Estabelecendo igualdade de condições Como as empresas utilizam dados para fins de vantagem competitiva Um relatório de The Economist Intelligence UnitPatrocinado pela SAP Estabelecendo igualdade de condições Como as empresas utilizam dados para fins de vantagem competitiva Sumário Prefácio 2 Sumário Executivo 3 Introdução: Explorando o potencial 5 Características dos dados críticos 6 Criando vantagem competitiva 8 Impedindo o vazamento de informações 12 Preciosidades ocultas 13 Compartilhamento e compartilhamento semelhante 16 Conclusão: Transformando dados em ideias 18 Apêndice: Resultados da pesquisa 20 © Economist Intelligence Unit Limited 2010 1 Estabelecendo igualdade de condições Como as empresas utilizam dados para fins de vantagem competitiva Prefácio Estabelecendo igualdade de condições: Como as empresas utilizam dados para criar vantagem é um relatório da Economist Intelligence Unit patrocinado pela SAP. A Economist Intelligence Unit realizou tanto a pesquisa quanto a análise assim como elaborou o relatório. As conclusões e opiniões expressas no relatório não necessariamente refletem a opinião do patrocinador. Os resultados do relatório quantitativo proveem de uma pesquisa realizada em setembro de 2010 com 602 altos executivos. A pesquisa foi desenvolvida pela equipe editorial da Economist Intelligence Unit. Robert Hertzberg é o autor do relatório, e Debra D’Agostino é a editora. Mike Kenny é responsável pelo design do relatório. Para complementar os resultados da pesquisa quantitativa, realizamos entrevistas detalhadas com executivos de empresas em todo o mundo. Gostaríamos de agradecer a todos os entrevistados pelo tempo e conhecimento dedicados. Janeiro de 2011 2 © Economist Intelligence Unit Limited 2010 Estabelecendo igualdade de condições Como as empresas utilizam dados para fins de vantagem competitiva Sumário Executivo O s dados recebidos pelas empresas normalmente eram considerados como propriedade intelectual, com a finalidade de serem protegidos e compartilhados apenas com uma minoria selecionada. Nos dias de hoje, existe uma abundância de dados — alguns diriam uma superabundância — com uma ampla variedade de ferramentas para analisá-los. Os executivos estão começando a perceber que caso a abundância de dados precise ser totalmente explorada, as informações devem ser amplamente compartilhadas e não acumuladas. Só assim as empresas podem adquirir ideias que as colocarão à frente de seus concorrentes. Quase todas as empresas perceberam que o caminho para adquirir vantagem competitiva passa pela obtenção de dados mais concretos, pela habilidade de interpretação e pela distribuição dos dados em formatos de fácil utilização. No entanto, existem muitos obstáculos para a utilização eficaz dos dados, e poucas empresas superam todos eles — um fato que resulta em um lote não utilizado de dados corporativos. Na verdade, apenas 17% das empresas utilizam 75% ou mais dos dados que coletaram. Como as empresas utilizam os dados para vencer seus concorrentes e criar maior igualdade de condições? Este artigo avalia a evolução das práticas empresariais e oferece exemplos de utilização de dados em algumas empresas de grande sucesso. A seguir disponibilizamos uma lista de seus principais resultados: l As grandes empresas estão intensamente concentradas em dados. Dentre os 38% dos entrevistados que afirmam que sua empresa atua à frente de seus parceiros, 74% afirmam que os dados são “extremamente valiosos” para obtenção de vantagem competitiva. As melhores empresas usuárias de dados dedicam um tempo considerável para descobrir que tipo de informação devem monitorar e quem necessita dela dentro da empresa. Elas também investem em tecnologia e treinamento para certificar-se de que os funcionários, individualmente, sejam capazes de aproveitar os dados adquiridos. l A exatidão supera o detalhe. A precisão e a atualidade são os atributos mais importantes dos dados e estão à frente da quantidade de detalhes oferecidos pelos dados. Isso acontece porque a obtenção de ideias fundamentais — sobre um novo cliente em potencial, a alteração do preço de algumas matériasprimas ou sobre o surgimento de um problema na fábrica — é mais importante do que a capacidade de analisar cada detalhe sobre o assunto. l A informação incentiva a competitividade de inúmeras formas. Setenta e sete por cento dos entrevistados afirmam que os dados oferecem uma importante contribuição para o empenho no atendimento ao cliente/ relacionamento com o cliente, e 71% afirmam que isso contribui para auxiliar os processos de vendas. Os dados também auxiliam o sistema operacional, o gerenciamento de custos e o desenvolvimento de produtos. Um benefício considerado menos comum — citado por cerca da metade de todas as empresas — é a contribuição de ideias empresariais para auxiliar seus executivos a reforçarem a conscientização sobre a marca da empresa. © Economist Intelligence Unit Limited 2010 3 Estabelecendo igualdade de condições Como as empresas utilizam dados para fins de vantagem competitiva l Todavia, a maioria das empresas permanece cheia de dados não utilizados. Na verdade, apenas 27% dos entrevistados afirmam que suas empresas fazem um melhor aproveitamento na utilização das informações em comparação com a maioria de seus concorrentes. Uma grande quantidade de dados armazenados nos servidores das empresas, e sem utilização, não é considerada como um fato incomum e pode ser o sinal de uma estratégia de dados subotimizada. Em alguns casos, no entanto, existem bons motivos para manter os dados mais antigos. As empresas de serviços financeiros muitas vezes necessitam de dados arquivados como defesa contra processos judiciais; outras precisam desses dados para efeitos futuros de mineração de dados. Em nossa pesquisa, uma empresa da área de saúde foi capaz de identificar, por meio de dados arquivados, um nível de risco extremamente elevado associado a um antibiótico a ser utilizado por bebês. l Uma abordagem vertical poderá reprimir a competitividade. Às vezes as empresas acabam involuntariamente abordando dados a partir de uma perspectiva gerencial e acabam ignorando seu valor diante dos demais cargos inferiores na hierarquia. As empresas que encontram formas de “democratizar” seus dados, muitas vezes obtêm uma vantagem. Na verdade, 77% das empresas que direcionam suas projeções de dados a todos os funcionários, independentemente do nível, afirmam ter encontrado formas de transformar seus dados em uma ferramenta extremamente valiosa para seus negócios. Apenas 65% das empresas, onde a projeção de dados é direcionada principalmente para os gestores, concordam. Quem participou da pesquisa? A pesquisa que fundamenta este relatório é baseada em respostas de 602 altos executivos de empresas ao redor do mundo, em uma ampla variedade de indústrias. Vinte e quatro por cento dos entrevistados eram diretores executivos, presidentes ou diretores administrativos; 9% eram diretores financeiros; 5% eram diretores executivos de informação (diretores de informática). Vinte e nove por cento dos participantes da pesquisa eram provenientes da região Ásia-Pacífico, 27% da América do 4 Norte e 26% da Europa Ocidental. Cerca de metade dos entrevistados trabalha em empresas com receita anual superior a US$ 500 milhões. Apesar de todos os setores se beneficiarem dos dados, algumas indústrias consideram os dados com maior importância do que outras. Oitenta e três por cento das empresas prestadoras de serviços financeiros e 78% das empresas de bens de consumo, por exemplo, afirmam que os dados são extremamente valiosos. Mais abaixo nessa lista estão as empresas de varejo (71%), serviços de saúde e empresas farmacêuticas (61%) e fabricantes (60%). © Economist Intelligence Unit Limited 2010 Estabelecendo igualdade de condições Como as empresas utilizam dados para fins de vantagem competitiva Introdução: Explorando o potencial H oje em dia, dentro das empresas, existe um volume muito maior de informações disponíveis do que em qualquer outra época. O Wal-Mart, a maior empresa pública do mundo, mantém um armazenamento de dados com mais de 2,5 petabytes, ou seja, cerca de 1,25 bilhões de disquetes. E o Google processa cerca de 24 petabytes por dia. O excesso de dados, entretanto, nem sempre é garantia de sucesso. A vantagem provém mais frequentemente da obtenção do tipo correto de dados ou da obtenção de conexões entre dados aparentemente independentes. As chances de unir os pontos em vez de competir estão disponíveis para qualquer empresa, independentemente de seu tamanho, setor ou localização geográfica. Qual é a importância dos dados na