ANÁLISE
DISCRIMINANTE
LIG, 13 de novembro de 2008
Duas populações normais,
covariâncias desiguais
f1 ( x)  1 

f 2 ( x)   2 
-1/2


 1

exp - ( x   )T 11 ( x   )  ( x   )T  21 ( x   ) 
1
1
2
2
 2

Tomando-se o logaritmo da expressão acima obtemos:
 C12 2 
1  1  1
T 1
T 1

R1 :  ln
 ( x   1 ) 1 ( x   1 )  ( x   2 )  2 ( x   2 )  ln 

2  2  2
 C211 


Covariâncias desiguais

Rearrumando os termos da equação anterior, obtém-se:
R1 : 


C  
1 T 1
x 0 1   21 x 0  (  T 1-1   T  -21 ) x 0  k  ln  12 2 
1
2
2
 C 211 

1  1
T -1
T -1
com k 
ln
  1     2  
1
1
2
2
2   2

Observe que quando Σ1= Σ2 , o termo quadrático
na equação acima se anula e as regiões obtidas
reduzem-se às regiões obtidas anteriormente.
Covariâncias desiguais

Na prática, a regra de classificação obtida é
implementada substituindo-se os parâmetros
populacionais pelas suas respectivas estimativas
x1 , x2 , S1 e S 2

Assim, a regra de classificação quadrática
estimada é alocar x0 à 1 se


 C12 2 
1 T 1
1
T -1
T -1
ˆ

R1 :  x 0 S1  S 2 x 0  ( x1 S1  x2 S 2 ) x 0  k  ln 
2
 C211 

1  S1
T -1
T -1
ˆ
com k 
ln
 x1 1 x1  x2  2 x2 

2  S 2

Comentários


1.
2.
A classificação com funções quadráticas é bastante complicada
em mais de duas dimensões, e pode levar a alguns resultados
estranhos. Isto é particularmente verdadeiro quando a suposição
de normalidade multivariada é violada.
Se os dados não são normais multivariados, duas alternativas
para contornar este fato são dadas a seguir.
transformar os dados para dados aproximadamente normais e
realizar um teste para verificar a igualdade ou não das estruturas
de covariância;
usar uma regra de classificação linear (ou quadrática) sem se
preocupar com a forma da distribuição populacional e esperar
que elas funcionem razoavelmente bem. O procedimento de
Fisher, por exemplo, não depende da forma das populações,
exceto pela suposição de covariâncias iguais.
Comentários




Krzanowski (1977) e Lachenbruch (1975) mostraram que
existem casos não-normais para os quais a função discriminante
linear de Fisher tem uma performance ruim, apesar das matrizes
de covariância populacionais serem idênticas.
O conselho deixado aqui é sempre verificar a performance de
qualquer procedimento de classificação.
Isto deve ser feito pelo menos com os conjuntos de dados
usados para construir o procedimento.
O ideal é que exista uma disponibilidade de dados suficiente, de
forma a fornecer amostras de treinamento (aprendizagem) e
amostras de validação. As primeiras são usadas para construir a
função de classificação e as outras, para avaliar a performance
da função de classificação.
Exemplo no R



dados=read.table(“http://www.im.ufrj.br//~flavia/mad484/testeqda.txt,header=T)
plot(dados[1:30,1],dados[1:30,2],xlim=c(-3,5),ylim=c(-3,5),xlab=“x1”,ylab=“x2”)
points(dados[31:60,1],dados[31:60,2],col=“red”)
Exemplo: continuação
Resultado das classificações sob qda.
Alocada Alocada Total
em 1
em 2
Obs. de 31
1
19
50
Obs. de 8
2
42
50
Total
61
100
39
Exemplo: continuação
Comparando com o resultado via lda.
Alocada Alocada Total
em 1
em 2
Obs. de 32
1
18
50
Obs. de 11
2
39
50
Total
57
100
43
Avaliação das funções de classificação






Uma forma de julgar a performance de qualquer procedimento é
calcular suas “taxas de erro”, ou probabilidades de classificação
incorreta.
Quando as formas das distribuições populacionais são
conhecidas, as probabilidades de classificação incorreta podem
ser calculadas com certa facilidade.
Como as formas de tais distribuições são raramente conhecidas,
vamos nos concentrar nas taxas de erro associadas à função de
classificação.
Uma vez que a função de classificação é construída, uma medida
de sua performance em amostras futuras será de interesse.
Vimos que a probabilidade total de classificação incorreta é dada
por PTCI= 1 p21 + 2 p 12 .
O menor valor desta probabilidade, obtido por uma escolha
criteriosa de R1 e R2 é chamado Taxa de Erro Ótima (TEO).




