0 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PATRÍCIA DA SILVA CERTIFICAÇÃO ISO 9001: UM ESTUDO DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA OBTENÇÃO DO CERTIFICADO NA REDE DE POSTOS GALO SOB A ÓTICA DOS GERENTES Biguaçu 2008 1 PATRÍCIA DA SILVA CERTIFICAÇÃO ISO 9001: UM ESTUDO DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA OBTENÇÃO DO CERTIFICADO NA REDE DE POSTOS GALO SOB A ÓTICA DOS GERENTES Trabalho de Conclusão de Estágio apresentado ao Curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas - Gestão – Biguaçu, como requisito para obtenção do Título de Bacharel em Administração. Professor(a) Orientador(a): Ely Teresinha Dionísio Biguaçu 2008 2 PATRÍCIA DA SILVA CERTIFICAÇÃO ISO 9001: UM ESTUDO DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA OBTENÇÃO DO CERTIFICADO NA REDE DE POSTOS GALO SOB A ÓTICA DOS GERENTES Este Trabalho de Conclusão de Estágio foi considerado adequado para a obtenção do título de Bacharel em Administração e aprovado pelo Curso de Administração, da Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação de Biguaçu. Área de Concentração: Biguaçu, 25 de junho de 2008. Profª. M. Eng. Ely Teresinha Dionísio UNIVALI - CE de Biguaçu Orientadora Profª. Dr. Simone Regina Dias UNIVALI - CE de Biguaçu Prof. M.Sc. Tadeu Nobre Formiga UNIVALI - CE de Biguaçu 3 Dedico este Trabalho de Conclusão de Curso a todos que lutam para alcançar seus objetivos profissionais e pessoais. 4 AGRADECIMENTOS A Deus, por me trazer fé, principalmente nas horas em que eu não acreditava mais que seria capaz. À Universidade do Vale do Itajaí pela oportunidade de integralizar o curso de graduação em Administração. A empresa Postos Galo pela oportunidade de realizar o estágio associando a teoria com a prática. Aos entrevistados que gentilmente ofereceram informações para que tivesse elementos para realizar a presente pesquisa. Aos professores do curso de administração transmitidos durante a trajetória acadêmica. A orientadora de conteúdo, acompanhamento pontual e competente. profª Ely pelos Teresinha conhecimentos Dionisio, pelo Aos colegas de curso pela amizade e companheirismo e troca de experiências. Um agradecimento especial à minha família, por sempre incentivar e apoiar todos os meus projetos de vida. Finalmente, mas não menos importante, agradeço àqueles que de uma maneira direta ou indireta contribuíram para que eu transformasse um sonho em realidade. 5 Não é pelo tamanho que terá êxito ou fracasso. Mas seja o melhor no que quer que você seja. Chico Xavier 6 RESUMO SILVA, Patrícia da. Certificação ISO 9001: Um estudo dos requisitos necessários para obtenção do certificado na Rede de Postos Galo sob a ótica dos gerentes. 2008. 68 f. Trabalho de Conclusão de Estágio (Graduação em Administração) Universidade do Vale do Itajaí, Biguaçu, 2008. As normas da série ISO 9000 vêm sendo fortemente adotadas pelas empresas, tanto de manufatura como de serviços, como base para implantação de um sistema de gestão da Qualidade. Por esse motivo, para que as empresas obtenham êxito na implantação da ISO 9001:2000, é necessário que esses princípios façam parte da sua cultura, pois existe uma lacuna cultural entre os conceitos de garantia e de gestão da Qualidade. Neste sentido, o presente trabalho teve como principal objetivo efetuar estudos para conhecer os requisitos necessários para obtenção de uma certificação ISO na Rede de Postos Galo, descrevendo os seus processos; analisando a Gestão da Qualidade; visando sugestões e melhorias. A pesquisa realizada foi quantitativa e descritiva. Com base nos resultados, a pesquisa pode constatar o atual estágio da empresa em relação à Gestão da Qualidade possibilitando identificar possíveis melhorias neste gerenciamento para atender aos requisitos para uma certificação ISO. Palavras–chave: Qualidade; Sistema de Gestão da Qualidade; ISO 9000; ISO 9001:2000. 7 ABSTRACT SILVA, Patrícia da. Certificação ISO 9001: Um estudo dos requisitos necessários para obtenção do certificado na Rede de Postos Galo sob a ótica dos gerentes. 2008. 68 f. Trabalho de Conclusão de Estágio (Graduação em Administração) Universidade do Vale do Itajaí, Biguaçu, 2008. The family of ISO 9000 standards is being constantly adopted by the companies, manufacturing and services, as a base to implement a quality management system. For this reason, in order to companies achieve success in the ISO 9001:2000 implementation, it is necessary that these principles become part of their culture, because there is a cultural gap between the quality assurance and quality management concepts. In this context, the present word had as main objective to effect studies to know the necessary requirements for attainment of an ISO certification in the Postos Galo. It was made, mapping it’s processes, analyzing the management of quality and aiming suggestions and improvements. The methodology to analyze it was quantitative and descriptive. On the basis of the results the research could evidence the curret stage of company in relation your Management of Quality. That research makes possible for the ISO certification. Key – words: Quality; Quality Management System; ISO 9000; ISO 9001:2000. 8 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Organograma funcional da empresa Postos Galo ............................. 35 Quadro 1 - Requisitos NBR ISO 9001:2000 ....................................................... 43 Gráfico 1 - Resultado da pesquisa com a gerência dos Postos Galo................. 45 Gráfico 2 – Satisfação dos clientes internos....................................................... 47 Gráfico 3 – Adequada execução de um serviço ................................................. 48 Gráfico 4 – Comprometimento dos prestadores de serviço................................ 49 Gráfico 5 – Comunicação interna ....................................................................... 50 Gráfico 6 – Relacionamento técnico e comercial com o cliente externo ............ 51 Gráfico 7 – Infra-estrutura/instalações físicas .................................................... 52 Gráfico 8 – Infra-estrutura/tecnologia ................................................................. 53 Gráfico 9 – Comprometimento da alta Administração ........................................ 54 Gráfico 10 – Nível de contrat6ações dos prestadores de serviço ...................... 55 Gráfico 11 – Equipamentos, ambiente, layout / condições de trabalho .............. 56 9 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas ANP – Agencia Nacional de Petróleo INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia ISO - International Organization for Standardization NBR – Norma Brasileira SGQ – Sistema de Gestão da Qualidade 10 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 12 1.1 OBJETIVOS ................................................................................................. 13 1.1.1 Objetivo geral........................................................................................... 13 1.1.2 Objetivos específicos.............................................................................. 13 1.2 JUSTIFICATIVA............................................................................................ 13 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................... 15 2.1 CONCEITUANDO QUALIDADE ................................................................... 15 2.2 ESTUDOS CONTEMPORANEOS SOBRE QUALIDADE ............................ 17 2.3 A QUALIDADE E A SATISFAÇÃO DO CLIENTE......................................... 19 2.3.1 A satisfação dos prestadores de serviço .............................................. 20 2.4 QUALIDADE TOTAL .................................................................................... 23 2.4.1 Etapas da qualidade total ....................................................................... 25 2.4.2 Programas para a qualidade total .......................................................... 26 2.4.3 As ferramentas para aprimoramento da qualidade .............................. 27 2.4.4 Indicadores de desempenho da qualidade total ................................... 30 2.5 NORMAS ISO .............................................................................................. 32 2.5.1 ISO 9001:2000 - Requisitos..................................................................... 34 3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO ............................................................ 38 4 ANALISE DOS DADOS COLETADOS........................................................... 40 4.1CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO .................................................... 40 4.2 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DA EMPRESA ......................................... 44 4.3 AVALIAÇÃO DA PESQUISA APLICADA AOS GERENTES DA REDE DE POSTOS GALO ................................................................................................. 45 4.3.1 Satisfação dos clientes externos ........................................................... 47 4.3.2 Adequada execução de um serviço ....................................................... 48 4.3.3 Comprometimento dos prestadores de serviço ................................... 49 4.3.4 Comunicação interna .............................................................................. 50 4.3.5 Relacionamento técnico e comercial com o cliente externo ............... 51 4.3.6 Infra-estrutura / Istalações físicas.......................................................... 52 4.3.7 Infra-estrutura / Tecnologia .................................................................... 53 4.3.8 Comprometimento da alta administração com a Qualidade................ 54 4.3.9 Nível de contratações dos prestadores de serviço .............................. 55 4.3.10 Equipamentos, ambiente, layout / Condiçoes de trabalho ................ 56 4.3.11 Pergunta aberta ..................................................................................... 57 5 PLANO DE AÇÃO .......................................................................................... 58 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 61 11 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 63 APÊNDICES ...................................................................................................... 65 12 1 INTRODUÇÃO Nas últimas décadas, ouve-se falar que a qualidade é a chave da economia, tornando-se um requisito essencial de qualquer segmento que a empresa vier a adotar. Muito mais do que um conjunto de ações empresariais a serem implementadas para atender a determinado mercado, as empresas estão expostas a ambientes muito mais exigentes, tanto no que se refere às condições de preço, como em relação à qualidade de seus produtos e serviços que satisfaçam as necessidades humanas, trazendo, principalmente, a qualidade de vida. No contexto atual, a qualidade não se refere somente à qualidade de um produto ou serviço em particular, mas à qualidade do processo como um todo, abrangendo tudo o que ocorre na empresa. Isso tem pressionado as organizações a incorporar esses valores em seus procedimentos administrativos e operacionais, como forma de se adequar ao mercado. Chegou-se ao ponto ao qual se torna necessário, nos dias atuais, que as organizações adotem um Sistema de Gestão da Qualidade - SGQ, pois a empresa que atua sob um sistema deste tipo transmite aos seus clientes uma evidência da sua preocupação com a qualidade, principalmente no que diz respeito em manter determinado padrão de qualidade. O avanço tecnológico, a renovação dos costumes e do comportamento leva as mudanças rápidas nas reais necessidades dos clientes. Acompanhar e até mesmo antecipar as mudanças que ocorrem na sociedade é uma forma de garantir mercado e descobrir novas oportunidades de negócio. A situação observada para o setor de revenda de combustíveis, mais especificamente para a rede Postos Galo, pode ser levantada com o seguinte questionamento: Como é percebida a Gestão da Qualidade e os requisitos para a obtenção de uma certificação ISO pela gerência da Rede de Postos Galo? 13 1.1 OBJETIVOS Tendo em vista o projeto de pesquisa formulado, pretende-se alcançar os seguintes objetivos, geral e específico: 1.1.1 Objetivo geral Realizar uma pesquisa com os gerentes da Rede de Postos Galo sobre os requisitos necessários para obtenção de uma certificação ISO 9001, no período de agosto de 2007 a junho de 2008. 