criação da vantagem competitiva? Quase 70% dos gerentes e executivos afirmam que os dados são “extremamente valiosos” nesse aspecto. Na verdade, dos 38% dos entrevistados que afirmam que sua empresa atua à frente de seus parceiros, 74% afirmam que os dados são “extremamente valiosos” para obter vantagem competitiva. A crença dos executivos em relação aos dados é tão forte que cada vez mais eles afirmam confiar em tais dados para tomar as decisões diárias de seus negócios em vez de afirmar que confiam em sua própria experiência ou em conselhos de colegas de trabalho. Esse alto nível de consideração em relação aos dados é muitas vezes justificado: quando as empresas utilizam os dados da maneira correta, elas têm a possibilidade de aumentar sua participação no mercado, impulsionar suas receitas, reduzir os custos e focalizar-se em suas linhas de produtos. O segredo, naturalmente, é saber quais são os dados considerados realmente relevantes, quem dentro da empresa necessita deles e encontrar as formas de fazer esses dados chegarem ao alcance dos usuários. As empresas continuam lutando contra dois No setor em que sua empresa atua, qual é a importância dos dados em relação à vantagem competitiva? problemas comuns: deficiência de organização e (porcentagem de entrevistados) baixa qualidade nos processos de compartilhamento Extremamente importante de dados. Elas também devem estabelecer normas eficazes de segurança — não restringir o acesso De certa forma importante de forma rígida, mas também não se descuidar em Não é muito importante relação a quem e como as informações da empresa Definitivamente não é importante são utilizadas. Fonte: Pesquisa da Economist Intelligence Unit, Outubro de 2010. Ser capaz de implementar uma estratégia diferenciada exige sofisticação e recursos. Por isso, talvez não seja nenhuma surpresa o fato de que as grandes empresas tendam a ser mais bem-sucedidas nesse sentido. Entre as empresas que participaram de nossa pesquisa e que possuem mais de US$ 10 bilhões em vendas, mais de três em cada quatro empresas afirmaram que os dados são “extremamente valiosos” para ajudá-las a obter vantagem sobre seus concorrentes. Entre as empresas com receita inferior a US$ 500 milhões, o percentual é menor — 66%. Contudo, há uma oportunidade de estabelecer a igualdade de condições. © Economist Intelligence Unit Limited 2010 5 Estabelecendo igualdade de condições Como as empresas utilizam dados para fins de vantagem competitiva Características dos dados fundamentais “Se você não possui dados de qualidade, as pessoas não voltam [a utilizá-los]”. Patrick Kern, diretor de inteligência de negócios da P&G. D entre os três principais atributos dos dados internos — exatidão, atualidade e nível de detalhe — a exatidão é, de longe, o mais importante atributo para a maioria dos executivos. Oitenta e um por cento dos entrevistados descrevem a exatidão como “muito importante”. Talvez seja esse o motivo de muitas empresas implementarem práticas de aprimoramento de suas iniciativas em relação à qualidade dos dados. A Procter & Gamble (P&G), empresa americana de produtos de consumo, avaliada em US$ 79 bilhões, e que utiliza dados para todos os fins (desde o acompanhamento das vendas de marcas individuais até para determinar a produtividade de suas fábricas de fraldas), realiza uma limpeza de seus dados antes de distribuílos. “Se você não possui dados de qualidade, as pessoas não voltam [a utilizá-los]”, diz Patrick Kern, diretor de inteligência de negócios da P&G. “Então, isso é fundamental.” Qual é o grau de importância de cada um dos seguintes atributos para determinar o valor de seus dados comerciais: (porcentagem de entrevistados) Muito importante De certa forma importante Não é muito importante Não tenho certeza/ Não sei Exatidão (confiabilidade dos dados) Atualidade (atualização dos dados) Nível de detalhe (granulosidade de dados) Fonte: Pesquisa da Economist Intelligence Unit, Outubro de 2010. Há alguns anos, na Arla Foods (uma cooperativa de laticínios dinamarquesa com receita anual de US$ 8,3 bilhões), não era considerado incomum que os gerentes, frustrados em relação à imprecisão de alguns dados de distribuição central da empresa, mantivessem “livros de segurança” com suas próprias informações — principalmente no que se refere aos níveis de gastos nos mais variados centros de custos da empresa. Nos últimos dois anos, a empresa deu início a uma iniciativa para melhorar suas práticas de consolidação de dados: agora, todas as suas divisões são obrigadas a coletar e informar os dados contábeis dessa mesma forma. Provavelmente o maior desafio nessa área, diz Jens Roed Andersen — diretor do departamento de segurança de informações da Arla, tem sido o de superar a questão cultural da falta de confiança nas informações de toda a empresa. “Levará algum tempo até que as pessoas descubram que elas podem confiar nesses dados”, diz ele. A Arla está utilizando todos os meios de persuasão possíveis para provocar essa mudança cultural. Ela alimenta os dados em sistemas existentes e incentiva os funcionários a perceberem como os dados podem contribuir para facilitar o desempenho de suas tarefas. Ao mesmo tempo, a equipe executiva da Arla está enviando uma mensagem clara de que os dados são fundamentais para o planejamento tático e estratégico. “É preciso que haja pressão de cima”, diz o Sr. Andersen. 6 © Economist Intelligence Unit Limited 2010 Estabelecendo igualdade de condições Como as empresas utilizam dados para fins de vantagem competitiva Depois da exatidão, o próximo atributo mais importante, de acordo com 71% dos entrevistados, é a atualidade. A P&G tem se esforçado para divulgar informações em tempo real, principalmente se existem informações que podem afetar os custos de seus produtos, como alteração no preço de um produto primário, como o petróleo, por exemplo. A partir do momento que a empresa se dispõe a tomar essa atitude, “nós podemos tomar decisões comerciais importantes à frente de nossa concorrência”, diz Kern. Mais abaixo, na lista de atributos importantes dos dados, está o nível de detalhe ou granulosidade (citados como “muito importantes” por apenas 42% dos entrevistados). De certa forma, parece absurdo o fato de os executivos atribuírem um valor baixo para a integridade dos dados que recebem. No entanto, no mundo em que nenhuma decisão comercial nunca está livre de riscos e as circunstâncias estão em constante mudança, uma ação inteligente poderá ser a tomada de uma decisão rápida e prática com base nas informações já fornecidas. “Você tem de ser pragmático em relação ao que você conhece e ao que você não conhece”, diz Julian Garrido, presidente da Andritz Hydro Inepar, fabricante brasileiro de turbinas de energia. “Às vezes você precisa entender que está tomando uma decisão sem ter 100% das informações necessárias.” Quem é o dono da estratégia de dados? Geralmente não é o departamento de TI Uma forma de perceber como os dados se tornaram elementos fundamentais é o fato de que as estratégias relacionadas à sua utilização já não são estabelecidas pelo departamento de tecnologia. De acordo com seis dentre os dez entrevistados, os executivos possuem responsabilidade exclusiva em relação às estratégias de dados de suas empresas ou compartilham essa responsabilidade com os executivos de TI. Menos de 20% dos diretores executivos de informação (diretores de informática) ou gerentes de TI possuem como principal responsabilidade a estratégia de dados de sua empresa. © Economist Intelligence Unit Limited 2010 No momento em que os trabalhadores possuem maior conhecimento da tecnologia e as plataformas são mais intuitivas, não seria prudente dizer que a parede artificial que separa a “TI” da “empresa” está desaparecendo? A prova circunstancial sugere que sim. A Asian Paints, por exemplo, tornou-se tão dependente dos sistemas de informação para a execução de sua cadeia de suprimentos que quase nunca se refere a qualquer assunto como “projeto de TI”. Ao contrário, essa empresa, com sede em Mumbai, Índia, considera tais projetos uma melhoria ou inovação comercial, diz Manish Choksi, diretor executivo de informática. 