificar se o aluno atingiu os objetivos, verificar se o aluno tem os pré-requisitos, cumprir formalidades e conceituar o aluno. g) As técnicas mais usadas pelos professores para avaliar trabalhos (em classe e fora dela), observação de desempenho, provas escritas, participação e interesse do aluno. h) Outras constatações: ● 80% dos professores não elaboram critérios para a correção das avaliações antes de efetua-las, 75% dos professores não comunicam aos alunos os critérios de avaliação, 58% admitem promover ou não seus alunos com base em juízo geral (presença de componente informal); ● Há discrepância entre o que se ensina e o que se cobra; ●Os alunos pensam que muitos professores abusam do poder ao avaliar, que geralmente estudam para classificar e que nada é feito para rever as falhas, que a avaliação é unilateral (só o aluno é avaliado) 44 Deve-se responder a duas questões importantes: para que avaliamos e o que fazemos com os resultados desse processo? Poderíamos analisar então, os tipos de avaliação: a) Avaliação Diagnóstica: fazemos esta avaliação quando queremos verificar como esta o processo de construção do conhecimento, se nossos métodos estão dando resultado efetivos e a partir destas constatações tomamos decisões sobre a continuidade do nosso trabalho. Não seria inteligente da parte de um medico se diagnosticasse a doença do paciente e nada fizesse para cura-lo: b) Avaliação Classificatória: utilizamos essa forma simplesmente para separar os que sabem e os que não sabem, para aprovar ou reprovar. c) Avaliação Formativa: Após avaliar o processo como um todo, realimentaremos o processo para sanar falhas e atingir objetivos propostos sempre priorizando a “contrição” e não resultado. Para que os modelos de avaliação adotados pelos órgãos públicos através do SAEB (Sistema de Avaliação da Educação Básica) e do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) tem sido meramente classificados. Devemos lembrar a posição irônica que assumimos quando o processo de avaliar não faz parte do processo ensino aprendizagem, mas encenarmos para avaliar. É o que vem acontecendo: temos feitos verdadeiros cursinhos preparatórios para o ENEM, para o vestibular... Quando tudo isto não existe, ensinaremos para que? Outra ironia é que quando nossa escola recebe um bom conceito ai aceitamos o resultado, quando não, passamos a criticar os órgãos oficiais. Há ainda a necessidade de se verificar, quando analisamos os instrumentos de avaliação, de processos mentais exigimos dos alunos: memorização, associação, comparação, explicação, analise, síntese, proposição de alternativas. Constantemente nos perguntamos: por que é tão difícil mudar o processo de avaliação? Um dos pontos que explicam esta cristalização em posturas tradicionais é porque a forma de avaliar não representa apenas uma conduta 45 profissional, mas como concebemos a sociedade e o ser humano, como entendemos nosso papel como profissionais da educação e o papel da escola. 4.5 Avaliação E Sociedade As concepções que reagem as ações de todas as pessoas envolvidas no processo de avaliação sejam elas alunos, família ou profissionais da educação são direta e indiretamente influenciados pela sociedade capitalista na qual se vive. No final do século XIX, quando o capitalismo sofreu sua primeira grande crise pela falta de demanda de produtos industrializados e fortes lutas dos trabalhadores organizados, houve um grande investimento em tecnologia e o aperfeiçoamento do modelo de produção. Este aperfeiçoamento tem como modelo a produção taylorista/fordista que baseava-se na organização padronizada e não produção em serie e, consequentemente, na fragmentação do processo. Controlava também a maneira de pensar (racionalidade positiva), contribuindo assim, na alienação do trabalhador. Essas praticas estão fortemente presentes no modelo de produção flexível (toyotismo), ao final do século XX. Quando a escola assume um processo de avaliação que atribui uma nota ou computo de pontos acumulativos, como se a avaliação fosse um processo isolado de todo o caminho percorrido pelo aluno na construção do conhecimento. Esse aluno assume a postura do “operário executor passivo”, ou seja, aquele que tudo realiza sem questionar... 