Barragem assegura abastecimento de água para mais de 20 anos As enchentes que provocaram inúmeros prejuízos em Moreno e em parte de Jaboatão dos Guararapes, como as que ocorreram nos anos de 2005 e 2010, ficarão apenas na lembrança das famílias que moravam ou ainda residem nas áreas atingidas. Isso porque a barragem Engenho Pereira, que está sendo construída em Moreno, terá como um dos seus objetivos controlar a cheia do Rio Jaboatão, evitando, dessa maneira, novos transtornos na região. Outra finalidade fundamental do empreendimento será a de reforçar o abastecimento de água nesses municípios. Segundo o diretor Regional Metropolitano da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), Rômulo Aurélio, a barragem atenderá regularmente a demanda de água em Moreno por mais de 20 anos. “Isso é uma realidade. Essa é uma obra importante, não só por salvar vidas ao funcionar como contenção de cheias, mas também pelo benefício que trará como fornecimento de água”, ressalta. O gerente de Meio Ambiente da Compesa, Eduardo Elvino, ressalta, da mesma forma, a importância desse empreendimento e completa que, após a conclusão do projeto, quase que praticamente todos os moradores serão assistidos pelo fornecimento de água tratada. “Existem algumas áreas que são um pouco desprovidas de água. Temos obras da Compesa que já estão contemplando o abastecimento nessas localidades, que são principalmente na parte mais alta. Com uma barragem desse porte, vamos atender praticamente 100% da população de Moreno”, salienta. Empreendimento ajudará na contenção de enchentes do Rio Jaboatão e no reforço ao abastecimento de água para Moreno e Jaboatão dos Guararapes. O paredão da barragem será erguido no Engenho Pereira, porém, a área que será inundada faz parte do Engenho Pintos. A obra do Governo do Estado, de responsabilidade da Compesa, começou no início deste ano e tem prazo para conclusão em 24 meses. Além de Engenho Pereira, a Compe- sa está construindo também a barragem Engenho Maranhão, em Ipojuca, que funcionará na contenção das cheias do rio Ipojuca e reforçará o abastecimento de água do Complexo Portuário e Industrial de Suape, do município de Cabo de Santo Agostinho e de algumas praias do Litoral Sul. Nesses dois empreendimentos, o Instituto de Tecnologia de Pernambuco (ITEP) monitora e executa atividades propostas no Plano de Controle Ambiental (PCA), que apresenta medidas para minimizar possíveis impactos ambientais gerados durante e após a obra. INFORMATIVO PROJETO BARRAGENS 2 ENGENHO PEREIRA Diretor da Compesa garante que barragem é um empreendimento seguro Os boatos do “estouro” da barragem Tapacurá, na bacia do Capibaribe, em São Lourenço da Mata, nos anos de 1975 e 2011, deixaram muitos moradores da Região Metropolitana do Recife traumatizados e inseguros sobre construções de empreendimentos com a finalidade de represamento de água. O diretor Regional Metropolitano da Compesa, Rômulo Aurélio, no entanto, tranquiliza quem ainda possui algum receio. Ele garante que as barragens em obra estão cercadas de atenção para evitar qualquer possibilidade de risco aos pernambucanos. “As barragens estão sendo construídas com todo o zelo técnico, com toda a responsabilidade para que sejam seguras. Temos contrato com a construtora, que é uma empresa com experiência na cons- Rômulo Aurélio explica que, além da construtora responsável pela obra, contratou uma consultoria para dar suporte nessa fase dos projetos trução de grandes empreendimentos e também com uma gerenciadora, que é uma consultoria responsável pela supervisão da obra, bem como a revisão dos projetos”, informa. “Por isso, posso dizer que são seguras. Estamos executando os serviços com todo o cuidado necessário para que não haja nenhum problema durante toda a vida útil das barragens”, reforça Rômulo Aurélio. O diretor da Compesa também explica que a construção da barragem Engenho Pereira demandará, como consequência, a necessidade de ampliação do sistema de abastecimento para garantir o reforço no fornecimento de água pretendido para Moreno e também para o município vizinho, Jaboatão dos Guararapes. Ele informa que algumas das unidades