NOÇÕES SOBRE PROCESSOS QUÍMICOS (1) Atualização: 09 de agosto de 2007 1. Introdução 1.1 Primeiros Conceitos 1.1.1 Processos Químicos 1.1.2 Sistemas 1.1.3 Correntes (a) Correntes Típicas em Processos (b) Variáveis Características de Correntes 1.1.4 Equipamentos (a) Principais Equipamentos de Processos (b) Variáveis Características de Equipamentos 1.1.5 Representação de Processos (a) Fluxogramas (b) Modelos Matemáticos Desde que surgiu no mundo, o homem vive do que a natureza lhe oferece em termos de alimentação e material para a produção de objetos. Em algum momento ele começou a tomar consciência de algumas leis naturais e passou a criar dispositivos primitivos que lhe permitiam fazer uso desse conhecimento. Exemplos: alavanca, roldanas, rodas d'água, etc... Com a evolução humana surgiram a Ciência e a Tecnologia: Ciência: estudo sistemático da natureza Tecnologia: aplicação prática do conhecimento adquirido O homem tornou-se capaz de criar dispositivos cada vez mais sofisticados, explorando os diversos fenômenos naturais que aprendeu a observar e compreender. Fenômenos de natureza mecânica, química, eletro-eletrônica, nuclear e suas aplicações práticas: - mecânicos: veículos, grandes estruturas, máquinas complexas... - eletro-eletrônicos: geração e transmissão de energia, comunicações, eletrodomésticos, computadores, ... - químicos: combustíveis, plásticos, fertilizantes, produtos químicos de uso geral,... - nucleares: geração de energia O conhecimento dos fenômenos e o ensino das aplicações práticas começou a ser organizado e difundido através de Cursos Superiores, especializados de acordo com os fenômenos explorados Por exemplo, na Escola de Química, são ministrados quatro Cursos : - Engenharia Química - Engenharia de Alimentos - Engenharia de Bioprocessos - Química Industrial Esses Cursos estão voltados para o aproveitamento prático de uma classe de fenômenos que lhes são comuns: os fenômenos químicos, físico - químicos e bioquímicos. O resultado prático deste aproveitamento é a transformação de matérias primas em produtos químicos de interesse, em escala industrial. Essa transformação exige diversas etapas. O conjunto de etapas constitui o Processo Químico Matéria Prima Processo Químico Produto As etapas ocorrem fisicamente no interior dos equipamentos (reatores, separadores, bombas, trocadores de calor) O conjunto dos equipamentos interligados constitui a Planta Industrial. PLANTA INDUSTRIAL Instalação física onde ocorre o processo de transformação da matéria prima no produto de interesse. Processo Químico é um conceito abrangente Inclui todas as transformações químicas, sejam espontâneas, sejam resultantes da ação de catalisadores (processos catalíticos) ou de microrganismos (processos biotecnológicos) RECAPITULANDO Homem Consciência de leis naturais artefatos primitivos Ciência e Tecnologia dispositivos complexos No nosso caso: Processos Químicos Planta Industrial O Engenheiro Químico é o profissional responsável pelo estudo dos fenômenos e do aproveitamento dos mesmos em cada etapa do processo, bem como da combinação das etapas formando o processo completo. Matéria Prima Processo Químico Produto Ele é também o profissional responsável pela operação da planta industrial e pelo funcionamento rentável da Empresa. Como surgem um Processo Químico e uma Planta Industrial? Através de um Projeto PROJETO É o conjunto de ações desenvolvidas Desde A decisão de se produzir um determinado produto químico Até Um plano bem definido para a construção e a operação da instalação industrial. É um conjunto numeroso e diversificado de ações !!! Investigar disponibilidade de matéria prima Calcular o consumo de utilidades Investigar mercado para o produto Estabelecer o Definir o fluxograma número do processo e o tipo dos reatores Investigar Calcular a vazão das reagentes Estabelecer as correntes plausíveis Avaliar a condições lucratividade intermediárias da reação e subdo processo Definir o número e o produtos tipo de trocadores de Definir o número e calor Calcular as o tipo dos dimensões separadores Calcular o consumo dos equipamentos de Calcular o consumo Estabelecer insumos de malhas matéria prima de controle Para executar todas essas ações, o profissional necessita uma sólida formação que é fornecida pelos Cursos. Nesses Cursos, o conhecimento é organizado sob a forma de disciplinas logicamente concatenadas As disciplinas analisam os fenômenos envolvidos em cada etapa do processo e ensinam uma série de cálculos matemáticos, dos mais simples aos mais complexos. Esses cálculos incluem o consumo de matéria prima e de insumos, o tamanho dos equipamentos, os custos financeiros, etc. Investigar disponibilidade de matéria prima Calcular o consumo de utilidades Investigar mercado para o produto Estabelecer o Definir o fluxograma número do processo e o tipo dos reatores Investigar Calcular a vazão das reagentes Estabelecer as correntes plausíveis Avaliar a condições lucratividade intermediárias da reação e subdo processo Definir o número e o produtos tipo de trocadores de Definir o número e calor Calcular as o tipo dos dimensões separadores Calcular o consumo dos equipamentos de Calcular o consumo Estabelecer insumos de malhas matéria prima de controle Na base de todos esses cálculos se encontram os chamados balanços de massa e de energia. Sem eles os demais cálculos não podem ser efetuados. 