FACULDADE INTEGRADA DA GRANDE FORTALEZA – FGF
PROGRAMA ESPECIAL DE FORMAÇÃO PEDAGÓGICA DE
DOCENTES EM QUIMICA
Avaliação no Contexto Escolar
Paulo César de Oliveira
Fortaleza – CE
2009
Paulo César de Oliveira
Avaliação no Contexto Escolar
Monografia apresentada como requisito parcial
para a obtenção do grau de Licenciado em
Química, do Programa Especial de Formação
Pedagógica de Docentes em Química da
Faculdade Integrada da Grande Fortaleza.
Orientador: Prof. M. Sc. Rickardo Léo Ramos
Gomes
Fortaleza – CE
2009
Monografia submetida ao Programa Especial de Formação Pedagógica de
Docentes em Química, como parte dos requisitos necessários à obtenção do
grau de Licenciado em Química, outorgado pela Faculdade Integrada da
Grande Fortaleza-FGF.
______________________________________________
Paulo César de Oliveira
______________________________________________
Avaliação no Contexto Escolar Orientador Rickardo Léo Gomes Ramos
Nota obtida: ______
Monografia aprovada em: _____ / ____ / ____
DEDICATÓRIA
A Deus
Que sempre me concedeu, serenidade necessária para aceitar as coisas que
não pude mudar, vontade para mudar, aquelas que posso e determinação para
distinguir uma das outras.
A vós Senhor dedico minha grande conquista de hoje que foi melhor que a de
ontem, com certeza lembrarei nela no amanhã com muito orgulho.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, por todos os benefício que me proporcionou nesta
cavalgada.
A instituição Faculdade Integrada da Grande Fortaleza – FGF pelo apoio
físico,material humano.
Aos colegas de faculdade que tanto nos auxiliou.
Ao professor orientador Rickardo Léo Gomes Ramos.
Aos familiares que nos suportam nos momentos mais árduos dessa jornada.
RESUMO
A presente pesquisa vem tratar, da avaliação escolar nas séries finais do
ensino fundamental e médio, em que o intuito é ver de que forma está sendo
discutida, e ver até que ponto o educador utiliza essas relações com a
realidade da sala de aula ou melhor dizendo, como ele se relaciona ou utiliza
essas virtudes em que os dispõe, e de que forma relaciona com as teorias,
discutidas e estudada sobre este tema como PERRENOUDE(1999), LUCKESI
(1994), a atual LDB – lei 9394/96, propõem a avaliação no momento em que
nós encontramos a avaliação hoje. No atual contexto de globalização das
relações econômicas, políticas e culturais e de acelerada mudança da base
tecnológica e do processo produtivo, a educação tornou-se um vetor
estratégico para o desenvolvimento sustentável e eqüitativo. De fato, já é
amplamente aceita hoje a idéia de que a educação se transformou na maior
vantagem comparativa dos paises e das empresas para enfrentar a
competitividade intencional. Além disso, o grau de escolaridade constitui –se
um dos principais fatores que determinam o nível de empregabilidade dos
indivíduos. É certo, no entanto, que a educação por si só não gera emprego,
mas é imprescindível para manter o trabalhador empregado e favorecer sua
inserção social no mundo da produção. E, para tento, não basta apenas
assegurar a expansão do sistema educativo é preciso promover a melhoria da
qualidade do ensino ofertado, sem que será impossível atender à demanda de
recursos humanos cada vez mais qualificadas para acompanhar as mudanças
em curso. Portanto, o bem desempenho do sistema educacional será
sustentável do Brasil nas próximas décadas. Tal reflexão remete-nos à um
repensar sobre a trajetória histórica que envolve práticas pedagógicas
envolvidas no processo ensino-aprendizagem entre educadores e educandos.
Pois a avaliação parece ser compreendida ao longo dos tempos como uma
pratica social que tem um papel importante na perpetuação de um modelo de
sociedade excludente, e é neste sentido que os educadores precisam entendela. Pois a concepção sobre a avaliação vem transformando sensivelmente no
pensamento pedagógico nos últimos anos. Nesse contexto, cada vez mais, a
avaliação deixa de ser vista como instrumento de controle, vigilância e punição
do aluno, concentrada apenas nos períodos de exame, para ser entendida
como um processo global e dinâmico através do qual se avalia a relação de
ensino-aprendizagem como um todo.
Palavras-chaves: Avaliação; mudanças; educador; realidade; processo;
instrumento.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
2 AVALIAÇÃO E SUA TEAGETÓRIA HISTÓRICA
2.1 Concepções de avaliação nas abordagens Tradicional
Tecnicista e construtivista.
2.2 Característica da avaliação
2.2.1 Tradicional
2.2.2 Tendência Tecnicista
2.2.3 Abordagem da Avaliação Construtivista
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08
15
18
20
21
23
3 ATUAÇÃO LDB E OS PCN’S COMO DEFINEM E PROPOEM A
AVALIAÇÃO
3.1 Atual LDB
3.2 Abordagens de Avaliação
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26
29
4 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
4.1 A práxis do professor
4.2 A Avaliação e sua concepção
4.3 Avaliação como instrumento de socialização
4.4 A Avaliação na pratica escolar
4.5 Avaliação e a Sociedade
4.6 Um Reflexo da escola
33
33
38
39
41
45
45
5 Considerações Finais
48
6 Referencias
51
7
1 INTRODUÇÃO
Uma das metas essenciais para atender as exigências da nossa
sociedade de aprendizagem é fomentar nos educandos capacidades de gestão
do conhecimento, para alem da aquisição dos conhecimentos pontuais
concretos, pois este é o meio de fazê-los enfrentar as tarefas e desafios
encontrados na sociedade do conhecimento.
Contudo, essa nova cultura da aprendizagem exige um novo perfil de
educando, e educadores engajadas numa proposta de mudança de
mentalidade e nas concepções ainda arraigadas de práticas desatualizadas e
com pouca eficiência.
Assim, esta pesquisa tem o objetivo de completar as questões e
definições em “Avaliação da Aprendizagem”. Este tema foi escolhido com a
intenção de esclarecer a forma, de avaliação aos educandos, junto à proposta
curricular vigente LDB, (Lei de Diretrizes e Bases Educacional Nacional),
PCN’s (Parâmetros Curriculares Nacionais). Esta pesquisa bibliográfica
procurou definir o que é avaliação propriamente dita nas abordagens:
tradicional,tecnicista e atual construtivista, junto ao educando a avaliação frente
ás abordagens da LDB e PCN’s.
Às vezes por falta de diálogo acaba por se fazer uma exclusão em
sala, chega à conclusão que precisa reestruturar a política, para a construção
de uma educação mais digna de avaliação igualitária e da educação têm
também como referenciais bibliográficos alguns autores como: Perrenoud
(1999), Luckesi (1994), Skinner (1973), Becker (1993), Taileer (1856),
Hoffmann (1996), Freire (1992), Demo (1999), Vasconcelos (1998), que tiveram
uma participação muito importante para pesquisa.
Portanto, embora digamos que vivemos em uma sociedade do
conhecimento aberto às inovações, o acesso a esse conhecimento
culturalmente gerado necessita uma revalorização da importância dos
processos de aprendizagem, ou seja, o de aquisição de conhecimento, uma
vez que o mesmo constitui uma das ferramentas mais poderosas para essas
novas formas de gestão.
8
2 AVALIAÇÃO E SUA TRAJETÓRIA HISTÓRICA
Historicamente a avaliação com o caráter que tem atualmente não foi
inventada pelos professores, nem foi a escola que solicitou ao sistema, ao
contrario, no seu processo de consolidação enquanto classe, a burguesia
precisou utilizar a escola como elemento tanto de seleção social, quanto para o
disciplinamento para o trabalho e de inculcação ideológica, no sentido das
pessoas conformarem com seu lugar na sociedade. No discurso – o ideal –
constituído na França revolucionaria em 1789 visava à transformação do
modelo social vigente da época, que tinha como base a divisão de três estados
(clero, nobreza e burguesia e os camponeses).
O estado de dominação que a burguesia se encontrava os levou a
unir força com as camadas populares na luta contra o sistema feudal utilizando
elementos ideológicos como liberdade, igualdade, fraternidade para todos, e
utilizou o significado da igualdade, como mecanismo político – ideológico na
efetivação dos direitos sociais. A escola nesse contexto passa a ser um espaço
de concretização do modelo social que formava, devido à promessa de
universalização do saber, a gratuidade do ensino e consequentemente a
formação do caráter dominante reprodutor, dualista e classista da educação.
Podemos observar por toda a Europa do final do século XVIII o
avanço da escola para o povo, as propostas de ensino publico, laico e
universal. Havia a promessa de que a ida a escola possibilitariam a
equalização social, o ser alguém na vida, este era o chamariz. É obvio que
todos os que fossem para a escola conseguissem obter um certificado, o mito
de ascensão social via escola iria desfazer-se já que não haveria postos a
oferecer para todos.
Nesse momento histórico, a reprovação passa a desempenhar não
mais um caráter moral que tinha quando a escola não era para o povo, mas o
caráter ideológico de convencer as pessoas cientificamente que não merecem
um posição melhor na sociedade, por não terem condições, induzindo pelo
conformismo o próprio fracasso. Segundo Gimeno (1995) há uma introjeção da
culpa pelo fracasso, induzindo o povo ao conformismo e ao reconhecimento do
9
seu lugar. A desejada e legalmente definida equalização social não pode ser
atingida, porque o modelo social não permite.
Segundo Foucault (1977:166) A lógica do exame, da prova, da
reprovação não surge apenas na escola, é toda uma sociedade –disciplinar –
que está sendo constituída neste momento histórico. Trata-se, pois da
intromissão do Estado na educação escolar através de aspectos legais, e
avaliação educacional será assim um elemento disciplinador, não somente das
condutas cognitivas como também das sociais no contexto escola. Quando era
revolucionaria a burguesia se interessava pelo conhecimento, financiando
mesmo seu avanço, tinha a necessidade do saber e da divulgação como forma
de luta pela contra velha ordem estabelecida, chegando ao poder, o
conhecimento passa a ser importante para atingir seus interesses, enquanto
apropriação privada e não mais universalizada. Para Vasconcellos (1997, p.
52).
O sistema sócio político econômico precisou usar o sistema escolar,
que passou essa atribuição discriminatória para a escola, que passou para o
professor, que aplicou sobre o aluno, que vai se constituir na família e fazer
parte da sociedade, considerando normal essa prática.
É assim que Focault (1977, p. 131) nos apresenta uma forma de
como o poder do século XIX, sendo sustentado e fortalecido até
nossos dias, inicialmente pelo disciplinamento e pelo controle do
corpo – espécie. A escola, juntamente com outras instituições,
desenvolveu praticas de disciplinamento do corpo – espécies, que se
tornaram, a partir de então, formas de manipular, modelar e treinar
corpos, ao mesmo tempo em que multiplicava suas forças e os
tornavam mais hábeis. O projeto de educação que se constituiu no
ideário da revolução francesa se universalizou. (segundo FRIGOTTO,
2003, p.34).
O sistema capitalista se solidifica e os sistemas educacionais se
estruturam, assume nitidez a defesa da universalização dualista, segmentada:
escola disciplinadora e adestradora para os filhos dos trabalhadores e escola
formativa para os filhos das classes dominantes.