1.1.2 Objetivos específicos Descrever os requisitos da NBR ISO 9001:2000; Descrever as atividades da empresa Posto Galo; Verificar, na perspectiva dos gerentes, os fatores que influenciam a Gestão da Qualidade na empresa, bem como os requisitos; Propor melhorias e sugestões à empresa através de uma proposta de Plano de Ação. 1.2 JUSTIFICATIVA Com as atuais tendências de globalização da economia, torna-se necessário que clientes e fornecedores utilizem a mesma linguagem em relação à qualidade para que não haja problemas de comunicação. Partindo desse pressuposto, é importante que a empresa busque alternativas para se implementar um Sistema de Gestão da Qualidade - SGQ, o que beneficiará os funcionários e também os consumidores. Embora alguns fatores estruturais e novas tendências apontem para ciclos de vida e perfis quantitativos, a gestão da qualidade cria desafios e transformações multidisciplinares na gestão organizacional, influenciando nos paradigmas vigentes. A realização deste estudo torna-se oportuna, em virtude de a empresa Postos Galo possuir, nesse momento, o desejo de implantação de um sistema da 14 Qualidade, mais especificamente a Certificação ISO 9001, visando melhorar seus serviços, aumentar a credibilidade frente ao mercado consumidor e, principalmente, evitar e prevenir a ocorrência de deficiência. Portanto, espera-se que, com o desenvolvimento deste estudo, possa-se esclarecer as etapas que deverão ser seguidas para que se concretize o objetivo de implantação deste sistema. Por ter feito parte da equipe de funcionários da rede de Postos Galo, e pelas informações fornecidas pelo posto, o fator tempo e custo não constituem restrições, justificando a viabilidade deste trabalho. Em suma, tomando por base a ausência de um certificado de qualidade mais efetivo e abrangente no setor de revenda de combustíveis, este trabalho poderá ser útil para que uma nova visão das questões de qualidade seja desenvolvida, servindo de contribuição às empresas interessadas, com vistas a desenvolver melhorias. 15 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A base teórica conceitual é um momento significativo na investigação científica, podendo ser considerada sua base de sustentação. Para tornar uma pesquisa eficiente, é fundamental embasar os aspectos práticos a serem analisados. Assim, este capítulo visa destacar, através de esclarecimentos de alguns autores, subsídios indispensáveis para a elaboração, aplicação e análise dos dados que possam suprir e justificar as necessidades do tema proposto. 2.1 CONCEITUANDO QUALIDADE A palavra qualidade tem origem do latim “qualitate” e significa propriedade, característica; também pode designar o atributo ou condição das coisas ou pessoas capaz de distingui-las das outras e de lhes determinar a natureza (SHIGUNOV e CAMPOS, 2004, p. 38). Existem diversas definições para o termo qualidade, o que torna difícil ter-se uma postura em definitivo para seu significado. É preciso ter claro que a qualidade não é algo identificável e observável diretamente, mas sim, vista pela interpretação de uma ou mais características das coisas ou das pessoas, sendo preciso explicitar sempre a qual substantivo se refere esta qualidade (GIL, 1993, p.56). O que a maioria pensa é, unicamente, na qualidade do produto final, deixando de lado outros aspectos qualitativos que são fundamentos para produção de algo com qualidade. Para Shigunov e Campos (2004, p. 37), “o conceito de qualidade existe há milhares de anos, pode-se admitir, dessa forma que, o conceito e a terminologia da qualidade remontam aos primórdios da humanidade”. Neste sentido, pode-se dizer que a qualidade acompanha o processo de evolução da humanidade, portanto, o conceito de qualidade depende dos critérios e/ou interesses e necessidades de cada pessoa em determinado tempo histórico, ou seja, vai se expandindo e se transformando ao longo do tempo. Com a evolução das organizações em relação à sua visão e seus esforços, a qualidade acompanhou também a evolução da sociedade e das suas necessidades enquanto mercado. 16 De forma mais abrangente, Juran (1991 apud CAMPOS, 1994, p.16) afirma que a qualidade é o conjunto das atividades através das quais se atinge a adequação do produto ou serviço ao uso, não importando em que parte da organização estas atividades são executadas. As pressões da concorrência ampliaram e obrigaram a ligar qualidade a outras necessidades da empresa, saindo da responsabilidade do departamento de produção e entrou para a sala da alta gerência. Na mesma linha, Paladini (1994, p.18) define a qualidade de forma sucinta, como o direcionamento de todas as ações do processo produtivo para o pleno atendimento do cliente. Assim, atua sempre tendo em vista a introdução de melhorias no processo produtivo, buscando sempre a maior satisfação do cliente. Em outra perspectiva, Crosby (1990, p.31) define qualidade como conformidade com especificação. Segundo Goldbarg (1995, p.12), a qualidade é “vista como um elo de ligação entre o cliente e a empresa. É uma solução capaz de atender as necessidades e expectativas geradas no relacionamento entre uma organização e seus clientes”. Trazendo esse conceito para uma forma mais sucinta de entendimento, qualidade significa tornar um serviço ou produto que atenda com perfeição as necessidades do cliente, por exemplo, um projeto perfeito, sem defeitos, baixo custo, segurança do cliente, entrega no prazo certo, no local certo e na quantidade certa, fazendo com que o mesmo sinta-se seguro e confiante. Para Juran (apud SHIGUNOV e CAMPOS, 2004, p. 86): Outro conceito de qualidade é a ausência de deficiências. Estas levam à insatisfação e que leva os clientes a reclamarem. Satisfação com o produto e insatisfação com o produto não são opostos. Deve-se salientar que a questão da confiabilidade do cliente em adquirir o produto sabendo que o mesmo irá ter uma boa durabilidade, também se enquadra no conceito de qualidade (OAKLAND, 1994, p.15). Em suma, qualidade então, significa atender as necessidades específicas do cliente em suas exigências através de um sistema que garanta esse procedimento. Essas exigências por sua vez, só poderão ser perfeitamente atendidas se o resultado do trabalho de cada departamento que compõe a empresa atender as 17 necessidades de seus clientes internos, formando-se uma rede de atividades para obtenção da qualidade (RODRIGUES, 2004, p. 20). Os conceitos aqui apresentados sobre qualidade dão suporte a reflexão sobre o que se precisa para que haja verdadeira qualidade nos serviços desenvolvidos por uma determinada empresa. Para tanto, é preciso que se leve em consideração alguns aspectos necessários para que ocorra ação de melhorias que irão repercutir na satisfação do cliente, ou seja, é preciso ouvir do cliente e também da própria empresa sobre a satisfação do serviço prestado. Segundo Marshall Junior (2006, p. 29) A qualidade passou a ser discutida na agenda estratégica do negócio, e o mercado passou a valorizar quem a possuía e a punir as organizações hesitantes ou focadas apenas nos processos clássicos de controle de qualidade. Portanto, de modo a implementar o conceito de qualidade, a gestão da qualidade também acompanhou a evolução do conceito da qualidade e os métodos de gestão da qualidade. Os métodos de gestão da qualidade evoluíram no sentido de capacitar a organização para o mercado, procurando antecipar às necessidades dos clientes (MARTINS, 1998, p. 300). A qualidade requer a formulação de estratégias, o estabelecimento de metas e objetivos, a elaboração de planos de ação, a implantação dos planos e a utilização de sistemas de controle para o acompanhamento do feedback e a tomada de ações corretivas, além disso, a qualidade não é somente um sistema de controle, mas uma função gerencial. 2.2 ESTUDOS CONTEMPORÂNEOS SOBRE QUALIDADE Não é novidade o fato de que se vive numa sociedade em que a competição cresce a cada instante. As organizações buscam incessantemente maneiras de se tornarem mais competitivas. Uma dessas maneiras é a implementação de iniciativas, ferramentas e normas capazes de alavancar a qualidade de seus produtos ao menor custo possível. Marshall Junior (2006, p. 30) considera que, “hoje, a qualidade é um termo que passou a fazer parte do jargão das organizações, independentemente do ramo de atividade e abrangência de atuação pública ou privada”. 18 Neste sentido, considera-se um importante passo na evolução das teorias administrativas aplicadas a melhoria da qualidade, oportunizando o exercício de práticas gerenciais contemporâneas, fundamentadas em posturas profissionais. A qualidade nos dias de hoje está relacionada às necessidades e aos desejos dos clientes, fazendo com que as empresas busquem a satisfação dos mesmos e não somente do gerenciamento (CROSBY, 1990, p.178). A diferença que se observa entre a definição de qualidade no início do século XX e a atual é que agora está relacionada às necessidades e desejos dos clientes, fazendo com que seja preciso estar bastante sintonizado com os colaboradores, pois está associado à excelência nos serviços, evidenciando o elemento humano e sua qualidade que representam o grande diferencial contemporâneo (MARSHALL JUNIOR, 1996, p. 30). Em complemento a essa afirmação, Rodrigues (2004, p. 7) afirma que: Hoje, os conceitos de qualidade e produção tendem a uma globalização. A otimização da cadeia de suprimento, a utilização da tecnologia da informação, a busca do conhecimento interdisciplinar para integrar as diversas ações organizacionais, a utilização das ferramentas, técnicas e métodos estatísticos, a busca da efetividade e o encantamento do cliente a baixos custos compõem o roteiro das tendências para um processo de melhoria voltado ao novo e competitivo contexto organizacional. O foco central tem caminhado no sentido de realçar a importância da gestão da qualidade, sendo que, a qualidade não é mais uma função isolada, independente, dominada por especialistas, a qualidade hoje, passou a fazer parte da alta gerência. A conseqüente mudança de perspectiva é crucial para se entender o pensamento moderno sobre qualidade. Outro ponto importante refere-se às legislações de defesa do consumidor, além de normas internacionais mais amplas e aplicáveis na cadeia de interação cliente-fornecedor, como a família ISO 9000, transformaram definitivamente o escopo da qualidade, consolidando-a em todos os pontos do negócio (MARSHALL JUNIOR, 2006, p. 29). Neste sentido, a qualidade agora está relacionada às necessidades e aos anseios dos clientes. 