7 Estabelecendo igualdade de condições Como as empresas utilizam dados para fins de vantagem competitiva Criando vantagem competitiva Setenta e sete por cento dos entrevistados afirmam que os dados têm grande importância na contribuição para o empenho no atendimento ao cliente/ relacionamento com o cliente. A Star Gas, a maior distribuidora de aquecimento petrolífero dos EUA, utiliza os dados para decidir quanto cobrar para entregar seu produto. Quando um cliente faz um novo pedido, a Star Gas analisa os dados que informam para a empresa a margem correta de preços e também avalia o nível de risco que o cliente poderá apresentar em qualquer outro local. Os gerentes gerais também possuem informações consolidadas para poder saber sobre o impacto que determinada entrega terá em sua rentabilidade global daquele mês. Enquanto a Star Gas tem realizado esse tipo de análise com foco no cliente durante anos, o método anterior, de realizar a análise utilizando planilhas, sofria de inconsistências e, às vezes, levava dias para montar tais planilhas. A análise agora é automatizada e pode produzir informações úteis em um tempo de 30 segundos a um minuto, diz Michel Nahon, diretor de análise de clientes e preços da Star Gas. O melhor aproveitamento dos dados realmente começou a surtir efeito em 2009, quando a Star Gás voltou a ter lucro anual apesar dos baixos índices de vendas e da pior crise econômica da década. Naturalmente, o preço efetivo é apenas um dos possíveis benefícios dos dados. Existem muitos outros. Setenta e sete por cento dos entrevistados afirmam que os dados oferecem uma importante contribuição para o empenho no atendimento ao cliente/relacionamento com o cliente, e 71% afirmam que isso contribui para auxiliar os processos de vendas. Por favor, avalie o grau de contribuição que os dados internos corporativos têm em relação aos seguintes itens: Classifique, em uma escala de 1 a 5, onde 1 = Os dados fazem uma contribuição significativa e 5 = Os dados fazem uma contribuição insignificativa. (porcentagem de entrevistados) 1 Os dados fazem uma contribuição significativa 2 3 Os dados não fazem uma contribuição nem significativa, nem insignificativa 4 5 Os dados fazem uma contribuição insignificativa Não tenho certeza/ Não sei Desenvolvimento de novos produtos Atendimento ao Cliente/Relacionamento com o cliente Marca Oportunidades de vendas Gestão de Custos Operações Inteligência competitiva Fonte: Pesquisa da Economist Intelligence Unit, Outubro de 2010. 8 © Economist Intelligence Unit Limited 2010 Estabelecendo igualdade de condições Como as empresas utilizam dados para fins de vantagem competitiva A BT utiliza os dados para acertar desde a primeira vez A BT é um antigo monopólio que ainda dominar uma grande parcela do mercado de telecomunicações na Grã-Bretanha, mas, para competir com concorrentes de menor porte que podem oferecer serviços de telefonia fixa e banda larga por um custo menor, ela optou por se concentrar em dar atenção aos clientes e na qualidade de seus serviços de telecomunicações. A utilização de dados é uma ferramenta fundamental para ajudar a BT (que detém ativos da ordem de £ 21 bilhões ou US$ 34,3 bilhões) a se destacar nas áreas de atendimento identificadas como as mais importantes. Por exemplo, a empresa adota medidas de “fazer certo na primeira vez” ao lidar com novos clientes no atacado e no varejo, dando atenção especial ao que acontece após um cliente em potencial contatar a empresa. Dentre os itens que são avaliados estão: a frequência com que os clientes desligam o telefone enquanto esperam um representante processar seu pedido, a porcentagem de visitas de instalação na qual o técnico de serviços da BT chega no horário marcado e se o cliente solicita ajuda no período de 28 dias após a expedição da primeira fatura. Da mesma forma, a BT controla o número de reclamações recebidas após um problema de atendimento ter sido teoricamente solucionado. Mark Ogden, como diretor da plataforma de informação da empresa e responsável por supervisionar o desenvolvimento do departamento de inteligência de negócios da BT, disse que a empresa utiliza dados provenientes de várias fontes, dentro dos limites da regulamentação do setor, para garantir o desempenho de “fazer certo na primeira vez”. Ogden acrescenta que “fazer certo na primeira vez” tem “desenvolvido um conjunto de dados que ajuda a empresa de várias formas, desde descobrir se determinado funcionário está apresentando alguma deficiência até para identificar os clientes que tiveram experiências negativas e que, portanto, talvez estejam vulneráveis às ofertas da concorrência”. Esses clientes recebem ofertas personalizadas, suas ligações são automaticamente encaminhadas para uma equipe mais experiente, e eles recebem maior prioridade. Afinal, como o Sr. Ogden diz: “conquistar novos clientes é mais difícil do que manter os clientes existentes”. No ano passado, o programa “fazer certo na primeira vez” reduziu os índices de reclamações em 33% e levou a “redução maciça do número de pessoas com dúvidas sobre suas faturas”, diz Ogden. Essas são vantagens significativas para a empresa com capacidade limitada de competir apenas em relação ao preço. A BT, empresa britânica de telecomunicações, exemplifica a utilização dos dados para melhorar o relacionamento com seus clientes. Ela adotou medidas para “acertar logo na primeira vez”, monitorando questões como, por exemplo, novos clientes em potencial que desligam o telefone após serem colocados em espera e a frequência com que uma reclamação de conta é solucionada com apenas uma única ligação. Essas medidas desempenharam um papel muito importante para ajudar a BT a se destacar em outras áreas além do preço. A Con-way, uma empresa de transporte e logística americana, avaliada em US$ 4,3 bilhões, com sede em Ann Arbor, Michigan, também utiliza os dados para definir seus preços, especialmente para seu negócio de frete de “carga fracionada”. Jackie Baretta, diretora executiva de informática da empresa, afirma que a informação mais utilizada mostrou “o tipo de frete que estávamos realizando por cliente e quanto nos custaria fazer isso”, assim como quanto a Con-way receberia pelo serviço. Embora, conforme a Sra. Baretta afirmou, o preço ainda seja considerado mais uma arte do que uma ciência, uma melhor percepção dos dados ajudou a empresa a ajustar os preços conforme necessário. Ela diz que isso também permitiu à Con-way “sair do ponto A para o ponto B mais rápido do que a concorrência.” A Tesco, rede varejista britânica de supermercados, utilizou dados comerciais para aumentar sua participação no mercado — uma conquista invejável. Em meados da década de 1990, a Tesco introduziu Nos últimos dois anos, sua empresa foi capaz de adquirir vantagem competitiva sobre seus concorrentes por meio da melhoria do compartilhamento de dados internos? (porcentagem de entrevistados) Sim Não Fonte: Pesquisa da Economist Intelligence Unit, Outubro de 2010. © Economist Intelligence Unit Limited 2010 9 Estabelecendo igualdade de condições Como as empresas utilizam dados para fins de vantagem competitiva “Nós enxergamos nossa capacidade de estabelecer preços como uma de nossas vantagens competitivas no mercado.” David Stewardson, gerente executivo da Suncorp um cartão de fidelização que atraía os clientes com uma compensação em dinheiro para cada libra esterlina gasta. Na época, a empresa atuava em menos de 20% do mercado de produtos alimentícios, quase a mesma porcentagem de seu principal concorrente. Hoje, o cartão fidelidade possui 16 milhões de membros ativos na Grã-Bretanha, e a Tesco aumentou sua participação no mercado em mais de 30%. Além de reforçar a fidelidade dos clientes oferecendo um desconto embutido, o cartão de fidelidade da Tesco produziu alguns benefícios evidentes em relação aos dados. Por um lado, o marketing direto da Tesco pode realizar um trabalho de divulgação mais eficaz. Isso garante, por exemplo, que “os vegetarianos não recebam ofertas de carne”, diz Clive Humby, que originalmente desenvolveu o cartão e hoje trabalha com o programa de fidelidade para a Tesco e alguns outros clientes menores. O cartão também contribui para as decisões de aquisição de produtos. Os dados revelam, por exemplo, qual marca de atum é a mais vendida em relação às demais. O cartão fidelidade também tem sido fundamental para ajudar a Tesco a criar as marcas Tesco Finest e Tesco Value, as duas marcas da rede de supermercados que geram as maiores receitas no Reino Unido. “Essas marcas não teriam sido desenvolvidas sem uma compreensão dos dados do cliente”, diz o Sr. Humby. Entretanto, a melhor utilização de dados comerciais tem permitido que a Suncorp Group, uma empresa de serviços financeiros integrais com sede em Brisbane, Austrália, aumente sua receita com a venda cruzada de mais produtos. Quando um cliente entra em contato com a central de atendimento da Suncorp, o sistema informa ao operador em quais outros produtos esse determinado cliente talvez esteja interessado, com base nas transações anteriores e no perfil do cliente. Por exemplo, talvez o cliente