Entrevista: Astronauta Marcos Pontes fala sobre disciplina e criatividade
PUBLICAÇÃO MENSAL DO SINDICATO DOS ESTABELECIMENTOS DE
ENSINO NO ESTADO DE SÃO PAULO * ANO 14 - Nº 165 - DEZEMBRO DE 2011
Dicas para um bom
planejamento escolar
Simples Nacional: ampliação
das alíquotas beneficia escolas
Índice
DIRETORIA
Presidente
Benjamin Ribeiro da Silva
Colégio Albert Einstein
[email protected]
1º Vice-presidente
José Augusto de Mattos Lourenço
Colégio São João Gualberto
4
2º Vice-presidente
Waldman Biolcati
Curso Cidade de Araçatuba
1º Tesoureiro
José Antonio Figueiredo Antiório
Colégio Padre Anchieta
2º Tesoureiro
Antonio Batista Grosso
Colégio Átomo
1º Secretário
Itamar Heráclio Góes Silva
Educ Empreendimentos Educacionais
2º Secretário
Antonio Francisco dos Santos
Idéia Jovem S/C LTDA
ABCDMR
Diretora - Oswana M. F. Fameli
(11) 4437-1008
Araçatuba
Diretor - Waldman Biolcati
(18) 3623-1168
Bauru
Diretor - Gerson Trevizani
(14) 3226-3096
Campinas
Diretor - Antonio F. dos Santos
(19) 3236-6333
Marília
Diretor - Luiz Carlos Lopes
(14) 3413-2437
Jurídico:
As lacunas da Nova Lei
do Aviso Prévio
Saúde:
Doenças do verão
Planejamento escolar 2012:
Momento para repensar a
prática pedagógica
Cidadania:
Escola e família na
prevenção às drogas
Entrevista:
Para o astronauta Marcos Pontes,
disciplina e criatividade não
são excludentes
10
Nutrição:
Conheça mais sobre açúcares
e adoçantes
18
36
38
40
Passo-a-passo:
Aprenda a fazer
um lindo cartão
para o Natal
42
Ribeirão Preto
Diretor - João A. A. Velloso
(16) 3610-0217
Osasco
Diretor - José Antonio F. Antiório
(11) 3681-4327
Presidente Prudente
Diretor - Antonio Batista Grosso
(18) 3223-2510
Santos
Diretor - Ermenegildo P. Miranda
(13) 3234-4349
São José dos Campos
Diretora - Maria Helena Baeza
(12) 3931-0086
São José do Rio Preto
Diretor - Antonio Carlos Tozzo
(17) 3222-6545
Sorocaba
Diretor - Edgar Delbem
(15) 3231-8459
Editor
Adhemar Oricchio - MTB 8.171
Repórteres
Paula Hernandes - MTB 44.925
Alex de Souza - MTB 57.880
Assessoria de Imprensa e
Produção Editorial
Editor-chefe Adhemar Oricchio
Editor gráfico/revista Alex de Souza
Editora de site Paula Hernandes
Impressão: Companygraf
Colaboradores
Antonio Higa * Carlos Alberto Nonino
Jocelin de Oliveira * José Maria Tomazela
José Rodrigues * Ivaci de Oliveira
Ulisses de Souza * Ana Paula Saab
Clemente de Sousa Lemes
www.sieeesp.org.br
Av. Dr. Altino Arantes, 225
CEP 04042-031 - São Paulo - SP
(11) 5583-5500
2
Escola Particular
Tributos:
Simples Nacional sofre alterações
que beneficiam
instituições
de ensino
20 e 22
Educação sexual:
Sexo frágil e a prevenção
da Aids
Ensaio:
Lançado durante
o Saber 2011,
“Mentes que
aprendem”
trata da
prontidão
para a
aprendizagem
Tecnologia:
Os jovens e a escolha
da carreira
Entrevista:
“Só vontade de
trabalhar não resolve”
Aguinaldo Ramos de Miranda
44
Comportamento:
O celular e o professor
50
Cursos de janeiro:
Confira as novidades do
Sieeesp em 2012
52
24
26
Encargos:
Verifique as obrigações
de sua escola em 2012
53
Estratégia
Motivação para
melhores resultados
54
34
Capa: sxc.hu
Editorial
Sieeesp: 80 anos de serviços
A
o findar o ano de 2011,
queremos express a r n o s s a g ra t i d ã o
pela confiança em nós
depositada, uma credibilidade
reafirmada e confirmada durante
todo tempo em que estamos à
frente dos destinos do Sieeesp.
Nestes anos de administração,
sempre tivemos a preocupação de
prestar cada vez mais serviços aos
nossos associados e representar
com altivez e responsabilidade os
mantenedores de escolas particulares.
Tenha certeza, caro Mantenedor, que você sempre teve o
seu Sindicato ao seu lado. Foram
dezenas e dezenas de viagens a
Brasília em busca de apoio político
para conseguir melhores condições
para as escolas particulares, como
a redução das alíquotas da Cofins,
a entrada e a manutenção das
escolas no sistema Simples de recolhimento de impostos, a defesa
das escolas filantrópicas. Preocupamos-nos muito com a melhoria
das condições físicas e o aprimoramento do trabalho das sedes
regionais espalhadas pelo interior;
conseguimos consolidar uma das
mais belas páginas do setor educacional brasileiro – o Congresso
e Feira Saber, um marco para a
escola brasileira e um coroamento
dos cursos ministrados em nosso
sindicato; criamos e incentivamos
inúmeras parcerias para trazer
benefícios aos nossos associados,
como o atual projeto Vem com a
Gente, uma unidade móvel que
levará Educação, Cultura e Meio
Ambiente para todas as cidades
onde mantemos regionais, quando
esperamos beneficiar milhares de
professores e alunos.