4.6 Um Reflexo Da Escola A maneira como a escola avalia é o reflexo da educação que ela valoriza. Essa pratica deve ser capaz de julgar o valor do aluno e possibilitar que ele cresça, como individuo e como integrante de uma comunidade. A avaliação é uma janela por onde se vislumbra toda a educação. Quando indagamos a quem ela beneficia, a quem interessa, questionamos o ensino que privilegia. Quando o professor e perguntar como quer avaliar, desvela sua concepção de escola, de homem, de mundo, e sociedade. Numa pratica positivista e tecnicista há uma ênfase na atribuição de notas e na classificação 46 de desempenho, em teste e provas com resultados quantitativos e numéricos. Nela, o mais importante é o produto. Ou seja, reflete uma educação baseada na memorização de conteúdos. Já a avaliação qualitativa se baseia num paradigma crítico e visa à melhoria da qualidade da educação. Sua ênfase é no processo. Ela reflete um ensino que busca a construção do conhecimento. A avaliação terá seu sentido mais autentico e significativo se tiver articulação com o projeto político pedagógico da escola. É ele que da significado ao trabalho docente e à relação professor aluno. O projeto pedagógico funciona a partir da ação do professor que realiza um trabalho serio e comprometido sobre a avaliação da aprendizagem em seu espaço de sala de aula. A autonomia docente existe e, graças a elas, as escolas avançam. Existem educadores que conseguem colocar em pratica suas propostas, às vezes ate transgredindo uma sistemática. Num processo de avaliação da aprendizagem há um foco no todo, no coletivo. Mas há também um outro, nos dois protagonistas principais, que são o professor e o aluno. O primeiro precisa identificar exatamente o que quer e o segundo tem de ser parceiro. Hoje em dia o processo de negociação num trabalho de avaliação é fundamental. Essa negociação pressupõe a discussão coletiva de critérios. Assim como é fundamental explicitar os objetivos da avaliação para a classe, é preciso mostrar os resultados. O estudante não pode fiar sem saber como se saiu. Sempre é preciso analisar o processo desenvolvido em termos de ensino aprendizagem. A avaliação deve ser encarada como uma reorientação para uma aprendizagem melhor e para a melhoria do sistema de ensino. Alem disso, todo professor deve ficar atento aos aspectos afetivos e culturais doe estudante, não só os cognitivos, pois os processos de avaliação vem impregnados de emoções e aspirações. Durante muito tempo, analisou-se a avaliação imperfeita, porque há uma dialética entre o afetivo e o cognitivo. Os indicadores de afetividade permeiam a relação com a criança e seu desempenho. Eles estão claros no entusiasmo e na paixão ao apresentar o resultado de uma pesquisa, ao vibrar com um trabalho realizado. Para que eles sejam levados em conta, a observação é fator essencial. 47 Não existe formula pronta para que o professor realize uma boa avaliação. São dadas diretrizes claras, o professor faz seu caminho, graças á sua criatividade. Esses recursos devem ser, alem de diversificados, participativos, relevantes, significativos e rigorosamente construídos. Diversificado os instrumentos é possível abranger todas as facetas do desempenho de um estudante. A avaliação sempre está relacionada com o poder na medida em que significa controle. Num modelo tecnicista, em que se privilegia a atribuição de notas e a classificação dos estudantes, elas é ameaçada, uma verdadeira arma. O poder está no carne da avaliação e pode ser um instrumento de dominação, despertando medo. Para que seja produtiva, a avaliação deve ser o processo dialógico, interativo, que visa fazer o individuo um ser melhor, mais criativo, mais participativo. A mesma precisa levar a uma ação transformadora e também com sentido de promoção social, de coletividade, de humanização. A historia pessoal do professor e o jeito como ele foi avaliado quando era estudante iluminam sua maneira de atuar. Depois, essa marca de identidade vai sendo modificada com, a formação, apesar de que os professores, no geral, não tem acesso a pesquisas e seus resultados, tentando apenas acompanhar livros e periódicos. A escola brasileira ainda é existente e são altos os índices de reprovação. Os ciclos dão tempo para a criança que não é necessariamente traduzido por bimestre ou semestre, participando de onde ela está e fazendo sempre com que progrida continuamente. Esse sistema, porem, só pode ser bem sucedido se forem garantidas algumas condições, como uma nova proposta pedagógica que valorize a articulação com a comunidade. Além, é essencial dar um novo papel ao professor e garantir a ele uma boa formação continua, com ênfase no trabalho coletivo. Os professores que usam inadequadamente a avaliação só o fazem porque não estão devidamente preparados. 