19 2.3 QUALIDADE E A SATISFAÇÃO DO CLIENTE A satisfação do cliente deve ser considerada, não somente para atender uma das exigências da ISO 9000, mas utilizar essas informações para adotar ações para melhorar continuamente sua satisfação. A introdução dessas exigências implica reconhecer que a gestão da qualidade visa aumentar a competitividade da organização. É um fato comprovado que, custa 10 vezes mais obter um novo cliente que reter um cliente atual. A satisfação do cliente junto com a melhoria continua, tornam-se os objetivos mais importantes de qualquer sistema de gestão da qualidade. Há necessidade de analisar as percepções dos consumidores, no sentido de melhorar os serviços prestados, ou seja, dar qualidade ao mesmo. Neste sentido é preciso ouvir a voz do consumidor e considerar que o “cliente é qualquer parte que possa influenciar direta ou indiretamente no crescimento da organização”, segundo Holanda (1997 p. 34). Para que uma determinada empresa tome decisões visando a qualidade dos serviços prestados, é preciso, primeiramente, ouvir a voz do cliente, se não for assim, pode-se perder o objetivo entre as partes, tal como no caso apresentado por Albrecht (2000, p.48): Uma das maiores companhias de seguros dos Estados Unidos havia fixado como critério de qualidade em serviços o tempo de entregar a apólice a um novo cliente. O documento tinha que sair do escritório cinco dias depois do telefonema do vendedor de seguros em pelo menos 95% dos casos. [...] Depois de entrevistar 300 clientes que haviam contratado algum tipo de seguro e cem vendedores que os haviam vendido, foi possível identificar que apenas 1 pessoa julgou importante receber a apólice em cinco dias. Isto justifica o esforço a ser empreendido pelas empresas, visando a aplicar os diversos métodos de pesquisa para conhecer o que o cliente e os consumidores desejam dos serviços. Para satisfazer o cliente é necessário ter, primeiro, uma compreensão profunda de suas necessidades e, em seguida, possuir os processos de trabalho que possam, de forma efetiva e consistente, resolver essas necessidades. Para isso a organização deverá traduzir essas necessidades em requisitos e cumprir esses 20 requisitos, sempre, porque o cliente não exigirá menos. Isso exigirá a dedicação de recursos para coletar e analisar dados e informações, sistematicamente, para entender os requisitos e as percepções do cliente (PALADINI, 2000, p.136). As necessidades dos clientes mudam e evoluem constantemente. A organização necessita antecipar-se a essas mudanças para ter vantagens competitivas. Os investimentos nessas atividades produzirão retornos substanciais, mas é importante que a Administração entenda que os retornos mais importantes virão, quase sempre, no meio e no longo prazo. Neste sentido, Rangel (1995, p. 78) defende que: A condição de negociação é muito importante [...], mas em primeiro lugar, vem o atendimento. Ninguém quer fazer negócio com uma empresa se esta não tiver uma pessoa interessada e que se esforce em atender. Portanto, a importância de um bom atendimento é fundamental para que a empresa obtenha um bom relacionamento empresa-consumidor. Outro caso que deve ser analisado são os fornecedores, que podem influenciar em vários aspectos da qualidade de um determinado serviço que uma empresa oferece aos seus clientes, portanto, é necessário que os objetivos que a mesma dá aos fornecedores devem ser abrangentes. 2.3.1 A satisfação dos prestadores de serviços Existem empresas preocupadas apenas na busca de novos clientes, na busca do encantamento dos clientes atuais, desesperados com a busca de mais e mais novos clientes. Os dirigentes precisam pensar em algo para reaver os clientes perdidos para a concorrência, que se preocupam com a nova campanha de marketing, que querem atingir maiores patamares de venda e lucratividade. Com isso, o papel estratégico que os serviços representam para as empresas vem a cada dia sendo reforçado e direcionado no sentido da diferenciação. Um serviço é definido como uma forma de proporcionar tantas satisfações quantas forem possíveis pela posse do bem ou do serviço adquirido, um serviço é, sobretudo uma forma de ampliar um produto vendido, o serviço pode ser um fator – chave de sucesso ou, ao contrário, um fator crítico de fracasso estratégico na organização (COBRA & RANGEL 1992, p.8). 21 Porém, poucos profissionais se dedicam efetivamente a cuidar dos clientes internos. Apenas ouvir a voz do consumidor não é suficiente, há necessidade de analisar as percepções dos consumidores e empreender as ações por parte da empresa, no sentido de reformular os processos, incorporar as inovações e buscar formas de “transformar o clima organizacional interno voltado para o Cliente” (HOLANDA, 1997, p.35). Embora muitos autores dêem ênfase ao tratamento do consumidor do que do prestador de serviços, Fromm (1990, p.15) tem o seguinte ponto de vista: “se você quer que seu pessoal execute um atendimento aos clientes de primeira, então deve tratá-los como se fossem mais importantes que o cliente”. O problema talvez seja que ninguém explica essa nova filosofia quando as pessoas se tornam gerentes. Várias são as atividades que uma organização pode adotar, visando conquistar os colaboradores, melhorar o clima interno e, conseqüentemente, manter a qualidade dos seus serviços. Para que haja um bom trabalho e para que eles possam fazer do consumidor uma verdadeira pessoa satisfeita é preciso que a empresa tenha esta visão: “Quem sabe melhor o que o cliente quer é o pessoal da empresa que trabalha diretamente em contato com ele” (CARLZON, 1993 p. 25). Hoje, neste mundo tão cheio de transformações, em meio à globalização, fusões e aquisições, as empresas devem, cada vez mais, investir em qualidade e para isso ela depende quase que única e exclusivamente de seus prestadores de serviços motivados, felizes e orgulhosos dos valores compartilhados com a organização. As empresas precisam manter o índice de motivação de seus prestadores de serviços o mais elevado nível possível de forma que este valor passe a ser um dos seus indicadores de qualidade (CARLZON, 1993 p. 27). É importante entender que os prestadores de serviço não podem trabalhar cansados, sobrecarregados, desgostosos e psicologicamente estressados, pois isso pode refletir de forma direta nas suas interações com os clientes. Quando tem-se pessoas interagindo entre si sempre se tem uma interação emocional, além de física, entre essas pessoas, que, portanto, afeta o empregado como aquele que está prestando o determinado serviço. É preciso, neste sentido superar tais dificuldades, melhorando o perfil do prestador de serviço, afim de que este não traga em seu serviço tais características pessoais e emocionais, portanto é 22 preciso que essas pessoas tenham um especial cuidado, encorajamento, compreensão e elogios (HOLANDA, 1997, p.37). Vale destacar que quando se fala em prestadores de serviços se está referindo a todo o pessoal que atuam internamente na empresa, ou seja, todos os colaboradores que atuam direta ou indiretamente como os clientes. Para ilustrar Albrecht (1992 p. 34) diz que: A produção de um filme requer atores para a interpretação dos papéis diante de uma câmera e pessoal por trás das câmeras, para montar os cenários, instalar a iluminação, ligar os microfones, além de outras inúmeras atividades, a fim de que a produção tenha sucesso. Os empregados e as funções da linha de frente de uma empresa têm que ter o apoio de outras pessoas e áreas da empresa, ou seja, se o serviço interno deixar a desejar o serviço prestado externamente será prejudicado. Fornecer serviços com qualidade aos funcionários é condição fundamental para que estes possam prestar serviços com qualidade aos clientes externos (PALADINI, 2000, p.182). Quando se faz a aplicação do conceito de ouvir as partes interessadas temse uma maneira mais clara de se ter um diagnóstico interno e externo, do qual participam empregados/empresários/clientes, dos quais ter-se-á uma visão de qualidade de ambas as partes. A empresa, além de avaliar os aspectos citados, deve ainda, perceber que são vários os serviços prestados pela empresa e que todos devem ser de qualidade, ou seja, “persiste a idéia de que não há serviços menos importantes, com menor relevância e, por isso, menos dependentes de boa qualidade” (PALADINI, 2000, p.189). Escolher um determinado processo, ou alguns processos indica que os clientes participam da realização dos processos deste serviço, pois isso permite que o consumidor passe a ter uma experiência na empresa quando participa de determinados processos de serviços. O foco no controle das principais variáveis que influenciam na qualidade do processo de prestação de serviço é estar atento ao modo como o serviço prestado é percebido pelo cliente. De acordo com Albrecht (1994, p.112), as principais variáveis são: 23 1. Complexidade: Quanto mais complexo o ciclo, menor a probabilidade de satisfação [...]. 2. Número de jogadores: [...] As pessoas para trabalharem juntas têm que se comunicar, e mais gente significa mais probabilidade de equívocos [...]. 3. Entregas: Quanto mais entregas, ou seja, transferências entre departamentos menor a probabilidade de satisfação [...]. 4. Exigência do cliente: Quanto mais [...] tomada de decisão e de acompanhamentos requeridos do cliente maior a probabilidade que algo dê errado. Portanto, somente quando o prestador de serviços compreender como os serviços serão avaliados pelos clientes é que será possível gerenciar essas avaliações e influenciá-las na direção desejada, rumo à qualidade total. Os prestadores de serviços têm de aceitar a responsabilidade por todas as funções desempenhadas, mas primeiro os gerentes precisam dar aos funcionários autoridade para agir, que é, em suma, a definição de dar poder ao trabalhador para que o mesmo sinta-se satisfeito e com a consciência de que ele é uma peça chave para a organização. 2.4 QUALIDADE TOTAL As empresas precisam além de um pessoal qualificado, utilizar-se de outras estratégias para que se alcance uma melhoria marcante e continuada. A questão da qualidade vem preocupando cada vez mais as organizações em geral, fazendo com que as mesmas estabeleçam a participação e comprometimento de toda a organização para com a qualidade (GARVIN, 1992, p. 31). A partir dessa visão, é necessário que a administração superior estabeleça metas para que todos os membros que compõe a organização se preocupem em manter os resultados obtidos com qualidade, e não percam tempo somente tentando consertar os erros cometidos, ou seja, devem estar atentos para que não haja problemas. E isso se dará a partir do empenho de todas as áreas de atuação da empresa. Neste sentido, Gil (1993, p. 52) considera que: É preciso ter em mente que a mudança é, freqüentemente, construtiva e, por conseguinte, desejável. Para termos mudanças positivas podemos usufruir alguns procedimentos básicos: 24 1. treinamento dos profissionais em novas tecnologias e práticas empresariais; 2. agregar novas máquinas e equipamentos às funções desempenhadas pelos profissionais da organização; 3. estimular o descobrimento/criação de novos procedimentos/formas de realização/cumprimento das funções exercidas pelos trabalhadores; 4. investir em pesquisa e desenvolvimento mantendo um canal formal para pioneirismo e evolução, via inovação tecnológica; 5. transportar novas tecnologias do ambiente externo para o âmbito da organização e, inclusive, intercambiando tecnologia dentro da própria organização – transferência de tecnologia ; 6. premiação dos talentos inovadores, vias programas sistemáticos de incentivos. A qualidade total propicia ampla participação a todos os funcionários na solução de problemas que afetam suas atividades, fomentando um ambiente de participação, cooperação e desenvolvimento. Desta forma, procura alcançar pleno atendimento das necessidades e a máxima satisfação das expectativas dos clientes em todos os processos de uma organização. Neste sentido, Lacombe e Heilborn (2003, p. 462) citam a norma ISO 8402/1994 que define a qualidade total como: O modo de gestão de uma organização, centrado na qualidade, baseado na participação de todos os seus membros, visando o sucesso a longo prazo, por meio da satisfação do cliente e dos benefícios para os membros da organização e a sociedade. A qualidade total é a filosofia que coloca a qualidade como ponto central dos negócios à atividade da empresa, disseminando-a em todas as atividades e para todas as pessoas. Requer uma interação de todos os departamentos da empresa, ou seja, uma comunicação bem articulada para que haja participação mútua nos processos que envolverão as etapas realizadas dentro dessa perspectiva. Sendo assim, ela pode ser um facilitador na busca constante da satisfação do cliente através de um sistema integrado de ferramentas, técnicas e treinamento, o que envolve a melhoria contínua dos processos dentro da empresa, fazendo com que os produtos e serviços sejam de alta qualidade. 