Programa Criança que Chia
Laura Maria de Lima Belizário Facury Lasmar
Professora Adjunta Departamento de Pediatria UFMG
Programa Criança que Chia : um pouco da história...
1994
2008
20.000 beneficiários
 80% internações
1994
Tratamento ineficaz, centrado na
urgência, excesso de
hospitalizações
Reorganização da assistência
Capacitação equipes
Disponibilização de corticóides e
B2 de curta inalatórios
2008
Novos desafios
Asma de difícil controle,
adesão, capacitação de
equipes e PSF.
2
A criança pequena que chia
Toda criança que chia tem asma?
Não. A maioria das crianças que sibila (70%) -
especialmente os menores de três anos - não tem
asma.
A criança pequena que chia
Reconhecer precocemente – dentre as crianças que sibilamas que tem asma e se beneficiarão com tratamento preventivo
com os corticoesteróides inalatórios.
 Reconhecer os principais diagnósticos alternativos da sibilância
na infância
Conhecer a evolução das síndromes sibilantes em termos
prognósticos
História clínica e Exame físico
Sugestivo de Asma
• Sibilos e
tosse(episódicos,
persistentes, noturnos
com exercício)
• Manifestações
atópicas
• História familiar
• Resposta ao
broncodilatador
Investigar diagnóstico alternativo
em sibilância associada com:
• Início no período neonatal
• Infecção respiratória crônica
• Pneumonias de repetição
• Vômitos ou regurgitação
• Alterações cardiovasculares
• Início súbito após
engasgo/sufocação
• Ausculta pulmonar localizada
• Crescimento insuficiente
• Diarréia crônica/esteatorréia
• Baqueteamento digital
Sinais de alerta para investigação
Fenótipos ou Síndromes Clínicas
Sibilante não atópico
Sibilante transitório
Sibilante atópico/Asma
Epidemiologia
Grave problema de saúde pública
Elevada morbidade
2ª causa de internação em crianças de 1a 9 anos
4ª causa de hospitalização , em geral , no Brasil.
3º maior gasto no SUS do Brasil.
Elevado custo social e financeiro.
50% das consultas de PS de doenças respiratórias
50% dos lactentes sibilam
média de 2,1
episódios/ano nos primeiros 18 meses de vida
Como reconhecer os fenótipos?
Sibilante transitório
Evolução: deixa de sibilar em torno de 3 a 5 anos
Características Clinicas:
Geralmente não associado à história familiar de asma
ou atopia
Fatores de risco: Redução da função pulmonar
Prematuridade
Cigarro materno na gravidez
Freqüência às creches
Tabagismo passivo
Como reconhecer os fenótipos?
Sibilante não atópico
Evolução: deixam de sibilar em torno dos 13 anos
Características clínicas:
Sibilância associada à infecções virais
Não associado à atopia
Função pulmonar:
Baixa função pulmonar( Vírus?)
VEF1 baixo e com resposta ao broncodilatador
Como reconhecer os fenótipos?
Sibilante Atópico/ Asma
Características clinicas:
Grupo de inicio precoce
Grupo de inicio tardio
Associados à atopia
Predisposição genética ( história familiar)
Função Pulmonar:
Normal ao nascimento . O grupo de inicio precoce tem
função pulmonar reduzida aos três anos
Reconhecendo precocemente a Asma
Definir qual criança tem fatores de
risco para desenvolver asma
persistente é de extrema importância
para iniciar o tratamento e
potencialmente diminuir a morbidade e
mortalidade evitando o tratamento nos
fenótipos que não responderão ao
corticoesteróide inalatório.
Reconhecendo precocemente a Asma: Critérios
Índice clínico para diagnóstico de asma
Critérios maiores
 Um dos pais com
 diagnóstico de asma
 Lactente com diagnóstico
 de dermatite atópica
Critérios menores
Rinite alérgica
Sibilância sem resfriado
Eosinófilos >4%
1 critério maior e 2 critérios menores
Sibilante ocasional
60% de risco p/ asma
Sibilante frequente
75% de risco p/ asma
90% de chance p/ sibilância transitória se não preencher critérios
JACI 2004:114: 1282
Abordagem terapêutica
Quando iniciar o corticóide inalatório?