Segundo Luckesi (1994), o modelo liberal produziu diferentes
concepções pedagógicas:
● A pedagogia tradicional, centrada no intelecto, na transmissão de
conteúdos, e na pessoa do professor.
10
● A pedagogia renovada ou escolanovista – centrada nos sentimentos,
na espontaneidade da produção de conhecimento e no educando com suas
diferenças individuais;
● A pedagogia denominada libertadora representa pela idéia de
transformação social, que se define pelo processo de conscientização cultural e
política fora dos muros da escola.
● A pedagogia dos conteúdos – sócios culturais – centrada na idéia de
igualdade, de oportunidade para todos no processo de educação e na
compreensão de que a pratica educacional se faz pela transmissão e
assimilação dos conteúdos sistematizados pela humanidade e na aquisição de
habilidade de assimilação e transformação desses conteúdos, no contexto da
pratica social.
Resumindo, existem dois tipos de pedagogias, aquelas que têm por
objetivo a domesticação dos educandos e, do outro lado, as pedagogias que
pretendem oferecer ao educando meios para que ele possa ser sujeito desse
processo e não objeto de ajustamento. Esses dois grupos de pedagogia,
circunstancializados pelos dois modelos sociais correspondentes, exigem duas
praticas diferentes de avaliação, de aprendizagem.
Dentro do modelo liberal e conservador a avaliação torna autoritária,
pois esse caráter pertence à essência dessa perspectiva de sociedade, que
exige controle, enquadramento dos indivíduos social, ao contrario, da pratica
da avaliação preocupados com a transformação que está atenta aos modos de
superação de autoritarismo e ao estabelecimento da autonomia do educando.
Dessa forma, a avaliação e a aprendizagem no contexto educacional,
vêm sendo processadas com diferentes valores, um como mecanismo de
sustentação do sistema, outro como transformação da sociedade a favor do ser
humano. Para Luckesi (1994, p.32) a avaliação pode ser caracterizada como
uma forma de posição do mesmo, para aceitar ou transformá-lo.
Entretanto, no contexto educacional, as praticas pedagógicas
evidenciam o caráter eliminatório, a seleção parcial, pois, diferentemente das
empresas que eliminam seus candidatos no momento que analisam seu
currículo, a escola elimina por etapas, ou pelo caráter espontâneo quando se
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nega a analisar as dificuldades de aprendizagem e concede o conceito
desejado, ou quando realiza os exames, as argüições orais, as provas, os
pontos dados ou tirados, os castigos, as suspensões, os temas de casa, que
tem constituído como forma de dominar e sujeitar os alunos e alunas, fazendoos operar como se deseja, de tal forma que, o êxito ou fracasso escolar possa
ser responsabilidade única dos sujeitos.
Cristalizou-se em nossas escolas a pratica de provas e exames
como um dos recursos para classificar os educandos, selecionando e o
tratando de maneira diferenciada, preocupando-se com os princípios
burgueses da individualidade e da competitividade. Assim, quanto mais fortes e
poderosas são as relações de poder, tanto mais elas têm necessidades de
expandir-se pela subjugação d uns sobre os outros, marca constante, por
exemplo, de uma sociedade que precisa de indivíduos que possam gerar
rendas e obter êxito no mercado
estado
permanente
de
Hoffmann (1996, p.20) consumindo, em
competição
e
diluindo-se
numa
permanente
massificação.
Historicamente a avaliação ganhou um sentido autoritário e
excludente, por que do ponto de vista da aprendizagem, o educando passa a
ser classificado definidamente como inferior, médio ou superior. Isso vai
depender do desempenho apresentado, essa classificações registradas, e que
são transformadas em números, e adquirem a possibilidade de serem somadas
e dividida em médias. O grande questionamento é até que ponto essa media
inferior pode atingir um médio ou superior?
O interessante é que todo educador sabe que isso é possível, até
mesmo defendem a idéia do crescimento, entretanto na pratica, a maioria das
vezes torna-se um castigo por um determinado comportamento inadequado.
Dessa forma o ato de avaliar, não serve como uma pausa para verificar até que
ponto houve aprendizagem significativa, e a possibilidade de retornar a essa
aprendizagem. Tornando-se apenas meio de julgar, medir e testar.
O ato de avaliar torna-se classificatório, não auxiliando em nada o
avanço e o crescimento e o conhecimento do educando. O educando como
sujeito humano é histórico, contudo, julgado e classificado, ele ficará para o
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resto da vida, do ponto de vista do modelo escolar vigente, estigmatizado, pois
as anotações e registros permanecerão, em definitivo, nos arquivos e nos
históricos escolares, que se transformam em documentos legalmente definidos.
A avaliação da aprendizagem escolar hoje, em geral, está a serviço
de uma pedagogia dominante que, por sua vez, serve a um modelo social
dominante, o qual, genericamente, pode ser5 identificado como modelo social
liberal conservador. A sociedade prevê e garante aos cidadãos os direitos de
igualdade e liberdade perante a lei. Cada indivíduo pode e deve, com seu
próprio esforço, livremente, contando com a formalidade da lei, buscar com sua
auto realização pessoal, por meio das conquistas e do usufruto da propriedade
privada e dos bens. As pedagogias que buscavam a hegemonia, as quais se
definiram historicamente nos períodos subseqüentes à Revolução Francesa
estiveram e ainda estão a serviço desse modelo social. Em vista disso, a
avaliação
educacional
contextualizadas
em
dentro
geral
dessas
e
da
aprendizagem
pedagogias,
em
estiveram
especifico,
e
estão
instrumentalizadas pelo mesmo entendimento teórico-prático da sociedade.
Pode-se dizer que o modelo liberal conservador da sociedade
produziu três pedagogias diferentes, mas relacionadas entre si e comum
mesmo objetivo: conservar a sociedade na configuração. A pedagogia
tradicional, centrada no intelecto, na transmissão de conteúdo e na pessoa do
professor, a pedagogia renovada ou escolanovista, centrada nos sentimentos;
na espontaneidade da produção do conhecimento e no educando com suas
diferenças individuais; e por ultimo, a pedagogia tecnicista, centrada na
exacerbação dos meios técnicos de transmissão e apreensão do modelo liberal
conservador da sociedade, tentando produzir, sem o conseguir, a equalização
social, a qual não pode ser atingida pois o modelo social não o permite.
LUCKESI (1998, p.30) diz que o modelo social conservador e suas pedagogias
respectivas permitem e procedem renovações internas ao sistema, mas não
propõe e nem permitem respostas para a sua superação, o que de certa forma,
seria um contra senso. Nessa perspectiva, os elementos dessas três
pedagogias pretendem garantir o sistema social na sua integridade.
Outras concepções pedagógicas surgem, a partir da opção por um
modelo social, em que igualdade entre os seres humanos e a sua liberdade
13
não se manifestasse tão somente ao nível da formalidade da lei, mas que se
traduzissem em concretudes históricas. A partir desses conceitos uma nova
pedagogia surgiu para este modelo social, tentando traduzir este projeto
histórico em pratica educacional. É a pedagogia libertadora, fundada e
representada pelo pensamento e pela prática pedagógica inspiradas nas
atividades do professor Paulo Freire, a qual é marcada pela idéia de que a
transformação virá pela emancipação das camadas populares, que se define
pelo processo de conscientização cultural e política fora da escola. Têm-se
também manifestações de uma pedagogia libertária, representada pelos antiautoritários e autogestionários e centrada na idéia de que a escola deve ser um
instrumento de conscientização e organização política dos educandos e, por
ultimo, mais recentemente, esta se formalizando em nosso meio a chamada
pedagógica dos conteúdos socioculturais, representada pelo mundo do
professor Demerval Saviani, centra na idéia de igualdade, de oportunidade
para todos no processo de educação e na compreensão de que a pratica
educacional se faz pela transmissão e assimilação dos conteúdos de
conhecimentos sistematizados pela humanidade na aquisição de habilidades
de assimilação e transformação desses conteúdos, no contexto de uma pratica
social.
A prática da avaliação escolar, dentro do modelo liberal conservador,
terá de, obrigatoriamente, ser autoritário, pois esse caráter pertence a essência
dessa perspectiva de sociedade, que exige controle e enquadramento dos
indivíduos nos parâmetros previamente estabelecidos de equilíbrio social, seja
pela utilização das coações explicitas ou pelos meios de comunicação. A
avaliação educacional será, assim, um instrumento disciplinar não só das
condutas cognitivas como também das sociais, no contexto da escola. Ao
contrário, a pratica das avaliações nas pedagogias preocupadas com a
transformação deverá estar atenta aos modos de superação do autoritarismo e
ao estabelecimento da autonomia do educando, pois o novo modelo social
exige a participação democrática de todos. Isso significa igualdade, fato que
não se dará se não se conquistar a autonomia e a reciprocidade de relações.
A atual prática da avaliação escolar estipulou como função do ato de
avaliar a classificação e não o diagnostico, como deveria ser, ou seja, a
14
julgamento de valor, que teria a função de possibilitar uma nova tomada de
decisões sobre o objeto avaliado, passa a ter a função estática de classificar
um objeto ou um ser humano histórico num padrão definitivamente classificado
como inferior, médio ou superior. Classificações essas que são registradas e
podem ser transformadas em números e, por isso, adquirem a possibilidade de
serem somadas e divididas em médias. Será que o inferior não pode atingir o
nível médio ou superior? Todos os educadores sabem que isso é possível, até
mesmo defendem a idéia do crescimento. Todavia, parece que todos preferem
que isto não ocorra, uma vez que optam por, definitivamente, deixar os alunos
com notas obtidas, como forma de castigo pelo desempenho possivelmente
inadequado. Assim, o ato de avaliar não serve como pausa para pensar a
prática e retomar a ela; mas sim como um meio de julgar a prática e torna-la
estratificada. De fato, o momento da avaliação deveria ser um “momento de
fôlego” na escalada, para, em seguida, ocorrer a retomada da marcha de forma
mais adequada, e nunca um ponto definitivo de chegada, principalmente
quando o objeto da ação avaliativa é dinâmico como, no caso, a aprendizagem.
Com a função classificatória, a avaliação não auxilia em nada o avanço e o
crescimento. Somente com uma função diagnóstica ela pode servir para a
finalidade.
A utilização, na pratica pedagógica, de uma classificatória,
desconsidera o educando como sujeito humano histórico, julgando-o e
classificando-o, ficando para o resto da vida, do ponto de vista do modelo
escolar vigente, estigmatizando, pois as anotações e registros permanecerão
em definitivo, nos arquivos e nos históricos escolares, que se transformarão em
documentos legalmente definidos.
Para que a avaliação educacional escolar assuma o seu verdadeiro
papel de instrumento dialético de diagnostico para o crescimento, terá de se
situar e estar a serviço de uma pedagogia que esteja preocupada com a
transformação social e não com a conservação. O educador, no intuito de dar
um novo encaminhamento para a prática da avaliação escolar deverá estar
preocupado em redefinir ou em definir ou propriamente os rumos de sua ação
pedagógica, pois ela não é neutra, inserindo-se em um contexto maior e
estando a serviço dele. Primeiro passo fundamental para que isso ocorra é
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assumir um posicionamento pedagógico claro e explicito, de tal modo que
possa orientar o planejamento, a execução e a avaliação.