TEO  min{R1 , R2 } 1  f1 ( x)d x   2  f 2 ( x)d x 


R1
 R2

Exemplo:
Suponha num dado problema de classificação que as
duas populações sejam normais com covariâncias
iguais e médias μ1 e μ2.
Além disso, suponha probabilidades de incidência a
priori iguais e custos de classificação incorreta iguais.
Neste caso, a regra da PTCI mínima é alocar x0 à 1 se
1
R1 : (   )T  1 x 0  (   )T  1 (   )  0.
1
2
2
1
2
2 1
Essa região pode ser expressa em termos da variável Y definida por
Y  (  1   2 )T  1 X  a X talque
T
1 T
R1 : Y  a (  1   2 )
2
Exemplo: continuação

Se, de fato, os dados são normais, teremos que




Y |  1 ~ N 1Y ,  Y2 e Y |  2 ~ N 2Y ,  Y2 com
1Y  aT  1 ,  2Y  aT  2 e  Y2  aT a  2
Neste caso, PTCI=(p12+p21)/2. Mas,
1


p21  P Y  (  1   2 )T  1 (  1   2 )  
2


1


(  1   2 )T  1 (  1   2 )  (  1   2 )T  1  1 
Y  
1Y

 P
2

 Y





1 

 2 

 
 P Z  2      
 

 2




Exemplo: continuação
1


p12  P Y  (  1   2 )T  1 (  1   2 )  
2


1


(  1   2 )T  1 (  1   2 )  (  1   2 )T  1  2 
Y  
2Y

 P
2




Y




1 2

 


 
 P Z  2   1         
 

2
 2







Assim, temos, TEO=(-/2).
2=2,56, então TEO=0,2119.
Ou seja, a regra de classificação alocará incorretamente a
uma população ou outra cerca de 21% dos objetos, se a
distância quadrada entre as duas populações for igual a
2,56.
f1 ( y )
f 2 ( y)
p12
 2Y
2
2
p21
2 1Y
2
Comentários



Em geral, os parâmetros μ1, μ2 e  são desconhecidos e
devem ser estimados.
Neste caso a avaliação da taxa de erro não é imediata.
A performance das funções de classificação amostrais pode,
em princípio, ser avaliada calculando-se a Taxa de Erro
Real (TER) definida por
TER  1  f1 ( x)d x   2  f 2 ( x)d x
Rˆ 2

Rˆ1
Os domínios de integração representam as regiões de
classificação determinadas a partir das amostras de
tamanhos n1 e n2.
Comentários



A “TER” indica como a função de classificação se comportará em
amostras futuras.
Assim como a “TEO”, ela não pode, em geral, ser calculada, pois
depende das densidades desconhecidas. Porém, uma estimativa
de uma quantidade relacionada à “TER” pode ser calculada, e
esta estimativa será apresentada adiante.
Uma medida de performance que não depende da forma das
distribuições populacionais e que pode ser calculada para
qualquer procedimento de classificação é chamada de taxa de
erro aparente (TEA), e é definida como a fração das observações
na amostra de treinamento que são incorretamente classificadas
pela função de classificação amostral.
Comentários


Sendo n1 e n2 e os tamanhos das duas amostras,
sejam n1c o número de objetos de 1 classificados
corretamente e n1m = n1 - n1c o número de objetos de
1 classificados incorretamente e,
sejam n2c o número de objetos de 2 classificados
corretamente e n2m = n2 - n2c o número de objetos de
2 classificados incorretamente.
TEA 
n1m  n2 m
n1  n2
Comentários



A TEA é uma medida intuitiva e fácil de calcular. Porém,
ela tende a subestimar a “TER” e este problema persiste
a não ser que n1 e n2 e sejam muito grandes.
Essencialmente, esta estimativa otimista ocorre porque
os dados usados para construir a função de
classificação são também usados para avaliá-la.
Estimativas de taxas de erro melhores que a TEA
podem ser construídas mantendo-se uma relativa
facilidade de cálculo e não exigindo suposições sobre a
forma das distribuições populacionais.
Comentários



1.
2.
Um procedimento é dividir a amostra total em uma amostra de
treinamento e uma amostra de validação.
A taxa de erro é determinada pela proporção de itens classificados
incorretamente na amostra de validação.
Apesar deste método superar o problema do viés de estimação por
não usar os mesmos dados usados na construção da função de
classificação ele apresenta duas desvantagens, a saber,
requer grandes amostras;
a função avaliada não é a função de interesse. (No final, quase
toda observação deve ser usada para construir a função de
classificação. Caso contrário, pode-se estar perdendo informação.)
Outra abordagem

1.
2.
3.
4.
Uma segunda abordagem que parece funcionar bem é chamada
procedimento “holdout” (deixar de fora) de Lachenbruch (1968) que
equivale a um tipo de validação cruzada:
Comece com as observações de 1. Omita uma observação deste
grupo e desenvolva uma função de classificação baseada nas
n1 + n2 -1 observações restantes.
Classifique a observação deixada de fora usando a função obtida
em 1.
Repita os passos 1 e 2 até que todas as observações de 1 sejam
classificadas.
Repita os passos 1, 2 e 3 para as observações 2.
Outra abordagem



Sejam n1M(H) - o número de observações deixadas de fora em 1
classificadas incorretamente, e
n2M(H) - o número de observações deixadas de fora em 2
classificadas incorretamente.
As estimativas das probabilidades de classificação incorreta são
dadas por:
n1(MH )
n2( HM)
pˆ 21 
e pˆ 12 
e a proporçãode classificação incorretaé
n1
n2
n1(MH )  n2( HM)
é para amostrasmoderadasuma estimativanão tendenciosa da taxa
n1  n2
de erro real esperada.
Comentário


Para terminar, deve ser intuitivamente claro
que uma regra de classificação boa (baixas
taxas de erro) dependerá da “separação”
entre as populações.
Quanto mais separadas, mais provavelmente
uma classificação útil será obtida.
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Covariâncias desiguais