25 2.4.1 Etapas da qualidade total Segundo Lacombe e Heilborn (2003, p. 464) “como todo sistema de gestão, a qualidade total abrange o planejamento e o controle das atividades”. Um programa de qualidade total dentro de uma empresa requer um planejamento sistemático para certifica-se realmente se a organização possui uma estrutura de qualidade, que os recursos necessários estarão disponíveis e que as diversas atribuições de responsabilidade serão levadas a efeito. Para se fazer esse planejamento, é de fundamental importância rever os programas que existem nas áreas funcionais dentro da empresa. Para Shigunov e Campos (2004, p. 75), “o plano da qualidade é um documento específico para cada produto, atividade ou serviço (ou grupo), que indica as atividades necessárias relacionadas com a qualidade”. Portanto, através desse procedimento, ficarão evidentes todos os aspectos que envolverão as etapas de todos os processos da organização, pois para cada etapa é necessário que haja uma descrição clara e, a partir daí, propor o desenvolvimento de melhorias. A partir desse procedimento, é necessário que haja um controle para que o que foi planejado continue dando resultados. Segundo Las Casas (2004, p. 165), “para implantar o processo de qualidade total é necessário seguir alguns passos de forma ordenada”. Sendo assim, faz-se necessário definir aspectos, como, por exemplo, conhecer as necessidades e desejos dos clientes, a prioridade desses desejos, dentre outros, possibilitando a concretização dos processos que envolverão essas etapas. Seguem algumas etapas da qualidade total: (LAS CASAS, 2004, p.166). Trabalhar com as cabeças, ou seja, a implantação do processo através da comunicação entre alta administração e executivos de todos os níveis; Estabelecer uma visão, uma imagem que a administração espera projetar na clientela; Desenvolver uma expectativa do cliente; Mudança organizacional, acostumar com experiências de novas idéias e conceitos; 26 Preparar o material necessário para o processo; Implantação e controle do que foi planejado. Deve-se considerar que, mesmo com alguns procedimentos citados, a implantação de sistema de qualidade, é um processo de aprendizado e, portanto, não deve ter regras muito rígidas, mas estar adaptados às necessidades e costumes da empresa. Para Gil (1993, p.30), “procedimentos e técnicas são praticados, consoante às características do ambiente empresarial, em termos de seus recursos humanos materiais e tecnológicos componentes”. Portanto, define-se que, um programa da qualidade deve ser visto como o aperfeiçoamento da gestão já existente, com base em métodos que auxiliem neste processo. 2.4.2 Programas para a Qualidade Total Nem sempre uma mudança cultural é necessária, há empresas em que seus funcionários já possuem tendência à qualidade. Nestas situações serão necessárias apenas algumas adaptações. Portanto, necessita-se avaliar o nível de orientação à qualidade de uma empresa para ver se há necessidade de mudanças radicais ou apenas de pequenos ajustes (LAS CASAS, 2004, p.97). Os métodos e programas para a qualidade representam um conjunto de práticas disponíveis para uso no sistema de gestão das empresas. Neste sentido, Marshall Junior et al (2006, p. 115), enfatizam que “tais métodos são implantados pelas diversas áreas da organização, à medida que surgem necessidades específicas”. Para um maior conhecimento de alguns programas da Qualidade, far-se-á um detalhamento a partir da perspectiva de Douchy (1992, p. 111): Programa 5S: etapa inicial e base para implantação da qualidade total, são assim chamadas devido a primeira letra de cinco palavras japonesas: Seiri (Descarte); Seiton (Arrumação); Seiso (Limpeza); Seiketsu (Higiene); Shitsuke (Disciplina). O programa tem como objetivo mobilizar e motivar toda a empresa para a qualidade Total, através da organização e disciplina no local de trabalho. 27 Programa de Gerência da Rotina Diária: controla o processo de produção, orientando e delimitando a ação de todos em função da Missão da empresa, principal atividade e razão de sua existência. Programa de Gerência pelas Diretrizes: programa de planejamento estratégico a longo prazo fundamentado na Visão dos proprietários e gestores do negócio em relação aos objetivos e expectativas para o futuro da empresa. Programa de Melhoria Contínua: etapa final da implantação e síntese de todas as práticas da Qualidade Total, esse programa tem como ponto central de suas atividades, a análise de processos, a solução de problemas e a padronização das rotinas, utilizando as ferramentas e métodos da Qualidade Total através do Ciclo PDCA: Plan (Planejar); Do (Fazer); Check (Checar) e Action (Agir para corrigir). Este ciclo é um método gerencial para a promoção da melhoria contínua e reflete, em suas quatro fases, a base da filosofia do melhoramento contínuo. Vale destacar que, existem inúmeros programas para a Qualidade Total e que neste estudo foram citadas apenas alguns dos existentes, e que cada organização poderá escolher o método que mais se identifique no contexto individual de cada uma. Para que haja eficiências nestes processos há também ferramentas para aprimoramento de programas de Qualidade. 2.4.3 Ferramentas para o aprimoramento da Qualidade Para que uma organização consiga trabalhar com base em princípios de uma filosofia de qualidade é necessário utilizar ferramentas adequadas que auxiliem nesse processo. Marshall Junior et al (2006, p. 30), apresentam as ferramentas de controle de qualidade mais usuais: Cartas de controle; Diagrama de causa e efeito; Diagrama de dispersão; Estratificação; 28 Folha de verificação; Gráfico de Pareto; Histograma; Brainstorming e variações; Macrofluxo; Fluxograma; 5W1H. Na mesma perspectiva, Dellaretti Filho (1996, p. 3) menciona que “essas ferramentas, criadas visando ao controle de processos, lidam principalmente com dados numéricos”. Para um melhor entendimento dessas ferramentas, Douchy (1992, p. 125) apresenta definições para cada uma delas: Cartas de controle: são criadas para representar de forma ordenada e cronológica as informações coletadas, permitindo revelar se os dados levantados são normais ou anormais, isto é, conformes às exigências. Diagrama de causa e efeito: também conhecido como Diagrama de Ishikawa, ele visualiza em uma só figura todas as causas relacionadas ao mau funcionamento e as relações entre elas. Sendo que o ponto mais importante é o fato de que todos os membros do grupo tenham a mesma visão de conjunto do problema. Diagrama de dispersão: o diagrama de dispersão ajuda a visualizar a alteração sofrida por uma variável quando outra se modifica. Estratificação: a estratificação consiste no desdobramento de dados, a partir de um levantamento ocorrido, em categorias, grupos ou, melhor dizendo, estratos, para determinar sua composição. O objetivo de seu uso é auxiliar na análise e na pesquisa para o desenvolvimento de oportunidades de melhoria, na medida em que possibilita a visualização da composição real dos dados por seus estratos. Folha de verificação: a folha de verificação é uma ferramenta usada para quantificar a freqüência com que certos eventos ocorrem, num certo período de tempo. 29 Gráfico de Pareto: é um gráfico de barras, construído a partir de um processo de coleta de dados (em geral, uma folha de verificação), e pode ser utilizado quando se deseja priorizar problemas ou causas relativas a um determinado assunto. Histograma: é um gráfico de barras que mostra a distribuição de dados por categorias. Enquanto os gráficos de controle mostram o comportamento de uma variável ao longo do tempo, o histograma fornece uma fotografia da variável num determinado instante. Brainstorming (tempestade de idéias): é um processo de grupo em que os indivíduos emitem idéias de forma livre, sem criticas, no menor espaço de tempo possível. Macrofluxo: diagrama de blocos que apresentam de forma resumida todas as etapas do processo de produção desde o recebimento da matéria-prima até a obtenção do bem ou prestação de serviço. Fluxograma: representação gráfica da rotina de um processo de produção através de símbolos padronizados. Permite o mapeamento individualizado de cada etapa e, quando necessário o estudo de racionalização de tempos e movimentos do processo. 5W1H: formulário para execução e controle de tarefas que atribui responsabilidades e determina as circunstâncias em que o trabalho deverá ser realizado. Recebeu esse nome devido a primeira letra das palavras inglesas: What (O que); Who (Quem); When (Quando); Where (Onde); Why (Por que); e da palavra iniciada pela letra H, How (Como). Surgiram no mercado variações dessa ferramenta, que passou a se chamar 5H2W, correspondendo o segundo H a How much (Quanto custa). O desenvolvimento da qualidade dos produtos e serviços exige um compromisso intenso no sentido do aprimoramento constante da competência profissional, tornando-se necessário, portanto, sustentar este esforço com técnicas que possam facilitar a análise e o processo de tomada de decisão, justificando o uso das ferramentas para o aprimoramento da qualidade. Neste sentido, Oliveira (1996, p. 1) afirma que as ferramentas da qualidade têm os seguintes objetivos: 30 Facilitar a visualização e entendimento dos problemas, sintetizar o conhecimento e as conclusões, desenvolver a criatividade, permitir o conhecimento do processo e fornecer elementos para o monitoramento dos processos. Vale frisar que um aspecto muito importante sobre as ferramentas normalmente utilizadas é sua simplicidade, que propicia fácil entendimento e aplicação, gerando o comprometimento das pessoas com a melhoria do processo, do bem ou do serviço. No entanto, algumas ferramentas são de cunho estatístico, exigindo uma maior capacitação para serem utilizadas. “As ferramentas do controle da qualidade são muito úteis e estão facilmente à disposição. Têm de ser colocadas em perspectiva. Entender e satisfazer as exigências do cliente é o fator mais importante” (CROSBY, 1990, p. 176). É preciso encontrar mecanismos que facilitem a gestão de qualidade auxiliando os gerentes na coleta, no agrupamento, na apresentação e na análise dos dados gerados por um processo. Neste sentido, torna-se oportuno o envolvimento dos clientes, basear o projeto dos produtos e os processos de produção nas necessidades do cliente. 