1. Introdução 1.1 Primeiros Conceitos 1.1.1 Processos Químicos 1.1.2 Sistemas 1.1.3 Correntes (a) Correntes Típicas em Processos (b) Variáveis Características de Correntes 1.1.4 Equipamentos (a) Principais Equipamentos de Processos (b) Variáveis Características de Equipamentos 1.1.4 Representação de Processos (a) Fluxogramas (b) Modelos Matemáticos O trabalho do Engenheiro Químico ganha em eficiência quando ele enfoca o processo como um SISTEMA 1.1.2. SISTEMAS Denominação genérica aplicada a organismos, dispositivos ou instalações, com as seguintes características: (a) são conjuntos de elementos interdependentes (mediante conexões), cada um capaz de executar uma ação específica. 3 1 4 7 2 5 6 (b) a sua finalidade é executar uma ação complexa resultante da combinação das ações dos seus elementos (não há um elemento capaz de executar sozinho a ação desejada). SISTEMA: elementos, conexões, finalidade 3 1 4 7 2 5 6 Os elementos e as conexões tanto podem ser concretos como abstratos. A finalidade tanto pode ser estabelecida como apenas constatada pelo homem. Isso torna o sistema um conceito bastante abrangente. (Quase tudo no mundo é um sistema...) Processos Químicos como Sistemas 3 Matéria Prima 1 4 7 2 5 Produto 6 Os Processos Químicos podem ser considerados como um tipo particular de Sistema em que Os elementos são os equipamentos. As conexões são as correntes. A finalidade é a transformação de uma matéria prima num produto de interesse comercial, de forma econômica, segura, limpa e em escala industrial. ENGENHARIA DE SISTEMAS Campo do conhecimento que estuda Sistemas independentemente da natureza dos seus elementos. Desenvolve técnicas matemáticas poderosas de aplicação geral, a todos os ramos da Engenharia. ENGENHARIA QUÍMICA Sistema: instalação que transforma matérias primas em produtos. Vantagem em se tratar os Processos Químicos como Sistemas Usar as ferramentas da Engenharia de Sistemas para projetar e analisar os Processos Químicos maneira formal e eficiente (tempo e custos). A representação gráfica do sistema Processos Químico é chamada de Fluxograma constituído pelos equipamentos e pelas correntes Eis um fluxograma típico de um processo (A + B C) com impureza I B (I) B (I) B (I) A B (I) B (I) REATOR SEPARADOR C, B (I) C Conhecendo o Sistema Processo Químico 3 Matéria Prima 1 4 7 2 5 Produto 6 Conhecendo as conexões: correntes. Conhecendo os elementos: equipamentos. 1. Introdução 1.1 Primeiros Conceitos 1.1.1 Processos Químicos 1.1.2 Sistemas 1.1.3 Correntes (a) Correntes Típicas em Processos (b) Variáveis Características de Correntes 1.1.4 Equipamentos (a) Principais Equipamentos de Processos (b) Variáveis Características de Equipamentos 1.1.5 Representação de Processos (a) Fluxogramas (b) Modelos Matemáticos 1.2 Histórico da Engenharia Química 1.3 Dimensões e Unidades 1.4 Sistemas de Unidades 1.5 Principais Parâmetros na Descrição de Correntes de Processos 1.1.4 CORRENTES São substâncias em trânsito de um equipamento para outro ou entrando ou saindo do processo através de um duto (fluidos) ou de uma esteira (sólidos). As correntes são as conexões do sistema Processo Químico. 3 Matéria Prima 1 4 7 2 5 6 Produto (a) Correntes Típicas em Processos (A + B C) Conversão total de A e parcial de B Presença de impureza inerte I com B Reposição (“make up”) do reagente B B (I) Evita o acúmulo da impureza inerte I que "apaga" a reação (perda de B) B (I) Reciclo B (I) Reaproveitamento do reagente B não consumido B (I) Saída Alimentação A Purga REATOR SEPARADOR C, B (I) C As correntes são caracterizadas pelas propriedades físicas das suas substâncias. Mas a variável mais importante é a sua VAZÃO Vazão Quantidade de matéria transportada por unidade de tempo - Mássica - Por componente: fij = massa de i na corrente j/tempo [kg i/h] - Total: Fj = fij [kg/h] - Molar - Por componente: fij = mol de i na corrente j/tempo [kmol i/h] - Total: Fj = fij [kmol/h] - Volumétrica - Por componente: fij = volume de i na corrente j/tempo [m3 i/h] - Total: Fj = fij [m3/h] (b) Variáveis Características de Correntes Correntes são constituídas de substâncias puras ou de misturas. Variáveis características das substâncias - quantidade de matéria (armazenada, escoando, reagindo…), expressa em gmol, lbmol, g, kg, ton, lbm, slug… - estado físico: sólido, líquido, gás, vapor. - densidade: quantidade de matéria por unidade de volume ocupado, expressa em g/cm3, lbm/ft3, g/l, … - capacidade calorífica: quantidade de calor necessária para elevar a unidade de massa de um grau . Expressa em cal/g oC , BTU/lb oF - viscosidade: indicador da resistência ao escoamento, expressa em poise. - pressão e temperatura: afetam as propriedades físicas e a velocidade de reação. Densidade, Volume Específico, Densidade Relativa Densidade: quantidade de matéria por unidade de volume ocupado . Mássica () : g/cm3, lb/ft3, … Molar (mol) : gmol/cm3, lbmol/ft3… = (P, T) Variáveis características de misturas - frações - concentração - propriedades de misturas FRAÇÕES Fração mássica Para uma mistura de n componentes, cada um com a massa mi: - massa total: M = mi - fração mássica do componente i: xi = mi/M (adimensional) Pela definição de xi: xi = (mi/M) = (1/M) mi = 1 (!!!) Componente mi (kg) xi = mi/M Propano 5 0,10 Butano 15 0,3 Pentano 30 0,4 TOTAL 50 1,00 FRAÇÕES Fração molar Para uma mistura de n componentes, cada um com ni mol: - mol total: N = ni - fração molar do componente i: xi = ni/N (adimensional) Pela definição de xi: xi = (ni/N)= (1/N) ni= 1 Componente ni (kg) xi = ni/N Propano 5 0,10 Butano 15 0,3 Pentano 30 0,4 TOTAL 50 1,00 FRAÇÕES Fração volumétrica Para uma mistura de n componentes, cada um ocupando o volume vi : - volume total: V = vi - fração volumétrica do componente i: xi=vi/V (adimensional) Pela definição de vi: xi = (vi/V)= (1/V) vi= 1 Componente vi (kg) xi = vi/V Propano 5 0,10 Butano 15 0,30 Pentano 30 0,40 TOTAL 50 1,00 Exemplo: Mistura de O2, CO, CO2 e N2. (a) composição mássica ? (b) composição molar (c) massa molecular média ? Fração mássica O 2 CO CO N 2 2 m (g) i 16 x=m /m i i 0,16 4 0,04 17 63 m = 100 Fração molar M (g/gmol) i 32 n =m /M i i i 0,500 z =n /n i i 0,152 z M i i 4,86 28 0,143 0,044 1,23 0,17 44 0,386 0,118 5,19 0,63 28 2,250 0,686 19,21 n = 3,279 30,49 Concentração Representa a quantidade de um soluto por unidade de volume de um solvente ou da solução (mistura). - Mássica: massa de soluto/volume de solução [g/l,kg/m3,lb/ft3,… - Molar:mol de soluto/volume de solução [gmol/l, gmol/m3, lbmol/ft3 (molaridade) - Molalidade: mol de soluto/massa de solvente [gmol/kg] (pouco usada em engenharia) - Parte por milhão (ppm): uma parte do soluto por 1 milhão de partes do solvente. Usado para soluções muito diluídas. 1. Introdução 1.1 Primeiros Conceitos 1.1.1 Processos Químicos 1.1.2 Sistemas 1.1.3 Correntes (a) Correntes Típicas em Processos (b) Variáveis Características de Correntes 1.1.4 Equipamentos (a) Principais Equipamentos de Processos (b) Variáveis Características de Equipamentos 1.1.5 Representação de Processos (a) Fluxogramas (b) Modelos Matemáticos 1.2 Histórico da Engenharia Química 1.3 Dimensões e Unidades 1.4 Sistemas de Unidades 1.5 Principais Parâmetros na Descrição de Correntes de Processos 1.1.5 EQUIPAMENTOS São dispositivos especialmente concebidos para abrigar fenômenos naturais provocados intencionalmente e de forma controlada com alguma finalidade prática. Os equipamentos são os elementos do sistema processo químico. 3 Matéria Prima 1 4 7 2 5 6 Produto 5.1 Principais Equipamentos de Processos Operações Típicas Realizadas pelos Equipamentos Reação Separação Integração Material e Energética Controle Operações Típicas Realizadas pelos Equipamentos Reação: transformação química da matéria prima no produto. Realizada em diversos tipos de reatores. Separação: consiste em separar o produto principal da reação dos sub-produtos e de resíduos dos reagentes, bem como impurezas dos reagentes. Realizada em diversos tipos de separadores. Integração Material e Energética: Movimentação material de reagentes, produtos e subprodutos, executada por bombas, compressores e sistemas de tubulações. Fornecimento e remoção de energia dos equipamentos, executado por trocadores de calor, fornos e caldeiras. Controle: Manutenção do processo em condições operacionais estáveis e seguras, corrigindo perturbações, garantindo a qualidade do produto e a segurança da instalação. Executado por instrumentos de medição e controladores. Operações Típicas Realizadas pelos Equipamentos REAÇÃO Transformação química da matéria prima no produto. Realizada em diversos tipos de reatores. REATOR TANQUE AGITADO Operação em batelada ou contínua REATOR TUBULAR Operações Típicas Realizadas pelos Equipamentos SEPARAÇÃO Consiste em separar o produto principal da reação dos sub-produtos e de resíduos dos reagentes, bem como impurezas dos reagentes. Realizada em diversos tipos de separadores. TORRE DE DESTILAÇÃO Torre ou Coluna de Destilação Prato ou Bandeja Torre ou Coluna de Absorção EVAPORADOR EXTRATOR solução com soluto Tanque de Mistura solvente extrato = solvente + soluto Tanque de Decantação rafinado = solução “empobrecida” do soluto. Operações Típicas Realizadas pelos Equipamentos INTEGRAÇÃO MATERIAL E ENERGÉTICA Movimentação material de reagentes, produtos e sub-produtos, executada por bombas, compressores e sistemas de tubulações. Fornecimento e remoção de energia dos equipamentos, executado por trocadores de calor, fornos e caldeiras. BOMBA TROCADOR (PERMUTADOR) DE CALOR WF, TSF WQ, TEQ WQ, TSQ Corrente Quente Corrente Fria WF, TEF Tanque de Mistura Ponto de Mistura Bifurcação (b) Variáveis características de equipamentos - Relativas ao tamanho: - comprimento (de um tubo) - altura (de uma torre) - diâmetro (de um tanque esférico) - área superficial (de um tubo) - volume (de um tanque). - Relativas às condições de operação: - pressão - temperatura (no interior do equipamento). -Relativas ao consumo de energia: - potência: energia consumida por unidade de tempo para mover partes de equipamentos como bombas, compressores e agitadores. - Relativas ao número de itens: - número de estágios de uma coluna de destilação - número de equipamentos de uma bateria. 1. Introdução 1.1 Primeiros Conceitos 1.1.1 Processos Químicos 1.1.2 Sistemas 1.1.3 Correntes (a) Correntes Típicas em Processos (b) Variáveis Características de Correntes 1.1.4 Equipamentos (a) Principais Equipamentos de Processos (b) Variáveis Características de Equipamentos 1.1.5 Representação de Processos (a) Fluxogramas (b) Modelos Matemáticos 1.2 Histórico da Engenharia Química 1.3 Dimensões e Unidades 1.4 Sistemas de Unidades 1.5 Principais Parâmetros na Descrição de Correntes de Processos 1.1.6 REPRESENTAÇÃO DE PROCESSOS Processos podem ser representados de duas formas: fluxogramas e modelos matemáticos. Fluxograma Representação gráfica visual em que aparecem os equipamentos e as correntes do processo na seqüência do processamento. Modelo Matemático Representação matemática dos fenômenos que se passam nos equipamentos que permite obter informações de natureza quantitativa. Exemplo de Fluxograma Processo de recuperação do ácido benzóico de uma corrente aquosa diluída, por extração com benzeno (Rudd & Watson). A solução aquosa é alimentada a um extrator que recebe benzeno como