que já tenha um seguro de moto da Suncorp esteja interessado em um seguro de viagem — e cheques de viagem para a viagem que estiver planejando. A Suncorp chama esse procedimento de “nossa próxima grande oferta”. A Suncorp também utiliza os dados para manter a redução de custos. A Suncorp utiliza os dados para gerenciar os riscos relacionados a seguros Todas as seguradoras utilizam estatísticas para avaliar os diversos tipos de risco, desde a possibilidade de inundações até acidentes de carro e incêndios. A Suncorp, a maior seguradora da Austrália, vai muito mais além na utilização de dados para obter vantagem sobre a concorrência. David Stewardson, gerente executivo do departamento de tecnologia comercial de seguros para empresas da Suncorp, afirma que a empresa analisa os dados para saber com antecedência quais clientes podem estar na iminência de migrar para a concorrência. A questão não é a de manter todos os clientes; ao contrário, é reter os clientes mais rentáveis e deixar os menos rentáveis partirem. (A Suncorp tem várias entradas de dados a serem consideradas, visto que a empresa também possui atividades de serviços bancários e uma unidade de gerenciamento de bens.) Obviamente, os pedidos de indenização representam grande parte das despesas de cada seguradora. E o Sr. Stewardson afirma que o banco de dados dos fornecedores 10 da Suncorp — com informações sobre todos os aspectos, desde oficinas de automóveis até marceneiros e encanadores — permite separar os que oferecem uma boa relação com o dólar dos que não oferecem essa condição. Isso, por sua vez, ajuda a Suncorp a aumentar sua lucratividade e impede o aumento demasiado dos prêmios de seguro dos clientes. Na área crítica de determinação dos níveis dos prêmios, os sistemas da Suncorp apresentam um alto nível de confidencialidade, diz o Sr. Stewardson. “Nós enxergamos nossa capacidade de fixar preços como uma de nossas vantagens competitivas no mercado”, diz. “Por exemplo, baseados no histórico de pedidos de indenização, sabemos a probabilidade do surgimento de novos pedidos.” Um bom exemplo é o seguro contra inundações. A Suncorp analisa os dados relacionados à altitude de fazendas acima do nível do mar para ajudar a medir o risco relativo de oferecer seguro aos milhares de quilômetros de cercas que circundam uma típica fazenda australiana. “As fazendas de localização mais baixa estão mais sujeitas a inundações”, diz Stewardson. Os fazendeiros nesses locais, acrescenta ele, pagam mais pelo seguro. © Economist Intelligence Unit Limited 2010 Estabelecendo igualdade de condições Como as empresas utilizam dados para fins de vantagem competitiva Por isso existem muitas empresas que utilizam dados para reduzir custos ou melhorar suas operações. A Asia Paints é um exemplo desse primeiro tipo: desde 2001, a maior fabricante de tintas da Índia utiliza os dados coletados de pedidos de venda para limitar a quantidade de capital de giro atrelado ao estoque. Ela também utiliza os dados de vendas anteriores para planejar os picos de demanda que acontecem todo mês de outubro, antes do festival Diwali Hindu, quando os indianos pintam suas casas e escritórios novamente. A Novo Nordisk, empresa farmacêutica dinamarquesa, depende dos dados da produção para buscar melhorias em suas operações globais. Ao longo dos anos, ela desenvolveu 58 indicadores-chave de desempenho (KPIs) em seus negócios com a introdução da complexidade variável. Esses indicadores podem ajudar a indicação das melhores práticas para a empresa, dentre outros benefícios. Por exemplo, Kasper Damsø, chefe de inteligência de negócios da Novo Nordisk, diz que, há pouco tempo, os indicadores-chave de desempenho da linha de produção da empresa indicaram “que as linhas de produção de uma determinada fábrica tiveram um desempenho melhor” do que outras. A empresa contratou uma equipe de especialistas para avaliar as práticas das linhas de produção “e alterar todos os outros locais de forma que as fábricas possam ter o melhor desempenho”. Um benefício considerado menos comum — citado por cerca da metade de todas as empresas — é a contribuição por parte de ideias de negócios para fortalecer a conscientização sobre a marca da empresa. Uma empresa que também se baseia em dados desse tipo é a Mednax, uma operadora de unidades de terapia intensiva neonatal com sede em Fort Lauderdale, Flórida. Os médicos sabem o que se espera deles — eles possuem metas para situações como o número de gramas diárias adquiridos por crianças muito abaixo do peso ao nascer e o tempo de permanência necessária antes de uma criança estar pronta para ir para casa. Para a Mednax, o progresso contínuo em relação aos resultados clínicos, que podem ser expressados em termos estatísticos, melhora a imagem de marca da empresa, permitindo que ela possa atrair mais médicos. “Nossa equipe de desenvolvimento comercial utiliza essa forma extremamente eficaz para atrair novas práticas para a empresa”, diz Alan R. Spitzer, vice-presidente sênior que supervisiona o centro de educação em pesquisas e qualidade da Mednax. As altas classificações clínicas de seus centros pediátricos também ajudam a empresa a negociar com as seguradoras — outra vantagem competitiva. Na América Latina, a utilização correta dos dados significa grandes vantagens Segundo os entrevistados da pesquisa na América Latina, as empresas da região parecem obter mais valor dos dados do que seus parceiros na América do Norte. Setenta e três por cento dos entrevistados na América Latina afirmam que obtêm maior vantagem competitiva com sua utilização de dados. Na América do Norte, o número de executivos que disseram que seus projetos de dados são “extremamente valiosos” é significativamente menor, estando em 63%. Os entrevistados da América Latina também se baseiam em dados para desenvolver certas atividades que os executivos norte-americanos não tomam por base. Vendas é um exemplo: mais de 80% dos entrevistados na América Latina afirmaram que os dados contribuem © Economist Intelligence Unit Limited 2010 para as oportunidades de vendas. Na América do Norte, esse número é de apenas 59%. Enquanto isso, 51% dos entrevistados na América Latina afirmaram que os dados fazem “uma contribuição significativa” para auxiliar suas empresas a compreender o que a concorrência está fazendo. Apenas 27% dos norte-americanos afirmaram o mesmo. Outra diferença marcante, 50% dos latino-americanos entrevistados enxergam na estruturação dos dados corporativos algo “muito mais importante” em suas atividades diárias ao longo dos próximos dois anos. Apenas 29% dos norte-americanos entrevistados esperam que isso aconteça. Os entrevistados na América Latina também se veem como sendo um pouco superiores em relação a seus parceiros norte-americanos na questão da utilização de dados: 32% dos latino-americanos entrevistados colocam-se no topo entre os usuários de dados, em comparação com 27% na América do Norte. 11 Estabelecendo igualdade de condições Como as empresas utilizam dados para fins de vantagem competitiva Impedindo o vazamento de informações U ma coisa que certamente pode dificultar a capacidade de uma empresa em utilizar dados de forma eficaz é a segurança. Um em cada quatro entrevistados — um percentual relativamente alto — afirma que sua empresa sofreu violação nos últimos dois anos. Em empresas que sofreram violação, as preocupações relacionadas à segurança tendem a ter consequências negativas. Trinta e oito por cento dos executivos que trabalham em tais empresas afirmaram que as normas são “um pouco demasiadamente restritivas”, enquanto nas empresas onde não existiram violações, apenas 20% dos entrevistados fizeram a mesma afirmação. As violações de segurança também parecem favorecer as normas que retardam a distribuição dos dados: 28% dos entrevistados nas empresas nas quais houve violação afirmam que não obtêm dados em tempo hábil. Menos de 19% das empresas que não sofreram violação têm esse problema. “Existe o perigo de ir longe demais”, diz Keith Holdt, chefe de desenvolvimento de negócios globais da Swiss Post Solutions, que fornece logística e Nos últimos dois anos, que tipo de violação de segurança sua empresa vivenciou? serviços tanto para envios postais digitais quanto (porcentagem de entrevistados) físicos. Em algumas empresas, diz ele, “você pode Pelo menos uma violação de segurança que afetou as partes interessadas externas ter um computador portátil onde não é possível (Por exemplo, clientes ou parceiros de negócios) utilizar as portas USB ou a unidade de CD, ou ainda Pelo menos uma violação de segurança afetou as partes interessadas internas não é