48 5 CONSIDERAÇÕS FINAIS A concepção de avaliação é comumente relacionada à idéia de mensuração de mudança do comportamento humano. Essa abordagem reabilita o fortalecimento no aspecto quantitativo. A avaliação do rendimento escolar tem como alvo a classificação do aluno. Necessita ser redimensionada, pois a competência ou a incompetência do aluno não resulta apenas da escola ou do professor, e sim de todos aqueles que participem do contexto escolar e social do educando. A avaliação deve contemplar aspectos qualitativos que são difíceis de serem mensurados pois evoluem objetivos de postura política de crença e de valores. Os instrumento de avaliação são determinados pela idéia e modelos da realidade em que o profissional atua servindo como meio de controle, feito através de atribuição de pontos ou notas para que os alunos realizem as tarefas e tenha comportamentos esperados no qual o professor e a atribuição desejam não importam com o tipo de conhecimento que os alunos adquiram e sem o tipo de nota que o aluno obteve. A nota, portanto passa a apresentar um objetivo diferente da representação do redimensionamento do aluno. O educando precisa aprender e não a ser submetido e obediente aqueles que são responsáveis por seu processo educativo. O ponto chave da educação deve ser o aluno aprender, saber, pensar, ser critico e analítico. E é dentro dessas classes perspectivas que a avaliação deve trabalhar. A maioria das escolas são vistas como socializadas e regularizadas de um determinado tipo de saber. Uma proposta de avaliação se contrapõe a essa escola que conhecemos. Esta busca e construção que reflete a própria cultura do povo brasileiro que acredita no conhecimento como produção social e que valoriza a vivencia. Esta busca a construção que reflete a própria cultura do povo brasileiro, que acredita no conhecimento como produção social e que valoriza a vivencia cotidiana dos alunos e professores. 49 Numa avaliação os professores devem considerar o ambiente no qual o educando esta inserido, pois não pode cobrar disciplina e bons cuidados de higiene de um aluno que desconhece esses princípios, devido não ter condições básicas, econômicas e família para orientá-lo. Porem isso não significa que ele não possa aprender, pois se for estimulado será capaz de construir seu conhecimento. Comprovantemente a família é uma instituição que influencia diretamente no desenvolvimento e no desempenho escolar do educando, pois se a família é desestruturada a criança se desestruturará, com isso apresentará um fracasso escolar e consequentemente se excluirá da sociedade. Com a globalização, a regra é empregar funcionários cada vez mais qualificados, isto quer dizer, com maior nível de escolaridade. Por outro lado, sabe-se que o mercado d trabalho necessita também de força de trabalho barata que não seja qualificada, com isso explora cada vez mais esse individuo que não tem, condições básicas de serem excluídos totalmente da sociedade, partindo até uma vista promiscua. Este trabalho comprova que a avaliação do rendimento escolar pode ser usada como ferramenta para exclusão institucional e social. E lamentavelmente comprova que o educando de classes sociais desfavorecidas, são mais prejudicados do que os de classes mais favorecidas. Pois os das classes desfavorecidas são julgados pela sociedade como “burros”, por não terem habilidades intelectuais e emocionais desenvolvidas, com isso são excluídos. Só não devemos esquecer que eles não apresentam habilidades e competências, porque as escolas e o ambiente na qual estão inseridos não lhes permitiram que os tivessem. O fracasso escolar destes alunos quando iniciaram na escola, muitas vezes foram devido a uma péssima avaliação, onde continham apenas instrumentos que medissem por notas e conceitos e não por uma avaliação do seu contexto social. Almeja-se que as escolas revejam seus conceitos e filosofias para que com isso consigamos minimizar a exclusão de alunos da escola e consequentemente na nossa sociedade. E finalmente um educador que leve a serio o compromisso de educar para a sociedade e não apenas aqueles que só fazem de conta. Pois a 50 avaliação escolar necessita ter respostas para tais como: qual a função da escola? E o que significa uma escola autônoma? 51 REFERÊNCIAS HOLFFMANN, Jussara. Graduação, mediadora. São Paulo: Mediação, 1998. LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1991. LUCKESI, Cipriano C. Avaliação da aprendizagem escolar. 14º ed. São Paulo: Cortez, 2002. PERRENOUD, Philippe. Avaliação. Porto Alegre: Artmed, 1999. Secretaria da Educação. Avaliação, sociedade e escola: fundamentos para reflexão. Curitiba, 1985. SKINNER, B. F. Sobre o Behaviorismo. São Paulo: Ed. Cultrix, 1974. DEMO, PEDRO. MITOLOGIAS DA AVALIAÇÃO : DE COMO IGNORAR, EM VEZ DE ENFRENTAR PROBLEMAS Campinas: AUTORES ASSOCIADOS, 1999. 84 p. (Coleção Polêmicas do nosso tempo ; 68).BBE. BECKER, Fernando. A epistemologia do professor: O Cotidiano da escola. Petrópolis, RJ: Vozes, 1993. 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