Como se vê, o Sindicato
preparou-se para efetivamente
servir aos seus associados, principalmente nestes tempos de intensa
competitividade, que tem gerado
uma reestruturação e atualização
do setor, com o incremento muito
grande da tecnologia.
“
Conseguimos
consolidar uma das
mais belas páginas
do setor educacional
brasileiro – o Congresso
e Feira Saber, um marco
para a escola brasileira
e um coroamento dos
cursos ministrados
em nosso sindicato.
Podemos dizer que
o Sieeesp tem duas
grandes missões: a
primeira, frente aos
seus associados,
a outra, frente a
toda a sociedade”
Para o Sieeesp, tê-lo conosco
é uma questão de honra. Já somos,
hoje, a maior entidade sindical
particular na área da Educação.
Com a sua presença, seremos ainda
melhores, mais representativos e
mais eficientes e cumpriremos com
maior rigor a nossa missão. Para
discutir assuntos de nosso interesse
e dirimir dúvidas, criamos um canal de comunicação. Fale conosco
- [email protected].
Queremos lembrar que o ano
de 2012 será de muito júbilo para
nós, pois comemoraremos 80 anos
de serviços prestados à Educação
brasileira. Podemos dizer que o
Sieeesp tem duas grandes missões:
a primeira, frente aos seus associados, a outra, frente a toda a sociedade. Para vocês, associados, o
Sindicato tem a função principal de
oferecer assessorias, administrativa
e pedagógica, cursos, processos de
capacitação e atualização profissional, além de representatividade
e respaldo político, enfim, todos
os serviços necessários para que as
instituições educacionais possam
cumprir sua função principal: educar. Diante da sociedade, o papel do
Sindicato é promover a qualidade
do ensino por meio de diversos
instrumentos, em todos os âmbitos
do ensino, da Educação Infantil ao
Ensino Médio.
Conseguimos angariar o
respeito e a credibilidade de todos,
graças a uma administração séria
e austera. Agora nos empenhamos
na união de todos, não só nossos
associados, como também outras
entidades representativas da escola
particular para nos tornarmos um
segmento forte e unido. Contem
conosco!
Queremos aproveitar para
desejar um Bom Natal e um excelente 2012.
Benjamin Ribeiro da Silva
Presidente do Sieeesp
Escola Particular
3
Planejamento
Planejamento Escolar 2012 – o momento
de repensar a prática pedagógica
Dezembro é o momento para
fazer um balanço geral das
ações de 2011 para, a partir
de uma perspectiva crítica,
elaborar o planejamento
escolar do próximo ano
O
Paula Hernandes
ano letivo está no fim e é hora
de pensar nas providências
do próximo ano, verificando
as ações que deram certo e os aspectos que precisam de mais atenção.
Faltou integração da equipe em quais
ocasiões? O projeto ficou engavetado?
Por que? Dezembro é o momento
para fazer um balanço geral das
ações de 2011 para, a partir de uma
perspectiva crítica, elaborar o planejamento escolar do próximo ano,
tendo em vista o papel mediador do
coordenador pedagógico, responsável
por conciliar demandas dos docentes
e da comunidade, convergindo com a
missão e o perfil da escola, uma vez que
são eles que nortearão todo o trabalho.
Planejamento é mais
que um documento
O planejamento pedagógico é
um instrumento que reúne as decisões
coletivas com relação à escola, no
qual os desejos e intenções da equipe
escolar quanto à rotina da instituição
devem ser expressos e seguidos conforme o projeto político pedagógico da
escola. Em outras palavras, é a operacionalização do Projeto Pedagógico,
realizado a partir de uma análise crítica
e coletiva.
Segundo a assessora pedagógica,
Célia Godoy, para que o planejamento
funcione, a escola não pode perder
4
Escola Particular
Fotos: sxc.hu
isso de vista. “O planejamento não é
um mero documento redigido para o
cumprimento de exigências legais; ele
elucida a missão da escola e é também
um movimento, uma vez que tratase de um processo coletivo de discussão, análise e tomada de decisões,
cujo acompanhamento e avaliação
constantes podem definir as mudanças
de rumo, sempre que necessário”, diz.
O que vai garantir o sucesso
do planejamento é justamente sua
consonância com o projeto político
pedagógico escolar. “A diferença entre escolas que planejam ações sem
refletir criticamente o seu contexto e
os seus objetivos, daquelas que partem do projeto político pedagógico,
trabalhando ideias, valores, a política
e a organização curricular é significativa”, diz Célia. Para isso, cada membro
da equipe escolar precisa estar ciente
de seu papel e atribuições de forma
a viabilizar as ações, contribuindo
para que a prática em sala de aula e o
cotidiano escolar sejam coerentes com
os objetivos propostos.
A equipe gestora multidisciplinar deve rever as funções que desempenha em sua rotina, bem como
avaliar as formas de comunicação
estabelecidas entre os membros da
equipe, a interação de todo o grupo,
Cada membro da
equipe escolar
deve entender
seu papel e
atribuições,
para que os
objetivos
propostos no
planejamento
sejam atingidos
além de avaliar as possibilidades reais
de mediação que constrói junto aos
professores. Por ser um processo de
construção coletivo, o planejamento
deve partir da escuta atenta de todos
os envolvidos para que se possam estabelecer os critérios comuns, discutir
as formas de gestão, a organização do
espaço e do tempo, a parceria com as
famílias, tendo em vista a proposta da
escola e sua organização curricular.