que fazem parte desse sistema precisarão se adequar à vazão fornecida pelo novo empreendimento. As unidades que compõem esse sistema de abastecimento são: o manancial, que neste caso é o Rio Jaboatão; a barragem – atualmente existe uma captação a fio d’água (feita através de um pequeno reservatório, onde a vazão de captação é correspondente a um valor menor ou igual à descarga mínima do rio ou riacho); a adutora de água bruta (canal que conduz a água não tratada); a estação de tratamento; a adutora de água tratada e a rede de distribuição. “Estamos dando um passo importante, que é a construção da barragem, mas precisamos ampliar o sistema. E a Compesa está atenta a isso”, garante. Secretário projeta crescimento econômico do município Área das propriedades particulares está liberada para as obras A possibilidade do abastecimento de água contínuo em Moreno, após a conclusão das obras da barragem Engenho Maranhão, é vista pelo secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Denílson Marques, com um atrativo para novos investimentos na cidade. Ele imagina que os empreendedores passarão a enxergar o município com bons olhos por causa da oferta hídrica que será disponibilizada. “Mesmo o mundo vivenciando a chamada economia do conhecimento, mesmo com toda a modernidade e sofisticação da tecnologia da informação, fatores de produção relativos à terra são essenciais para alavancar qualquer empreendimento, seja serviço de alto valor tecnológico, seja industrial ou agropecuário. Sem a água, por mais que se queira desenvolver um software, não é possível manter um empreendimento nesse local, pois o escritório vai precisar, em algum momento, consumir água. É um fator de produção que pode não aparecer fortemente no modelo de negócio, mas está presente”, pondera. De acordo com a gerente de Desapropriação da Compesa, Luciana Queiroz, o espaço onde ficará a barragem Engenho Pereira, em Moreno, contempla o assentamento do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) Herbert de Souza e 14 propriedades particulares, que já foram negociadas e liberadas para as obras. “Essas propriedades ficam na porção superior da barragem, que é onde a obra está concentrada hoje (o canteiro e o eixo barrável). Toda essa parte está livre para trabalharmos”, informa. Ainda segundo a gerente, as negociações ocorreram rapidamente e sem maiores problemas. “Uma pessoa de lá acabou sendo eleita pelos proprietários como líder do grupo. Trata-se de alguém mais esclarecido, que não vive da terra. A gente, através dele, conseguiu contato com os outros. Acho que essa negociação foi a mais tranquila que já fiz até hoje”, conta ela. Já o local ocupado pelos sem-terra corresponde à área que será Denílson Marques destaca importância da água para processos produtivos. “Por isso que considero essa barragem como estratégica para o município. Vai nos permitir passar com galhardia (bravura) pelo período de estiagem e poder prospectar o futuro de Moreno de forma mais consistente. Hoje, mesmo sem esse atrativo, o município consegue ser interessante. Depois, se tornará mais interessante ainda. A água é vital. Não existe modelo de desenvolvimento sustentável no mundo sem água”, completa Denílson Marques. Gerente de Desapropriação da Compesa, Luciana Queiroz, conta que negociação foi tranquila. inundada, ou seja, a maior parte. “Essa área não se encontra ainda liberada, mas está em vias de liberação. A gente construiu, desde o começo deste ano, uma comissão formada pela Compesa, Prefeitura de Moreno, INCRA e MST, para acompanhar essas tratativas e negociações. Temos 100% dos laudos prontos, feitos pelo ITEP, e conferidos por cada assentado”, informa. “Agora, precisamos concluir a negociação com cada um e saber quando ocorrerá o pagamento. Esse procedimento também está atrelado à nova área de assentamento a qual eles vão. Esses dois pontos já estão bem avançados”, garante Luciana Queiroz. Os sem-teto receberão os recursos financeiros correspondentes às plantações e aos imóveis. Como não possuem o título de posse da terra, serão reassentados em outra área. INFORMATIVO PROJETO BARRAGENS 3 ENGENHO PEREIRA Moradores e