Sintomas mais que duas vezes por semana
Crises mais que duas vezes por mês
Crises com risco de vida ( UTI)
Função pulmonar anormal entre as crises
Abordagem em maiores de cinco anos
O diagnóstico está correto?
Os diagnósticos alternativos foram examinados?
A classificação da gravidade está correta?
As comorbidades foram avaliadas e tratadas?
A abordagem geral
Possível
controle
ambient
e
Controle
comorbidades
Revisões
periódicas
Asma
Medicações
de fácil uso
Verificação
adesão
Educação
para
saúde
Boa relação
profissional
/paciente
ABORDAGEM DA ASMA NA CRIANÇA E NO
ADOLESCENTE
Passos
AVALIAÇÃO
ESPECIALIZADA
E POSSÍVEL
TERAPIA
ADICIONAL
LEVE
MODERADA
4
GRAVE
2 – AGONISTAS DE CURTA DURAÇÃO, QUANDO NECESSÁRIO
3
CONTROLE AMBIENTAL E MEDIDAS EDUCATIVAS
2
INTERMITENTE
PERSISTENTE
CLASSIFICAR
A
ASMA
Adaptado de Boulet, L.P. et al. Summary of recommendations fron the Canadian Asthma Consensus Report, 1999
1
Rinosssinusite alérgica
O acompanhamento
Verificar a adesão ( relatada, dados de farmácia, peso de
frascos)
Verificar técnica inalatória
Verificar o controle ambiental
Verificar os conhecimentos de paciente e/ou responsáveis
Verificar a aceitação e receios em relação ao tratamento
prolongado
Pesquisar sintomas
Pesquisar morbidade ( gravidade de exacerbações, visitas às
emergências, hospitalizações)
Medidas funcionais ( PFE)
Cuidando de um paciente com asma
O paciente com asma exige várias consultas,
disponibilidade de recursos humanos , materiais e
construção de relações duradouras.
Quanto mais vezes o paciente for ao serviço maiores
as chances de verificar a adesão.
Classificação da gravidade da crise
Leve
Moderada
Grave
Dispnéia - / leve
moderada +
grave + +
Consciência normal
normal ou excitado
Freq. Respiratória - / +
++
+++
Uso mm acessória -
++
+ + + (BAN e retração)
Ausculta sibilos fim insp.
sibilos ins. e exp.
Mumúrio inaudível
Pulso paradoxal < 10
10-20
20-40
Sa O2
> 93
91-93
< 90
P O2
-
> 60
< 60
P CO2
-
< 40
> 40
P FE
60-80
40-60
< 40
excitado ou deprimido
Fatores de risco de evolução da crise atual
Menores de 5 anos de idade
Hospitalização prévia por crise grave
Observação em PS por crise grave
Internamento em CTI
Evolução prolongada da crise
Tratamento prévio
Recidiva em curto prazo
Uso de corticóide oral
Tratamento profilático / Falta de aderência
Tratamento da asma aguda e asma aguda
grave
Avaliar sempre: FR, FC, uso da mm. acessória, dispnéia, consciência,
Sa O2
Primeira Fase: 60 a 90’
Segunda Fase: 4 a 6 hs
Fase Hospitalar
Salbutamol + Ipratrop.
(NEB)
+
Salbutamol INL
0,15 mg/kg ou 0,03 ml/kg
Salbutamol INL de 1/1h
0,15 mg / kg ou 4 jatos
(nebulização) ou
4 jatos (aerosol c/
espaçador)
nº de doses: até 3
intervalo: 20-30 minutos
metilprednisona E.V.
+/Aminofilina E.V.
+
UTI
Prednisona VO
1-2 mg / kg
Salbutamol E.V.
+
Metilprednisona E.V.
+
Aminofilina E.V.
Todo paciente deverá ser encaminhado após a crise para avaliação ambulatorial
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