Por ser um processo
de construção
coletivo, o
planejamento deve
partir da escuta
atenta de todos
os envolvidos. A
equipe gestora
multidisciplinar deve
rever as funções
que desempenha
e as formas de
comunicação
estabelecidas entre
os membros da
equipe
Principais erros na execução
do planejamento pedagógico
Elaborar e cumprir um planejamento exige disciplina e comprometimento de toda equipe, uma vez que,
cientes de sua atuação e função na rotina da escola, os educadores precisam
estar atentos a cada ação realizada e
notificar a coordenação sempre que
necessário para que possíveis mudanças de rota sejam devidamente analisadas. Nesse sentido é importante que
todas as ações planejadas pela equipe
sejam condizentes com sua rotina e,
principalmente, alinhadas com sua
realidade.
De acordo com Célia Godoy,
os erros mais comuns cometidos
pelas instituições ao formularem seu
planejamento estão ligados à falta de
um pensamento crítico no que diz
respeito aos erros e acertos cometidos
pela instituição, à elaboração de um
bonito plano pedagógico, que não sai
do papel e cumpre apenas sua função
burocrática sem ser colocado em
prática; na previsão de necessidades
baseadas em opiniões pessoais, mitos
ou construídas na cúpula da escola.
Outro erro comum é a improvisação, que engloba a idealização
de metas, sem estipular prazos e
etapas para a concretização, ou a falta
de acompanhamento e avaliação das
ações propostas. “O planejamento
pedagógico não pode ficar guardado
numa gaveta secreta. É necessário
ouvir todos os envolvidos no processo,
realizar diagnósticos situacionais e,
principalmente, não se pode planejar
por ‘achismo’, abrindo mão da avaliação e do pensamento crítico”, explica
Célia, que diz que o planejamento
é o momento de repensar a prática
pedagógica num horizonte de possibilidades, fazendo com que a equipe
escolar ref lita sobre qual tipo de
educação e formação que se pretende
realizar.
O papel mediador do
coordenador pedagógico
Mediação é a palavra-chave
quando se pensa em planejamento
pedagógico e o coordenador pedagógico é o principal ator nessa tarefa, pois
deve avaliar e reavaliar continuamente
os processos da escola, aferindo a
aplicabilidade do planejamento no
favorecendo
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O Coordenado
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a discussão
cotidiano escolar, além de designar
tarefas e combinados a cada um dos
componentes da equipe, monitorando
prazos e cobrando o cumprimento das
etapas estabelecidas.
Além disso, o Coordenador deve
zelar pela formação permanente de sua
equipe, acompanhando a rotina da instituição, favorecer o desenvolvimento
de habilidades e competências dos
profissionais, tendo em vista também
suas limitações para que se trabalhe a
questão da superação. Além de exercer
o papel de mediador dentro da equipe
docente, o Coordenador mediará as
relações com a diretoria, por meio
das reuniões pedagógicas, que abrem
espaço para a discussão da qualidade
de ensino na instituição e mediará
também a relação com os pais, por
meio dos encontros de pais, que buscam integração entre escola e família.
Outra função do coordenador
é viabilizar o projeto pedagógico por
meio da gestão curricular. “O currículo
norteará muitas das ações mediadoras do coordenador pedagógico, que
deverá fazer valer os quatro pilares
da educação: aprender a aprender,
aprender a conhecer, aprender a ser
e aprender a conviver”, explica Célia.
Tudo isso articulando as diretrizes curriculares dentro de uma proposta que
trabalhe de maneira interdisciplinar. EP
Escola Particular
5
Planejamento
Fotos: sxc.hu
MOMENTO CHAVE
O professor
deve conquistar
a confiança
dos alunos
na primeira
semana
de aula
Após o planejamento, o acolhimento
Paula Hernandes
P
assada a semana pedagógica,
quando o planejamento escolar
foi discutido com a coordenação e as atividades da semana de
recepção e acolhimento foram definidas, é hora de retomar a rotina na
sala de aula e iniciar os trabalhos em
mais um ano letivo. E para que a primeira semana seja tranquila para os
pequenos, que estão para conhecer
o universo escolar pela primeira vez,
Escola Particular conversou com
a especialista em Educação Infantil,
Gabriela Manzano Antonangeli, para
saber como deve ser a recepção dos
novos alunos, a postura do professor no relacionamento com os pais
e, principalmente, como lidar com a
insegurança, tanto da família, no momento em que deixa o filho na escola
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Infantil.
6
Escola Particular
pela primeira vez, como também da
criança, que deixa o convívio exclusivo
do círculo familiar para se relacionar
com colegas da mesma idade. A reportagem também falou também com
a psicóloga do Colégio OEMAR, Carmen Galluzzi, sobre os possíveis temas
para uma primeira reunião de pais.
O momento da acolhida
A semana de adaptação é um
período de aprendizagem, tanto para
os alunos, quanto para a equipe docente. É o momento de criar vínculos
e conquistar a confiança dos pequenos.
“Acredito que essa semana deve ser
recheada de muita alegria, paciência,
afetividade, brincadeiras e atividades
lúdicas, planejadas conforme a faixa
etária de cada turma”, diz Gabriela.
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- Conv
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Como a primeira semana deve
trabalhar a acolhida e a relação de
confiança entre professores, pais e
alunos, Gabriela elaborou uma série de
dicas, referentes à postura do professor
na hora da recepção, além de atividades que podem ser realizadas nesse
período. As dinâmicas, inclusive, farão
parte do curso “Volta às aulas com
pique total”, que será ministrado por
Gabriela no dia 16 de janeiro, das 13h30
às 17h30 na sede do Sieeesp. “A ideia
do curso surgiu para colaborar com os
professores nessa fase de adaptação e
acolhimento, trazendo brincadeiras,
dinâmicas e sugestões de atividades
lúdicas interessantes para se fazer na
primeira semana de aula, além de trabalhar a autoestima dos educadores,
fazendo com que eles voltem às aulas
com pique total”, conta.