solvente. O rafinado do extrator é descartado. O extrato é enviado a um evaporador onde é concentrado por evaporação do benzeno. O concentrado é o produto do processo. O benzeno evaporado é reciclado ao extrator, passando sucessivamente por um condensador, um resfriador e um misturador, onde recebe corrente de reposição (“make up”). Fluxograma do processo com as principais variáveis RESFRIADOR solvente 14 MISTURADOR W 14 T CONDENSADOR 12 14 W 12 T 9 12 13 W 13 T A r 9 10 W 10 T 13 A c W 5 5 T 10 11 W 11 T 15 W 15 T W 9 T 5 8 W 8 T água 11 água 8 15 V d 1 W1 T1 f11 x11 f31 alimentação 3 decantador bomba EXTRATOR A e 2 W2 T 2 f 12 f 32 rafinado W 3 T 3 f 13 f 23 extrato 7 W 7 T 7 condensado EVAPORADOR 6 W 6 T 6 vapor 4 W 4 T 4 f x 14 14 f 24 produto Modelo Matemático Representação matemática dos fenômenos que se passam nos equipamentos. Permite obter informações de natureza quantitativa (“bola de cristal)”. São sistemas de equações algébricas do tipo: f (x1, x2, …, xn) = 0 Exemplo de Modelo Matemático (Extrator do processo anterior) 01. 02. 03. 04. 05. 06. 07. 08. Balanço Material do Ácido Benzóico: f11 - f12 - f13 = 0 Balanço Material do Benzeno: W15 - f23 = 0 Balanço Material da Água: f31 - f32 = 0 Relação de Equilíbrio Líquido-Líquido: f13 - k (f23/f32) f12 = 0 Balanço de Energia: (f11 Cp1 + f31 Cp3) (T1 - T2) + W15 Cp2l (T15 - T2) = 0 Equilíbrio Térmico no Decantador: T2 - T3 = 0 Equação de Dimensionamento: Vd - (f11 /1 + W15/2 + f31/3) = 0 Fração Recuperada de Ácido Benzóico: r - f13/f11 = 0 Resultado do Dimensionamento Fornecido pelo Modelo Matemático W = 10800 kg/h 14 T = 25 C 14 14 MISTURADOR 15 T = 25 C 15 1 1 W = 64226 kg/h 12 T = 25 C 12 2 A = 243,3 m r RESFRIADOR 9 W = 244293 kg/h 9 T = 25 C 9 2 10 A = 81,6 m c W = 25950 kg/h 10 CONDENSADOR T = 80 C 10 W = 64226 kg/h W = 244293 kg/h T = 25 C 11 11 8 8 13 T = 15 C água T = 15 C água 11 8 13 W 13 = 25950 kg/h W = 36750 kg/h 15 W 12 =100000kg/h T = 25 C 1 x =0,02 11 f = 2000 kg/h 11 f = 98000 kg/h 31 alimentação V = 11760 l d W = 25950 kg/h 5 5 T = 80 C 5 EVAPORADOR 2 T = 25 C A= 96,6 m = 0 ,0833 h 3 3 e f = 1200 kg/h 13 20 HP r = 0,60 7 f = 36750 kg/h decantador 23 W = 6696 kg/h 7 extrato T = 150 C bomba 7 2 T 2 = 25 C 4 T 4 EXTRATOR x f = 800 kg/h 14 12 f f = 98000 kg/h 14 32 f raf inado 24 6 vapor W = 6696 kg/h 6 T = 150 C 6 = 80 C = 0,10 = 1200 kg/h = 10800 kg/h produto 1. Introdução 1.1 Primeiros Conceitos 1.1.1 Processos Químicos 1.1.2 Sistemas 1.1.3 Correntes (a) Correntes Típicas em Processos (b) Variáveis Características de Correntes 1.1.4 Equipamentos (a) Principais Equipamentos de Processos (b) Variáveis Características de Equipamentos 1.1.5 Representação de Processos (a) Fluxogramas (b) Modelos Matemáticos Quantidade de Matéria (mol) As substâncias existem sob a forma de moléculas. A quantidade de uma substância presente num recipiente ou participando de uma reação deve ser expressa pelo número de moléculas. Para lidar com grandes quantidades de moléculas, utiliza-se um “pacote” com um número de finito de moléculas, baseado no Número de Avogadro: 6,023x1023. No SI este “pacote” é o gmol e contem 6,023x1023 moléculas. 6,023x1023moléculas 1 gmol No Sistema Americano de Engenharia, este “pacote” é a lbmol e contem 454 x 6,023x1023 moléculas. Para converter o número de mol em massa, usa-se a massa molecular. Exemplo: massa molecular do NaOH é 40 g/gmol = 40 lb/lbmol NaOH 6,023x1023 moléculas (1 gmol)(40 g) Então: 10 gmol NaOH = 10 gmol x 40(g/gmol) = 400 g NaOH 200 g NaOH = 200 g x (1/40)(gmol/g) = 5 gmol Na OH Então: 10 lbmol NaOH = 10 lbmol x 40(lb/lbmol) = 400 lb NaOH 200 lb NaOH = 200 lb x (1/40)(lbmol/lb) = 5 lbmol Na OH Reações químicas são recombinações de moléculas H2 1 molécula 1 gmol 1,5 gmol + 1/2 O2 H2O 1/2 molécula 1 molécula 1/2 gmol 1 gmol 1 gmol O número total de mols não é conservado numa reação química Convertendo para massa 1 gmol x 2 g/gmol 1/2 gmol x 32 g/gmol 2g 16 g 18g 1 gmol x 18 g/gmol 18 g 18g A massa total é conservada numa reação química NOÇÕES SOBRE PROCESSOS QUÍMICOS (2) 19 de junho de 2013 2. BALANÇOS DE MASSA E DE ENERGIA SEM REAÇÃO QUÍMICA 2.1 Conceito de Balanço de Massa e de Energia 2.2 Algumas Definições Importantes 2.3 Equações Relacionadas aos Balanços de Massa 2.4 Componente Chave ou de Amarração 2.5 Escalonamento de um Processo Químico 2.6 Principais Equipamentos da Indústria Química 2.7 Balanços Envolvendo Unidades Múltiplas 2.8 Correntes Especiais em Processos 2. BALANÇOS DE MASSA E DE ENERGIA SEM REAÇÃO QUÍMICA 2.1 Conceito de Balanço de Massa e de Energia 2.2 Algumas Definições Importantes 2.3 Equações Relacionadas aos Balanços de Massa 2.4 Componente Chave ou de Amarração 2.5 Escalonamento de um Processo Químico 2.6 Principais Equipamentos da Indústria Química 2.7 Balanços Envolvendo Unidades Múltiplas 2.8 Correntes Especiais em Processos 2.1 Conceito de Balanço de Massa e de Energia Todo equipamento tem o seu comportamento regido por dois princípios básicos da natureza: Conservação de Massa e Conservação de Energia. Esses Princípios são também observados por processos completos, que são conjuntos de equipamentos. Resultam da observação da natureza e não são passíveis de dedução. Eles são traduzidos matematicamente pelas equações de Balanço de Massa e Balanço de Energia. Logo Balanço de Massa e Balanço de Energia são equações que traduzem matematicamente os Princípios de Conservação de Massa e Conservação de Energia. O balanço de massa faz parte do modelo de todo equipamento e de todo processo. O balanço de energia é incluído apenas quando