2.1 Concepções
De
Avaliação
Nas
Abordagens
Tradicional
Tecnista
Construtiva.
Neste item faremos uma história da avaliação.
Que, no entanto este tem evoluído sensivelmente nas ultimas
décadas.
Sua definição se tornou mais ampla e mais complexa assim como a
sua aplicação.
Atualmente o exercício da avaliação escolar não esta sendo
realizada gratuitamente, mas sim, a serviço de uma pedagogia que nada mais
é do que uma concepção teoria da educação a qual traduz uma concepção
teórica da sociedade.
No entanto a prática da avaliação educacional escolar está a serviço
de um atendimento teórico conservador da sociedade e da educação, se
quisermos propor o rompimento de seus limites, temos que colocar a avaliação
escolar a serviço de uma pedagogia que entenda e esteja preocupada com a
educação, como mecanismo de transformação social.
Ao privilegiar uma postura critica, participativa tanto do professor
como do aluno, quando considera como o ponto de partida e de chegada no
contexto histórico e social em que ocorre a educação e os condicionamentos
que afetam o processo de ensino aprendizagem há que se definam novos
critérios e procedimentos de avaliação que ultrapasse o autoritarismo e permita
um processo mais democrático na escola.
Uma revisão e redefinição de conceitos ao longo dos tempos se faz
necessários, para dessa maneira conseguirmos um índice menor de evasão
das escolas publicas brasileiras e a repetência ou até mesmo o fracasso
escolar. Nesse contexto, cabe uma análise e reflexão sobre avaliação. É
preciso refletir:
16
● O que significa a avaliação para professores e alunos
● Como temos avaliado nossos alunos?
● Como preparamos e corrigimos as provas?
● O que fazemos com o resultado da avaliação?
● Qual o significado dos erros para o ensino e para a
aprendizagem?
● Queremos os conservar ou transformar a pratica educativa?
● Avaliar por que, para o quê, quando, quem avalia, quem é
avaliado, o que fazer com o resultado da avaliação?
A avaliação constitui-se num dos elementos fundamentais do
processo ensino aprendizagem. Na literatura educacional encontram-se muitos
conceitos de avaliação, sendo alguns deles: Avaliação é uma apreciação
qualitativa sobre dados relevantes do processo de ensino e aprendizagem que
auxilia o professor a tomar decisões sobre seu trabalho. (LUCKESI, 1986).
Para Saul (1994) a avaliação consiste num “processo de análise e
critica de uma dada realidade visando a sua transformação”.
Esteban (1996) considera prioritariamente, que avaliar significa
investigar o movimento de construção do conhecimento pelo aluno, mediado
pela ação escolar.
Portanto, a avaliação é um processo intencional, sistemático,
continuo, inclusivo, integral, de analise e de critica, visando à transformação;
deve ser realizada de acordo com os objetivos educacionais propostos,
resultando numa apreciação qualitativa sobre o ensino e a aprendizagem,
auxiliando o professor na tomada de decisões sobre o trabalho docente. Tem a
função de alimentar, sustentar e orientar o processo ensino aprendizagem
devendo constar do projeto pedagógico de cada curso, conforme a sua
especificidade. Deve alunos, professores, coordenadores, instituição, não pode
ser instrumento de descriminação e seleção social, de punição e/ou rejeição,
mas sim, de investigação, reflexão, construção do conhecimento pelo
aluno/grupo de alunos, mediados pela ação do professor.
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O processo avaliativo deve refletir a realidade, a legislação em vigor,
as concepções educacionais que fundamentam o trabalho docente, a
experiência individual e coletiva, os princípios que norteiam o projeto
pedagógico do curso e da instituição.
Deve ser três tipos de avaliação:
a) Diagnóstica:
descreve,
classifica
e
determina
o
comportamento do aluno com a função de diagnosticar, é
realizada no inicio de um semestre, de uma unidade, ou
sempre que o professor julgar necessário.
b) Formativa: tem a função de controle, de orientação, de
superação de dificuldades na aprendizagem para a realização
de aprendizagens posteriores; contribui para auto avaliação do
professor, é realizada durante todo processo
c) Somativa: tem a função d classificação, de atribuição de
notas para cumprir o aspecto legal da avaliação, sendo
realizada ao final de uma unidade, semestre ou curso, de
acordo com seu aproveitamento expresso em notas.
O resultado da avaliação pode ser utilizado não somente para
verificar aprendizagem do aluno, atribuir notas, mas também para fornecer
dados ao professor para reflexão, analise e reconstrução do trabalho docente,
bem como orientar a instituição para a tomada de medidas educativas.
Ao avaliar, observar alguns pontos básicos sobre avaliação:
1) ser elaborada segundo critérios claros, visando orientar e
melhorar o processo de ensino e de aprendizagem de acordo
com o projeto pedagógico de cada curso.
2) ser integrada ao processo de aprendizagem e não ser
considerada como um conjunto de provas e/ou trabalhos.
3) Refletir-se ao processo e ao produto de aprendizagem.
4) Promover aprendizagem significativa.
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5) Discutir com os alunos o programa da disciplina, as atividades,
o desempenho do professor, etc., como forma de ampliar o
processo avaliativo.
6) Fazer auto avaliação (professor e aluno)
7) Utilizar uma metodologia de trabalho em sala de aula que seja
coerente com uma avaliação reflexiva critica emancipatória.
8) Alterar a postura diante dos resultados da avaliação: usar para
diagnosticar, tomar decisões, refazer o planejamento das
aulas, analisar a qualidade do curso.
9) Ter seu processo (de avaliação) avaliado permanentemente.
10) Ajudar o aluno/professor a aprender e a ensinar.
A avaliação deve incluir:
Testagem: em educação significa aplicar um teste para atribuir
nota
Moda: é mais amplo que testar, inclui maior variedade de
instrumentos e uma interpretação um pouco mais ampla que testagem.
Avaliação: é um processo pelo qual se determina a qualidade ou
o valor de alguma coisa; inclui testagem e medida, emprega instrumentos
qualitativos e quantitativos, utiliza registro de caso, observação, sem objetivo
de qualificar, faz julgamento qualitativo, relatório descritivo, expressa
opiniões, é mais completa porque inclui testagem, medida e avaliação.
2.2 Características Da Avaliação
Tendo clareza da concepção de avaliação que vai embasar a
orientação do processo avaliativo a ser utilizado pelo professor, pelo coletivo
dos professores, pelo projeto pedagógico do curso, podem-se definir suas
características.
São características que devem nortear a avaliação:
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Contínua: constante, planejada e realizada sistematicamente.
Funcional: de acordo com os objetivos propostos.
Cumulativa: realizada em etapas sucessivas que completam, que
servem de subsídios para avaliações posteriores.
Orientadora: orienta o processo ensino aprendizagem, a tomada de
decisões.
Integral: considera os aspectos cognitivos, afetivos e psicomotores
Cooperativa: inclui a auto e a hetero avaliação, participação do coletivo
na definição dos critérios de avaliação.
Descritiva: registra o comportamento do aluno durante o processo.
Individualizada: respeita a individualidade do aluno.
Coletiva: considera o desempenho do grupo.
Sistêmica: avalia o todo e não apenas a aprendizagem do aluno, mas o
professor, o trabalho docente, o projeto educativo, a instituição.
Formal: atribui nota para efeito legal de promoção do aluno.
Participativa: define critérios com a participação do aluno, a proposta
da escola.
Critica: dirige o olhar critico sobre a ação docente, a participação do
aluno, a proposta da escola.
Reflexiva: permite pensar o processo ensino aprendizagem em
diferentes dimensões.
Processual: é processo, uma trajetória e não um ajuntamento de
resultados.
Auto reguladora: permite encontrar caminhos, definir ações pessoais e
coletivas.
Inclusiva: atende à diversidade dos alunos adequando o ensino as suas
necessidades educativas.
Intencional: tem uma intenção clara, é baseada nos objetivos.
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Muitos são os fatores que contribuem para uma situação catastrófica
do ensino, intra e extras escolares encontra-se o problema da civilização e do
aproveitamento escolar, questões essas que sem duvidas são muito
importantes.
Daí a necessidade de retornar a questão avaliação partindo de uma
retrospectiva histórica da mesma luz das tendências pedagógicas que
dominaram o cenário histórico brasileiro: no entanto sabemos que a avaliação
da aprendizagem escolar, está hoje a serviço de um modelo social dominante,
que genericamente, pode ser identificada como um modelo social liberal.
Historicamente, a educação liberal iniciou com a pedagogia
tradicional por razoes de recomposição da hegemonia da burguesia, evoluiu a
pedagogia renovada (também dominada escola nova ou ativa) o que não na
pratica escolar. Ainda nessa tendência liberal encontra-se a pedagogia
tecnicista a qual subordina a educação à sociedade tendo como função a
preparação de “recursos humano” (mão de obra para a indústria).
No tecnicismo acredita-se que na realidade contém em si suas
próprias leis bastando que o individuo apenas cumpra.
2.2.1 Tradicional
Abordaremos a seguir a análise da avaliação da tendência tradicional
onde o objetivo era centrado no intelecto na transmissão de conteúdo do
professor para o espírito do aluno, em que a idéia de ensino consistia uma
aprendizagem, receptiva e mecânica de recapitulações de certo prazo, por
(interrogatórios orais, exercícios de casa). O esforço é em geral, negativo e a
(punição, notas baixas e apelos aos pais), às vezes é positivo, (incentivos,
estímulos, classificações) e ainda se restringe a verificação da aquisição de
conceitos e procedimentos didáticos e autoritários em relação professor aluno
não se guardavam, qualquer relação com o cotidiano do aluno, e muito menos
com a realidade social do mesmo.
Para concluir esse texto podemos citar a seguinte idéia:
21
A prática classificatória da avaliação é antidemocrática desde que
não encaminhou uma tomada de decisão, apara o avanço, para o
crescimento. Em que essa prática classificatória da avaliação
confirma a hipótese inicial de que a atual prática da avaliação do
aluno é uma prática antidemocrática no que se refere ao ensino
(LUCKESI, 1999 p.49).
No entanto essa abordagem tradicional é caracterizada pela
concepção de educação como um produto, em que os modelos são apenas
seguidos, e relação, professor aluno é vertical e somente o professor detém o
poder decisório quanto a metodologia a ser seguido em que à avaliação é
realizada predominantemente visando a exatidão da reprodução de conteúdo
comunicado em sala de aula. Mede-se portanto, pela quantidade e exatidão de
informações que conseguem reproduzir. Em que o ensino tradicional é uma
característica da prioridade atribuído à disciplina intelectual e ao conhecimento
abstrato. Igualmente comum a considerações da missão da catequética da
escola. Programas minuciosos, rígido e coercitivo. Exames seletivos, e
investidos do caráter sacramental. Em que nessa visão, e um principio do
método de recitação das espécies de conteúdo a uma concepção estática do
próprio conhecimento.
[...] dificilmente tais explicações questionam a ação da escola, dando
a impressão de que o repertorio de condutas adequadas à
aprendizagem constitui algo que deve estar pronto e acabado antes e
independentemente da experiência, escola. (MELLO, 1985, p.89-90).