Atitudes do professor
na recepção
O trabalho com os nomes dos
alunos logo nos primeiros momentos de aula é fundamental para que
eles se sintam acolhidos. Por isso, é
importante trabalhar brincadeiras
que estimulem a apresentação dos
alunos, para que eles se conheçam e
para que o professor memorize. “É
preciso receber os alunos olhando
nos olhos, de braços abertos e com
um sorriso no rosto, para que eles se
sintam bem-vindos”, diz Gabriela,
que recomenda aos professores atividades que possibilitem descobrir as
preferências e os interesses dos alunos
como parte do processo de construção
do perfil da turma, possibilitando
escolher, futuramente, as atividades
que mais agradam nos momentos de
brincadeira. Ao mesmo tempo em
que o professor precisa descobrir os
interesses da turma, deve ter o cuidado
de não sobrecarregar o dia com muitas
atividades.
Brincadeiras e a descoberta
do ambiente
Crianças de modo geral são
muito curiosas e, uma vez que o professor já aplicou algumas dinâmicas
para quebrar o gelo, ele pode planejar
atividades de “exploração da escola”,
mostrando as dependências, apresentando os funcionários e suas
respectivas funções, além das outras
turmas. Pode também contar sobre a
rotina do dia. “Falar um pouco sobre
as atividades vai transmitir mais confiança e segurança, porque a criança já
sabe antecipadamente o que vai acontecer”, conta Gabriela Antonangeli.
Outra ideia é escolher um ajudante por
dia, para fazer com que as crianças se
sintam importantes e responsáveis. “É
importante promover voz e vez a todos,
não elegendo prediletos, por isso a escolha de um ajudante diferente por dia
é uma opção para dar oportunidades
iguais a todos”, explica.
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Pela primeira vez na escola
É bastante comum as crianças
menores chorarem ao se separarem
dos pais nos primeiros dias de aula.
Por isso, o trabalho do professor deve
ser cuidadoso de modo a mostrar que
a escola é um lugar divertido, que possibilita conhecer outras crianças, fazer
amigos e aprender brincadeiras novas.
Mas nem sempre isso é tarefa fácil.
Uma das sugestões para os pequenos é
a adaptação gradativa, com duas crianças por vez, para que o professor possa
dar uma atenção individualizada, além
de diminuir o número de horas de
permanência da criança na escola, para
que ela se acostume aos poucos com o
novo ambiente. “Uma coisa muito importante é não mentir para a criança”,
diz Gabriela, por isso não adianta o
pai dizer que volta rápido. “Dizer a
verdade faz com que a criança se sinta
mais segura e tenha mais confiança; se
falar que volta em meia hora, é preciso
cumprir o combinado”, explica.
A fase de adaptação é um processo individual e por isso as reações
podem ser as mais diversas. Há crianças que se integram mais rapidamente
e outras requerem paciência e mais
tempo por parte do professor. “O choro
é natural nessa etapa e o professor
pode conversar com a criança sobre
como foi adaptação dele quando era
pequeno, se ele chorava ou não. Dizer
que entende a tristeza da separação
com os pais, mas que a escola é um
lugar que pode ser muito divertido”,
recomenda Gabriela. Outra sugestão
>>>
Escola Particular
7
Planejamento
é propor às crianças que façam um
desenho ou uma pintura para presentear os pais na hora da saída, durante
a primeira semana. O desenho pode
também acompanhar um recadinho
acolhedor, redigido pelo professor e
voltado para pais e alunos.
Pais também
devem ser acolhidos
Não são só as crianças que entram no planejamento do professor
na primeira semana de aula. Acolher
bem os pais faz parte do processo e é
fundamental para a construção de uma
relação de confiança entre famílias e
escola. De acordo com a educadora
Gabriela Manzano Antonangeli, receber carinhosamente os pais e mães em
uma reunião logo no início da semana
para apresentação dos professores e do
plano de trabalho é de suma importância para o sucesso da adaptação escolar, principalmente, quando envolve
alunos novos.
Por isso, uma das sugestões é
convidar pais e mães para conhecer a
sala junto com os alunos e, se desejarem, ficar um pouco para transmitir
confiança aos pequenos. “Nessa fase o
professor deve pedir a colaboração dos
pais no diálogo com os filhos; então é
interessante que eles conversem sobre
esse processo de separação e expliquem às crianças que vão deixá-las
na escola, mas ao término do período
de aula, estarão lá para buscá-las”,
diz Gabriela. Nessa primeira semana
de aula, a criança também pode se
sentir sozinha, por esse motivo, logo
na primeira oportunidade, os pais precisam estar cientes da importância da
pontualidade na hora da saída, para
que seu filho não se sinta “esquecido”.
Dinâmicas que brinquem com o nome das crianças:
- O FULANO comeu pão na casa do João
Quem eu?
Você!
Eu não!
Então que foi?
Foi a FULANA
- Brincar de batata quente e quem ficar com a bola, fala o
nome para os amigos
- Se eu fosse um peixinho e soubesse nadar eu tirava a
FULANA lá do fundo do mar!
Reunião de Pais
Segundo a psicóloga educacional, Carmen Galluzzi, autora do
livro “Propostas para Reunião de
Pais” (Edicom), o ideal é realizar uma
reunião com os pais dos alunos, antes
mesmo do primeiro dia de aula para
que se esclareçam as normas da escola para cada etapa de ensino e como
será feito o processo de adaptação. “A
diferença básica, quanto à abordagem
dos pais nas reuniões está ligada às
características de cada faixa etária.
Na Educação Infantil, por exemplo, a
reunião pode ser mais lúdica. O Ensino
Fundamental I também comporta o
lúdico, mas com enfoque em reflexões.