efeitos térmicos se fazem presentes. Outras equações podem fazer parte do modelo matemático: - relações de equilíbrio de fase. - expressões para a estimativa de propriedades, taxas e coeficiente - equações de dimensionamento. - restrições nas correntes multicomponentes. Construção dos Balanços de Massa e de Energia SISTEMA Os Balanços de Massa e de Energia contabilizam a variação de massa e de energia no interior do sistema. A variação de massa e de energia ocorre em função de dois mecanismos: Fluxos e Reações Químicas. Fluxo Energia (condução) Fluxo Fluxo SISTEMA Massa Massa Reações Químicas Energia (convecção) Energia (convecção) Fluxos São responsáveis: - pela entrada e saída de matéria e de energia através das correntes (convecção). - pela entrada e saída de energia através das paredes (condução). Reações Químicas São responsáveis pelo aparecimento e desaparecimento de espécies químicas com ou sem liberação ou consumo de energia. Fluxo Energia (condução) Fluxo Fluxo SISTEMA Massa Massa Reações Químicas Energia (convecção) Energia (convecção) Esses dois mecanismos são contemplados nos Balanços Massa e de Energia Forma Geral do balanço da quantidade G (massa ou de energia): Taxa de Taxa de Taxa de Taxa de Taxa de Acumulação = Entrada - Saída + Geração - Consumo de G de G de G de G de G Reações Fluxos (Taxa: quantidade de G por unidade de tempo) Taxa de Taxa de Taxa de Taxa de Taxa de Acumulação = Entrada - Saída + Geração - Consumo de G de G de G de G de G Fluxos Reações Exemplo: balanço de massa para o reagente A num reator. V dC A dt = QC Ao QC A - V kCA Taxa de Taxa de Taxa de Taxa de Consumo Acumulação Entrada Saída de A 3 gmol / m 3 m (m3s-1)(gmol m-3) (m3)(s -1)(gmol m-3) s gmol s -1 gmol s -1 gmol s -1 2. BALANÇOS DE MASSA E DE ENERGIA SEM REAÇÃO QUÍMICA 2.1 Conceito de Balanço de Massa e de Energia 2.2 Algumas Definições Importantes 2.3 Equações Relacionadas aos Balanços de Massa 2.4 Componente Chave ou de Amarração 2.5 Escalonamento de um Processo Químico 2.6 Principais Equipamentos da Indústria Química 2.7 Balanços Envolvendo Unidades Múltiplas 2.8 Correntes Especiais em Processos 2.2 Algumas Definições Importantes (a) Tipos de Sistemas quanto aos Fluxos abertos, fechados e isolados. Fluxo Energia (condução) Fluxo Fluxo SISTEMA Massa Massa Reações Químicas Energia (convecção) Energia (convecção) Sistema Aberto ocorre entrada e saída de massa e de energia por convecção. Fluxo Energia (condução) SISTEMA Reações Químicas Sistema Fechado não há entrada e saída de massa nem de energia por convecção. SISTEMA Reações Químicas Sistema Isolado além de fechado, não há entrada e saída de energia por condução. 2.2 Algumas Definições Importantes (b) Regimes de Operação quanto aos Fluxos contínuo, batelada e semi-batelada. Operação em batelada O sistema é aberto para Ocorre o processamento. a retirada do produto. aberta fechada fechada O sistema é carregado e fechado. fechada fechada aberta Operação contínua Operação semi-contínua aberta aberta sistema permanece aberto para entrada e saída de massa. gás borbulhando sistema fechado para um componente e aberto para outro (borbulhamento de um gás num líquido). Taxa de Acumulação = de G Taxa de Taxa de Entrada Saída de G de G Fluxos Taxa de Taxa de + Geração - Consumo de G de G Reações (c ) Regimes de Operação quanto à Acumulação Regime transiente (partidas, paradas e perturbações na operação de equipamentos e processos, operação em batelada): taxa de acumulação positiva ou negativa equação diferencial: dC A V QCAo QCA VkC A dt Regime estabelecido (operação contínua): taxa de acumulação nula equação algébrica: Q CAo – Q CA – V k CA = 0 Períodos de Partida, Operação Normal e de Parada de um Processo y é altitude de um avião Decolagem y Velocidade de Cruzeiro transiente estabelecido dy/dt > 0 dy/dt = 0 t1 Aterrissagem transiente dy/dt < 0 t2 t Períodos de Partida, Operação Normal e de Parada de um Processo y é uma variável relevante no processo em operação y Partida Operação normal Parada transiente estabelecido transiente dy/dt > 0 dy/dt = 0 t1 dy/dt < 0 t2 t 2. BALANÇOS DE MASSA E DE ENERGIA SEM REAÇÃO QUÍMICA 2.1 Conceito de Balanço de Massa e de Energia 2.2 Algumas Definições Importantes 2.3 Equações Relacionadas aos Balanços de Massa 2.4 Componente Chave ou de Amarração 2.5 Escalonamento de um Processo Químico 2.6 Principais Equipamentos da Indústria Química 2.7 Balanços Envolvendo Unidades Múltiplas 2.8 Correntes Especiais em Processos 2. BALANÇOS DE MASSA E DE ENERGIA SEM REAÇÃO QUÍMICA 2.1 Conceito de Balanço de Massa e de Energia 2.2 Algumas Definições Importantes 2.3 Equações Relacionadas aos Balanços de Massa 2.4 Componente Chave ou de Amarração 2.5 Escalonamento de um Processo Químico 2.6 Principais Equipamentos da Indústria Química 2.7 Balanços Envolvendo Unidades Múltiplas 2.8 Correntes Especiais em Processos 2.6 PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS DA INDÚSTRIA QUÍMICA 2.6 PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS DA INDÚSTRIA QUÍMICA Para os principais equipamentos da indústria química, serão apresentados: - descrição resumida dos princípios de funcionamento. - formulação de balanços de massa e de energia. - formulação e resolução de problemas. TANQUE DE MISTURA (MISTURADOR) Duas substâncias puras (1 e 2) são introduzidas continuamente num tanque pelas correntes 1 e 2. A mistura que é removida continuamente pela corrente 3. Índices Variáveis i para as substâncias fij: vazão de i na corrente j. j para as correntes Fj: vazão total da corrente j. 1 F1 F2 2 F2 3 Tanque