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Edições Anteriores: 22/08/2005 - n° 1329
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Apesar da burocracia, CBA persiste na adoção do Obelisco da Memória
Edição n° 1329
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De São Paulo
Resgatar patrimônios culturais é um investimento que
entrou no roteiro de prioridades das empresas. "Isso
cria um mercado voltado à cultura que rende divisas
para a cidade", diz Paulo Solana, presidente do Museu
a Céu Aberto, organização social que elabora projetos,
enfrenta os trâmites burocráticos nas diversas
instâncias do poder público e facilita parcerias para o
restauro de monumentos. Solana acredita que o
resgate de obras públicas também chama a atenção do
turista de negócios. "O cidadão que vem a São Paulo a
trabalho e se encontra motivo para ficar, pelo menos,
um dia a mais no final de semana, isso representa uma
fábula de dinheiro", diz Solana. "A cidade precisa
oferecer opções culturais, além de comerciais, para
conquistar esse turista".
O centro velho de São Paulo, considerado um dos
locais mais carentes de restauração e manutenção,
começa a ganhar o interesse das empresas que
mantém seus escritórios há décadas na mesma
localidade. O mais recente sítio histórico que vem
merecendo restauração é o mais antigo da cidade: o
Obelisco da Memória, de 1814. Localizado na Rua
Xavier de Toledo, do lado direito de quem caminha em
direção ao Teatro Municipal, o Largo da Memória era o
cenário das grandes vendas por atacado no século 17,
quando São Paulo ainda era uma província. Naquele
local se reuniam os tropeiros que, vindos de vários
pontos do Estado, saíam carregados de mercadorias e
tomavam o rumo das diversas estradas que levavam
ao interior.
Foto: Pio Figueiroa/Valor
Busca avançada
Ermírio de Moraes: "Levamos
sete meses para ter
aprovação da Prefeitura"
A reconstituição do Obelisco da Memória está a cargo
da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), do Grupo Votorantim. "Há tantos monumentos
à espera de revitalização em São Paulo que não é difícil escolher", diz Antônio Ermírio de
Moraes, da CBA, que se decidiu pelo obelisco justamente por ser o monumento mais antigo
da cidade. O grande problema na adoção de obras públicas, diz ele, é o processo
burocrático: "Levamos em torno de sete meses para obter a aprovação da prefeitura".
A restauração do Obelisco da Memória faz parte do programa Adote uma Obra de Arte e é
uma parceria entre a CBA e o Departamento do Patrimônio Histórico Municipal. A
reconstituição está sendo conduzida pela Alter Market. "Não é um custo muito alto, se
levarmos em conta a importância que isso tem para a preservação de um monumento como
esse para a cidade de São Paulo", diz Antônio Ermírio.
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Expediente
Com o resgate do obelisco, que deve ser entregue até o final do ano, Paulo Solana, do
Museu a Céu Aberto, acredita que o centro de São Paulo entra definitivamente na agenda da
restauração patrocinada com investimentos privados. (S.T.)
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