Já no Ensino Fundamental II e no Ensino Médio é importante falar sobre a
adolescência”, explica. Nesse sentido,
Carmen recomenda que a escola se
coloque à disposição da família e consulte os pais sobre a necessidade de
palestras sobre algum tema específico
de interesse deles, ou mesmo, uma
reunião temática para discutir determinado assunto com o grupo.
Foto: sxc.hu
UM BOM LUGAR
O trabalho do
professor inclui
mostrar para a
criança que a
escola é divertida,
possibilita fazer
amigos e aprender
brincadeiras
novas
8
Escola Particular
No contato com a família, a postura mediadora do coordenador também é fundamental no acolhimento,
pois ele deve tomar a liderança no
momento da apresentação da equipe
docente e se colocar à disposição para
dirimir eventuais dúvidas.
Recomendações aos pais
de primeira viagem
Insegurança não é uma sensação
exclusiva das crianças. Muitas vezes,
os pais também se sentem inseguros
e preocupados em saber se seus filhos
serão bem-tratados, se chorarão muito
ou se conseguirão se integrar rapidamente ao restante da turma. “Essa
sensação de insegurança é natural,
especialmente nos pais de primeira
viagem. Muitas vezes os pais choram
e as crianças não”, conta Gabriela.
Pensando nisso, a equipe escolar deve
promover um ambiente que fortaleça
a relação de parceria com as famílias,
pois isso é fundamental para o bom
desenvolvimento das crianças.
Mas de que forma a escola pode
fazer isso? Permitindo que os pais
entrem e passem um tempo com a
criança, acompanhando a rotina da
sala, organizando um ambiente, uma
sala, em que os pais possam ficar
próximos, até que ambos tenham confiança e segurança para se afastarem
totalmente. “O acolhimento deve ser
diário e não só na primeira semana
de aula, o professor deve elaborar seu
planejamento visando ao bem estar
dos alunos durante todos os dias em
que frequentarão suas aulas”, finaliza
Gabriela Antonangeli. EP
Coleções CPV
Ensino Fundamental I e II
Ensino Médio
ENEM
Sociologia
Filosofia
Espanhol
Biologia Prática
EJA Fundamental
EJA Médio (completo ou por matéria)
Pré-Vestibular
Extensivo Humanas ou Biomédicas / Exatas
Semi / Semi Light
Revisão 1a Fase / 2a Fase
Diferenciais CPV
Assessoria Pedagógica Personalizada
Projeto Pedagógico Integrado
Planejamento Pedagógico
Projeto Cultural (Literário, Cinema, Visitas)
Orientação ao Vestibulando
Portal CPV na Internet
CPV Informa Atualidades
Suporte imediato
Capa Personalizada
Simulados e Provas
Livros Paradidáticos
Exercícios Regionais
Workshops
Vendas:: (11) 3740 - 2115 • [email protected] • www.cpv.com.br/editora
Escola Particular
9
Fotos: Alex de Souza / Mario Acedo de Aquino
Entrevista
DISCIPLINAR É PRECISO
Astronauta brasileiro fala
sobre a importância da
disciplina e da atuação dos
pais no desenvolvimento
pessoal e profissional dos
jovens nos dias de hoje
não
O
Adhemar Oricchio / Paula Hernandes
bauruense Marcos
Pontes foi o primeiro
brasileiro enviado a uma
missão espacial em 2006.
Engenheiro aeronáutico, consultor
técnico de projetos, acadêmico e pai
de dois filhos adultos, Pontes tem em
sua experiência de vida o propulsor de
suas palestras motivacionais e de sua
atuação como coach, enfatizando a
autodisciplina como um dos fatores essenciais para o sucesso na construção
de um projeto de vida pessoal.
10
Escola Particular
Em sua participação no Saber
2011, Pontes foi muito bem acolhido
pelos congressistas, que fizeram fila
para ter seus livros autografados, além
de tirar fotos ao lado do astronauta,
cuja palestra versou sobre a presença
de referenciais dos ambientes escolar
e familiar no preparo e no desenvolvimento profissional. Em entrevista à
Escola Particular, ele fala sobre sua
motivação em palestrar para o público
educacional e opina sobre questões
que abrangem o universo da educação.
A disciplina exige da
criatividade as melhores
soluções para a expansão
do conhecimento
De que forma a sua experiência
como astronauta pode ajudar as
crianças em idade escolar?
Acho muito importante conseguir
colocar boas ideias na cabeça desses
jovens, porque é preciso motivar essa
garotada a estudar, a pensar em ciência
e tecnologia como uma coisa legal, que
é o que falta no Brasil, com enfoque
na divulgação científica. Percebo que
muitos jovens ainda pensam a ciência
como uma coisa chata, centrada na
figura de um homem trancado num
laboratório. Quando isso acontece,
eles não vêem o lado legal da ciência.
Atualmente, os educadores se
queixam da falta de limites das
crianças. De que maneira a motivação e o foco na preparação para
o futuro trabalham esse olhar para
a questão dos limites, tão debatida
na área da educação?
Concordo em todas as letras com
isso [a falta de limites nas crianças de
hoje]. Na minha infância, os limites
foram dados naturalmente pelas necessidades; depois eles vieram com os
ensinamentos militares. O Brasil, por
ter passado por um regime ditatorial,
tem ainda algumas distorções sobre
como se vê a doutrina militar, que
tem muita coisa boa em termos de
autodisciplina e de superação, uma
vez que o treinamento faz a pessoa
suportar determinadas situações que
não são confortáveis, visando a um
objetivo posterior. Nas minhas conversas com os jovens, eu tento mostrar
esse lado, para que eles conheçam seus
limites e possam expandi-los, no que diz
respeito ao campo do conhecimento.
É importante que eles saibam de suas
limitações e quais as maneiras de
superá-las para alcançar mais.
