Minha experiência de Deus - por BK Sharona Eu estava sentada na parte de trás de uma sala de aula, na sede da Brahma Kumaris em Londres. Era 1982, muito antes do grande complexo “Cooperação Global” ter sido construído e então tornar-se a sede da BK no Ocidente. A sessão da manhã estava terminando e fomos convidados a vir até a professora, um por um, para receber um prato de comida (o nosso almoço) e “drishti”- uma forma de olhar para o outro e compartilhar os sentimentos de paz e amor através dos olhos. Comecei a me sentir estranha bem no início desta simples atividade. Todo mundo (havia cerca de 50 de nós) estava indo para a frente, um por um, para receber seu almoço. O “drishti”, que fazia parte do recebimento, era como se 2 pessoas estivessem paradas olhando uma a outra com respeito e paz. Durava apenas alguns segundos. Nada muito assustador ou estranho naquilo, mesmo aos olhos de uma iniciante como eu. Mas algo estranho tinha definitivamente começado a acontecer comigo. De alguma forma, me sentia fora do meu corpo. Sentia-me separada dele e bem pequena, enquanto o meu corpo de repente parecia enorme e pesado. Os outros alunos estavam recebendo seus pratos um a um e retornando aos seus lugares para comer, enquanto eu estava presa naquela realidade de Alice no País das Maravilhas, tentando descobrir: como levantar este enorme corpo, agora claramente feito de fracas redes de células e moléculas? Os últimos alunos já tinham recebido seus pratos. As pessoas estavam olhando para mim. Mas eu não conseguia me mover. Eu não me lembrava mais como fazer isso... como me mover. A professora sorriu para mim, me convidando, sem palavras para vir e comer. Eu a via como se estivesse olhando através de um longo túnel. Ela parecia muito, muito distante. Eu não sabia o que fazer. Eu estava instigada (o que era isso? Uma experiência? Depois de todos estes anos de busca?), mas também um pouco perturbada. Uma parte de mim estava emocionada, mas outra parte estava envergonhada. Lentamente, tremendo, consegui me levantar e começar a longa jornada até a frente da sala, intensamente concentrada na tarefa absurda de segurar minhas moléculas juntas por tempo suficiente para fazer aquilo. Finalmente cheguei à professora. Ela estendeu o prato, compartilhando o drishti. Minha tremedeira se transformou em espasmos, o corpo inteiro em saltos e espasmos, e meu rosto, para minha surpresa, começou a se retrair. E então aconteceu. Da testa da professora yogi na minha frente, de repente veio uma força enorme, estranhamente, na forma de um punho. Ele veio direto em mim, ao nível da minha testa, me agarrando e puxando-me... para cima. Realmente, verdadeiramente PARA CIMA. E de repente eu tinha simplesmente... ido. Perdida... em algum lugar acima... além ... em um mundo de luz... e, mais importante, um mundo de amor. Eu não podia acreditar naqueles sentimentos de amor. Onda após onda dessa sensação... tão intensa que comecei a chorar. Era como se de repente me encontrasse no fundo de um mar de amor e não havia nada além de amor, firme mas suave, fluindo ao meu redor por todos os lados. Fluindo através de mim. Não havia nada além de amor, amor e mais amor. Aquilo foi impressionante. Foi completamente além de qualquer coisa que eu jamais poderia ter imaginado. Eu, que nem mesmo tinha estado à procura de Deus... que nem tinha certeza que Ele existisse, de repente estava experimentando aquilo de forma clara. Ali estava o amor que eu estava procurando, por tanto tempo, e vinha de Deus. Compreendi aquilo em um só golpe, nas profundezas do meu ser. Nestas alturas, eu estava chorando com grandes soluços e suspiros. Parecia uma limpeza. Depois de alguns minutos - o que pareceu uma eternidade - aquele mundo recuou e a intensidade da experiência perdeu seu controle sobre mim. A yogi na minha frente deixou o prato que ela estava segurando e abriu os braços para mim. Colapsei dentro deles, ainda tremendo e chorando. Esse momento se tornou o primeiro momento do resto da minha vida. Entrei em um nível que nunca poderia ter conhecido antes e, mesmo nos 32 anos que se passaram desde então, nunca saí dele. Agora está mais sob meu controle - entro à vontade nesse mundo de luz e amor onde Ele vive e ainda há o mesmo nível, se não maior, da magia e da maravilha dessa primeira experiência. Eu aprendi que não é tanto sobre o 'ir' em qualquer lugar – acima, além, o que for - em vez disso, trata-se de entrar em ressonância com Sua energia superior. E que nós podemos fazer isso por meio de uma mudança de consciência. Agora eu sei que Deus é uma alma e ao contemplar o meu “eu” como Sua filha - também uma alma - que é feita à Sua imagem, a consciência muda e posso entrar em ressonância. Seu 'mundo' se abre para mim e entro em uma nova forma de sentir e ver, que não tem limites ou barreiras e fortalece todos os ideais, em particular, que todos nós somos filhos de um único Pai / Mãe; que de fato somos todos uma família. O que mais eu poderia necessitar? Autotransformação - do tipo que estive sempre procurando - estava acontecendo tão naturalmente como um broto floresce com o toque da primavera. Deus é o Sol, nós somos as flores. Esta é a minha experiência. Temos apenas que nos direcionar, consistentemente, a Ele. Nada pode impedir a noite de terminar e o dia de começar, uma vez que o Sol - em toda a sua magnificência - aparece no horizonte.