2.4.4 Indicadores de desempenho da qualidade Os indicadores são as peças-chave para a melhoria da qualidade e são determinados a partir do feedback dos clientes, consumidores, prestadores de serviço e da visão dos empresários (RANGEL, 1995, p. 112). O desempenho da empresa pode ser medido por meio de vários indicadores combinados entre faturamento, lucratividade, volume de vendas, crescimento, tempo de fabricação, produção, entre outros. Os indicadores da qualidade medem diretamente os desempenhos relacionados às necessidades dos clientes, revelam o resultado do trabalho da empresa, do ponto vista do cliente. O uso de indicadores se justifica, segundo Marshall Junior (2006, p. 170) como: Um passo fundamental para o monitoramento do desempenho do projeto. Eles devem ser embasados em referências internas – itens sob responsabilidade direta do produtor – e externas – patamares 31 exigidos do mercado, que permitem estabelecer metas quantificadas, ou benchmarks. A construção dos Indicadores de qualidade se dá através dos objetivos e interesses que os clientes/consumidores possuem, sendo uma atividade importante do analista da qualidade organizacional a definição do indicador para que atenda o consumo pelos usuários e praticantes da qualidade (GIL, 1992, p.36). Em complemento a essa posição, Rodrigues (2004, p. 61) menciona que: Além de ter que levar em consideração o adequado atendimento às expectativas do cliente [...] deve-se estabelecer outros critérios aos indicadores, para que os mesmos possam monitorar, com precisão, a eficiência, a eficácia ou a efetividade do processo em análise. Os indicadores de desempenho da qualidade sinalizam em que se deve agir para restaurar uma causa especial crônica ou atingir um desempenho nunca antes atingido. Esse tipo de atividade pressupõe a sua existência da atividade de controle antes, que é um uso natural dos indicadores de desempenho (MARTINS, 1998, p. 309). Em perspectiva similar, Marshall Junior, et al (2006, p. 170) mencionam que os indicadores de desempenho “visam ao monitoramento da qualidade quanto da produtividade e capacidade. Devem considerar a relação entre duas ou mais medidas de desempenho, sendo comparados a metas preestabelecidas”. A medição de desempenho deve ser feita não somente para planejar, induzir e controlar, mas também para diagnosticar. Neste sentido, é importante ir sofisticando a medição de desempenho conforme a empresa vai passando pelos níveis de maturidade na implementação da gestão pela qualidade total. Rodrigues (2004, p. 61) sugere alguns dos critérios a serem seguidos para análise e concepção de adequados indicadores de desempenho: Abrangência do indicador. Acessibilidade do indicador. Confiabilidade do indicador. Economicidade do indicador. Estabilidade do indicador. Independência do indicador. 32 Praticidade do indicador. Relevância do indicador. Representatividade do indicador. Simplicidade do indicador. Validade do indicador. De forma mais abrangente, Sink (1991 apud MARTINS, 1998, p.304) afirma que as mudanças na tecnologia, competição, ambientes (interno e externo) estão demandando que nós mudemos o que medimos, como medimos e como usamos a medição. Estas mudanças estão forçando-nos a reexaminarmos paradigmas relativos a medição. Face a esta situação, os indicadores de qualidade são gerados segundo os desejos de seus consumidores e acompanhados por sistemas de informações que exibem a intensidade da qualidade praticada nas organizações, em termos históricos e consoante ao universo da qual fazem parte (GIL, 1992, p. 40). É possível entender então que, os indicadores de desempenho da qualidade devem refletir características diretamente vinculadas ao gerenciamento do processo, de modo prático e dentro de um conjunto que diga respeito aos diversos aspectos do processo e seu ambiente. Portanto, os requisitos devem primeiro ser identificados, definidos e esclarecidos para se estabelecer os procedimentos e os sistemas para monitorar, controlar e melhorar aquelas variáveis que direta ou indiretamente estão envolvidas na prestação de serviços consistentes. 2.5 NORMAS ISO As normas ISO possuem um papel de grande destaque no mudo globalizado, através do seu reconhecimento internacional. Elas revelam um consenso mundial sobre gestão, formando junto com outras normas, os sistemas de gestão integrados influenciando o cotidiano de todas as organizações. Definir e documentar uma política da qualidade e assegurar que a política é compreendida e implementada por todo pessoal em todos os níveis requer maior 33 comprometimento, e isso se dará a partir de um bom posicionamento da política dentro da empresa, para que todos a conheçam. A Organização Internacional de Padronização é uma organização internacional com sede em Genebra, Suíça, e é composta por organismos de normalização de diversos países, possui a missão de promover o desenvolvimento da normalização e de atividades relacionadas no mundo inteiro, com o propósito de facilitar a troca internacional de bens e serviços e o desenvolvimento da cooperação nas esferas intelectual, cientifica, social e tecnológica (GAITHER, 2005, p. 497). De forma simplificada, um sistema de gestão da qualidade baseado na série de normas ISO 9000 é um conjunto de recursos e regras estabelecidas, implementadas de forma adequada, com o objetivo de orientar cada parte da organização para que ela execute de maneira correta e no tempo devido a sua tarefa, em harmonia com as outras, estando todas direcionadas para o objetivo comum da empresa, que é ser competitiva (MARANHÃO, 2001, p. 16). As normas ISO 9000, segundo mencionadas por Lacombe e Heilborn (2003, p. 469) “são importantes para o sistema da qualidade, pois são os padrões oficiais em vários países, [...] prega uma postura preventiva e não corretiva além de fazer da qualidade uma vantagem competitiva”. A ISO 9000 é composta de cinco normas, conforme apresentado por Lacombe e Heilborn (2003, p. 469): ISO 9000 – Normas sobre gestão e garantia da qualidade: diretriz para seleção e uso. ISO 9001 – Sistema da qualidade: modelo para garantia da qualidade em projeto/desenvolvimento, fabricação, montagem e assistência técnica. ISO 9002 - Sistema da qualidade: modelo para garantia da qualidade em produção e instalação e serviços associados. ISO 9003 – Sistema da qualidade: modelo para garantia da qualidade em teste e inspeção finais. ISO 9004 – Princípios de gestão e sistemas da qualidade: diretrizes. É possível obter um resultado melhor quando se utilizam todas as normas da família de forma integrada. É sugerido que se utilize a ISO 9000 para implantação da ISO 9001 (RODRIGUES, 2004, p. 208). No Brasil é representada, segundo Marshall Junior, et al (2006, p. 67), pelo Inmetro – Instituto Nacional de Metrologia - para a realização de auditorias e 34 certificação de empresas, destacando-se a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT): Fundada em 1940, a ABNT é uma entidade privada, sem fins lucrativos, considerada o único fórum de normalização, em âmbito nacional, pela Resolução n° 7 do Conmetro, de 24 de agosto de 1992. É responsável pela produção de normas nacionais e pela representação brasileira na ISO. Os documentos normativos de caráter consensual aprovados pela ABNT são considerados “normas brasileiras”. Os padrões ISO 9000 possuem o objetivo de satisfazer os requisitos de qualidade do cliente da organização conseqüentemente, aumentando o nível de confiança do cliente na organização de seus fornecedores. Em perspectiva similar, Davis, Aquilano e Chase (2001, p. 173) defendem que “os padrões ISO 9000 são um conjunto de padrões internacionais para a documentação dos processos que uma organização utiliza para produzir seus produtos e serviços”. As empresas que buscam a certificação necessitam atingir níveis de desempenho antes não alcançados, ou seja, níveis melhores que no passado. Além disso, as empresas deverão adotar a abordagem de processos para a gestão da qualidade e construir seu sistema de gestão em torno desses processos. Isso faz com que a empresa tenha uma visão mais próxima da natureza da operação e force a ter uma visão sistêmica de todas as atividades, considerando todas as interações entre elas. 2.5.1 NBR ISO 9001:2000 – Requisitos O Sistema de Gestão da Qualidade é um conjunto de elementos que estão inter-relacionados ou em interação para estabelecer políticas para atingir objetivos, a fim de dirigir e controlar uma organização no que diz respeito à Qualidade (ABNT, 2000a). Neste sentido, um sistema de gestão da qualidade requer um maior aprofundamento teórico sobre o tema em voga, que dê subsídios necessários para uma estrutura sólida e consistente, partindo para um futuro promissor destinadas principalmente às empresas que almejam um certificado de qualidade. Assim, a norma NBR ISO 9001:2000 contempla os requisitos para um sistema de gestão da qualidade no qual uma organização precisa demonstrar sua 35 capacidade em fornecer produtos que satisfaçam as exigências dos clientes ou aos requisitos regulamentares aplicáveis (MARANHÃO, 2001, p. 19). Em perspectiva similar, Marshall Junior, et al (2006, p. 70) enfatizam que “além de garantia da qualidade para o cliente e para a própria administração, esta norma busca também o incremento dos indicadores relativos à qualidade, ao processo e ao negócio.” De acordo com a ABNT (2000b) a NBR ISO 9001: especifica requisitos para um sistema de gestão da qualidade que podem ser usados pelas organizações para aplicação interna, para certificação ou para fins contratuais. Ela está focada na eficácia do sistema de gestão da qualidade em atender aos requisitos dos clientes. Neste sentido, serão apresentados no quadro a seguir, os principais requisitos da NBR ISO 9001:2000 para uma organização voltada para a prestação de serviços descritos segundo a ABNT (2000b): REQUISITOS O QUE SE REQUER A organização deve: identificar os processos necessários e determinar as interações entre eles; definir os critérios e métodos para assegurar a eficácia desses processos; Requisitos gerais assegurar disponibilidade dos recursos necessários; monitorar, medir e analisar esses processos; implementar ações necessárias para atingir os resultados necessários e melhorar continuamente estes processos. A documentação da Qualidade deve incluir: a declaração documentada da política da qualidade; o manual da Requisitos de qualidade; os procedimentos documentados requeridos documentação pela norma e os necessários para a organização (procedimentos, instruções e registros). A alta direção deve: demonstrar seu comprometimento Comprometimento da com o desenvolvimento, com a implementação e com a direção melhoria do SGQ . A alta direção deve assegurar os requisitos dos clientes Foco no cliente sejam entendidos e atendidos, a fim de aumentar a satisfação desses clientes. A alta direção deve estabelecer uma política da qualidade, a qual deve estar em consonância com a missão e com Política da Qualidade os objetivos da empresa, deve ser comunicada e entendida por todos e analisada criticamente. A alta direção deve definir os objetivos da Qualidade, os Planejamento quais devem ser mensuráveis e consistentes com a 36 política da qualidade. Assegurar que as responsabilidades e autoridades sejam Responsabilidade, definidas e comunicadas; nomear um representante da autoridade e direção, o qual deve assegurar a implementação do SGQ; comunicação assegurar os processos de comunicação interna. A alta direção deve analisar criticamente o SGQ Análise crítica pela periodicamente a fim de assegurar a sua adequação, direção eficácia e melhoria. A organização deve prover os recursos necessários para Provisão de recursos implementar, manter e melhorar o SGQ e aumentar a satisfação dos clientes. O pessoal que executa atividades que afetam a qualidade Recursos Humanos deve ser competente com base em educação, treinamento, habilidades e experiências. A organização deve determinar e gerenciar as condições Ambiente de trabalho do ambiente de trabalho necessárias para alcançar a conformidade dos requisitos do produto. A organização deve prover e manter a infra-estrutura Infra-estrutura necessária (prédios, instalações, equipamentos, softwares, serviços de apoio, etc) para o SGQ. A organização deve melhorar continuamente o SGQ por meio do uso da política da Qualidade, dos resultados de Melhorias auditorias, das análises dos dados e das ações corretivas e preventivas. Quadro 01: Requisitos NBR ISO 9001:2000 Fonte: Adaptado das normas ABNT (2000b) Uma organização que deseja obter a certificação ISO 9001 precisa atender aos requisitos descritos nesta norma. Para isso é essencial o comprometimento das pessoas, sendo que este processo exige diversas mudanças. Essa iniciativa tem que partir da alta direção (AQUILIANO E CHASE, 2001, p. 174). Segundo estes autores, é inútil iniciar programas de qualidade sem o comprometimento da alta direção e sem o interesse do nível gerencial. É necessário que os gerentes entendam profundamente a ideologia e as conseqüências da qualidade, bem como os requisitos que um sistema da qualidade exige. O sistema de gestão da qualidade baseado nas normas ISO 9001:2000 aborda elementos que têm como foco a satisfação total do cliente e a melhoria contínua dos processos, produtos e do próprio sistema, pois é um conjunto de todas as atividades da função gerencial, que determinam a política da qualidade, os objetivos e as responsabilidades, e os implementam por meios como o planejamento, o controle, a garantia e a melhoria da qualidade. 