“
Se conseguirmos
sensibilizar as famílias
para sua importância na
formação do indivíduo
e a importância de sua
participação na escola,
será possível reduzir
a agressividade”
Outra questão disciplinar está relacionada aos casos de bullying. Esse
comportamento agressivo sempre
existiu, mas não de forma exacerbada. O que o senhor acha disso?
Eu não concordo com a ideia de que
a criança pode fazer de tudo. A criatividade e a disciplina podem conviver
muito bem e não são excludentes.
Muito pelo contrário: a disciplina exige
da criatividade as melhores soluções
para a expansão do conhecimento e
o desenvolvimento de coisas novas,
mesmo com todas as tarefas que
precisam ser feitas. O bullying, de
certa forma, está relacionado com essa
falta de disciplina, porque quando se
permite que uma criança possa fazer
de tudo, ela tanto pode fazer de tudo
consigo mesma, como pode fazê-lo
com os outros. Isso cria certo egoísmo
na criança, porque ela deixa de se colocar no lugar do outro.
>>>
Escola Particular
11
Entrevista
Foto: sxc.hu
No momento que há mais disciplina, mostra-se a definição clara dos
papéis da família e da escola, no que
se refere à formação de valores, como
respeito e a própria questão da cidadania e da religiosidade. Hoje, as famílias
colocam muita carga em cima das escolas, deixando parte da sua obrigação
de educar. A escola, por sua vez, não
está preparada para assimilar isso, até
porque sua função é a de trabalhar o
conhecimento.
Como reverter este quadro?
Acho que a participação da família
nesse contexto é extremamente importante até para gerar esses limites
de modo a fazer com que a criança
entenda quais são os seus direitos, até
onde eles vão e quando começam os
direitos dos outros. Minha mãe sempre me dizia: “o seu direito termina
quando começa o do outro”. Acho que
se conseguirmos sensibilizar as famílias para sua importância na formação
do indivíduo e a importância de sua
participação na escola, será possível
reduzir a agressividade.
O que o senhor sugere para a
melhoria da educação no país?
A minha sugestão é estrutural, porque
aqui no Brasil pagamos impostos que
vão para algum ponto do governo e
depois esse dinheiro é distribuído den-
tro dos orçamentos para vários locais.
Não necessariamente o dinheiro que
eu gasto com o pagamento desses impostos vai especificamente para a educação e muito menos, para a educação
do meu distrito. Eu, particularmente,
gosto de um sistema de tributação que
existe nos Estados Unidos, onde moro.
No fundo do meu quintal
em Houston, há uma escola que
corresponde ao nosso Ensino Fundamental I, (Elementary School). É só
abrir a cerca do quintal que já estou no
pátio da escola. Lá, existe um imposto
específico para educação e o dinheiro
recolhido é aplicado no distrito de
residência do contribuinte. Então,
todas as crianças que moram num
mesmo distrito têm que estudar nas
escolas locais. Minha filha, inclusive
estudou nessa escola vizinha. Esse
imposto é municipal, o que dá uma
certa sensação de posse, uma vez que
eu ajudo a pagar para aquela escola
ficar em bom estado.
Essa sensação de posse ajuda o
morador a cobrar providências?
Não só cobrar, como também ajudar,
porque a escola é minha também.
Então, quantas vezes eu já não abri a
cerca dos fundos da minha casa, peguei
o meu cortador de grama e fui cortar a
grama da escola? Se os brinquedos do
parquinho estão com a tinta lascada e
eu tenho tinta em casa, vou lá, pinto e
SALA CHEIA
O astronauta Marcos Pontes esteve no Saber 2011,
onde ministrou palestra sobre a preparação pessoal
por meio da educação e atraiu dezenas de educadores
12
Escola Particular
“A função dos pais não
é tirar obstáculos da
frente das crianças”
coloco uma plaquinha avisando “tinta
fresca”.
Às vezes, os pais se reúnem e
vão arrumar a escola, pintar alguma
coisa, e eu faço isso, mesmo depois de
a minha filha ter saído de lá. Então, há
essa sensação de participação. Aqui,
embora as escolas sejam também
nossas, a gente não tem a sensação de
participação. É o discurso “O governo
cuida”. Mas eu também tenho que cuidar. Outra questão é a participação dos
pais. Cada um tem sua profissão e não
custa nada, pegar meia hora uma vez a
cada três ou seis meses para participar
de atividades promovidas pela escola.
Uma diferença que noto dos
Estados Unidos em relação ao Brasil é
de que lá existe essa cultura de, quinzenalmente, às sextas-feiras no período
da tarde, os pais irem para a escola
para falar sobre sua profissão e sua
rotina de trabalho. Isso é bom para a
criança sentir e mostrar quem são seus
pais, além de ser bom para os pais se
apresentarem e contarem sobre a sua
rotina. Essa participação é muito importante, porque é a oportunidade que
o pai tem de se aproximar e averiguar
as condições físicas da escola, conversar com os professores fora daquelas
situações de reunião. É gostoso participar e saber como está o seu filho.
O professor também pode aproveitar
a oportunidade e orientar o pai.
Outro ponto interessante é que
lá existe uma polícia específica para
a escola. São policiais treinados para
lidar com os jovens e eles só trabalham
dentro das escolas. Cada instituição,
dependendo do tamanho, tem dois ou
três policiais por turno e eles conhecem cada um dos meninos e meninas
que estão lá, além dos pais.
>>>
Escola Particular
13
Entrevista
Então, se algum estranho entra
nas dependências da escola, o policial
o aborda educadamente e pergunta
o que ele veio fazer ali. Se alguma
criança reage de maneira diferente do
habitual, o policial consegue perceber
isso, no caso de uma criança acuada,
suspeita de ser vítima de bullying,
por exemplo. Eles também falam a
respeito de drogas, de cuidados com
a segurança. Isso aproxima o policial
da realidade das crianças, pois é uma
pessoa que trabalha ali com elas.