2.2.2 Tendência tecnicista
As teorias da aprendizagem que fundamentam a pedagogia
tecnicista dizem que aprender é uma questão de modificação do desempenho.
Em que o bom ensino depende de organizar oficialmente as condições
estimuladoras, de modo ao que o aluno saia de situação de aprendizagem
diferente de aprendizagem diferente de como entrou, ou seja, o ensino é um
processo de condicionamento através de uso de reforçamento das respostas
que quer obter.
22
Os sistemas instrucionais visam o controle de comportamento
apreendido é uma resposta a estímulos externos, controlado por meio de
reforços que ocorrem com as respostas ou após as mesmas.
No entanto a pedagogia tecnicista pode ser chamada de
behaviorismo onde o conteúdo é transmitido através de treinamentos de seus
comportamentos e habilidades e são planejadas por livros de instrução e
procedimentos de avaliação, em que podemos observar como uma postura
eclética, em torno dos princípios pedagógicos no tradicional e na idéia
renovada.
Essa tendência é oriunda do positivismo que a ciência seria capaz
de resolver todos os problemas do homem. No campo da educação de modo a
implantar uma organização racional e capaz de afastar todos os riscos que
pudessem prejudicar a eficiência produtiva. Para isso, era necessário
operacionalizar os objetivos, e se preciso fosse, mecanizar o processo. Esse
sistema procurou colocar a escola dentro dos modelos de racionalização do
sistema capitalista de produção. A racionalização exige planejamento. Os
tecnicistas implantaram então uma serie de procedimentos de encontráveis
formulários para o professor e de exercício para o aluno, tipo: preencha as
lacunas, siga o modelo, complete etc.
O tecnicismo sofreu grande influencia de Frederck Tawller (2000).
Em que o professor e o aluno deixados para o segundo plano. Dentro do
processo educativo se tornam menos cumpridores de tarefas. Frente ao
conhecimento, tanto um como o outro são espectadores, sendo que o que
importa é meramente o processo. O tecnicismo burocratizou o ensino. O
professor tinha tanto formulário para preencher que não sobrava tempo para
pensar na aprendizagem. Ao transportar o modelo de produção das fabricas
para as escolas, o tecnicismo perdeu de vista a função da escola e a forma
complexa de como se dá o processo de conhecimento da aprendizagem do
aluno de tal maneira que os professores ficaram totalmente perdidos na forma
em avaliar os alunos.
Mas finalmente o que pretende aqui refletir é o método civilizado para
avaliar nessa tendência tecnicista:
Em que uma vez estabelecidos os procedimentos de avaliação os
instrumentos e as medidas a atribuição de conceitos de sua
aplicação, ou seja, a classificação, segundo determinados padrões,
23
passam (esses procedimentos) a ser visto como atividades técnicas e
neutras ao invés de formas interpretativas e excessivas das relações
sociais que estão incorporadas dentro a sua própria idéia de
avaliação. (BARBOSA et alii, 1991, p. 2)
Diante desse contexto percebemos que o perfil do educador, não
mudou muito. Na verdade, “poucos são os que fogem ao conceito de
‘educação bancaria”, ou seja, o saber não passa de uma doação dos que
julgam sábio dar, entregar, transmitir o seu grande saber.
Portanto, a
educação se torna um simples, ato de depositar onde os educandos são
depositários e os educadores os depositantes, ou seja, a avaliação consiste,
nessa abordagem em constatar se o aluno aprendeu e atingiu os objetivos
propostos quando o programa foi conduzido ate o final de forma adequada,
com a finalidade de se conhecer se os comportamentos finais desejados foram
adquiridos pelos alunos.
Tal como na abordagem tradicional encontra-se aqui ênfase no
produto obtido, na transmissão cultural. Em que esta abordagem se baseia, no
entanto, não em uma pratica cristalizada através dos tempos, mas em
resultados experimentais de planejamento de continência de reforço.
Uma cultura bem planejada de contingências de esforços, sob o qual
os membros se comportam de acordo com procedimento que
mantém a cultura, capacitam-na a enfrentar emergências e
modificam-na de modo a realizar essas mesmas coisas
eficientemente no futuro. (SKINNER, 1980, P.205)
2.2.3
Abordagem da avaliação construtivista.
A maior polêmica que se cria hoje, em relação a uma perspectiva
inovadora da avaliação, diz respeito à questão melhoria da qualidade do
ensino.
No entanto há muitos fatores, que dificultam a superação da pratica
tradicional, já tão criticada, mas dentro muito desponta sobremaneira a crença
dos educadores de todos os graus de ensino de manutenção da ação avaliativa
diagnostico como garantia de ensino de qualidade que resguarde um saber
competente dos alunos.
Diante desse comentário acima pode, portanto
chegar a indiscutível teoria de Piaget para o avanço em series questões da
pratica avaliativa importante, igualmente, para leva-lo a perceber que é urgente
24
como se da o conhecimento dos diferentes estratégicos de conhecimento
nessas questões, sujeito igualmente de tal processo.
Construtivismo significa isto: a idéia de nada, a rigor, esta pronto,
acabando e de que, especificamente, o conhecimento não é dado,
em nenhuma instância, como algo terminado. Ele se constitui pela
integração do individuo como o meio físico e social como o
simbolismo humano, com o mundo das relações sociais; e se
constitui por força de sua ação e não por qualquer dotação previa, na
bagagem hereditária ou no meio de tal modo que podemos afirmar
que antes da ação não há psiquismo nem consciência e muito
menos, pensamento. (BECKER, 1993, p. 88-89).
A atual pratica da avaliação escolar estipulou como função do ato de
avaliar a classificação apesar de tomarmos conhecimentos, através de estudos
realizados que a mesma deveria ser diagnosticada.
No entanto essa concepção de avaliação e, como qualquer outro
método já citado, pois qualquer seja a concepção do aluno terá que passar
olhares atentos de educadores, como podemos observar na citação feita por
um teórico em que ele diz o seguinte.
Com a função classificatória a avaliação constitui-se num instrumento
estático e frenado do processo de conhecimento para a autonomia do
crescimento para a competência. Como diagnostico, ela será um
momento dialético de “senso” do estagio em que se está e de sua
distancia em relação à perspectiva colocada como ponto a ser
atingido a frente. (LUCKESI, 1996 p.35)
Para que a avaliação diagnostica seja possível, não podemos
concebê-la de forma solta e isolada, e sim estar comprometido com a ação
pedagógica, e também com a proposta histórica – critica já que a concepção
tem
por
objetivo
levar
o
educando
a
apropriar-se
criticamente
de
conhecimentos e habilidades necessárias à sua realização como sujeito crítico
dentro de uma sociedade que se caracteriza pelo modo capitalista de
produção.
Dessa forma, a avaliação deve ser instrumento auxiliar da
aprendizagem e não um instrumento aprovação ou reprovação.
E devera ser assumida como um instrumento de compreensão do
estagio de aprendizagem em que se encontra o aluno, tendo em vista toma
discussões suficientes e satisfatórias para que possa avançar o seu processo
de aprendizagem. Ao assumir a avaliação como diagnostico o professor
retornara os conteúdos com os alunos que demonstram dificuldades
diversificando o modo de trabalhar o mesmo assunto de modo que retome e
25
reelabore a proposta de trabalho, considerando que para aprender, é preciso
agir sobre o objeto do conhecimento, retomando o processo de avaliação.
E a partir da analise de situação vivida pelos professores no seu
cotidiano através de expressão e manifestação de suas duvidas e
analise, que poderemos auxilia-las e reconduzir sua ações e
compreende-las numa outra perspectiva. (HOFFMANN, 1996, p.18)
Portanto uma educação de qualidade do ensino torna-se extramente
responsável pela media em favorecer boas oportunidades amplos e
desafiadoras
para
a
construção
de
novos
conhecimentos
e
novas
oportunidades amplas para uma construção de conhecimentos novos.
Contrariamente,
qualidade
numa
perspectiva
mediadoras
da
avaliação, significa desenvolvimento máximo possível, um permanente “vir e
ser” sem limites pré-estabelecidos, embora com objetivos claramente
delineados, desencadeados da ação educativa. Não se trata aqui como muitos
compreendem, de não delinearmos pontos de chegada.
No entanto para as escolas é muito importante se respeitar esse
processo individual de se constituir o conhecimento bem como todas as etapas
que ele devera percorrer, para isso, a aprendizagem esta na relação
estabelecida entre o sujeito e o objeto, onde o erro não é sinal de fracasso,
mas uma expressão da fase em que se encontra na busca do conhecimento do
processo de desenvolvimento continuo baseado nas interações entre o
educador e o educando conhecendo a atitude construtiva do sujeito sobre a
construção da inteligência que se resulta na interação com a nova visão de
uma avaliação escolar.
É preciso que o (a) educador (a) saiba que o seu “agora “ e são
quase sempre o “lá” do educando. Mesmo que o sonho do (a) educador(a) seja
não somente tornar o seu “aqui agora” com ele ou compreende, feliz que o
educando ultrapasse o seu “aqui” para que este sonho se realize tem que partir
do “aqui” do educando e não do seu.
No mínimo, tem de levar em consideração a existência do “aqui” do
educando e respeita-lo. (FREIRE, 1992 p.59)
Portanto a escola que queremos e que desejamos não esta muito
longe basta acreditarmos e lutarmos para uma melhor compreensão e
valorização.
26
3
ATUAÇÃO LDB E OS PCN´S COMO DEFINEM E PROPÕE A
AVALIAÇÃO
O presente texto compõe-se de estudos baseados na leitura da atual
LDB 9394/96 e dos PCN´s do ensino fundamental das series iniciais,
abordando as definições da avaliação e de que maneira pode-se estar
trabalhando com esses recursos, ajudando n melhorias do próprio educador,
no contexto escolar.
3.1 A Atual LDB
Com base na descentralização e na flexibilização pedagógica, a LDB
determina que o currículo do ensino fundamental alem de uma base comum
fixada determina que o currículo de ensino fundamental alem de uma base
comum fixada nacionalmente, deve conter matérias que variam de acordo com
as características de cada região.
Sabemos que uma das maiores causas dos fracassos escolar, esta relacionado
com o conteúdo pré estabelecido, desvinculado da realidade das crianças e
das formas inadequadas, com a falta de competência de muitos professores e
com a avaliação que vem sendo utilizada de forma autoritária e primitivo.
Vimos alunos que são reprovados, por conduta sociais por indisciplina e não
por estarem aptos para prosseguirem estudos nas series seguintes, nessa
unidade analisaremos que a Lei n.º 9394/96, estabelece com relação à
avaliação, os objetivos dessa unidade são:
● identificar os critérios de avaliação estabelecidos pela
legislação.
● analisar a prática avaliativa da rede escolar.
No entanto a lei 9394/96 estabelece regras para que os sistemas
de ensinos possam organizar a avaliação escolar.
27
É necessário avaliar a quantidade do conhecimento que o aluno traz
e não somente a quantidade de conhecimento. Pois em geral o aluno estuda
para passar de ano; para tirar notas e não para aprender.
O professor julga o desempenho do aluno por meio de uma nota
obtida, de um único momento do processo de ensino aprendizagem.
