Positivo vai cortar custos para enfrentar novo ICMS Página 1 de 2 Positivo vai cortar custos para enfrentar novo ICMS Josette Goulart. de São Paulo 07/01/2008 A Positivo Informática prepara seu contra-ataque para não perder mercado em São Paulo e manter sua liderança na venda de computadores no país, mesmo com a revogação de dispositivos da lei de ICMS paulista que davam vantagem competitiva à empresa no Estado. O vice-presidente financeiro e diretor de relação com investidores da Positivo, Lucas Guimarães, disse ao Valor que a empresa vai cortar custos e não descarta até mesmo a possibilidade de transferir parte da produção de computadores, hoje no Paraná, para Estados onde já possui fábricas e onde o ICMS é zero. Hoje o Paraná, conforme explica Guimarães, cobra uma alíquota efetiva de ICMS de 3% para bens de informática. Na Bahia e no Amazonas, essa alíquota é zero. Como cada Estado cobra seu próprio ICMS, a regra nacional diz que as empresas compradoras, como as varejistas, por exemplo, podem se creditar da alíquota interestadual estabelecida em 12% para os Estados do Sul e Sudeste. Algumas distorções acabam acontecendo quando a empresa vendedora está instalada em Estados com benefícios fiscais. Era o que estava acontecendo no caso dos computadores. Ao comprar produtos da Positivo, as varejistas podiam se creditar de 12% de ICMS, mas a alíquota interna paulista é 7%. Assim havia um ganho de 5 pontos percentuais na compra feita à Positivo em detrimento da indústria paulista. Guimarães explica que, na prática, a vantagem competitiva da empresa não é de cinco, mas somente de dois pontos percentuais, já que no Paraná paga-se efetivamente 3% de imposto. "E não podemos esquecer que a empresa tem custo com frete maior do que as empresas paulistas", afirma. A Positivo é hoje a maior fabricante de computadores do país e metade da sua produção é vendida em São Paulo. Em função disto os investidores reagiram mal às notícias do fim da vantagem fiscal que a empresa tinha ao vender para o Estado. Somente nos três primeiros dias do ano a queda acumulada dos papéis na Bolsa de Valores de São Paulo já ultrapassa 15%. Por ser a líder, a empresa acaba sendo a mais visada pelos concorrentes. Ao perceber a vantagem fiscal da Positivo, a indústria paulista começou a pressionar o governo do Estado e algumas empresas ameaçaram deixar São Paulo rumo ao Paraná. O governo estadual cedeu à pressão e revogou os dispositivos da lei do ICMS que davam vantagem a empresas de outros Estados e agora alinhava um decreto para restaurar benefícios fiscais somente para a indústria local. A revogação só terá validade após o mês de março, quando termina o prazo de 90 dias para a entrada em vigor da majoração de imposto estabelecido pelo Código Tributário Nacional (CTN). http://www.valoronline.com.br/valoreconomico/285/legislacaoetributos/legislacaoetribut. .. 7/1/2008