A disciplina entra na hora do planejamento, que é extremamente necessário
para a realização do objetivo proposto.
Esse planejamento precisa ser rigorosamente seguido e exige preparação,
pois é necessário controlar todas as
exigências e superar os obstáculos
que surgem no meio do caminho. Na
realidade, é preciso aprender com os
percalços e fazer alterações na sua
rota para alcançar o sucesso. Se não
há disciplina, nunca se vai conseguir
cumprir o planejamento.
De que maneira uma educação
mais disciplinada faz com que os jovens encarem melhor os desafios?
Nesse contexto, qual
a disciplina dos pais?
A disciplina esta relacionada à superação de obstáculos. Como sou
engenheiro, baseei o meu livro “É
possível: como transformar seus
sonhos em realidade” numa estrutura
de gerenciamento de projetos. Quando
se tem um projeto para ser realizado,
primeiramente, surge uma ideia, o
conceito e, com isso, deve-se extrair o
máximo de visões para o que se quer
alcançar como resultado.
No momento seguinte, é hora de
por o pé no chão e pensar nas coisas
que a pessoa se imagina fazendo para, a
partir daí, traçar as metas, uma a uma.
Os pais têm uma função essencial no
crescimento e no desenvolvimento da
pessoa e essa função não é a de tirar
os obstáculos da frente da criança
ou do jovem. Todo mundo que tem
filho corre esse risco, principalmente
quando se vive uma situação difícil. A
primeira coisa que passa pela cabeça
dos pais é: “o meu filho não vai sofrer
como eu sofri e por isso vou dar tudo
para que ele não passe pela dificuldade
que passei”. Só que, ao fazer isso, é
como se o pai colocasse a criança numa
redoma e não deixasse que ela criasse
anticorpos para combater as doenças.
É importante que a criança tenha
“
14
Escola Particular
Educação é a maneira
de modificar um país.
Não adianta fazer
campanhas com
adultos, se não
trabalharmos
também as
crianças”
desafios e o pai pode, por vezes, colocar
obstáculos para ver como a criança os
supera. O papel do pai é o de observar
de perto o desenvolvimento do seu
filho e isso não significa ficar mexendo
nas coisas dele, mas algo muito mais
simples: conversar. Em vários casos, a
gente não conversa com os filhos, o que
não quer dizer distância.
Muitas vezes os pais dizem que
trabalham muito tempo fora e não conseguem arrumar tempo para falar com
os filhos. Consegue, sim. Eu mesmo
fico a maior parte do tempo longe dos
meus filhos fisicamente, mas se você
me perguntar o que está acontecendo
com cada um deles, posso te dizer com
precisão, porque hoje temos telefone,
internet, skype...
Como administrar isso?
Quando surgem as oportunidades de
aproximação física, é preciso dividir
o tempo. Se estou em casa num final
de semana, separo um tempo para os
meus filhos e pode ligar o Papa, mas
se eu reservei aquele momento para
ficar com eles, deixo o celular e o rádio
desligados. A aproximação tem que
ser conquistada naturalmente, não
adianta você ter passado 10 anos sem
falar direito com seu filho e de repente
querer conversar todos os dias com ele,
porque ele não vai aceitar isso de uma
hora para outra. Mas, de repente, você
pode pedir ajuda em alguma coisa que
ele saiba e isso talvez possa causar uma
aproximação maior, para, a partir de
então, você começar a perguntar sobre
os detalhes.
Educação é...
Essencial e uma paixão minha. A meu
ver, é a maneira de modificar um país.
Não adianta fazer campanhas com
adultos se não trabalharmos também
as crianças. Aqui no Brasil, a gente dá
muito enfoque ao Ensino Superior se
comparado ao Ensino Fundamental
que, como o próprio nome já diz, é
fundamental. Acho que deveria haver
uma estrutura de ensino básico que
comportasse mais alunos em período
integral, com atividades extras no
contraturno. EP
Escola Particular
15
16
Escola Particular
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Escola Particular
17
Nutrição
Adoçante X Açúcar
R
* Martha Amódio
esolvi escrever sobre esse tema
porque acredito que a maioria
das pessoas tem dúvidas sobre
qual é a melhor opção. Não poderei
dar uma resposta já que cada pessoa
tem uma necessidade nutricional
específica, porém acho interessante
fornecer informações para que vocês
possam conhecer um pouco mais
sobre o mundo doce dos açúcares e
adoçantes.
O açúcar é a forma mais simples
de carboidrato. As variações calóricas
entre os diferentes tipos são pequenas,
mas há outras diferenças importantes:
REFINADO – é a sacarose pura,
obtida do melado da cana-de-açúcar.
O produto, que inicialmente é marrom, recebe adição de gás sulfídrico e
outras substâncias químicas para ficar
claro. Nesse processo, o açúcar refinado perde vitaminas e sais minerais.
MASCAVO – é o açúcar quase bruto,
escuro e úmido, extraído depois do
cozimento do caldo da cana. Como
não passa pelas etapas seguintes de
refinamento, conserva as vitaminas e
sais minerais.
INVERTIDO – xarope feito do açúcar refinado. Usado no processo de
produção de refrigerantes, biscoitos,
sucos, sorvetes, molhos e doces em
geral.
LIGHT – surge da mistura do açúcar
refinado com adoçantes dietéticos,
como o aspartame, o ciclamato, a
sacarina e a sucralose, que aumentam
o poder de adoçar da sacarose pura.
Para se ter uma ideia, um cafezinho
só precisa de 2 gramas de açúcar light
para ficar doce, contra 6 gramas de
açúcar comum.