37 Segundo a ABNT (2000), “para a realização dessas mudanças, as organizações devem fazer com que esses fatores sejam incorporados à sua cultura, para que haja comprometimento da alta direção e o envolvimento de todos na empresa”. Desta forma, a utilização de um modelo de referência pode servir como um guia para orientar as empresas no planejamento da implantação, buscando ter todas as informações e definições necessárias para o início das atividades, o acompanhamento durante a implantação a fim de verificar se as atividades planejadas estão sendo executadas e uma análise no final de cada fase a fim de verificar se os objetivos propostos foram alcançados. 38 3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO O presente capítulo pretende relacionar as etapas do procedimento metodológico utilizados para a realização deste estudo, apresentando instrumento de coleta, tratamento e análise de dados coletados. O estudo foi realizado na Rede de Postos Galo, entre o período de agosto de 2007 a junho de 2008. Foi desenvolvido uma pesquisa com os dez gerentes a fim de verificar como se encontram os requisitos necessários para alcançar uma certificação da Qualidade. Para qualquer espécie de estudo, é conveniente uma revisão bibliográfica prévia, pois esta fundamenta os temas relacionados ao estudo em questão, através de livros, revistas, revistas eletrônicas, entre outros, acessível ao público em geral, selecionado para esclarecer e dar base ao processo prático do estudo (MARCONI, 1999, p. 99). A coleta de dados é o meio empregado para reunir todo o tipo de informação julgada necessária à construção dos esclarecimentos a respeito de um determinado fenômeno. O grupo que constituiu o sujeito da pesquisa foi os dez gerentes representados em cada filial da empresa. Neste sentido, é oportuno ressaltar que a população alvo foi os dez gerentes dos postos que formam a Rede Galo, cuja amostra da pesquisa também foram os dez gerentes, haja vista que o objetivo geral da pesquisa está focado somente nos postos desta rede, não incluindo para investigação os demais postos da grande Florianópolis. Os instrumentos de coleta de dados utilizados para atingir os propósitos deste estudo foram basicamente: Pesquisa documental, utilizando o banco de dados da empresa; Pesquisa de campo para obter informações dos gerentes. A pesquisa de campo foi através de questionário, “instrumento de coleta de dados constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador”. (MARCONI, 1999, p. 100). Além disso, para que os entrevistados relatem fatos ocorridos, sugestões ou reclamações, foi proposta uma pergunta aberta, “[...] são as que permitem ao informante responder livremente, usando linguagem própria, e emitir opiniões”. (MARCONI, 1999, p. 103). 39 As perguntas do questionário foram baseadas nos requisitos da norma NBR ISO 9001:2000 descritos pela ABNT (2000b). Para análise destes dados, organizou-se a resposta das questões para que fosse possível interpretá-las. Neste sentido, Roesch (1996, p.120) diz que “pensar a análise ajuda a criticar a própria coleta de dados”. Após a organização dos dados, estes foram formatados em gráficos para melhor visualização dos resultados, permitindo propostas de melhorias. 40 4 ANALISE DOS DADOS COLETADOS O presente capítulo visa destacar a caracterização da organização além de apresentar os resultados coletados através de pesquisas por meio de questionário, comparando dados e possibilitando uma análise, sob a perspectiva dos gerentes, os requisitos necessários para obtenção de um certificado de qualidade para a empresa. O estudo foi realizado na Rede de Postos Galo com sede localizada no bairro Barreiros da cidade de São José no período de agosto de 2007 a junho de 2008. 4.1 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO A rede de Postos Galo pertence ao grupo Ávila e está há 18 anos no mercado de comércio de combustíveis e lubrificantes, além de outros serviços agregados ao setor. O primeiro posto da rede Galo foi comprado em 1989. Atualmente, são 10 estabelecimentos, com mais de 270 funcionários, bem localizados na grande Florianópolis das marcas Texaco e Petrobrás. A empresa cresceu e sustenta que se tornou referência “pela maneira ética que atua no mercado” e tem “a busca pela qualidade o seu maior compromisso”. Para que a gestão da Qualidade na rede de Postos Galo esteja alinhada com as estratégias e políticas da organização, a mesma possui uma definição da missão, da visão e dos valores, conforme apresentado a seguir: Missão: Atuar de maneira ética no mercado de combustíveis, oferecendo produtos e serviços de qualidade, aprimorando continuamente tecnologias e pessoas na busca da excelência. Visão: Ser referência Estadual em inovação e qualidade no segmento de combustíveis e serviços. 41 Valores: Credibilidade Ética Qualidade de produtos e serviços Valorização Humana Profissionalização Empresarial Consciência Ecológica Além disso, a empresa também possui uma política da Qualidade estabelecida: A empresa Postos Galo considera a Qualidade como um fator de sucesso e trabalha focada na satisfação plena de seus clientes e no compromisso constante com a qualidade de produtos e serviços por ela comercializados. Acredita que seu maior patrimônio está nas pessoas que nela trabalham e sendo assim investe na capacitação e aperfeiçoamento da sua equipe. Estes objetivos da qualidade devem nortear o trabalho de todos os colaboradores. A empresa considera seus colaboradores os parceiros fundamentais no processo de melhoria contínua dos serviços que prestam aos clientes com o firme propósito de tornar seus colaboradores profissionais da qualidade, a empresa vêm investindo continuamente em programas de treinamento, atualização e capacitação profissionais. A ética e credibilidade também permeiam as atividades da empresa, que utiliza exclusivamente os combustíveis fornecidos pelas distribuidoras com as quais trabalha, possui todas as certificações federais, estaduais, municipais e ambientais para atuar no mercado de combustíveis, investindo sempre na segurança e preservação ambiental. Com os investimentos necessários, a empresa visa proporcionar a seus clientes e colaboradores satisfação e bem-estar. Os Postos Galo realizam investimentos contínuos na manutenção e atualização de toda sua estrutura física e funcional, investindo também em tecnologia da informática, buscando proporcionar rapidez nas comunicações internas, externas e no atendimento dispensado a seus clientes. 42 A localização das dez unidades na grande Florianópolis tem o intuito de proporcionar mais comodidade aos clientes, tendo em vista que seus pontos são estratégicos abrangendo diversas localidades. O organograma ilustrado na figura 1, permite a visualização da hierarquia da empresa, onde em cada uma das dez unidades há um gerente, os quais foram aplicados os questionários da pesquisa. 43 PROP. GERENTE GERAL GERENTE COMERCIAL GERENTE ADMINIST. MANUTENÇÃO COMPRAS MARKETING RECURSOS HUMANOS GERENTE SL GERENTE RT GERENTE LA GERENTE BA GERENTE SH GERENTE FL Repositor de Loja Encarregado de Loja Repositor de Loja Repositor de Loja Encarregado de Loja Encarregado de Loja Sub-Gerente Sub-Gerente OPER. OPER. Sub-Gerente OPER. OPER. OPER. OPER. Figura 1 – Organograma da empresa Postos Galo Fonte: Postos Galo (2008) GERENTE JB FINANÇAS INFORMÁTICA CONTÁBIL GERENTE AR GERENTE ES GERENTE KO Repositor de Loja Repositor de Loja Encarregado de Loja Sub-Gerente OPER. OPER. OPER. OPER. LÓGICA 44 4.2 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DA EMPRESA As atividades desenvolvidas na Rede Postos Galo são basicamente: venda de combustível automotivo em posto revendedor, venda de lubrificantes com o serviço de troca de óleo, lavação de automóveis e lojas de conveniência. A principal atividade desenvolvida dentro da empresa é a venda de combustível automotivo, após a compra do combustível de empresas distribuidoras, (a empresa trabalha com as bandeiras Texaco e Petrobrás, portanto, só compra combustíveis destas revendedoras) autorizadas pela ANP – Agencia Nacional de Petróleo – é realizado a descarga nos tanques de acordo com o tipo de combustível, a empresa revende cinco tipos de combustíveis automotivos (Álcool Comum, Diesel Comum, Gasolina Comum, Gasolina Aditivada e GNV (Gás Natural Veicular)). Após o descarregamento dos produtos, os mesmos são comercializados, contando com profissionais treinados para estarem atuando diretamente com o cliente. A segunda atividade é a venda de lubrificantes automotivos, e os serviços de troca destes lubrificantes. O serviço é realizado na área denominado troca de óleo, de acordo com as especificações das montadoras de automóveis, por um colaborador treinado. A atividade seguinte é a lavação dos automóveis, somente externas (de aparência) realizada em área apropriada e destinada para este fim. Esta atividade pode ser caracterizada como um serviço desenvolvido principalmente para agregar valor à empresa, proporcionando um diferencial ao cliente. As lojas de conveniência referem-se a um serviço agregado ao setor com o propósito de proporcionar comodidade ao cliente, oferecendo produtos para atender as necessidades que poderão surgir a qualquer momento. São comercializados alimentos e bebidas em geral. 