de Mistura 1 2 F1 3 F3 F3 f13 f23 f13 f23 Ponto de Mistura Encontro de tubulações 1 F1 Fluxograma F2 3 F3 f13 f23 O Modelo Matemático deve incluir: 2 - um balanço de massa para cada componente - um balanço de massa global - uma restrição para cada corrente multicomponente. Balanço de Massa Taxa de Taxa de Taxa de Entrada - Saída Acumulação = de G de G de G Fluxos Modelo Matemático 1. Balanço de Massa de (1): F1 - f13 = 0 2. Balanço de Massa de (2): F2 - f23 = 0 3. Balanço de Massa Global: F1 + F2 – F3 = 0 4. Restrição: f13 + f23 – F3 = 0 3 equações independentes !!! Problemas com referência explícita às concentrações Correntes Multicomponentes 1 F1 Fluxograma F2 3 2 F3 f13 x13 f23 x23 Uma corrente multicomponente é caracterizada pela sua composição, expressa em termos de frações mássicas ou molares. As definições das frações devem ser incorporadas ao modelo. Modelo Matemático 1. Balanço de massa global: F1 + F2 - F3 = 0 2. Balanço de Massa de (1): F1 - f13 = 0 3. Balanço de Massa de (2): F2 - f23 = 0 4. Restrição: f13 + f23 - F3 = 0 5. Definição: x13 - f13/F3 = 0 6. Definição: x23 - f23/F3 = 0 5 equações independentes !!! Formulação alternativa para os balanços por componentes Da definição de xij = fij / Fj fij Fj xij As equações podem se tornar não-lineares se Fj e xij não forem conhecidas. As 3 correntes são multicomponentes Problema 5 (dimensionamento: duas variáveis de saída são metas) O tanque é alimentado com duas misturas de água e etanol. Uma, com 80% de água e a outra com 40% de água. Qual deve ser a vazão de cada uma de modo a que se produzam 400 kg/h de uma mistura com 50% de água? Fluxograma 1 F1 F2 2 x12 = 0,40 f12 f22 x11 = 0,80 f11 f21 3 F3 = 400 kg/h x13= 0,50 f13 f23 Modelo Matemático (fij) 1. F1 + F2 - F3 = 0 2. f11 + f12 - f13 = 0 3. f21 + f22 - f23 = 0 4. f11 + f21 – F1 = 0 5. f12 + f22 - F2 = 0 6. f13 + f23 – F3 = 0 7. x11 - f11 / F1= 0 8. x12 - f12 / F2 = 0 9. x13 - f13 / F3 = 0 Balanço de Informação V = 12, N = 8!, E = 4, G = 0 EXTRATOR Equipamento da família dos Separadores. Consta de um tanque de mistura e de um tanque de decantação. Baseia-se na diferença de solubilidade de uma substância de interesse (soluto) em dois líquidos diferentes (original e solvente) de densidades diferentes. O soluto é mais facilmente separado do solvente. Procedimento A solução com o soluto e o solvente são alimentados a um tanque de mistura, onde se dá a transferência de massa (migração de parte do soluto para o solvente). Formam-se duas fases, de densidades diferentes, que são separadas num tanque de decantação (equilíbrio líquido-líquido). A fase de interesse, rica no solvente, é chamada de extrato. A outra fase, solução original empobrecida pela perda do soluto, é chamada de rafinado. F1 1 solução com x11 soluto x31 Fluxograma F2 2 solvente Admite-se que no decantador as duas fases líquidas se encontram em equilíbrio termodinâmico. No equilíbrio, as composições obedecem à relação de equilíbrio líquidolíquido. extrato 3 x13 - k x14 = 0 k: constante de equilíbrio Índices: 1 - soluto 2 - solvente 3 - água 4 rafinado F4 x14 x34 F3 x13 x23 x34 < x31 Fluxograma 1 F1 Modelo Matemático F2 x11 solução x31 c/ soluto 2 1. F1 + F2 - F3 - F4 = 0 2. F1x11 - F3 x13 - F4 x14 = 0 3. F1 x31 - F4 x34 = 0 4. F2 - F3 x23 = 0 5. x13 - k x14 = 0 6. x11 + x31 - 1 = 0 7. x13 + x23 - 1 = 0 Equação de 8. x14 + x34 - 1 = 0 equilíbrio solvente Nova extrato 3 F3 F4 4 rafinado k: constante de equilíbrio líquidolíquido x14 x34 x13 x23 Os dois tanques formam um sistema delimitado pela envoltória vermelha tracejada. A corrente que une os dois não está sendo objeto de análise. Fluxograma F1 = 100 kg/h 1 x11 = 0,02 f11 f31 F2 2 solvente Problema 7: Qual deve ser a vazão de benzeno a ser utilizada para tal fim e qual a concentração de ácido benzóico na corrente rica em benzeno (extrato) ? Qual a vazão das correntes de extrato e de rafinado? (k = 4) solução c/ soluto F3 f13 x13 f23 3 extrato 4 rafinado F4 x14 = 0,01 f14 f34 Balanço de Informação V = 13, N = 10!, E = 3, G = 0 ! Modelo Matemático (fij) 1. F1 + F2 - F3 - F4 = 0 2. f11 - f13 - f14 = 0 3. f31 - f34 = 0 4. F2 - f23 = 0 5. x13 - k x14 = 0 6. f11 + f31 - F1 = 0 7. f13 + f23 – F3 = 0 8. f14 + f34 – F4 = 0 9. x11 – f11/F1 = 0 10. x13 – f13/F3 = 0 11. x14 – f14/F4 = 0 TANQUE DE FLASH (Separador) Uma mistura líquida sofre uma vaporização parcial instantânea, formando-se duas fases: uma vapor e outra líquida. A fase vapor é mais rica no componente mais volátil (mais leve). A fase líquida é mais rica no componente menos volátil (mais pesado). 2 V y1 y2 vapor 1 F z1 válvula z2 3 L x1 x2 Admite-se que no tanque as duas fases se encontram em equilíbrio termodinâmico. No equilíbrio, as composições obedecem à relação de equilíbrio líquido-vapor. y1 – k1 x1 = 0 y2 – k2 x2 = 0 k1 , k2 : constantes de equilíbrio líquido TANQUE DE FLASH (Separador) 2 vapor 1 F válvula z1 z2 V y1 y2 3 L x1 x2 líquido Modelo Matemático 1. F - V - L = 0 2. F z1 - V y1 - L x1 = 0 3. F z2 - V y2 - L x2 = 0 4. y1 - k1 x1 = 0 5. y2 - k2 x2 = 0 6. z1 + z2 - 1 = 0 7. y1 + y2 - 1 = 0 8. x1 + x2 - 1 = 0 k1, k2: equilíbrio líquido-vapor BALANÇO DE ENERGIA Até então só foram apresentadas situações em que ocorrem apenas variações de composição. Os modelos matemáticos incluíram apenas balanços materiais. Agora, serão apresentadas situações em que ocorrem, também, variações de temperatura, provocando a necessidade de balanços de energia. ENTALPIA Ao contrário da Massa, a quantidade de Energia de um sistema não pode ser medida em termos absolutos. Temos que nos contentar