comerciantes de Moreno estão confiantes nos benefícios decorrentes da barragem Aqueles que sofreram com as enchentes em Moreno nas últimas décadas, provocadas pelas cheias do Rio Jaboatão, bem como os que passam dificuldades em função do controle no fornecimento de água tratada, alimentam esperança de que esses problemas serão sanados com a construção da barragem Engenho Pereira, em obra nesse município da Região Metropolitana do Recife. Basta uma conversa rápida com os morenenses para notar que a população está consciente da importância e confiante na eficácia do empreendimento. O jovem comerciante Luiz Carlos Ferreira Costa, de 22 anos, que viu, aos 14 anos, o mercado da família, localizado no início do bairro Alto da Liberdade, às margens do Rio Jaboatão, ser tomado pela água na enchente de 2005, conta que ficou traumatizado e que aguarda ansioso pela entrega da barragem Engenho Pereira. “Sempre que chove, penso que aquela situação pode se repetir. Mas, com fé em Deus, colocamos o barco para frente, esperando que essa barragem nos ajude. Temos muita esperança Fernando, Vanildo e Luiz Carlos acham que o abastecimento de água irá melhorar e que os problemas com enchentes irão terminar. nela. Aliás, essa é a expectativa de toda a população daqui”, afirma, lembrando ainda que naquele ano a água chegou a 1,7 metros de altura dentro do estabelecimento e toda mercadoria foi perdida. No escritório de contabilidade que ficava perto do mercado, onde atualmente funciona uma loja de roupas, a água chegou a mais de 2 metros, segundo o contador Vanildo Sales de Lira Filho, de 58 anos, proprietário do comércio. Ele diz que perdeu praticamente tudo o que tinha de bens materiais naquela enchente. “O negócio não foi brincadeira. Foi um período muito difícil. Não se deseja isso nem para o pior inimigo. Com a barragem, a água vai segurar. Prefeitura quer promover visita de moreneses à Barragem Engenho Pereira O que para muitos parecia ser apenas um sonho ou uma realidade muito distante de ser alcançada começa a surgir. A tão esperada barragem Engenho Pereira está em obras e a Prefeitura de Moreno quer mostrar aos moradores da cidade que não se trata de boato. Para tanto, a alternativa encontrada foi levar os morenenses até o local onde está sendo erguido esse empreendimento. O prefeito Dilsinho Gomes deseja colocar em prática esse projeto a partir Prefeito Dilsinho Gomes deseja mostrar que obra é uma realidade do último trimestre deste ano, quando a construção deverá estar mais adiantada. Os moradores serão transportados de ônibus e receberão lanche e orientação de instrutores. “Queremos levar as pessoas, dentro de uma estrutura organizada, para conhecer e verificar in loco a realização desse sonho. Até a construção, pretendemos encaminhar o máximo possível de morenenses para que vejam com os próprios olhos aquilo que está sendo construído com tanto esforço, que é um sonho tão gran- E vai melhorar muito. Imagino que não vai encher nunca mais”, prevê. O embalador Fernando Francisco dos Santos, de 36 anos, também projeta um futuro melhor. Onde mora, no bairro João Paulo II, a preocupação é com o fornecimento de água tratada. De acordo com ele, a cada dia com água, fica outros dois sem uma gota nas torneiras. “Tem uma cacimba perto da minha casa que ainda quebra um galho. Porém, quando é época de seca, as coisas pioram muito. Já teve período de passarmos vários dias sem água”, relata. “Mas temos que acreditar que a barragem irá nos ajudar. E pelo o que estão falando, está sendo construída mesmo. Mas não posso garantir porque ainda não fui por lá para ver. Vou dar uma olhada para saber se esse negócio está sendo encaminhado. Se tiver, vai resolver o problema de Moreno todo, e não só do meu bairro”, finaliza. de do nosso povo”, destaca o prefeito. As visitas deverão acontecer aos sábados e os moradores serão levados em um ônibus. A quantidade de veículos e viagens poderá aumentar de acordo com a demanda. O gerente de Meio Ambiente da Compesa, Eduardo Elvino, mostrou-se receptivo para analisar o projeto e disse que não há impedimentos, em princípio, para que as visitas sejam programadas em horários