possível retirar nenhum dado dos servidores Pelo menos uma violação externa e uma violação interna da empresa. Isso começa a impedir a produtividade. É importante que a proteção dos dados seja Não houve nenhuma violação de que eu tenha ciência equilibrada contra o impedimento da produtividade Não tenho certeza/ Não sei e da eficiência de seus funcionários “. Fonte: Pesquisa da Economist Intelligence Unit, Outubro de 2010. Mesmo que essas medidas possam parecer extremas, para algumas empresas — e não para as indústrias — essas medidas são necessárias. O Standard Chartered Bank, na Índia, é um exemplo disso. Quando desenvolve testes de novos bancos de dados, o banco mistura nomes, endereços e outras informações privadas. O Standard Chartered Bank também possui regras de transferência das informações do cliente, dos centros de dados e para eles e como os dados devem ser criptografados. O Grupo SM, um varejista com sede nas Filipinas, possui suas próprias regras para proteger os dados dos clientes. O grupo varejista não apenas bloqueia o uso de entradas USB em alguns computadores, como também impede que os usuários com acesso aos dados de clientes participem de bate-papo na Internet ou que enviem anexos por e-mail. Essa é sua maneira de manter as informações do cliente de forma confidencial e impedir que sejam distribuídas para fora da empresa, evitando assim, uma crise potencialmente cara. 12 © Economist Intelligence Unit Limited 2010 Estabelecendo igualdade de condições Como as empresas utilizam dados para fins de vantagem competitiva Preciosidades ocultas Q uando solicitados para avaliar suas empresas em relação à habilidade na utilização de dados, dois terços dos executivos afirmaram que suas empresas estão “acima da média”. Essa resposta otimista pode derivar do fato de que um executivo que solicita dados geralmente tem um rápido acesso a eles. Como resultado, os executivos podem pensar que suas empresas são melhores na utilização de dados do que realmente sejam. Os executivos da empresa, e não os executivos de TI, são também cada vez mais responsáveis por suas estratégias de dados da empresa. A representação mais realista pode ser encontrada ao analisar a quantidade de dados que uma empresa utiliza em comparação com a quantidade de dados à disposição delas. Apenas 17% dos entrevistados afirmam que suas empresas utilizam 75% ou mais dos dados recebidos; 38% utiliza menos de 50%. Em média, da quantidade de dados que sua empresa coleta, quanto você estima que seja utilizado por ela? (porcentagem de entrevistados) 75% ou mais 50%-74% 25%-49% 0%-24% Não tenho certeza/ Não sei Fonte: Pesquisa da Economist Intelligence Unit, Outubro de 2010. O que diferencia os melhores usuários de dados Embora possam existir bons motivos para manter os dados não utilizados, existe uma correlação positiva entre a quantidade de dados que as empresas utilizam e o grau de satisfação com as normas desses dados. Em empresas que utilizam mais de 75% de seus dados, um percentual extremamente elevado de entrevistados (72%) afirmam que as normas dos dados de suas empresas são relacionadas ao “direito” em termos de quem pode acessar os diferentes níveis de dados. Em contrapartida, nas empresas que utilizam menos de 74% dos dados que arrecadam, apenas 54% afirmam que suas normas estão relacionadas ao “direito”, e mais de um terço delas acham que essas normas são um pouco ou demasiadamente restritivas. © Economist Intelligence Unit Limited 2010 As empresas que utilizam a maioria de seus dados também relatam um menor número de problemas relacionados à organização de dados e compartilhamento do que os demais entrevistados. Entre as empresas que fazem uma utilização menos produtiva de seus dados, apenas 13% acham que seus procedimentos de compartilhamento de dados são fundamentalmente corretos. Além disso, 33% dos entrevistados cujas empresas utilizam mais de 75% de seus dados afirmam que a atualidade não é um desafio para eles (em comparação com 21% dos demais entrevistados). Os entrevistados que trabalham em empresas que utilizam dados intensivamente também tendem (73%) a concordar que a “ principal gestão da empresa utiliza com eficácia os dados para medir o desempenho das empresas”. Entre as empresas que utilizam menos de 75% de seus dados, apenas 49% afirmam que isso é verdade. 13 Estabelecendo igualdade de condições Como as empresas utilizam dados para fins de vantagem competitiva Por favor, avalie cada um dos seguintes fatores em relação aos desafios de sua empresa na utilização de dados. (porcentagem de entrevistados) Um grande desafio Existe algum desafio Quantidade total de dados Não é um desafio Não tenho certeza/ Não sei Deficiência na organização de dados Falta de procedimentos eficazes no compartilhamento de dados entre departamentos e funcionários. Problemas técnicos (incluindo incompatibilidade de sistema e localização de dados) Falta de atualidade dos dados Falta de dados detalhados Fonte: Pesquisa da Economist Intelligence Unit, Outubro de 2010. Oito em cada dez entrevistados afirma que existe falta de procedimentos eficazes no compartilhamento de dados entre departamentos e funcionários. 14 Por que tantas empresas coletam dados que não são utilizados? “Eu acho que as pessoas não sabem o que elas têm, como usar isso ou o quanto os dados não aproveitados podem ser valiosos”, diz o Sr. Holdt, da Swiss Post Solutions. “Os arquivos estão lá apenas juntando poeira e custando dinheiro.” Uma enorme quantidade de dados não utilizados ocupando espaço de armazenamento pode ser sinal de que as prioridades precisam ser revistas. Mas pode haver bons motivos para mantê-los, mesmo que eles não sejam imediatamente utilizados. O descarte prematuro de dados pode resultar em oportunidades perdidas. Por exemplo, apenas pelo fato de a Mednax manter dados sobre determinado antibiótico, os pesquisadores foram capazes de detectar uma diferença significativa relacionada a um antibiótico mais recente na área da mortalidade infantil. “Nós sempre tentamos ser o mais abrangentes possível [sobre a coleta de dados], porque não sabíamos o que poderia ser importante”, diz o Sr. Spitzer. Quaisquer que sejam os benefícios da maior utilização de seus dados, a maioria das empresas enfrenta grandes desafios em fazer isso. Por exemplo, três quartos dos entrevistados afirmaram que suas empresas enfrentam dificuldades técnicas, incluindo incompatibilidade de sistemas e localização de dados. Oito em cada dez afirmam que existe falta de procedimentos eficazes no compartilhamento de dados entre departamentos e funcionários. E a maioria dos entrevistados, 89%, afirmam que existe uma deficiência na organização de seus dados internos. Srinivas Nayak, diretor de tecnologia e de operações do Standard Chartered Bank, concorda. “A menos que você codifique [os dados], é difícil fazer qualquer análise deles”, diz ele. O banco, por conseguinte, criou um sistema de gerenciamento de reclamações que insere essas mensagens em um banco de dados estruturado. Os operadores das centrais de atendimento podem escolher entre as mais de 50 categorias relacionadas às reclamações — desde atrasos na concessão de crédito até reclamações sobre endereços incorretos e problemas na entrega dos documentos prometidos. Solucionar problemas de organização de dados poderá trazer resultados concretos. Um exemplo é o esforço dedicado pela Nationwide Insurance, sediada em Columbus, Ohio, para criar um “painel” de registro de rendimentos para seus corretores. Mostrando aos corretores seu desempenho — três contratos assinados para cada 25 lances, por exemplo — e associando tal informação visando a um bônus, a Nationwide percebeu que poderia motivar seus corretores e contribuir para suas próprias receitas ao longo do caminho. Os dados internos são especialmente importantes para as grandes empresas que dispõem de recursos e competência para coletar, filtrar e analisar. Em empresas com receitas anuais acima de US$ 500 milhões, mais de sete entre cada 10 executivos afirmam considerar os dados internos úteis ao tomar as decisões comerciais diárias. Em empresas menores, os executivos são mais propensos a confiar em dados externos. © Economist Intelligence Unit Limited 2010 Estabelecendo igualdade de condições Como as empresas utilizam dados para fins de vantagem competitiva As informações externas, principalmente da Internet, estão claramente surgindo como sendo outra fonte de dados. Quase dois terços dos entrevistados afirmam acreditar que as tecnologias de busca se tornarão mais importantes para as atividades que exercem nos próximos dois anos. (Serviços de redes sociais como