em poder medir a variação de energia ocorrida quando um sistema passa de um estado para outro. Por exemplo, ao sofrer uma variação de temperatura. A Entalpia (H) é a função termodinâmica que expressa a diferença de conteúdo energético de uma substância entre a temperatura T e uma temperatura de referência To. T H J/gmol To A Entalpia pode ser calculada a partir do conhecimento da capacidade calorífica da substância Cp [=] J/gmol K: H = Cp (T - To) J/gmol A capacidade calorífica é função da temperatura: Cp = a + bT + cT2 + dT3 As constantes são tabeladas para cada substância. Para o etileno: a = 40,75 : b = 0,1147 : c = - 6,895 x 10-5 : d = 1,766 x 10-8 : T [=] oC A Entalpia também pode ser obtida de tabelas. Exemplo: entalpia do etileno (To = 273 K) T(K) H (J/gmol) 273 0 291 770 298 1.089 300 1.182 Fluxo Energia (condução) Fluxo Fluxo Massa Energia (convecção) SISTEMA Reações Químicas Massa Energia (convecção) Os dois mecanismos são contemplados nos Balanços Massa e de Energia Forma Geral do balanço da quantidade G (massa ou de energia): (Taxa: quantidade de G por unidade de tempo) Taxa de Acumulação = de G Taxa de Taxa de Taxa de Taxa de Entrada - Saída + Geração - Consumo de G de G de G de G Fluxos Reações Problema Um tanque sem qualquer isolamento térmico recebe uma corrente constituída de água com uma vazão de 100 kg/h a 20 oC. O tanque é dotado de uma resistência elétrica que fica imersa na massa líquida. Qual deve ser a potência (kw) a ser fornecida pela resistência para que a água deixe o tanque a 40 oC ? Cp = 1 kcal/kg oC (aproximação: constante). Admitir mistura perfeita: a temperatura da corrente de saída é a mesma do interior do tanque, que independe da posição. O meio ambiente se encontra a 25 oC Coeficiente global de transferência de calor: U = 100 kcal/h m2 oC Área superficial externa do tanque: 20 m2 Tanque sem Isolamento com Aquecimento Externo Fluxograma Modelo Matemático 1. F1 - F2 = 0 F1 = 100 kg/h 1 T1 = 20 oC 2. F1H1 - F2H2 + Qe - QT = 0 Ta = 25 oC 3. H1 = Cp (T1 - To) 4. H2 = Cp (T2 - To) 5. QT = UA(T2 - Ta) Qe ? QT To = T1 1. F1 - F2 = 0 2. - F2 Cp (T2 - T1) + Qe - UA(T2 - Ta) = 0 2 F2 T2 = 40 oC Resposta: Qe = 28.000 kcal/h = 32,2 kw (2,3 kw com isolamento) QT = 30.000 kcal/h TROCADOR (PERMUTADOR) DE CALOR WF, TSF WQ, TEQ WQ, TSQ Corrente Quente Corrente Fria WF, TEF O ajuste de temperatura é efetuado por Trocadores de Calor Oferta: Q = WQCpQ (TEQ - TSQ) Demanda: Q = WFCpF (TSF - TEF) WF, TSF 1 = TEQ - TFS “Approach” Carga Térmica do Trocador Q = Oferta = Demanda WQ, TEQ WQ, TSQ Corrente Quente Área de Troca Térmica Q A U ml 1 2 ml 1 ln 2 Corrente Fria 2 = TSQ - TEF “Approach” WF, TEF Q - WQCpQ (TEQ - TSQ) = 0 Q - WFCpF (TSF - TEF) = 0 Q – U A ml = 0 WF, TSF 1 2 ml 1 ln 2 WQ, TEQ WQ, TSQ Corrente Quente Corrente Fria WF, TEF NOÇÕES SOBRE PROCESSOS QUÍMICOS (3) 19 de junho de 2013 3. Balanços de Massa e de Energia na Presença de Reações Químicas 3.1 Revisão 3.2 Alguns Conceitos Utilizados em Cinética Química 3.3 Balanços de Massa 3. Balanços de Massa e de Energia na Presença de Reações Químicas 3.1 Revisão 3.2 Alguns Conceitos Utilizados em Cinética Química 3.3 Balanços de Massa Estequiometria Estudo das proporções em que as substâncias reagem Equação Química 1 A1 + 2 A2 3 A3 + 4 A4 i = coeficientes estequiométricos reagentes: negativos produtos: positivos Exemplo 2 SO2 + O2 2 SO3 1= -2 2= -1 3= +2 Exemplo 2 SO2 + O2 2 SO3 Conservação de Átomos Átomos não são criados ou eliminados numa reação química. Logo, para que a equação esteja correta, o número de átomos de cada elemento deve ser igual nos dois lados da equação: 2 SO2 + O2 2 SO3 2S 2S 6O 6O Multiplicação por um mesmo Fator Como os coeficientes estequiométricos indicam apenas a proporção em que as moléculas reagem, a equação não é alterada se todos forem multiplicados por um mesmo fator. Exemplo: 4 SO2 + 2 O2 4 SO3 ( x 2) Quantidade de Matéria (mol) As substâncias existem sob a forma de moléculas. A quantidade de uma substância presente num recipiente ou participando de uma reação deve ser expressa pelo número de moléculas. Para lidar com grandes quantidades de moléculas, utiliza-se um “pacote” com um número de finito de moléculas, baseado no Número de Avogadro: 6,023x1023. No SI este “pacote” é o gmol e contem 6,023x1023 moléculas. 6,023x1023moléc ulas 1 gmol No Sistema Americano de Engenharia, este “pacote” é a lbmol e contem 454 x 6,023x1023 moléculas. Para converter o número de mol em massa, usa-se o massa molar. Exemplo: massa molar do NaOH é 40 g/gmol = 40 lb/lbmol NaOH 6,023x1023 moléculas 1 gmol 40 g Então: 10 gmol NaOH = 10 gmol x 40(g/gmol) = 400 g NaOH 200 g NaOH = 200 g x (1/40)(gmol/g) = 5 gmol Na OH Então: 10 lbmol NaOH = 10 lbmol x 40(lb/lbmol) = 400 lb NaOH 200 lb NaOH = 200 lb x (1/40)(lbmol/lb) = 5 lbmol Na OH Reações químicas são recombinações de moléculas 2 SO2 2 moléculas 2 x 6,023x1023 moléculas 2 gmol + 1 O2 1 molécula 1 x 6,023x1023 moléculas 1 gmol 3 gmol 2 SO3 2 moléculas 2 x 6,023x1023 moléculas 2 gmol 2 gmol Número total de mols não é conservado numa reação química 2 gmol 1 gmol 3 gmol 2 gmol 2 gmol Número total de mols não é conservado numa reação química Convertendo para massa 2 gmol x 64 g/gmol 128 g 1 gmol x 32 g/gmol 32 g 160g 2 gmol x 80 g/gmol 160 g 160g Massa total é conservada numa reação química 3. Balanços de Massa e de Energia na Presença de Reações Químicas 3.1 Revisão 3.2 Alguns Conceitos Utilizados em Cinética Química 3.3 Balanços de Massa Reagente Limitante e Reagentes em Excesso A denominação só tem sentido quando os reagentes