No entanto com as relações dos critérios de avaliação da lei 9394/96
o artigo 24 inciso V estabelece o seguinte
a) A avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno,
com providencia dos aspectos qualitativos sobre os resultados ao longo do
período letivo9 sobre os de eventuais provas finais.
b) possibilidade de aceleração de estudo para os alunos com
atraso escolar
c) possibilidade de avanço nos cursos e nas series mediante
verificações do aprendizado
d)
aproveitamento
de
estudos
de
recuperação
de
preferência paralelos ao período letivo, para os de baixo rendimento escolar, a
serem disciplinados pelas instituições de ensino sem seus regimentos.
Na alínea pode observar-se que a legislação fala em acelerar os
estudos dos alunos que estão atrasados.
Mas para que seja possível será necessária à utilização de recursos
e metodologias diferenciadas alem de muita dedicação e competência por
parte de professores, pois se tem que prestar atendimento individualizado.
A LBD põe esta alternativa citada como uma possibilidade, para
poder atrair os alunos que estão afastados, pretendem assim retornar e não se
sentirem fracassados.
Pois a possibilidade de avanço nos cursos e nas series mediante
verificação do aprendizado, é também uma grande frente de motivação para os
alunos prosseguirem os estudos. Pois sabe-se que a LDB dispõe de alguns
benefícios para os alunos que conseguem se desenvolver com mais facilidade
como por exemplo:
28
Com a recuperação obrigatória de preferência somente no final do
ano letivo, em q o aluno encara como um castigo, e não como um recurso a
mais para poder continuar enfrente nos estudos; mas voltando ao assunto
anterior falando de avaliação podemos notar o aluno superdotado pois ele
conclui os seus estudos com mais êxito, sem passar por todas as etapas
escolares, mas lembrando que ele irá estudar em uma instituição própria para
esse caso, pois por mais que seja inteligente não quer dizer que irá pular os
degraus do ensino, mas sim concluí-lo com mais rapidez que o normal; mas
por outro lado quando existem métodos totalmente tradicionais que quando um
aluno refaz uma avaliação com o mesmo conteúdo, se ele possuía na primeira
avaliação nota 4 e na recuperação conseguiu nota 8, o professor acaba
fazendo uma media das 2 notas. Ora, o aluno não conseguiu atingir todos os
objetivos ele não apresentou um desempenho melhor, pois a meta obtida no
segundo momento não é que prevalece.
Portanto por mais que a LDB expõe as necessidades e as
imprudências que existe na avaliação do aluno, ainda tem professores que se
recusam a mudar essa idéia retorcida e antiga do autoritarismo.
No entanto as diretrizes buscam indicar atributos para evitar dois
riscos em que o primeiro seria burocratizá-los, ou então transformá-las em um
mecanismo de controle prévio ou então ao gosto das burocracias centrais da
educação, no entanto o segundo seria transformar a autonomia da educação
em outra forma de criar privilégios que produzem exclusão.
Em relação ao risco de burocratização é preciso destacar que a LDB
vincula a autonomia e a proposta pedagógica é a forma de buscar algo
enriquecedor para ação pedagógica, para ser utilizada de forma autônoma de
educação para se obter bons benefícios ao texto no qual não cabe mudanças
somente nas diretrizes, mas sim no propicio, pensar do professor educador.
Pois a autonomia pedagógica depende de boa açaí de educadores que estão
dispostos a enfrentar a luta por uma educação mais competente.
Pois apesar da LDB propor mudanças na ação pedagógica do
educador ou ate mesmo na proposta pedagógica do contexto escolar, sabemos
que ainda não acontece, pois a um medo constante de mudanças por partes
deles citados acima.
29
No entanto a avaliação proposta pela LDB, pode ser entendida como
uma luz desses marcos explicativos na onde a perspectiva também tem
implicações no que refere-se a pratica, e estratégicas da ação do educador.
Portanto deve-se repensar na atuação do professor educador na
forma em que ele esta formulando e aplicando a avaliação, se esta apenas
avaliando nas provas ou no continuo, pois a educação é como etapas que
funcionam como degraus. Pois o ato de avaliar funciona como degraus. Pois o
ato de avaliar fornece dados que permite verificar diretamente o nível de
aprendizagem dos alunos, e também determinar a qualidade do ensino. Ao
avaliar o ar progresso de seus alunos na aprendizagem o professor pode obter
informações valiosas sobre o seu próprio trabalho.
Nesse sentido a avaliação tem a função tem a função de fornecer
informações para se aperfeiçoar a aprendizagem do educador justamente com
o educador de formas paralelas onde um possa contribuir com o outro ou vice –
versa.
3.2
Abordagens De Avaliação Segundo Os PCN´S
As novas perspectivas da avaliação presente na proposta curricular
esta mediante aos parâmetros curriculares nacionais do ensino fundamental “5ª
a 8ª”. Pois nos últimos anos o ministério da educação, vem realizando, um
trabalho de transformação de sistema educacional onde o objetivo é expandir e
melhorar sua qualidade, para fazer frente aos desafios postos em um mundo
de constantes mudanças. Dessa maneira os parâmetros propõe um currículo
baseado no domínio de competência básica.
No entanto os PCN´s são resultados de meses de trabalho
realizados por especialistas e educadores, no estudo de auxiliar e dar algo
mais confiável para que o professor possa estar utilizando com freqüência e
comum aliado na execução do seu trabalho, e no desenvolvimento do currículo
de sua escola.
Nesse sentido os PCN´s são meios que capacitam e permitem que
o professor esteja utilizando para produzir culturas sociais e econômicas e
varias outras habilidades essenciais para o desenvolvimento e a socialização
30
do professor junto com o aluno. Mas também os PCN´s, vem abordando algo
de grande importância para que o professor possa utilizar, acabando com o
mito do massacre que muitos alunos enxergam que é a “avaliação”.
Pois os PCN´s vem ressaltar a avaliação como critérios de
considerações, como uma etapa de desenvolvimento cognitivo, afetivo e social
de cada aluno, no qual ele terá considerações de apontar suas próprias
experiências educacionais.
Porem é importante assimilar que os critérios de avaliação expressos nos
PCN´s, são resultados de experiências de aprendizagem essenciais no final de
cada ciclo. Onde a maioria das vezes os professores são submetidos e
compreendidos como conjunto de ações organizadas com a finalidade de obter
informações de aprendizagem do aluno.
Os PCN´s do ensino fundamental vem propondo o rompimento da
avaliação tradicional, e assim colocar a avaliação a serviço de uma pedagogia
que esteja atenta e preocupada com a educação, com um mecanismo de
transformação social de cada individuo, pois como já dissemos no inicio do
nosso dialogo, os PCN´s foram elaborados para orientar os novos currículos.
A proposta dos PCN´s não soam uma colação de regras impostas
do alto sobre o que os professores devem ou não fazer. São uma referencia
consistente para a transformação dos objetivos, conteúdos e didáticas do
ensino fundamental. Essa transformação objetiva coloca em pratica os
princípios da nova LDB, pois propõe os PCN´s como fundamentos, metas e
meios, os próprios conhecimentos seguido do seu preparo com manifestação
do espírito democrático e participativo e valorizador da autonomia que deveria
caracterizar a educação de base no país.
Os PCN´s foram elaborados a partir das praticas curriculares
vigentes dos sistemas estaduais e municipais de educação e dos dados sobre
o desempenho dos alunos e da experiência curricular dos outros países.
Nos PCN´s, os conteúdos e o tratamento que eles devem ser dados
que assumem papel central, uma vez que é por meio deles que os propósitos
da escola são operacionalizados, na demanda de uma reflexão sobre a seleção
de conteúdos, que se amplia para alem dos fatos e conceitos, passando a
incluir procedimentos, valores, normas e atitudes.
31
Por mais que o professor, os companheiros de classe e as matéria
didática possam contribuir, para que a aprendizagem se realize, nada pode
substituir a atuação do professor e do próprio aluno, ao contribuir significado
sobre os conteúdos de aprendizagem.
Portanto os critérios de avaliação explicam as expectativas de
aprendizagem considerando objetivos e conteúdos propostos para a área de
etapa de desenvolvimento cognitivo, afetivo e social, no qual os alunos tenham
condições de desenvolvimento do ponto de vista pessoal e social de forma
equilibrada as diferentes condições de conteúdos. Pois ao selecionar
instrumentos de avaliação o professor devera discutir o conhecimento e a
habilidade de cada um, alem de valores mensuráveis, relacionados do contexto
de construção do conhecimento pessoal do aluno.
Finalmente,
é
fundamental
que
o
professor
discuta
seus
instrumentos, métodos e procedimentos de avaliação com a equipe pedagógica
principalmente com os maiores interessados que são os educandos, pois
dessa maneira ele poderá aplicar sua avaliação e ao mesmo tempo ser
avaliado, pois somente dessa maneira ocorrerá uma avaliação, honesta e
digna de qualquer ser humano, de repente pode parecer um discurso do senso
comum, mas pelo conteúdo somente irá entrar em vigor uma avaliação
construtiva, no momento em que o professor começar a apresentar seu
trabalho de maneira limpa e digna de um educador.
No entanto, não é somente cobrar, mas também mostrar serviço,
para dessa maneira ser digno de cobranças.
Diante dessa discussão o que se pode concluir e que os PCN´s
estão para nos mostrar maneiras diferentes com alguns benefícios e recursos a
serem postos em pratica, basta cada secretaria, ou melhor dizendo, cada
equipe pedagógica, por em pratica e cobrar do professor educador, estudar e
começar utilizar esses métodos que os PCN´s e a LDB, nos colocam, pois por
mais que pareça impossível, cabe a cada um arregaçar as mangas e colocar
em pratica, pois para que uma avaliação possa ser verdadeira tem que colocar
o processo em ação para que possamos mostrar serviço quando formos
cobrados.
Pois somente dessa maneira irá poder ocorrer uma educação,
merecedora de elogios pela sociedade.
32
Com os estudos realizados neste capitulo, foi possível verificar a
importância que a atual LDB dos PCN´s e fundamental importância para a
avaliação, bem como a utilização de recursos e metodologias diferenciadas,
possibilitando a autonomia do professor em sua pratica pedagógica.
33
4 AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM
Neste capitulo discutiremos a questão da avaliação do aluno
relacionado à questão da práxis do docente e qual a proposta que ele esta
utilizando. Para tanto como base a analise dos questionários aplicados fazendo
uma comparação com os estudos dos PCN´s e dos teóricos aqui citados
Perrenoud (1999), Luckesi (1994), e que foram referenciais que possibilitaram,
uma analise sobre o professor e de como esta encarando a proposta atual
LDB, e de que maneira esta avaliada das series iniciais do Ensino
Fundamental.
4.1 A Práxis Do Professor
Sob um ponto de vista das relações pedagógicas se constituem uma
perspectiva, da avaliação que ira ajudar o aluno e progredir na aprendizagem e
aperfeiçoar o professor em sua pratica e em sua teoria em termos gerais.
No entanto a educação pode ser entendida como uma experiência
de vivência, multiplicadas e variadas, tendo em vista o desenvolvimento motor,
cognitivo objetivo e social do educando.
Dentro dessa visão, em que o educador é formar e aprender é
construir o próprio saber, a avaliação, contempla dimensões, e não se reduz
apenas em atribuir notas.