45 4.3 AVALIAÇÃO DA PESQUISA APLICADA AOS GERENTES DA REDE DE POSTOS GALO Através da pesquisa realizada com a gerência dos dez postos da rede de Postos Galo entre os meses de março a maio de 2008, conclui-se a partir de informações de uma população determinada, possibilitando verificar a percepção dos gerentes em relação aos requisitos do sistema de gestão da qualidade que, conseqüentemente poderão levar à uma certificação de Qulaidade. Os itens avaliados variam de satisfação dos clientes internos e externos, bem como estrutura de trabalho. Será apresentado um gráfico geral dos níveis de respostas que permitirá uma visão global das respostas obtidas e também uma análise de cada uma das questões ilustradas individualmente. Níveis de respostas por fator 0 90% 0 2 80% 0 2 0 0 5 5 0 0 0 4 8 8 9 10 8 execução do serviço 2 6 2 1 0 0 Fatores excelente bom satisfatório ruim Gráfico 1 – Resultado da pesquisa com a gerência dos Postos Galo Fonte: Dados da pesquisa (2008) 1 condições de trabalho 0 2 1 comprometimento dos funcionários 0 satifação dos clientes internos 10% 4 nível de contratações 20% 5 comprometimento da Administração 5 técnologia 30% infra-estrutura física 40% 0% 7 relacionamento com o cliente Respostas 50% 0 3 70% 60% 0 comunicação interna 100% 46 No gráfico 1 pode-se observar que houve uma predominância em todos os fatores relacionados de respostas bom e satisfatório, destacando-se o quesito relacionamento técnico e comercial com o cliente como o fator mais preocupante, segundo a percepção dos gerentes. Através desta análise, pode-se dizer que a empresa deve trabalhar no sentido de assegurar as necessidades e expectativas dos clientes através de recursos aos prestadores de serviço, bem como ao entendimento e atendimento às exigências dos clientes a fim de aumentar a satisfação dos mesmos. Vale destacar que, não houve resposta ruim nos quesitos avaliados e houve respostas excelentes em seis dos quesitos, destacando-se a infra-estrutura física como um ponto positivo. O fator comprometimento da alta administração para com o processo de qualidade também obteve um bom resultado, sendo que seria inútil iniciar programas de qualidade sem o interesse da alta administração e o comprometimento do nível gerencial. 47 4.3.1 Satisfação dos clientes internos Este questionamento aos gerentes sobre como é visto por eles a satisfação dos clientes internos/colaboradores, teve como objetivo principal, conhecer como é percebida a motivação dos funcionários em realizar suas atividades, sendo que é uma das atividades que mais dependem dos gerentes. Com base nos resultados sobre a satisfação dos clientes internos, 100% dos gerentes afirmaram ser bom como demonstra o gráfico 2. Satisfação dos clientes internos / colaboradores 12 10 8 6 4 excelente bom satisfatório Ruim 2 0 Gráfico 2 – Satisfação dos clientes internos Fonte: Dados da pesquisa (2008) Desta forma, pode-se dizer que a Empresa Postos Galo, no que diz respeito à satisfação dos clientes internos, segundo a visão dos gerentes, demonstra um bom resultado, porém há necessidade de criar programas de incentivo e motivação dos colaboradores, como sugestão pode-se criar ações para capacitação dos recursos humanos. 48 4.3.2 Adequada execução de um serviço Em relação à adequada execução de um serviço, foi possível avaliar diante dos resultados obtidos que falta planejamento para os serviços oferecidos, ou seja, um programa de treinamento para os colaboradores para garantir e satisfazer as necessidades dos clientes. Adequada execução de um serviço 10 8 excelente 6 bom 4 satisfatório 2 Ruim 0 Gráfico 3 – Adequada execução de um serviço Fonte: Dados da pesquisa (2008) 49 4.3.3 Comprometimento dos prestadores de serviço Várias são as atividades que uma organização pode adotar, visando conquistar os colaboradores, melhorar o clima interno e, conseqüentemente, manter a qualidade dos seus serviços. Diante dos resultados obtidos, pode-se detectar que sob a ótica de cinco gerentes este quesito é avaliado como excelente, três avaliou como sendo bom e apenas dois julgaram satisfatório, possibilitando portanto, a conclusão de que embora esta avaliação obteve um índice maior no quesito excelente, ainda pode e deve ser melhorado, através de treinamento, conscientização e competência (habilidade e experiência) no desenvolvimento das funções. Comprometimento dos prestadores de serviço 6 4 2 excelente bom satisfatório Ruim 0 Gráfico 4 – Comprometimento dos prestadores de serviço Fonte: Dados da pesquisa (2008) 50 4.3.4 Comunicação interna Em relação à comunicação interna verificou-se a partir da visão de sete dos gerentes que é um fator crítico e que deve ser melhorado muito. Partindo do pressuposto de que uma organização necessita, segundo a NBR ISO 9001, de uma comunicação eficaz entre os vários níveis e funções, fica evidente que a empresa Postos Galo deve ter uma maior dedicação no melhoramento do fluxo de informações, garantindo uma administração participativa assegurando os processos de comunicação apropriados e que seja realizada comunicação relativa à eficácia do sistema de gestão da qualidade. Comunicação interna 8 6 4 2 0 Gráfico 5 – Comunicação interna Fonte: Dados da pesquisa (2008) excelente bom satisfatório Ruim 51 4.3.5 Relacionamento técnico e comercial com cliente externo No gráfico 6 observou-se que houve uma predominância de respostas satisfatória. A comunicação através do relacionamento técnico e comercial com cliente externo para satisfazer o cliente é necessário ter, primeiro, uma compreensão profunda de suas necessidades e, em seguida, possuir os processos de trabalho que possam, de forma efetiva e consistente, resolver essas necessidades. Para isso a organização deverá traduzir essas necessidades em requisitos e cumprir esses requisitos, sempre, porque o cliente não exigirá menos. Portanto, a empresa Postos Galo deve investir em recursos para coletar e analisar dados e informações, sistematicamente, para entender os requisitos e as percepções do cliente, garantindo um bom atendimento para que a empresa obtenha um bom relacionamento empresa-consumidor. Relacionamento técnico e comercial com o cliente externo 10 8 excelente 6 bom 4 satisfatório 2 Ruim 0 Gráfico 6 – Relacionamento com o cliente Fonte: Dados da pesquisa (2008) 52 4.3.6 Infra-estrutura / instalações físicas Devido a esse resultado, observou-se que a empresa Postos Galo, sob a percepção dos gerentes, obtêm uma estrutura física adequada. Este ponto é muito positivo, principalmente para uma organização que busca um certificado de Qualidade, pois trabalhar em boas condições e manter o sistema da qualidade através destes recursos resultará em satisfação dos clientes. Infra-estrutura / intalações físicas 6 5 4 3 2 1 excelente bom satisfatório Ruim 0 Gráfico 7 – Infra-estrutura / instalações físicas Fonte: Dados da pesquisa (2008) 53 4.3.7 Infra-estrutura / tecnologia Em relação à tecnologia, 50% dos gerentes avaliam como satisfatório os equipamentos de informática podendo-se dizer que há necessidade de a empresa Postos Galo investir em equipamentos de informática para melhorar o fluxo de informações garantindo a agilidade das mesmas. Através de investimentos em implementação de canais de comunicação a empresa estará ganhando em agilidade de informações do produto, de comercializações e principalmente o retorno dos clientes. Infra-estrutura / tecnologia 6 5 4 3 2 1 0 Gráfico 8 – Infra-estrutura / tecnologia Fonte: Dados da pesquisa (2008) excelente bom satisfatório Ruim 54 4.3.8 Comprometimento da alta administração com a Qualidade É muito importante frisar que a alta direção deve assegurar os objetivos da qualidade, incluindo aqueles necessários para atender aos requisitos do produto, sejam estabelecidos nas funções e nos níveis pertinentes na organização. A pesquisa evidencia através do gráfico 9, sob a ótica da maioria dos gerentes que a alta administração é visto como um fator que atende as necessidades da organização. Este, pode-se dizer que é o principal quesito que uma organização necessita para estabelecer e desdobrar os objetivos para a qualidade por toda a organização. Comprometimento da alta administração com a Qualidade excelente 10 8 6 bom satisfatório Ruim 4 2 0 Gráfico 9 – Comprometimento da alta-administração Fonte: Dados da pesquisa (2008) 55 4.3.9 Nível de contratações dos prestadores de serviço O pessoal que executa atividades que afetam a qualidade do produto/serviço deve ser competente, com base em educação, treinamento, habilidade e experiência apropriada. A partir dos dados obtidos através das informações ilustradas no gráfico 10, pode-se perceber que seis gerentes avaliam o nível de contratações dos prestadores de serviço como sendo bom e quatro gerentes avaliam como satisfatório, podendo-se concluir que há necessidade de a empresa Postos Galo investir nos Recursos Humanos assegurando e fornecendo treinamento ou tomar outras ações para satisfazer essas necessidades de competência através de um bom processo de recrutamento e seleção. Nível de contratação dos prestadores de serviço 8 6 excelente 4 bom 2 satisfatório 0 Ruim Gráfico 10 – Nível de contratações dos prestadores de serviço Fonte: Dados da pesquisa (2008) 56 4.3.10 Equipamentos, ambiente, layout / Condições de trabalho. Analisando as condições de trabalho através dos equipamentos, ambiente e layout a partir da percepção dos gerentes como mostra o gráfico 11, conclui-se que 90% avaliam como sendo bom o que permite verificar a importância de a empresa Postos Galo prover e manter a infra-estrutura necessária para alcançar a conformidade com requisitos do produto, especialmente no que diz respeito a equipamentos de processo. Equipamentos, ambiente, layout / condições de trabalho 10 8 6 excelente bom 4 satisfatório Ruim 2 0 Gráfico 11 – Equipamentos, ambiente, layout/condições de trabalho Fonte: Dados da pesquisa (2008) 57 4.3.11 Pergunta aberta Na pergunta, que será analisada de forma qualitativa, apenas 2 dos gerentes entrevistados responderam, sendo que a o objetivo desta pergunta é obter informações como sugestões ou reclamações referente à Empresa Postos Galo. O entrevistado A forneceu a seguinte resposta: “Deveríamos ter mais incentivos dos órgãos governamentais, no que dizem respeito às pessoas, as escolas deveriam ser mais direcionadas a formar o cidadão por completo, ou seja, educação profissional, boas maneiras, conscientizando da necessidade de usar os recursos naturais de forma equilibrada, reciclando tudo o que for possível, com isso todos ganhariam”. A partir desta resposta pode-se avaliar a preocupação do entrevistado em além de garantir a qualidade como um diferencial estratégico, ir mais além pensando em estratégias de preservação do meio ambiente através de reciclagem transmitindo a vontade de agregar um Sistema de Gestão Ambiental. Já o entrevistado B expressou o seguinte comentário: “A nossa maior dificuldade, está em formar e manter uma equipe de trabalho. A rotatividade em um posto de combustível é muito grande. Estamos tentando encontrar meios para diminuir isso através da valorização e melhorias no ambiente de trabalho, para que o funcionário permaneça na empresa”. Através desta sugestão, foi possível detectar que um dos pontos críticos da empresa Postos Galo está em manter uma equipe de trabalho bem como, garantir que o seu pessoal esteja consciente quanto à pertinência e importância de suas atividades e de como elas contribuem para a consecução dos objetivos da qualidade. Entretanto, torna-se necessário a manutenção de registros apropriados da educação, treinamento, habilidades e experiência, como um requisito da NBR ISO 9001: 2000. 58 5. PLANO DE AÇÃO Um programa de gestão da qualidade total com vistas a alcançar uma certificação ISO 9001 necessita de ações necessárias dispostas de forma lógica para introduzir ou consolidar uma organização a orientação para a satisfação total do cliente, para a gerência dos processos e para a melhoria contínua , de forma a fornecer produtos ou serviços com a qualidade desejada pelos clientes (MARSHALL JUNIOR, et al 2006, p.70). Um plano de ação para a Qualidade Total deve conter, segundo Martins (1998, p. 56) “ações do sistema da qualidade; ações de mobilização, comunicação e capacitação dos recursos humanos e ações de melhoria contínua”. A partir das estratégias e políticas traçadas, é possível estimar a distância, entre o presente e o desejado, bem como os esforços para alcançar os objetivos traçados. A partir dessas definições, devem ser definidas as ações para alcançar esses objetivos. Tendo em vista que a empresa em estudo visa obter a certificação ISO 9001 e que através deste desejo já possui algumas ações definidas, como: missão, visão e valores e também uma política da qualidade, procurou-se desenvolver um plano de ação envolvendo os objetivos de um plano estratégico já existente e as informações obtidas com a pesquisa aplicada a gerência, adicionando ingredientes, baseados em subsídios de alguns autores e principalmente da NBR ISO 9001:2000. Por intermédio desse plano, a empresa Postos Galo poderá obter um norte para uma visão de futuro, sendo a longo, médio ou curto prazo, tendo como principal foco, determinar as metas e os métodos a serem seguidos. 