são adicionados em quantidades não estequiométricas. Reagente Limitante: é aquele se esgota primeiro numa reação. Reagentes em Excesso: são os demais reagentes da reação. Exemplo: 2 SO2 + O2 2 SO3 - se forem adicionados 150 gmol de SO2 e 75 gmol de O2, não há reagente limitante e, por conseguinte, nem em excesso. - se forem adicionados 150 gmol de SO2 e 100 gmol de O2, o SO2 será o reagente limitante e haverá um excesso de 25 gmol de O2. Percentual em Excesso de um Reagente Há ocasiões em que é necessário que um determinado reagente esteja presente numa quantidade superior à estequiométrica. Por exemplo: para garantir a conversão completa do outro reagente ou para minimizar o aparecimento de um sub-produto indesejável. Fração em excesso = mol em excesso/mol estequiométrico % excesso = 100 x fração em excesso Exemplo: 2 SO2 + O2 2 SO3 Se forem adicionados 150 gmol de SO2 e 100 gmol de O2, o SO2 será o reagente limitante e haverá um excesso de 25 gmol de O2. Fração em excesso = 25 / 75 = 0,3333 % excesso = 100 x 0,3333 = 33,33 % Fração Convertida É a fração da quantidade alimentada de um reagente convertida no produto Fração convertida = mol reagido / mol alimentado Em regime estabelecido: mol reagido = mol na entrada - mol na saída Fração convertida = (mol na entrada - mol na saída) / mol na entrada Conversão Percentual É a Fração Convertida expressa em percentual. Conversão % = 100 x fração convertida Exemplo (pg. 95): acrilonitrila a partir de amônia 1 f11 = 10kmol f21 = 12kmol f31 = 16,38kmol f41 = 61,82kmol C3H6 + NH3 + 1,5 O2 C3H3N + 3 H2O 2 3 4 5 F1 = 100 (N2) 6 F2 REATOR x11 = 0,10 x21 = 0,12(0,10 estequiométrico) x31 = 0,78 x 0,21 = 0,1638(0,15 estequiométrico) x41 = 0,78 x 0,79 = 0,6162(inerte) (a) Reagente Limitante? Em Excesso? Limitante: C3H6 NH3: excesso de 0,12/0,10 = 1,2 20% O2: excesso de 0,1638/0,15 = 1,092 9,2% (b) Conversão 30% Produção de C3H3N ? f42 = (0,3)(0,10)F1 F1 = 100 kmol f42 = 3 kmol x11 = x22 = x32 = x42 = x52 = x62 = f12 = 7 f22 = 9 f32 =16,38-4,5= 11,88 f42 = 3 f52 = 9 f62 = 61,62 Grau de Completação Fatores, como misturação imperfeita no tanque, impedem a conversão completa do Regente Limite. Grau de Completação = percentual do Reagente Limite que reage. Seletividade Seletividade = mol do produto desejado / mol produto indesejado Rendimento Rendimento(al) = mol produto desejado / mol alimentado reagente limitante Rendimento(con) = mol produto desejado / mol consumidos reagente limitante C 2H 6 C 2H 4 + H 2 1 2 3 C2H6 + H2 2 CH4 1 3 4 F1 = 100 kmol/h f11 = 85 kmol/h f51 = 15 kmol/h (inerte) Exemplo pg.99 F2 = 140 kmol/h REATOR f11 = 42,42 kmol/h f22 = 40,04 kmol/h f32 = 37,52 kmol/h f42 = 5,04 kmol/h f52 = 15 kmol/h (inerte) (a) Conversão de C2H6? (85 - 42,42)/85 0,501 50,1% (b) Rendimento (con) 40,04/85 0,471 47,1% (c) Seletividade C2H4/CH4 40,04/5,04 = 7,94 3. Balanços de Massa e de Energia na Presença de Reações Químicas 3.1 Revisão 3.2 Alguns Conceitos Utilizados em Cinética Química 3.3 Balanços de Massa REATORES O reator é o coração de um processo químico. É no seu interior que os reagentes se transformam nos produtos desejados. Tipos mais comuns de reatores: - Tanque de mistura - Tubular Nesta disciplina será abordado apenas o tanque de mistura em regime estabelecido. Fluxograma 1 F1 F2 2 Reação 1 A1 + 2 A2 3 A3 + 4 A4 Grau de Avanço da Reação F2 – f23 = (2/1) (F1 – f13) Em geral, para todo componente i: 3 Fi – fi3 = (i/1) (F1 – f13) f13 f23 f33 f43 F3 (F1 – f13)/ 1 = (Fi – fi3)/ i = .... = = grau de avanço da reação. (independe do componente ) Fluxograma 1 F1 F2 2 Reação 1 A1 + 2 A2 3 A3 + 4 A4 Modelo Matemático 3 f13 f23 f33 f43 F3 1. F1 - f13 + 1 = 0 2. F2 - f23 + 2 = 0 3. - f33 + 3 = 0 4. - f43 + 4 = 0 5. F3 - (f13+f23+f33+f43) = 0 6. - (F1 - f13)/F1 = 0 7. F2 – (1 + e) (2/1) F1 = grau de avanço da reação e = fração em excesso = fração convertida Processos com Reciclo Problema Desidrogenação do Propano C3H8 C3H6 + H2 (1) (2) (3) Uma corrente com 100 kmol/h de propano sofre um processo de desidrogenação formando propeno. O efluente do reator segue para um separador do qual saem duas correntes. Uma, que é o produto do processo, contem os três participantes da reação. A outra, contendo propano e propeno, é reciclada e misturada à corrente de alimentação do propano. Informações relevantes: - 0,5% do propano não reagido se perde na corrente de produto. - a corrente de produto contem 95% do propeno formado no reator. - a conversão global do processo é 95%. Calcular a produção de propeno, a composição da corrente de produto e a conversão por passo no reator Fluxograma f14 f24 F1 = 100 kmol/h C3H8 C3H6 + H2 (1) (2) (3) recicl o Reator Separado f12 f13 f15 r f22 f23 f25 Modelo Matemático f33 f35 Reator 1. f12 – f13 - = 0 Adicionais - 0,5% do propano não reagido se 2. f22 - f23 + = 0 9. g = (F1 – f15)/F1 perde na corrente de produto. 3. - f33 + = 0 10. p = (f12 – f13)/f12 - a corrente de produto contem 95% do Separador 11. f15 = 0,005 f13 propeno formado no reator. 4. f13 – f14 - f15 = 0 12. f25 = 0,95 f23 - a conversão global do processo é 5. f23 – f24 – f25 = 0 95%. 6. f33 – f35 = 0 p: conversão por passo Misturador g: conversão global 7. 100 + f14 - f12 = 0 8. f24 – f22 = 0 Balanço de Informação: V = 14 : N = 12 : E = 2 : G = 0 ! Tanque Isolado com Reação A+BC (1) (2) (3) Fluxograma F1 = 100 kg/h T1 = 20 oC F2 T2 = 30 oC 1 2 Modelo Matemático 1. F1 - = 0 2. F2 - = 0 3. – f33 + = 0 4. F1H1 + F2H2 –f33H3 + = 0 : calor de reação (kcal/kmol) 3 f13 f23 T3 5. H1 = Cp (T1 - To) 6. H2 = Cp (T2 - To) 7. H3 = Cp (T3 - To) To = T1