Se o ato de ensinar e aprender consiste na realização e em
mudanças de aquisições e de comportamentos cabe ao professor verificar, se
o ato de avaliar consiste em se realmente os alunos estão atingindo o grau de
conhecimento que ele deseja. Pois a consecução para ajudar o aluno a
avançar na aprendizagem e não construção do seu saber.
No entanto nessa perspectiva a avaliação assume um sentido
orientador e cooperativo. Assim a avaliação assume a dimensão de orientar,
pois permite que o aluno tome consciência de seus avanços e dificuldades,
para assim poder continuar progredindo da construção do conhecimento.
34
Portanto a forma de encarar e realizar a avaliação reflete na atitude
do professor em sua interação com a classe bem como a sua realização com o
aluno. Por exemplo, um professor autoritário e inseguro, poderá ver a avaliação
como uma arma de tortura ou como punição para os alunos apáticos ou
indisciplinados. Por sua vez, se o professor sério e responsável orienta nas
adversidades da aprendizagem do educando. Terá que encarar a avaliação
como uma forma de diagnostico do avanço a dificuldade dos alunos, como
indicado para o replanejamento de seu trabalho docente. Para que assim
possa ter uma perspectiva à avaliação ajuda o aluno a progredir na
aprendizagem, para o professor assim aperfeiçoar a sua pratica pedagógica.
Em termos gerais a avaliação é um processo de coleta de dados tendo em
vista verificar se os objetivos propostos foram atingidos. Sempre respeitando as
características individuais e o ambiente em que o educando vive. A avaliação
dever ser integral considerando o aluno como um ser total e integrado e não de
forma fragmentada, os professores precisam verificar o conhecimento prévio de
seus alunos, com isto ter dados que demonstram o desrespeito que a escola
vem prestando à sociedade.
No entanto apóia-se no principio e na importância de assumir-se a
escola como um espaço onde atuam sujeitos socioculturais e históricos que se
formam mutuamente através das relações sociais. Dessa maneira, apóia-se no
fato de que a escola é educativa por si mesma, pelas circunstancias de seu
relacionamento com a sociedade, sendo educativa em sua dinâmica, em sua
forma de ensinar aprender e na organização de sei trabalho.
A concepção de avaliação que possa seguir essa lógica é a de um
processo que deve abranger a organização escolar como um todo, a relações
internas a escola, o trabalho docente, a organização do ensino, o processo de
aprendizagem do aluno e, ainda, a relação com a sociedade.
Nessa perspectiva torna-se fundamental a construção de um
conceito de avaliação escolar onde entenda as necessidades da escolarização
dos comandos populares porque são elas que mais tem sofrido com o modelo
de escola atual. E se o movimento da sociedade empoe um novo tipo de
escola, impõe também a necessidade de um novo referencial para a
constituição dos processos de avaliação.
35
A avaliação é um exercício mental que permite a analise, o
conhecimento na medida ou em um julgamento de um objeto , esse objeto
deve ser a própria realidade e daqueles que a fazem. Avaliar seria um
processo de autoconhecimento e também o conhecimento da realidade e da
relação dos sujeitos com essa realidade. Seria um processo de analise
julgamento, recreação ou ramificação da instituição que fazem parte, dessa
realidade e das pessoas que a mantém seja ela municipal ou estadual.
Questionam-se, assim os processos de avaliação de aprendizagem
dos alunos que estão usualmente centrados num desempenho cognitivo, em
referencia a um projeto político pedagógico da escola, e ainda, o sentido das
avaliações escolares que tem diferenciado especialmente, para o ato de
aprovar ou reprovar os alunos.
Ao lado desse aspecto, surge uma das questões mais controvertidas.
Na práxis de professor, pois os registros são responsabilidade do educador
pois ele assume o papel de juiz, pois ele questiona as provas, usualmente
empregada com instrumento
único de avaliação dos critérios claros em
comprara a aprendizagem dos conteúdos específicos ensinados, considerando
que ainda existe um versão reduzida e equivocada do processo educativo que
baseia-se na perspectiva de interestruturação do conhecimento, entendendo a
ação de avaliar como processual e reguladora das possibilidades de
construção
de um processo educativo mais rico e mais dinâmico, do
pressuposto de eu as diferenças são positivas e fundamentais para o
conhecimento dos sujeitos no processo de conhecimento da realidade. A
pratica pedagógica processa as teorias, buscando compreende-las e critica-las,
num sentido amplo desses procedimentos, com o intuito de não somente
memorizar estas teorias, mas também, de entender sua importância na leitura
da sociedade do mundo.
A didática, como direcionamento imediato da pratica do ensino e da
aprendizagem, servira de elemento articulado entre as posições
teóricas e praticas escolar propriamente dita. Ela, tanto em sua fase
de planejamento, quanto em sua fase de execução, é a necessária
para garantir a tradução da teoria pedagógica em pratica
pedagógica. Através dela, a concepção teórica da educação pode se
fazer concreticidade. (LUCKESI, 1997, p.163).
Portanto o campo com a maior discussão desses valores são
conhecidas com as diferenças fundamentais para o crescimento dos sujeitos
36
no qual fazem parte da escola para classificar ou sentenciar seus alunos. A
avaliação deveria propiciar a identificação dos problemas na verificação e
possibilidade dos rendimentos dos conteúdos para dessa maneira detectar o
que o aluno aprendeu nos anos anteriores, precisa também identificar as
dificuldades na aprendizagem, diagnosticando e tentando identificar a
caracterização das possíveis causas.
O professor também deve estabelecer do iniciar o período do ano
letivo os conhecimentos que seus alunos devam adquirir, as habilidades e as
atitudes a serem desenvolvidas. No que então esses conhecimentos e as
habilidades são, constantemente avaliado, durante a realização da atividade,
fornecendo informações tanto para o professor como para o aluno, sobre o que
foi assimilado e o que ainda precisa ser determinado, caso o aluno não consiga
atingir as metas propostas, cabe ao professor organizar novas situações de
aprendizagem para dar a todos condições de êxito nesse processo.
No entanto o ato de avaliar fornece dados que permitem verificar
diretamente o nível de aprendizagem dos alunos, e também, indiretamente
determinar a qualidade do processo de ensino. Ao avaliar o processo de seus
alunos na aprendizagem, o professor pode obter informações valiosas sobre os
seus próprios trabalhos. Nesse sentido a avaliação tem a função de retro
alimentação ou feedback, porque fornece ao professor dados para que ele
possa repensar e replanejar sua atuação didática, visando aperfeiçoa-la para
que seus alunos obtenham mais êxito na aprendizagem.
Finalizando e tomando por base a característica fundamentais do
educador e do educando como seres humanos e como sujeitos da práxis
pedagógicas verificando que o papel do educando esta em criar condições
para que o educando aprenda e se desenvolva de forma ativa, inteligente e
sistemática.
Para tanto, o educador, de modo algum, poderá, obscurecer o fato
de que, para que aprenda, devera criar oportunidades de aprendizagens ativas,
de tal modo que o educando desenvolva sua capacidades cognoscitivas assim
como suas comunicações afetivas, morais, sociais e políticas.
O educador, como sujeito direcionador da práxis pedagógica, devera
no seu trabalho docente, estar atento a todos os elementos necessários para
que o educador efetivamente aprenda a se desenvolver. Para isso alem das
37
observações aqui contidas, devera ter presente os resultados das ciências
pedagógicas, da didática e das metodologias especificas de cada disciplina.
O planejamento, a execução e avaliação do ensino será
insatisfatório, senão forem processados dentro de mínimo
parâmetros de criatividade e autenticidade o estudo deste capitulo
tem por chamar a atenção de educadores e de futuros educadores
para o fato de que somos sujeitos da práxis pedagógica e não estão
dados definitivamente, mas sim, que eles devem ser permanentes
repensados e recompreendidos, se queremos produzir uma ação
docente – descente de forma critica. (LUCKESI, 1997, p. 119)
Muitas vezes a avaliação do rendimento escolar em algumas
instituições não é usada corretamente pelos professores, que não respeitam o
ambiente no qual o aluno está inserido. Ainda numa educação que prioriza o
depósitos de informações, onde um ensina e o outro aprende, os instrumentos
de avaliação são usados apenas como mediadores do conhecimento; com
isso, afastam-se das características humanas, posicionando-se como uma
ferramenta de exclusão escolar e social, não considerando o aspecto sócio
emocional que resulta num distanciamento entre professor e aluno.
Este processo é subjetivo e realizam julgamentos de valores, sobre
dados relevantes da realidade em que ocorre aprendizagem, inerentes ao
contexto social ou individual de cada aluno.
O cotidiano na sala de aula nos leva a verificar que existe uma
proximidade entre a afetividade e os desenvolvimentos cognitivo do aluno,
consequentemente também na sua avaliação. O que confirma os problemas de
aprendizagem causados pela má organização dos esquemas afetivos,
principalmente na faixa etária de 6 a 10 anos, que compreende as séries
iniciais do ensino fundamental.
Considerando que pensar e sentir são ações intimamente ligadas,
indissociáveis, precisamos refletir a cerca do papel da afetividade no
funcionamento psicológico e na construção de conhecimento cognitivo afetivos.
É necessário valorar a afetividade como pressuposto básico para a
aprendizagem e a sua eficácia na avaliação do rendimento escolar.
A nova lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LBD), a lei
9394, nos oferece os dois mais importantes princípios da afetividade e amor no
âmbito escolar, a respeito à liberdade e o espaço à tolerância, que são
inspirados no principio de liberdade e nos ideais de solidariedade humana.
Ambos tem por fim ultimo o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo
38
para o exercício da cidadania ativa e a sua qualificação para as novas
ocupações no mundo do trabalho.
Piaget define a afetividade como todos os movimentos mentais
conscientes e inconscientes não racionais (razão), sendo o afeto um elemento
indiferenciado do domínio da afetividade. Afirma ele que o afeto é a energia
necessária para o desenvolvimento cognitivo. Estudos que integram as
pesquisas de Freud e de Piaget especificam que a afetividade inclui na
construção do conhecimento de forma essencial através da pulsão de vida e da
busca pela excelência.
A
avaliação
escolar
deve
ser
mais
estudada
e
detalhada
cientificamente, buscando considerar relações de afetividade entre o professor
e o aluno que possam ser garantidas dentro das variadas formas de avaliação.
A afetividade tem um respaldo significante sob a avaliação do aluno como um
todo, devendo ter como aspecto fundamental alcançar os objetivos do processo
de ensino dentro dos fatores cognoscitivo e sócio emocional, intimamente
ligado à interação professor aluno.
4.2
A Avaliação e sua Concepção
A maneira como a escola avalia é o reflexo da educação que ela
valoriza. Quando indagamos a quem ela beneficia, a quem interessa,
questionamos o ensino que ela privilegia. Como instrumento de medida de
conhecimento, a avaliação tem como enfoque principal aprovar ou reprovar o
aluno. Desta forma, a garantia do ensino de qualidade foi abolida do processo
escolar.
A concepção de avaliação ainda é relacionada à idéia de
mensuração de mudanças do comportamento humano. Serve como um meio
de controle, feito através de atribuição de pontos ou notas, para que os alunos
realizem as tarefas e tenham comportamentos esperados, que o professor e a
instituição desejam. Não se importam com o tipo de conhecimento que o aluno
adquiriu, e sim com o tipo de nota que o aluno obteve. A nota, portanto, passa
a apresentar um objetivo diferente da representação do rendimento do aluno.