o Facebook enfrentam uma maior descrença: apenas 48% dos entrevistados afirmam que os utilizarão mais para fins profissionais nos próximos anos.) É claro que os dados externos precisarão seguir os mesmos padrões dos dados internos, especialmente em relação à exatidão. E isso poderá ser um problema. “Se você pesquisa sobre alguém no Google, como saber o que é certo e o que não é?”, diz o Sr. Holdt, da Swiss Post. “Você não sabe o que é confiável e o que não é.” Pensando no período daqui há dois anos, qual o grau de importância de cada uma das seguintes fontes de dados e m relação aos dados que você utiliza para executar suas tarefas? Classifique em uma escala de 1 a 5, onde 1 = Muito mais importante do que nos dias de hoje e 5 = Muito menos importante do que nos dias de hoje. (porcentagem de entrevistados) 1 Muito mais importante do que nos dias de hoje 2 3 Nem mais nem menos importante do que nos dias de hoje 4 5 Muito menos importante do que nos dias de hoje Não tenho certeza/ Não sei Dados corporativos estruturados (por exemplo: banco de dados relacional, planilhas) Dados corporativos não estruturados (por exemplo: bibliotecas de apresentações em PowerPoint) Tecnologias de pesquisa (por exemplo: Google, Bing) Serviços de redes sociais (por exemplo: Facebook ou uma rede social mantida pela empresa) Outros novos métodos de comunicação (por exemplo: Twitter) Fonte: Pesquisa da Economist Intelligence Unit, Outubro de 2010. Isso não quer dizer que o Sr. Holdt não esteja entusiasmado com os dados externos. A Internet, diz ele, é uma importante fonte de informação. No entanto, isso não tem resolvido a questão do desafio fundamental enfrentado pelas empresas. “A grande questão agora é como maximizar o valor desse ativo corporativo chamado informação e ajudar as pessoas a tomarem as decisões corretas”, diz ele. “Tudo depende de como fazer melhor uso do que se tem internamente e o uso apropriado juntamente com a identificação do valor daquilo que existe externamente.” © Economist Intelligence Unit Limited 2010 15 Estabelecendo igualdade de condições Como as empresas utilizam dados para fins de vantagem competitiva Compartilhamento e compartilhamento semelhante “As iniciativas de dados que não beneficiam os funcionários de primeira linha muitas vezes perde o impulso.” Keith Holdt, chefe de desenvolvimento de negócios globais da Swiss Post. É óbvio que a ampla distribuição dos dados mais importantes em uma organização seria a maximização de seu valor. No entanto, isso não parece ser prioridade. Sessenta e um por cento dos entrevistados afirmam que os dados em suas empresas beneficiam principalmente a alta administração. Apenas 31% das empresas afirmam que os dados estão igualmente disponíveis para todos os funcionários, independentemente de seu nível. Os projetos de dados individuais são paralelamente desequilibrados em relação a seus objetivos. Quarenta e quatro por cento dos entrevistados afirmam que o maior projeto de dados de sua empresa nos últimos dois anos foi principalmente destinado a auxiliar os executivos ou gerentes. Apenas 5% afirmam que ele visava principalmente aos funcionários que não fazem parte da gerência. Em muitos casos, os funcionários que não fazem parte da gerência limitam-se a contribuir com dados, mas não podem utilizá-los. “Muitas vezes essas ferramentas são consideradas como para a administração”, diz o Sr. Holdt, ao falar sobre sistemas que permitem que os dados sejam analisados e utilizados. “As iniciativas para os dados que não beneficiam os funcionários diretos muitas vezes perdem impulso”, Holdt acrescenta. Funcionários que não fazem parte da área gerencial em nossa empresa... (porcentagem de entrevistados) Basicamente contribuem com dados agregados e utilizados para fins gerenciais Contribuem e utilizam dados em proporções em proporções semelhantes Basicamente utilizam dados que os ajuda a tomar melhores decisões Não tenho certeza/ Não sei Fonte: Pesquisa da Economist Intelligence Unit, Outubro de 2010. Sistemas muito complicados também podem ser um problema. Uma empresa pode ter a intenção de permitir que os funcionários se beneficiem igualmente dos dados e da tecnologia, porém esse objetivo pode estar comprometido caso o software venha a exigir um elevado nível de conhecimento técnico. Cerca da metade dos entrevistados afirmou trabalhar em empresas onde os funcionários com conhecimentos técnicos possuem mais tempo hábil de obter resultados a partir dos dados. Reconhecendo tal risco, algumas empresas investem de forma acentuada em treinamento. Na Índia, a Kudos Chemie, uma empresa química que inventou uma forma de cafeína sintética utilizada em refrigerantes, treina os profissionais de sua fábrica para interpretar de forma correta os dados da produção, incluindo a forma de detectar problemas potencialmente maiores. Alguns dos funcionários da empresa cursaram apenas o ensino fundamental; portanto, o treinamento que recebem — em forma de vídeos no idioma local e apresentações em salas de aula — pode ser de valor inestimável, de acordo com o diretor executivo Jitendra Singh. 16 © Economist Intelligence Unit Limited 2010 Estabelecendo igualdade de condições Como as empresas utilizam dados para fins de vantagem competitiva P&G: Moldando um “centro de decisão” Na Procter & Gamble, os executivos decidiram que o fornecimento de um ambiente rico em dados para seus gerentes significou a criação de um “centro de decisão” que incide sobre uma função específica comercial ou segmento de mercado. A ideia, diz o diretor de inteligência de negócios da P&G Sr. Patrick Kern, é “alcançar as estratégias operacionais comerciais, da mesma forma que administramos uma fábrica dia após dia”. Enquanto um centro de decisão parece-se com um painel, a abordagem da P&G inclui blogs, ferramentas de pesquisa e colaboração, incluindo a capacidade de “seguir” os autores dos blogs em cujo pensamento ou pesquisa um colega possa estar interessado. Se a resposta para uma pergunta não estiver disponível on-line, um gerente poderá localizar e contatar um especialista. O centro de decisão também inclui ferramentas de visualização e relatórios de exceções para acelerar as decisões, tornando o significado dos dados evidentes à primeira vista. De acordo com o Sr. Kern, o centro de decisão abrange agora cerca de 56% dos procedimentos comerciais da empresa. Como resultado dessa abordagem, a P&G reduziu drasticamente o volume de e-mails utilizados anteriormente para distribuir relatórios. Além disso, diz Kern, agora que os funcionários com conhecimento técnico podem recuperar sozinhos as informações, eles estão solicitando uma quantidade muito menor de relatórios personalizados do que antes. Outras empresas obtêm a incorporação de dados — ou mais precisamente, a inteligência acionável resultantes dos dados — diretamente em seus aplicativos. Na BT, as principais medidas dos clientes são analisadas de forma a ajudar os agentes a oferecerem pacotes de serviços específicos, dependendo do tipo de cliente com quem estão falando. Em outras áreas comerciais, diz o Sr. Ogden da BT, a empresa está analisando “técnicas de visualização”, de modo que os funcionários com melhor desempenho na obtenção de informações de gráficos e tabelas do que de planilhas eletrônicas não fiquem em desvantagem. O departamento de TI do Grupo SM configurou seu portal interno de forma que sua equipe de marketing possa filtrar por meio de diferentes campos de informação em relação aos respectivos titulares dos cartões, incluindo dados demográficos e padrões de compra. A partir daí, é relativamente fácil para os promotores enviarem mensagens SMS ou e-mails para grupos específicos de titulares dos cartões. “Qualquer informação que desejarem compartilhar com nossos membros, eles podem fazê-lo apenas com ajuda mínima do departamento de TI”, diz Al P. Pile, vice-presidente sênior de TI e de operações da subsidiária do Grupo SM Marketing Convergence. “Alguns anos atrás, eles [os promotores] eram muito dependentes de nosso trabalho.” Democracia de dados não significa que cada funcionário necessita dos mesmos dados. Na verdade, saber quem precisa do quê faz parte da utilização eficaz de dados. Na Star Gas, um gerente de campo pode se beneficiar de seu conhecimento sobre determinado cliente que corre sério risco de mudar de empresa: o gerente pode, então, exercer sua influência no preço que cobrará por uma entrega. Esse nível de detalhe seria desnecessário para a diretoria executiva. Em vez disso, “o diretor executivo precisa saber da porcentagem de clientes, no total, que está em risco de abandonar a empresa”, diz o Sr. Nahon, da Star