que não atrapalhem o desenvolvimento da construção. “Essa proposta é interessante para mostrar à população o andamento das obras. Não vejo grandes problemas em visitações semanais de uma ou duas turmas”, esclarece. INFORMATIVO PROJETO BARRAGENS 4 ENGENHO PEREIRA “A construção dessa barragem é um anseio de gerações” O gerente da Unidade de Gestão de Projetos Especiais – UGP Produção da Compesa, Augusto Rodrigues, revela que a barragem em Moreno já estava prevista no Plano Diretor do Governo do Estado do ano de 1968, em face do apelo popular para solucionar o problema das enchentes. “Estamos tendo a oportunidade, com muita satisfação e honra, de participar de um empreendimento emblemático, tão sonhado, tão esperado por tantas gerações, que vai proporcionar um benefício grande, não só com relação à contenção de enchentes, mas também levará um reforço no abastecimento de água”, enaltece. Ele ainda elogia o terreno onde está sendo construído o empreendimento. “O lugar é bastante agradável e de uma beleza esplendorosa. A natureza foi muito generosa”. Em que estágio encontra-se a barragem Engenho Pereira? Por se tratar de uma barragem de terra, os primeiros trabalhos estão sendo realizados na escavação do vertedouro, que está em franca evolução. Já foi feito o canal de desvio para possibilitar a construção da torre de tomada d’água e da captação. Não pudemos avançar com a execução desse canal de desvio em função de ter ocorrido uma chuva de elevada intensidade, que ocasionou o rompimento de uma berma, que é, na verdade, um talude natural (inclinação na superfície lateral). Com isso, o próprio rio terminou invadindo esse canal que tinha sido escavado. Estamos aguardando o nível do rio baixar naturalmente, no período mais próximo que está por vir, agora em setembro, para podermos retomar essa frente de serviço. Mas a construtora continua mobilizada. O efetivo está empenhado em adiantar a parte de instalação. Todo maquinário também está por lá. Augusto Rodrigues comenta que as chuvas atrapalharam no andamento das obras, mas a construtora continuou trabalhando no terreno Qual é a característica do terreno onde ficará essa barragem? O Engenho Pereira está localizado há três quilômetros da BR-232. É de fácil acesso. Durante o início da obra, antes da construção do canteiro, foi feita a melhoria da estrada de acesso. O lugar é bastante agradável e de uma beleza esplendorosa. A natureza foi muito generosa. E Do ponto de vista logístico, não temos nenhuma dificuldade. Existe uma pedreira comercial próxima, que não está sendo utilizada a priori, perto da BR232. Quanto ao solo, uma boa parte é argilosa. Inclusive, a razão pela qual se decidiu tecnicamente que essa barragem seria de terra foi justamente pela disponibilidade desse material no próprio local. Na sua opinião, qual é a importância dessa barragem para a região? Nessa barragem, existem valores intangíveis, que são de clamor público e social há muito tempo. Se nos reportarmos à história, nos últimos dez anos, tivemos fatos que demonstraram a necessidade e a importância dessa obra. Em 2005, a cheia que houve no Rio Jaboatão provocou calamidades em Jaboatão e em Moreno. Como medida mitigadora, investiu-se na construção dessa barragem, que é um anseio de gerações. É um apelo de décadas, tanto que está previsto no Plano Diretor do Governo do Estado do ano de 1968. Estamos tendo a oportunidade, com muita satisfação e honra, de participar de um empreendimento emblemático, tão sonhado, tão esperado por tantas gerações, que vai proporcionar um benefício grande, não só com relação à contenção de enchentes, mas também levará um reforço no abastecimento de água. x p e d i e n t e ITEP - Instituto de Tecnologia de Pernambuco | www.itep.br Avenida Professor Luiz Freire, 700, Cidade Universitária, Recife-PE CEP: 50.740-540 Diretor Presidente: Frederico Montenegro Diretor Executivo-Comercial: Ivan Dornelas Informativo Projeto Barragens Edição e Redação: Rossini Barreira (Jornalista DRT 1.547 – PE) Textos e fotos: Frederico Kataoka (DRT 3.328 – PE) Diagramação: Ral ([email protected]) Impressão: Gráfica FacForm ATENDIMENTO À POPULAÇÃO: 0800-286-3272