59 P D P 1 - PLANO DE AÇÃO PROPOSTA/PROJETO: Um programa de Gestão da Qualidade Total com base nos requisitos necessários para obtenção de uma certificação ISO. MEDIDA (o que) Quando Onde Quem Razão, Porque, P/ quem Como (procedimento) Quanto INDICADOR Posição __ /__ /__ 1 Definir objetivos e estratégias De imediato 2 Determinar ativamente os requisitos dos clientes Periodicame nte 3 Integrar os requisitos dos clientes e os objetivos estratégicos 4 Empresa Alta Direção Para que a empresa saiba aonde A alta administração define quer chegar, possibilitando traçar qual a missão visão e metas para a concretização valores. destes objetivos. A definir Empresa Alta Direção e Departame nto da Qualidade De imediato Empresa Alta Direção Para que a empresa trabalhe com foco nos objetivos dos clientes. Realizando pesquisas periódicas com os clientes, bem como identificar os fatores que determinam sua satisfação. A definir Para que haja sincronia entre o cliente e a organização. Trabalhando com fatores combinados priorizando os critérios dos clientes A definir Comunicar a missão e os objetivos para todos os colaboradores De imediato Empresa Para mostrar os objetivos da empresa a todos da organização. Através de um processo contínuo de disseminação de informações. A definir 5 Preparar os colaboradores A decidir Empresa Para que todos estejam a par das Através de treinamento de metas e acompanhem os resultados todo o pessoal nos e saibam de que maneira serão princípios da qualidade. beneficiados. A definir 7 Rever os atuais processos operacionais A decidir Empresa Alta Direção e Departame nto da Qualidade Gestão de pessoas Departame Para que seja analisado Realizar uma revisão dos nto da criticamente este processo a fim processos pelo próprio Qualidade de obter resultados mensuráveis operador. A definir 60 emelhoramentodasoperações. Adecidir 9 Sensibilizaçãoparaa Documentaçãodos ProcessoseaGarantiada Qualidade(Manual da Qualidade) 10 Realizarauditoriasinternas Adecidir ereverogerenciamento Empresa Departame Paralevarogrupopercebera Apresentandoosconceitos ntoda importânciadadocumentação necessáriospara Qualidade dosprocessoseprocedimentos estabeleceremanter um daempresavoltadaparaa manual daqualidade. padronizaçãodosprocessos. Empresa Departame Pararealizaçãodeumexame Atravésdetreinamento, ntoda sistemáticoeindependentepara destacandoasvantagens Qualidade avaliarofuncionamentoea daauditoriapermitindo eficáciadosistemadaqualidade. umavisãogeral do sistema, seuspontosfortes eáreasdemelhoria. 11 Reuniãodeanálisecrítica Bimestralme Empresa Alta ParaqueaaltaDireçãocontrole Atravésdaindicaçãode n te . D ire ç ã o e pelaadministração odesempenhodosprocessosde ummembroda Responsáv realizaçãoedeapoiopor meio organizaçãopelaalta eispelos deumaanálisesistemáticacom administraçãoque, processos basenosprincípiosdegestãoda independentedeoutras qualidade. responsabilidadesincluaa ligaçãocompartes externasemassuntos relativosaosistemade gestãodaqualidade. EMANDAMENTO REALIZADO ASERFEITO Adefinir Adefinir Adefinir 61 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Hoje o contexto mundial com a globalização da economia, a integração dos mercados, e as exigências crescentes dos consumidores colocaram em questão vários conceitos ou modelos administrativos tradicionais até então utilizados pelas organizações. Diante disso, os processos e modelos que fazem parte do universo da gestão da qualidade permitem um modelo de gerenciamento voltado para a busca da eficiência e a eficácia organizacional, resultando em maiores níveis de competitividade com base na qualidade de seus produtos e serviços. O estudo realizado na Rede de Postos Galo permitiu a descrição das atividades da empresa, que são basicamente: venda de combustível automotivo em posto revendedor, venda de lubrificantes com o serviço de troca de óleo, lavação de automóveis e lojas de conveniência. Assim, após ter descrito essas atividades, facilitou a compreensão do ramo de atuação da empresa em estudo. Com relação à pesquisa, pode-se detectar através da visão dos gerentes intermediários a questão da qualidade total na empresa, possibilitando analisar alguns requisitos essenciais para uma Gestão da Qualidade em uma organização que almeja alcançar uma certificação ISO 9001. Os gráficos possibilitaram uma visualização dos aspectos que exigem uma melhoria, sendo que o fator que mais chamou atenção foi o quesito: relacionamento técnico e comercial com o cliente. O mesmo apresentou um dos pontos mais críticos na organização, sendo que se trata de um requisito de grande importância direcionar a empresa à plena satisfação do cliente. Nesse contexto, sugere-se que a Rede de Postos Galo inicie por meio de uma sistemática bem definida de planejamento, com o apoio da alta direção, levantando todas as informações e recursos necessários, considerando principalmente a cultura organizacional e os aspectos relacionados à preparação, conscientização, mobilização e capacitação das pessoas envolvidas no processo a fim de obter maior envolvimento e comprometimento e conseguir sucesso na manutenção e melhoria do Sistema de Gestão da Qualidade para obtenção de uma certificação ISO 9001:2000. 62 Neste sentido, o objetivo principal deste trabalho foi realizar uma pesquisa com os gerentes da rede de Postos Galo sobre os requisitos necessários para uma certificação, baseado na norma ISO 9001:2000. Por meio do estudo realizado e dos resultados obtidos na pesquisa de campo, é possível concluir que, tanto o objetivo geral como os objetivos específicos foram alcançados. A partir deste estudo, pode-se sugerir algumas proposições para trabalhos futuros, tais como análises de métodos específicos para implantação de Sistemas de Gestão da Qualidade; identificação de possíveis oportunidades para aprimoramento e integração dos sistemas de gestão. 63 REFERÊNCIAS ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR ISO 9000: sistemas de gestão da qualidade – fundamentos e vocabulário. Rio de Janeiro, dez. 2000a. ______. NBR ISO 9001: sistema de gestão da qualidade – requisitos. Rio de Janeiro, dez 2000b. ALBRECHT, Karl. Revolução nos serviços: como as empresas podem revolucionar a maneira de tratar os seus clientes. 3. ed. São Paulo: Pioneira, 1992. CARLZON, Jan. A hora da verdade. 9. ed. Rio de Janeiro: COP, 1993. COBRA, Marcos & RANGEL, Alexandre. Serviços ao cliente – uma estratégia competitiva. São Paulo: Marcos Cobra, 1992. CROSBY, Philip B. Qualidade: falando sério. São Paulo: McGraw – Hill, 1990. DELARETTI FILHO, Osmário. As sete ferramentas do planejamento da qualidade. Minas Gerais: Fundação Cristiano Ottoni, Escola de engenharia da UFMG, 1996. DOUCHY, Jean-Marie. Em direção ao zero defeito na empresa: da qualidade total (TQC) aos círculos de qualidade. São Paulo: Atlas, 1992. FROMM, Bill. Os dez mandamentos das empresas e como desobedecê-los. São Paulo: Best Seller, 1990. GARVIN, David A. Gerenciando a qualidade: visão estratégica e competitiva. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1992. GIL, Antonio de Loureiro. Gestão da qualidade empresarial.São Paulo: Atlas, 1993. GIL, Antonio de Loureiro. Qualidade total nas organizações: indicadores de qualidade, gestão econômica da qualidade, sistemas especialistas de qualidade. São Paulo: Atlas, 1992. GOLDBARG, Mário César. Times: ferramenta eficaz para a qualidade total. 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Gerenciamento da qualidade total. São Paulo: Nobel, 1994. OLIVEIRA, Sidney Taylor. Ferramentas para o aprimoramento da qualidade. 2. ed. São Paulo: Pioneira, 1996. PALADINI, Edson Pacheco. Qualidade total na prática: implantação e avaliação de sistemas de qualidade total. São Paulo: Atlas, 1994. RANGEL, Alexandre. Momento da qualidade. São Paulo: Atlas, 1995. RODRIGUES, Marcos Vinicius Carvalho. Ações para a qualidade: GEIQ, gestão integrada para a qualidade: padrão seis sigma, classe mundial. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004. ROESCH, Sylvia Maria Azevedo. Projetos de estágio e de pesquisa em administração: guias para estágios, trabalhos de conclusão, dissertações e estudos de casos. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1996. SHIGUNOV NETO, Alexandre; CAMPOS, Letícia Mirella Fischer. Manual de gestão da qualidade aplicado aos cursos de graduação. Rio de Janeiro: Forense, 2004. 65 APÊNDICES 66 APÊNDICE A – PESQUISA REALIZADA COM A GERÊNCIA DOS POSTOS GALO PESQUISA COM A GERÊNCIA Este questionário faz parte de uma pesquisa que tem como objetivo a elaboração do Trabalho de Estágio Curricular, do Curso de Administração da UNIVALI/BIGUAÇU. Considerando que a empresa Postos Galo pretende alcançar uma certificação em relação à qualidade total, solicitamos que você responda este questionário dando sua opinião sobre as questões abaixo formuladas. Desde já agradecemos sua colaboração. 1. O atendimento aos requisitos da gestão da qualidade ressalta a importância, segundo a norma NBR ISO 9001, a satisfação dos clientes internos. Como você avalia o nível de motivação dos colaboradores? ( ( ( ( ) ) ) ) 2. Excelente Bom Satisfatório Ruim Em relação aos serviços oferecidos, como você avalia o planejamento, o desenvolvimento e os acompanhamentos necessários à adequada execução de um serviço? ( ( ( ( ) ) ) ) 3. Excelente Bom Satisfatório Ruim Em sua opinião o comprometimento dos prestadores de serviço para com o cliente encaixa-se em qual opção? ( ( ( ( ) ) ) ) Excelente Bom Satisfatório Ruim 67 4. A comunicação interna em uma organização, segundo a NBR ISO 9000, necessita que seja eficaz entre os vários níveis e funções. Qual sua opinião em relação à comunicação interna? ( ( ( ( ) ) ) ) 5. Excelente Bom Satisfatório Ruim E em relação à comunicação dos clientes internos para com os clientes externos, no que diz respeito a sugestões de melhorias, como você avalia o relacionamento técnico e comercial com o cliente externo? ( ( ( ( ) ) ) ) 6. Excelente Bom Satisfatório Ruim A infra-estrutura, no que diz respeito às instalações físicas, contribui essencialmente para obter a conformidade de um produto ou serviço. Quanto às instalações da empresa você avalia como: ( ( ( ( ) ) ) ) 7. Excelente Bom Satisfatório Ruim Em relação à infra-estrutura no quesito tecnologia, como você avalia a agilidade das informações através dos equipamentos de informática? ( ( ( ( 8. ) ) ) ) Excelente Bom Satisfatório Ruim É muito importante frisar, segundo a NBR ISO 9001, que a alta direção deve assegurar que os objetivos da qualidade sejam estabelecidos nas funções e nos níveis pertinentes da organização. Como você avalia o comprometimento da alta administração em relação ao processo de qualidade? 68 ( ( ( ( ) ) ) ) 9. Excelente Bom Satisfatório Ruim O desempenho do trabalho do pessoal influencia na qualidade do produto, que deve ser competente com base na educação, treinamento e experiência necessária. Como você percebe o nível de contratação dos prestadores de serviço? ( ( ( ( ) ) ) ) 10. Excelente Bom Satisfatório Ruim No que diz respeito aos equipamentos, ambiente, bem como, layout e condições de trabalho como você os avalia? ( ( ( ( 11. ) ) ) ) Excelente Bom Satisfatório Ruim Outros comentários, sugestões ou críticas: _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________