Gas. © Economist Intelligence Unit Limited 2010 17 Estabelecendo igualdade de condições Como as empresas utilizam dados para fins de vantagem competitiva Conclusão: Transformando dados em ideias A informação é um patrimônio essencial das empresas. Ainda de acordo com os resultados da pesquisa, apenas 27% dos entrevistados afirmam que suas empresas desempenham atividades de utilização de dados muito melhor do que a maioria de seus concorrentes. Embora os executivos saibam das vantagens que podem obter por meio da utilização eficaz de dados internos, a criação de estratégias eficazes continua a ser um desafio significativo para muitas empresas. É uma luta que construirá ou destruirá as empresas na próxima década, na medida em que exista uma abundância de dados — Gartner, empresa de pesquisas em tecnologia, estima que o volume de dados corporativos está crescendo em torno de 60% ao ano. O que as empresas podem fazer para aproveitar essa onda à frente de seus concorrentes? Existem três áreas principais que as empresas devem considerar: l Concentre-se nos dados corretos — e analise quais tipos de dados não são necessários. Quais são as medidas realmente importantes para determinada empresa ou para determinada função dentro da empresa? A resposta nem sempre é simples e nem sempre é intuitiva. Na Star Gas, os pontos importantes dos dados incluem o número de entregas que os motoristas fazem em um dia e quantas vezes os técnicos de serviços precisam voltar a uma residência para resolver problemas não resolvidos corretamente na primeira vez. O foco sobre os dados errados pode incentivar um comportamento que talvez não seja do interesse de uma empresa. Por exemplo, a Suncorp geralmente não compartilha estatísticas do processamento de chamadas com aqueles que trabalham em seus centros de apoio por telefone. Se assim fosse, os funcionários poderiam começar a concentrar seus esforços em atender chamadas rapidamente em vez de se concentrar no que a empresa pretende promover: ou seja, vendas cruzadas. Considerando-se que apenas 17% dos entrevistados afirmaram que suas empresas utilizam mais de 75% dos dados, é provável que a maioria das empresas esteja desperdiçando tempo e recursos significativos no recolhimento de dados que jamais serão utilizados. Os executivos deveriam pensar em como melhorar a utilização de dados ou repensar suas estratégias de coleta de dados. l Democratização de dados — e disponibilizá-los para que os funcionários possam utilizá-los intuitivamente. Em vez de forçar seus gerentes e funcionários a se especializarem em sistemas ou softwares complexos que encontrem os dados necessários para auxiliá-los, as empresas com know-how de dados deveriam disponibilizar os dados em locais onde seus funcionários possam acessar e utilizar de forma simples. A Con-way emprega uma equipe de usabilidade em suas instalações cuja atividade é certificar-se de que os instrumentos implantados sejam compreensíveis para quem não tem formação técnica. “Nossos especialistas em usabilidade utilizarão um grupo de pessoas, tais como vendedores 18 © Economist Intelligence Unit Limited 2010 Estabelecendo igualdade de condições Como as empresas utilizam dados para fins de vantagem competitiva que nunca viram um painel antes, e dirão, ‘Olhe para isto. É intuitivo para você? ‘“, diz a Sra. Baretta. “Descobrimos que isso pode ser realmente útil.” Muitas empresas estão começando a levar mais a sério a ideia da acessibilidade de dados por meio da busca de formas de disponibilizar os dados essenciais em alguns dos novos e mais populares dispositivos, tais como smartphones e iPads. “Se você pode fazer com que os dados sejam disponibilizados nas ferramentas deles — em uma ferramenta que eles acreditam que venha facilitar seu dia-a-dia — isso geralmente dará certo todas as vezes”, diz o Sr. Holdt da Swiss Post. l Incentivar os campeões de dados em toda a empresa e promover seu sucesso. Não importa o quanto uma empresa se dedica para fornecer os dados corretos e facilitar o acesso a eles, o público precisa de incentivos para utilizá-los. Quando o Sr. Nahon de Star Gas introduziu novos sistemas de inteligência de negócios, há alguns anos, ele gastou uma quantidade significativa de tempo realizando demonstrações para gerentes gerais e suas equipes. O Standard Chartered Bank na Índia não depende de seus funcionários para interpretar todos os dados que estão à sua disposição: eles contratam os “campeões de dados” para ajudá-los nesse sentido. “É uma tarefa enorme, porque esses sistemas possuem toneladas de dados”, diz o Sr. Nayak. A maioria dos funcionários não precisa de incentivos para utilizar o sistema de dados da empresa, uma vez que tais dados os ajudaram a responder perguntas complicadas, eliminar custos desnecessários ou conquistar um novo cliente da concorrência. O melhor treinamento envolve um benefício tangível desse tipo. “Somente quando chegam a esse ponto”, diz Jim Korcykoski, diretor executivo de informação da Nationwide Insurance, “os funcionários realmente o compreendem”. Pense em formas de divulgar internamente o sucesso com a finalidade de promover o uso contínuo dos dados, apoiando, assim, a vantagem competitiva. Como diz Albert Einstein: informação não é conhecimento. Para estabelecer igualdade de condições, os executivos devem considerar como as normas e os procedimentos podem ser reorientados para transformar os dados em ideias práticas. © Economist Intelligence Unit Limited 2010 19 Apêndice Resultados da pesquisa Estabelecendo igualdade de condições Como as empresas utilizam dados para fins de vantagem competitiva Apêndice: Resultados da pesquisa As porcentagens podem não somar 100% devido aos arredondamentos ou à capacidade de os entrevistados escolherem mais de uma resposta. No setor em que sua empresa atua, qual é a importância dos dados em relação à vantagem competitiva? (porcentagem de entrevistados) Como você avalia a utilização de dados por sua empresa em comparação a seus concorrentes? vantagem? (porcentagem de entrevistados) Extremamente importante Posição superior (somos melhores do que 75% dos concorrentes) De certa forma importante Um pouco acima da média (top 50%) Não é muito importante Na média Definitivamente não é importante Um pouco abaixo da média (inferior a 50%) Posição inferior (somos piores do que 75% dos concorrentes) Como você classificaria o desempenho financeiro recente de sua empresa comparado com o de seus parceiros? (porcentagem de entrevistados) À frente dos parceiros No mesmo nível dos parceiros Atrás dos parceiros Não sei Em relação à maior iniciativa de dados (tal como esforços para melhorar a utilização dos dados do cliente ou analisar as medidas da cadeia de suprimentos, etc.) em sua empresa nos últimos dois anos, quem foi o maior beneficiário? (porcentagem de entrevistados) Executivos ou gerentes Funcionários que não fazem parte da gerência Ambos os gerentes e aqueles que não são gerentes (todos na empresa) Dentre as opções seguintes, quais você acredita ser de maior utilidade para auxiliá-lo na tomada de decisão comercial em seu dia-a-dia? Selecione até duas opções. (porcentagem de entrevistados) Dados internos corporativos (estruturados ou não) Fontes de dados externos (incluindo a internet) Não houve uma grande iniciativa de dados em minha empresa nos últimos dois anos Não tenho certeza/ Não sei O quanto a alta administração de sua empresa está ciente do valor dos dados internos? (porcentagem de entrevistados) Sua própria experiência/instintos Muito consciente 20 Mídia tradicional (sites de notícias, revistas de negócios, jornais especializados, etc.) Um pouco consciente Conselhos de colegas Não é muito consciente Consultoria externa (serviço pago) Não é consciente Amigos e familiares Não tenho certeza/ Não sei Economist Intelligence Unit 2010 Estabelecendo igualdade de condições Como as empresas utilizam dados para fins de vantagem competitiva Apêndice Resultados da pesquisa Qual é o grau de importância de cada um dos seguintes atributos para determinar o valor de seus dados comerciais: (porcentagem de entrevistados) Muito importante De certa forma importante Não é muito importante Não tenho certeza/ Não sei Exatidão (confiabilidade dos dados) Atualidade (atualização dos dados) Nível de detalhe (granulosidade de dados) Por favor, indique o grau de contribuição dos dados internos de sua empresa em relação ao seguinte: Classifique, em uma escala de 1 a 5, onde 1 = Os dados fazem uma contribuição significativa e 5 = Os dados fazem uma contribuição insignificativa. (porcentagem de entrevistados) 1 Os dados fazem uma contribuição significativa 2 