Necessita ser redirecionada pois a competência ou incompetência do aluno
39
não resultam apenas da escola ou do professor, e sim de todos aqueles que
participam do contexto escolar e social do educando.
Em relação a interação aluno professor, percebemos que a educação
atual abre espaço para sair parceria entre ambos, verificamos que vem
acontecendo um estreitamento dessa relação. O que não percebemos é a
utilização da proximidade dessa relação, no desenvolvimento das aulas e
avaliação dos professores e alunos. Encontramos ambientes que propõem a
afetividade mais como contato físico que nem sempre considera o alunos como
ser autônomo, com direitos e desejos nem sempre iguais ao do professor.
Avaliar o rendimento escolar, portanto, é um dos elementos para
reflexão e transformação da pratica escolar e deve ter como principio o
aprimoramento da qualidade do ensino, tendo em vista que, atualmente, tem
sido utilizada como parte de uma ação política, que visa através do processo
educativo, como instrumento de legitimação da seletividade da educação
conferindo ao ensino um papel subsidiário diante do fracasso do aluno. Os
aspectos qualitativos devem prevalecer sobre os quantitativos.
4.3 Avaliação Como Instrumento De Socialização
Sendo o professor um representante dos modelos e valores
“universalistas”, deve garantir a todos os alunos uma “igualdade de partida” e
oportunidades reais” para que estes revelem as suas capacidades,
“recompensando o êxito de qualquer um que se mostre capaz”. A escola é,
assim, a agencia de socialização na qual as crianças experimentam pela
primeira vez um sistema institucionalizado de diferenciação com base na
realização individual a qual procura incutir a aceitação das regras de
competição próprias da estrutura.
Para o escritor Robert Dreeben, a escola visa, sobretudo a
socialização para o trabalho através da valorização de atitudes de
“independência” e individualismo, pois cada um deve ser avaliado em relação
as suas próprias capacidades, uma vez que expectativas quer do ensino
40
superior, quer dos empresários, são as que possa exatamente o que cada um
é capaz de fazer por si próprio.
Não que as avaliações devem ser somente individuais, pois o
coletivo ensina a divisão a união, mais os alunos não devem ser acostumados
a dividir responsabilidades. Mesmo quando a escola proporciona oportunidades
para que os alunos vivenciem situações de cooperação, são as avaliações
individuais em ultima analise contam o que revela a preocupação em incutir a
“independência” tão necessária no futuro, para que cada um saiba assumir
suas responsabilidades e desempenho de suas tarefas.
Ao avaliar “o produto de um individuo como um produto individual”,
mesmo quando este é fruto de um trabalho coletivo a dificuldade dos
professores em avaliar trabalhos de grupo ou em considerar que os produtos
coletivos desses trabalhos possam ser determinantes em termos de
classificação, a escola contribui para separar “o homem do outro homem” que é
uma das condições da própria alienação. Mas não fica por aqui a relação entre
avaliação e alienação. Através da avaliação o trabalho dos alunos pode ser
entendido ou representado como tendo características da produção mercantil,
isto é, através da avaliação estabelece-se um valor de troca.
O que é avaliado é o potencial de trabalho de cada um e este é
comparado com os dos outros e trocado por classificações, graus, certificados
ou diplomas. A alienação resulta, mas para ser entregue a um avaliador. O
sentimento de que o trabalho escolar individual é simples mercadoria configura,
assim, uma outra importante relação entre a avaliação e alienação.
Sendo a avaliação um dos processos pedagógicos mais importante,
pode-se, por analogia, que a escola socializa através da avaliação, mas não de
uma maneira mecanicista. Assim, as diferentes modalidades de avaliação,
terão, elas próprias, impactos, muito diferentes na socialização dos indivíduos
em escolarização e nem todas serão igualmente funcionais para o mundo do
trabalho.
A inadequação das formas de avaliação das escolas tradicionais face
às exigências da produção, e a necessidades da sua compatibilizacão no
contexto escolar.
41
4.4 A Avaliação na Prática Escolar
As praticas de avaliação, por serem feitas para o controle
qualitativos, tem sido muito criticadas. Da maneira que muitas vezes é usada
não atende à função educativa.
Segundo
LIBÂNEO
(1991,
p.198),
tem-se
verificado
alguns
equívocos, quanto a sua pratica.
O equivoco mais comum é o professor usar a avaliação somente
para dar sorte ser o teor das provas. Ainda é comum o professor ser avaliado
como “competente”, pelo total de alunos reprovados em sua turma.
Outro equivoco é fazer uso da avaliação para recompensar ou punir
o aluno pelas sua atitudes. A nota é dada e tirada conforme comportamento.
Cúmulos acontecem como reprovar um aluno por falta de décimos na nota
final. O professor deve estimular o aprendizado e não intimidar com ameaças
como “tira nota”.
O terceiro equivoco se da pela auto confiança do professor, quando
mede o aluno pelo seu “olho clinico”, profetizando, já no inicio do ano, qual
aluno tem condições de aprovação ou reprovação, baseando-se na sua
“sabedoria” deixando de realizar a avaliação continua, onde o aluno é
valorizado por todas as suas atitudes. Agindo assim, muitas vezes, o professor
relega o aluno, isolando-o a um canto da sala, destruindo sua auto-estima,
responsável por muita evasão escolar.
O quarto equivoco se da quando certos professores rejeitam as
medidas quantitativas de aprendizagem em favor somente dos dados
qualitativos, julgando que as provas ou teste aplicados podem prejudicar ou
inibir as potencialidades do aluno, assim sendo, afastam qualquer quantificação
de resultados.
Considerar, na avaliação, apenas os aspectos quantitativos ou
somente os qualitativos.
A função da escola é introduzir o educando no mundo da cultura e do
trabalho de acordo com as perspectivas traçadas pela sociedade, contando
com a colaboração do professor. Já a função pedagógica trabalha com as
influencias externas e internas do aluno, cabem ao professor organizar a
42
pratica de ensino sem perder o objetivo de desenvolver a autonomia e
independência do aluno. Sendo assim, a qualificação deve contar com
apreciação qualitativa dos resultados obtidos.
Se a nota for obtida somente com base na prova escrita, ela pode
deixar de demonstrar a outros instrumentos de verificação são meios
necessários para a informação do rendimento escolar, levando em conta que
tanto a escola, como os professores, os pais e alunos precisam de dados para
comprovar, analisar e avaliar os trabalhos desenvolvidos resultando na
aprendizagem. Além do que, a nota representa um estimulo externo que
desafia o aluno a desenvolver as suas capacidades.
Não se pode discutir avaliação a partir do interior da escola como
querem muitos autores. A avaliação feita na escola decorre dos objetivos
fixados e estes são fixados, principalmente, a partir da sociedade concreta na
qual a escola esta inserida. Se é uma escola capitalista, com certeza
expressará os objetivos da escola capitalista bem pautada nos princípios
liberais.
Se perguntamos aos profissionais da educação ou buscamos os
objetivos expressos em qualquer projeto político pedagógico das escolas nos
parecerá que todos tem uma causa nobre em defesa do ser humano, porém,
ao analisar-se o “processo de avaliação” percebe-se os objetivos não
proclamados pela escola.
Alguns mitos rondam a avaliação praticada das escolas (SEED,
1993).
a) Para alguns, a condição social, do aluno é que determina a sua
inteligência, sua capacidade de aprender. Assim o fracasso na escola se
justifica pela condição social menos favorecida. Ora, vários estudos mostram
que se não há prejuízos orgânicos irreversíveis (causados pela desnutrição,
por doença) todo ser humano pode avançar na construção do conhecimento. A
qualidade das interações que se estabelecem é que definirão a quantidade do
processo de construção do conhecimento. Portanto o problema não estaria nos
resultados da avaliação ou na situação social do aluno, mas sim no processo;
b) Para alguns o fracasso escolar se justifica pelas condições de
trabalho presentes no interior da escola – professores sobrecarregados,
43
superlotação das salas, disciplinas difíceis (português, matemática, química,
biologia e física), o desinteresse dos alunos;
c) Organização dos espaços e tempos educacionais, imposição
da estrutura burocrática (bimestralidade), carga horária muito pequena por
disciplina, grades curriculares), regulamentos (impede Segunda chamada de
prova porque não tem justificativa, o aluno não pode ser avaliado porque foi
suspenso, horários inadequados para aluno, trabalhador...)
d) A idéia de que sempre foi assim e é impossível mudar e a
solução fogem das mãos da escola.
e) Freitas (1995, p. 143 a 258) apresenta o resultado de algumas
pesquisas feitas sobre avaliação com dados que devem nos levar a algumas
reflexões:
f) Os professores apontaram como finalidade de avaliação:
verificar se o aluno aprendeu o conteúdo, verificar os pontos fortes e fracos
para atuar/ mudar método, avaliar nível de desempenho dos alunos, promover
o desenvolvimento do aluno, verificar se o aluno atingiu os objetivos, verificar
se o aluno tem os pré-requisitos, cumprir formalidades e conceituar o aluno.
g) As técnicas mais usadas pelos professores para avaliar
trabalhos (em classe e fora dela), observação de desempenho, provas escritas,
participação e interesse do aluno.
h) Outras constatações:
● 80% dos professores não elaboram critérios para a correção
das avaliações antes de efetua-las, 75% dos professores não comunicam aos
alunos os critérios de avaliação, 58% admitem promover ou não seus alunos
com base em juízo geral (presença de componente informal);
● Há discrepância entre o que se ensina e o que se cobra;
●Os alunos pensam que muitos professores abusam do poder ao
avaliar, que geralmente estudam para classificar e que nada é feito para rever
as falhas, que a avaliação é unilateral (só o aluno é avaliado)
44
Deve-se responder a duas questões importantes: para que
avaliamos e o que fazemos com os resultados desse processo? Poderíamos
analisar então, os tipos de avaliação:
a) Avaliação Diagnóstica: fazemos esta avaliação quando
queremos verificar como esta o processo de construção do conhecimento, se
nossos métodos estão dando resultado efetivos e a partir destas constatações
tomamos decisões sobre a continuidade do nosso trabalho. Não seria
inteligente da parte de um medico se diagnosticasse a doença do paciente e
nada fizesse para cura-lo:
b) Avaliação Classificatória: utilizamos essa forma simplesmente
para separar os que sabem e os que não sabem, para aprovar ou reprovar.
c) Avaliação Formativa: Após avaliar o processo como um todo,
realimentaremos o processo para sanar falhas e atingir objetivos propostos
sempre priorizando a “contrição” e não resultado.
Para que os modelos de avaliação adotados pelos órgãos públicos
através do SAEB (Sistema de Avaliação da Educação Básica) e do ENEM
(Exame Nacional do Ensino Médio) tem sido meramente classificados.
Devemos lembrar a posição irônica que assumimos quando o processo de
avaliar não faz parte do processo ensino aprendizagem, mas encenarmos para
avaliar. É o que vem acontecendo: temos feitos verdadeiros cursinhos
preparatórios para o ENEM, para o vestibular... Quando tudo isto não existe,
ensinaremos para que?