Desenvolvimento de novos produtos 3 Os dados não fazem uma contribuição nem significativa, nem insignificativa 4 5 Os dados fazem uma contribuição insignificativa Não tenho certeza/ Não sei Atendimento ao Cliente/Relacionamento com o cliente Marca Oportunidades de vendas Gestão de Custos Operações Inteligência competitiva Nos últimos dois anos, sua empresa foi capaz de adquirir vantagem competitiva sobre seus concorrentes por meio da melhoria do compartilhamento de dados internos? (porcentagem de entrevistados) Quem é o principal responsável pela estratégia de dados de sua empresa? (porcentagem de entrevistados) Diretor executivo ou outros executivos da empresa Sim Não O departamento de TI e os executivos da empresa dividem responsabilidades Diretor executivo de informação ou demais executivos de TI Minha empresa não possui uma estratégia de dados Em caso afirmativo, de que forma você foi capaz de adquirir vantagem competitiva? Selecione todas que se aplicam. (porcentagem de entrevistados) Melhor atendimento ao cliente Aumento da participação no mercado Redução de custos Rapidez na velocidade do mercado Melhoria da imagem da marca Outro(s) Não tenho certeza/ Não sei O que você acha das regras existentes para acesso e utilização dos dados em sua empresa (especificamente, as regras que determinam quem pode ter acesso a qual nível de dados)? (porcentagem de entrevistados) Muito restritivas — uma maior quantidade de funcionários deveria ter acesso à mais dados Um pouco restritiva Na medida certa Um pouco branda Muito branda — os funcionários já têm acesso a dados demais Economist Intelligence Unit 2010 21 Apêndice Resultados da pesquisa Estabelecendo igualdade de condições Como as empresas utilizam dados para fins de vantagem competitiva Por favor, avalie cada um dos seguintes fatores em relação aos desafios de sua empresa na utilização de dados. (porcentagem de entrevistados) Um grande desafio Existe algum desafio Não é um desafio Não tenho certeza/Não sei Quantidade abrupta de dados Deficiência na organização de dados Falta de procedimentos eficazes no compartilhamento de dados entre departamentos e funcionários. Problemas técnicos (incluindo incompatibilidade de sistema e localização de dados) Falta de atualidade dos dados Falta de dados detalhados Você concorda ou discorda das seguintes afirmações? (porcentagem de entrevistados) Concordo Não concordo nem discordo Discordo O quanto alguém é bem-sucedido no uso de dados em minha empresa depende de seu nível de conhecimento técnico A alta gestão da minha empresa utiliza com eficácia os dados para medir o desempenho empresarial Os altos executivos da minha empresa contam com analistas para coletar e fornecer dados a eles Qual das seguintes afirmações mais precisamente caracteriza a atitude voltada para os dados em sua empresa? (porcentagem de entrevistados) Em média, da quantidade de dados que sua empresa coleta, quanto você estima que seja utilizado por ela? (porcentagem de entrevistados) 75% ou mais É basicamente para a utilização de executivos e gerentes 50%-74% Está disponível para todos os funcionários da empresa 25%-49% É basicamente para a utilização de funcionários que não fazem parte da gerência 0%-24% Não tenho certeza/ Não sei Selecione a opção que melhor complete a frase: Funcionários que não fazem parte da gerência em nossa empresa... (porcentagem de entrevistados) Basicamente contribuem com dados agregados e utilizados para fins gerenciais Contribuem e utilizam dados em proporções iguais Basicamente utilizam dados que os ajudam a tomar melhores decisões Não tenho certeza/ Não sei Nos últimos dois anos, que tipo de violação de segurança sua empresa vivenciou? (porcentagem de entrevistados) Pelo menos uma violação de segurança que afetou as partes interessadas externas (Por exemplo, clientes ou parceiros de negócios) Pelo menos uma violação de segurança afetou as partes interessadas dentro da empresa Pelo menos uma violação externa e uma violação interna Não houve nenhuma violação de que eu tenha ciência Não tenho certeza/ Não sei 22 Economist Intelligence Unit 2010 Estabelecendo igualdade de condições Como as empresas utilizam dados para fins de vantagem competitiva Apêndice Resultados da pesquisa Pensando no período daqui há dois anos, qual o grau de importância de cada uma das seguintes fontes de dados em relação aos dados que você utiliza para executar suas tarefas? Classifique em uma escala de 1 a 5, onde 1 = Muito mais importante do que nos dias de hoje e 5 = Muito menos importante do que nos dias de hoje. (porcentagem de entrevistados) 1 Muito mais importante do que nos dias de hoje 2 3 Nem mais nem menos importante do que nos dias de hoje 4 5 Muito menos importante do que nos dias de hoje Não tenho certeza/ Não sei Dados corporativos estruturados (por exemplo: banco de dados relacional, planilhas) Dados corporativos não estruturados (por exemplo: bibliotecas de apresentações em PowerPoint) Tecnologias de pesquisa (por exemplo: Google, Bing) Serviços de redes sociais (por exemplo: Facebook ou uma rede social mantida pela empresa) Outros novos métodos de comunicação (por exemplo: Twitter) Se você estivesse em uma festa, a história mais interessante que você poderia contar sobre a utilização de dados de sua própria empresa seria uma história de sucesso ou uma narração preventiva? Em que região está localizado? (porcentagem de entrevistados) Ásia-Pacífico (porcentagem de entrevistados) Mais de uma história de sucesso Mais da narrativa de advertência Eu não teria uma história para contar América do Norte Europa Ocidental América Latina Oriente Médio e África Europa Oriental Em que país está localizado? (porcentagem de entrevistados) Estados Unidos da América Índia Qual é a receita global anual de sua empresa em dólares americanos?(porcentagem de entrevistados) Reino Unido Canadá Austrália US$ 500 milhões ou menos US$ 500 milhões a US$ 1 bilhão US$ 1 bilhão a US$ 5 bilhões Cingapura, China US$ 5 bilhões a US$ 10 bilhões México, Hong Kong, Espanha, Itália, Rússia, África do Sul, Alemanha, Indonésia US$ 10 bilhões ou mais Brasil, Suíça, França, Bélgica, Dinamarca, Nigéria, Portugal, Suécia,Tailândia, Turquia, Argentina, Chile, Eslovênia, Emirados Árabes Unidos, Grécia,Holanda, Nova Zelândia, Paquistão, Romênia Economist Intelligence Unit 2010 23 Apêndice Resultados da pesquisa Estabelecendo igualdade de condições Como as empresas utilizam dados para fins de vantagem competitiva Qual é seu principal setor? Qual dos seguintes cargos melhor descreve sua função? (porcentagem de entrevistados) (porcentagem de entrevistados) Serviços financeiros Membro do Conselho Serviços profissionais Diretor Executivo/Presidente/Diretor-presidente TI e tecnologia Diretor Financeiro/Tesoureiro/ Controladoria Fabricante/Produtor Diretor Executivo de Informação/Diretor de Tecnologia Energia e recursos naturais Outra função alto executiva Saúde, farmacêutica e biotecnologia Vice-presidente Sênior/Vice-Presidente/Diretor Bens de consumo Chefe da unidade de negócios Governo/setor público Chefe de departamento Varejo Gerente Construção e imobiliária Outro(s) Entretenimento, mídia e publicação Educação Transporte, viagens e turismo Quais são suas principais atividades funcionais? Escolha até três opções. (porcentagem de entrevistados) Materiais químicos Gerência Geral Logística e distribuição Desenvolvimento estratégico e empresarial Telecomunicações Financeiro Agricultura e agronegócios Marketing e vendas Automotiva Operacional e produção Aeroespacial/Defesa Atendimento ao Cliente Informação e pesquisa TI Risco Pesquisa e desenvolvimento Recursos humanos Gestão da cadeia de suprimentos Jurídico Contratos Outro(s) 24 Economist Intelligence Unit 2010 Imagem da capa: Shutterstock Embora tenham sido adotados todos os esforços para verificar a veracidade dessas informações, nem a The Economist Intelligence Unit Ltd. nem os patrocinadores deste relatório aceitarão qualquer responsabilidade ou obrigação de confiabilidade de qualquer pessoa sobre este relatório ou de qualquer informação, opinião ou conclusão constantes no relatório. LONDRES 26 Red Lion Square Londres WC1R 4HQ Reino Unido Tel.: (44.20) 7576 8000 Fax: (44.20) 7576 8476 E-mail: [email protected] NOVA YORK 750 Third Avenue 5th Floor New York, NY 10017 Estados Unidos Tel.: (1.212) 554 0600 Fax: (1.212) 586 0248 E-mail: [email protected] HONG KONG 6001, Central Plaza 18 Harbour Road Wanchai Hong Kong Tel.: (852) 2585 3888 Fax: (852) 2802 7638 E-mail: [email protected] GENEBRA Boulevard des Tranchées 16 1206 Geneva Suíça Tel.: (41) 22 566 2470 Fax: (41) 22 346 93 47 E-mail: [email protected]