Outra ironia é que quando nossa escola recebe um bom conceito ai
aceitamos o resultado, quando não, passamos a criticar os órgãos oficiais.
Há ainda a necessidade de se verificar, quando analisamos os
instrumentos de avaliação, de processos mentais exigimos dos alunos:
memorização,
associação,
comparação,
explicação,
analise,
síntese,
proposição de alternativas.
Constantemente nos perguntamos: por que é tão difícil mudar o
processo de avaliação?
Um dos pontos que explicam esta cristalização em posturas
tradicionais é porque a forma de avaliar não representa apenas uma conduta
45
profissional, mas como concebemos a sociedade e o ser humano, como
entendemos nosso papel como profissionais da educação e o papel da escola.
4.5 Avaliação E Sociedade
As concepções que reagem as ações de todas as pessoas
envolvidas no processo de avaliação sejam elas alunos, família ou profissionais
da educação são direta e indiretamente influenciados pela sociedade capitalista
na qual se vive. No final do século XIX, quando o capitalismo sofreu sua
primeira grande crise pela falta de demanda de produtos industrializados e
fortes lutas dos trabalhadores organizados, houve um grande investimento em
tecnologia e o aperfeiçoamento do modelo de produção. Este aperfeiçoamento
tem como modelo a produção taylorista/fordista que baseava-se na
organização padronizada e não produção em serie e, consequentemente, na
fragmentação do processo. Controlava também a maneira de pensar
(racionalidade positiva), contribuindo assim, na alienação do trabalhador. Essas
praticas estão fortemente presentes no modelo de produção flexível
(toyotismo), ao final do século XX. Quando a escola assume um processo de
avaliação que atribui uma nota ou computo de pontos acumulativos, como se a
avaliação fosse um processo isolado de todo o caminho percorrido pelo aluno
na construção do conhecimento. Esse aluno assume a postura do “operário
executor passivo”, ou seja, aquele que tudo realiza sem questionar...
4.6 Um Reflexo Da Escola
A maneira como a escola avalia é o reflexo da educação que ela
valoriza. Essa pratica deve ser capaz de julgar o valor do aluno e possibilitar
que ele cresça, como individuo e como integrante de uma comunidade. A
avaliação é uma janela por onde se vislumbra toda a educação. Quando
indagamos a quem ela beneficia, a quem interessa, questionamos o ensino que
privilegia. Quando o professor e perguntar como quer avaliar, desvela sua
concepção de escola, de homem, de mundo, e sociedade. Numa pratica
positivista e tecnicista há uma ênfase na atribuição de notas e na classificação
46
de desempenho, em teste e provas com resultados quantitativos e numéricos.
Nela, o mais importante é o produto. Ou seja, reflete uma educação baseada
na memorização de conteúdos. Já a avaliação qualitativa se baseia num
paradigma crítico e visa à melhoria da qualidade da educação. Sua ênfase é no
processo. Ela reflete um ensino que busca a construção do conhecimento.
A avaliação terá seu sentido mais autentico e significativo se tiver
articulação com o projeto político pedagógico da escola. É ele que da
significado ao trabalho docente e à relação professor aluno. O projeto
pedagógico funciona a partir da ação do professor que realiza um trabalho
serio e comprometido sobre a avaliação da aprendizagem em seu espaço de
sala de aula. A autonomia docente existe e, graças a elas, as escolas
avançam.
Existem educadores que conseguem colocar em pratica suas
propostas, às vezes ate transgredindo uma sistemática. Num processo de
avaliação da aprendizagem há um foco no todo, no coletivo. Mas há também
um outro, nos dois protagonistas principais, que são o professor e o aluno. O
primeiro precisa identificar exatamente o que quer e o segundo tem de ser
parceiro. Hoje em dia o processo de negociação num trabalho de avaliação é
fundamental. Essa negociação pressupõe a discussão coletiva de critérios.
Assim como é fundamental explicitar os objetivos da avaliação para a classe, é
preciso mostrar os resultados. O estudante não pode fiar sem saber como se
saiu. Sempre é preciso analisar o processo desenvolvido em termos de ensino
aprendizagem. A avaliação deve ser encarada como uma reorientação para
uma aprendizagem melhor e para a melhoria do sistema de ensino. Alem disso,
todo professor deve ficar atento aos aspectos afetivos e culturais doe
estudante, não só os cognitivos, pois os processos de avaliação vem
impregnados de emoções e aspirações. Durante muito tempo, analisou-se a
avaliação imperfeita, porque há uma dialética entre o afetivo e o cognitivo. Os
indicadores de afetividade permeiam a relação com a criança e seu
desempenho. Eles estão claros no entusiasmo e na paixão ao apresentar o
resultado de uma pesquisa, ao vibrar com um trabalho realizado. Para que eles
sejam levados em conta, a observação é fator essencial.
47
Não existe formula pronta para que o professor realize uma boa
avaliação. São dadas diretrizes claras, o professor faz seu caminho, graças á
sua criatividade. Esses recursos devem ser, alem de diversificados,
participativos,
relevantes,
significativos
e
rigorosamente
construídos.
Diversificado os instrumentos é possível abranger todas as facetas do
desempenho de um estudante.
A avaliação sempre está relacionada com o poder na medida em que
significa controle.
Num modelo tecnicista, em que se privilegia a atribuição de notas e a
classificação dos estudantes, elas é ameaçada, uma verdadeira arma. O poder
está no carne da avaliação e pode ser um instrumento de dominação,
despertando medo. Para que seja produtiva, a avaliação deve ser o processo
dialógico, interativo, que visa fazer o individuo um ser melhor, mais criativo,
mais participativo. A mesma precisa levar a uma ação transformadora e
também com sentido de promoção social, de coletividade, de humanização. A
historia pessoal do professor e o jeito como ele foi avaliado quando era
estudante iluminam sua maneira de atuar. Depois, essa marca de identidade
vai sendo modificada com, a formação, apesar de que os professores, no geral,
não tem acesso a pesquisas e seus resultados, tentando apenas acompanhar
livros e periódicos.
A escola brasileira ainda é existente e são altos os índices de
reprovação. Os ciclos dão tempo para a criança que não é necessariamente
traduzido por bimestre ou semestre, participando de onde ela está e fazendo
sempre com que progrida continuamente.
Esse sistema, porem, só pode ser bem sucedido se forem garantidas
algumas condições, como uma nova proposta pedagógica que valorize a
articulação com a comunidade. Além, é essencial dar um novo papel ao
professor e garantir a ele uma boa formação continua, com ênfase no trabalho
coletivo. Os professores que usam inadequadamente a avaliação só o fazem
porque não estão devidamente preparados.
48
5 CONSIDERAÇÕS FINAIS
A concepção de avaliação é comumente relacionada à idéia de
mensuração de mudança do comportamento humano. Essa abordagem
reabilita o fortalecimento no aspecto quantitativo.
A avaliação do rendimento escolar tem como alvo a classificação do
aluno. Necessita ser redimensionada, pois a competência ou a incompetência
do aluno não resulta apenas da escola ou do professor, e sim de todos aqueles
que participem do contexto escolar e social do educando.
A avaliação deve contemplar aspectos qualitativos que são difíceis
de serem mensurados pois evoluem objetivos de postura política de crença e
de valores.
Os instrumento de avaliação são determinados pela idéia e modelos
da realidade em que o profissional atua servindo como meio de controle, feito
através de atribuição de pontos ou notas para que os alunos realizem as
tarefas e tenha comportamentos esperados no qual o professor e a atribuição
desejam não importam com o tipo de conhecimento que os alunos adquiram e
sem o tipo de nota que o aluno obteve. A nota, portanto passa a apresentar um
objetivo diferente da representação do redimensionamento do aluno.
O educando precisa aprender e não a ser submetido e obediente
aqueles que são responsáveis por seu processo educativo.
O ponto chave da educação deve ser o aluno aprender, saber,
pensar, ser critico e analítico. E é dentro dessas classes perspectivas que a
avaliação deve trabalhar.
A maioria das escolas são vistas como socializadas e regularizadas
de um determinado tipo de saber. Uma proposta de avaliação se contrapõe a
essa escola que conhecemos. Esta busca e construção que reflete a própria
cultura do povo brasileiro que acredita no conhecimento como produção social
e que valoriza a vivencia.
Esta busca a construção que reflete a própria cultura do povo
brasileiro, que acredita no conhecimento como produção social e que valoriza a
vivencia cotidiana dos alunos e professores.
49
Numa avaliação os professores devem considerar o ambiente no
qual o educando esta inserido, pois não pode cobrar disciplina e bons cuidados
de higiene de um aluno que desconhece esses princípios, devido não ter
condições básicas, econômicas e família para orientá-lo. Porem isso não
significa que ele não possa aprender, pois se for estimulado será capaz de
construir seu conhecimento.
Comprovantemente a família é uma instituição que influencia
diretamente no desenvolvimento e no desempenho escolar do educando, pois
se a família é desestruturada a criança se desestruturará, com isso apresentará
um fracasso escolar e consequentemente se excluirá da sociedade.
Com a globalização, a regra é empregar funcionários cada vez mais
qualificados, isto quer dizer, com maior nível de escolaridade.
Por outro lado, sabe-se que o mercado d trabalho necessita também
de força de trabalho barata que não seja qualificada, com isso explora cada vez
mais esse individuo que não tem, condições básicas de serem excluídos
totalmente da sociedade, partindo até uma vista promiscua.
Este trabalho comprova que a avaliação do rendimento escolar pode
ser usada como ferramenta para exclusão institucional e social. E
lamentavelmente comprova que o educando de classes sociais desfavorecidas,
são mais prejudicados do que os de classes mais favorecidas. Pois os das
classes desfavorecidas são julgados pela sociedade como “burros”, por não
terem habilidades intelectuais e emocionais desenvolvidas, com isso são
excluídos. Só não devemos esquecer que eles não apresentam habilidades e
competências, porque as escolas e o ambiente na qual estão inseridos não
lhes permitiram que os tivessem.
O fracasso escolar destes alunos quando iniciaram na escola, muitas
vezes foram devido a uma péssima avaliação, onde continham apenas
instrumentos que medissem por notas e conceitos e não por uma avaliação do
seu contexto social.
Almeja-se que as escolas revejam seus conceitos e filosofias para
que com isso consigamos minimizar a exclusão de alunos da escola e
consequentemente na nossa sociedade.
E finalmente um educador que leve a serio o compromisso de educar
para a sociedade e não apenas aqueles que só fazem de conta. Pois a
50
avaliação escolar necessita ter respostas para tais como: qual a função da
escola? E o que significa uma escola autônoma?
51
REFERÊNCIAS
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LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1991.
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Petrópolis, RJ: Vozes, 1993.
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excludente da avaliação: do "é proibido reprovar" ao é preciso garantir a
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educação popular. 4 ed. Petrópolis: Vozes, 1993.
GIMENO SACRISTÁN, J. El Curriculum: una reflexión sobre la práctica, 5a
ed. Madrid, Morata, 1995. (Edição brasileira: Porto Alegre: Artmed, 1998)
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ESTEBAN, Maria Teresa. Avaliação: momento de discussão da prática
pedagógica. In:GARCIA, R. L. (Org.) Alfabetização dos alunos das classes
populares. São Paulo: Cortez,1997.
52
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PAULO CESAR DE OLIVEIRA