DEMERARA – é um tipo de açúcar
cristal, mas mais escuro porque não
sofre processo de branqueamento. Apresenta valores nutricionais
similares ao açúcar mascavo.
18
nte
Adoça
Escola Particular
ORGÂNICO – no plantio da cana
não são usados adubos nem fertilizantes químicos. O processo de industrialização é livre de cal, enxofre, ácido
fosfórico, folímetro e outros elementos
adicionados ao produto refinado. Além
disso, a embalagem do produto é biodegradável.
Os adoçantes dietéticos são,
e m s u a m a i o r i a , co m p o s to s a
partir de substâncias não calóricas,
naturais ou sintéticas, conhecidas
como edulcorantes. Esses edulcorantes
são mais doces que o açúcar branco e os
responsáveis pelo sabor dos adoçantes
de mesa. São fórmulas químicas em
que a preocupação maior é com o sabor e não com os nutrientes. Devem
ser usados por pacientes sujeitos a
dietas especiais (regime para emagrecimento, diabetes, etc.) sob orientação
do médico ou do nutricionista.
A Organização Mundial de
Saúde (OMS) estabelece uma quantidade diária adequada para o consumo
desses produtos. O cálculo é simples,
basta multiplicar o peso corporal do
indivíduo pela IDA (Ingestão Diária
Aceitável) de cada substância.
Edulcorantes não calóricos
• Ciclamato – IDA 11 mg/kg de peso
corpóreo;
• Sacarina – IDA 5 mg/kg de peso
corpóreo;
• Acesulfame-k – IDA 15 mg/kg de peso
corpóreo;
• Steviosídeo – IDA 5,5 mg/kg de peso
corpóreo;
• Sucralose – IDA 15 mg/kg de peso
corpóreo;
• Aspartame – IDA 40 mg/kg de peso
corpóreo (exceção à regra: apesar de
calórico, na dosagem recomendada há
calorias desprezíveis por causa do seu
poder de adoçamento).
Importante lembrar: edulcorantes
não calóricos podem possuir calorias,
apesar de praticamente desprezíveis.
Fotos: sxc.hu
Edulcorantes calóricos
• Sorbitol (presente na ameixa, cereja, maçã e pêssego) – IDA a OMS
(Organização Mundial de Saúde) não
atribuiu um limite para a IDA do sorbitol, deixando a critério do bom senso
do usuário;
• Manitol (presente nos vegetais) – IDA
50 a 150 mg/kg de peso corpóreo;
• Xilitol – IDA. A OMS não estabeleceu
um limite e o FDA (EUA) indica o consumo na quantidade necessária para o
adoçante necessário;
• Lactose (açúcar do leite);
• Frutose (açúcar das frutas) - é extraída das frutas. A frutose fornece a
mesma quantidade de calorias que o
açúcar refinado. A grande diferença é o
seu “poder de adoçar”, 33% maior que
o açúcar comum;
• Malto dextrina (extraída do milho).
As substâncias calóricas (ou
edulcorantes calóricos) são mais utilizadas para diluir, ou dar textura ao
adoçante ou ao alimento dietético, do
que propriamente adoçar o produto.
Não basta apenas saber as
características dos edulcorantes. É
fundamental se habituar a ler o rótulo
dos produtos, tentando identificar
cada ingrediente. Só assim vamos nos
familiarizar com as terminologias e
entender as associações que estão na
fórmula, avaliando se é adequada ou
não. Uma boa maneira de evitar o pico
de saturação e o acúmulo residual no
organismo é usar vários tipos. EP
* Martha Amódio
é nutricionista clínica
e diretora técnica da
“Comer e Aprender”,
consultoria em
nutrição escolar
www.comereaprender.com.br
Escola Particular
19
Tributos
Simples Nacional
sofre alterações
Foto: sxc.hu
Lei permitirá que
mais empreendedores
tenham acesso ao
regime simplificado
de tributação
AMPLIAÇÃO
* Regina Nascimento de Menezes
A
presidente da República,
Dilma Rousseff, sancionou no mês passado
a Lei Complementar
nº 139, de 10/11/2011, que
amplia o Simples Nacional, conforme
publicado no DOU de 11/11/2011.
A nova Lei estava sendo muito
aguardada porque reajusta as faixas
de enquadramento e o teto da receita
bruta anual das empresas do Simples
Nacional, e ainda, com a possibilidade
de parcelamento de débitos tributários
para essas empresas.
De acordo com a nova legislação, a partir de 1º de janeiro de 2012,
o limite para a receita bruta anual da
microempresa, será de R$ 360 mil, e o
da empresa de pequeno porte será de
R$ 3,6 milhões.
O Simples Nacional tem vinte
faixas de tributação, nas quais as empresas se enquadram de acordo com
o seu faturamento. A partir de 1º de
janeiro de 2012, a primeira faixa terá
início em faturamentos de até R$ 180
mil e vai aumento até o limite de R$
3,6 milhões.
Os débitos tributários apurados
no Simples Nacional que estiverem
em atraso, poderão ser parcelados em
até 60 parcelas mensais. O Comitê
Gestor do Simples Nacional fixará cri-
20
Escola Particular
Limite para a receita bruta
anual da microempresa
será de R$ 360 mil.
Na empresa de
pequeno porte
passa a ser de
R$ 3,6 milhões
térios, condições para rescisão, prazos,
valores mínimos de amortização e
demais procedimentos para o parcelamento dos recolhimentos em atraso.
Será admitido reparcelamento de
débitos constantes de parcelamento
em curso ou que tenha sido rescindido,
podendo ser incluídos novos débitos,
na forma regulamentada pelo Comitê
Gestor do Simples Nacional.
A íntegra da Lei Complementar
nº 139/2011, com seus anexos, poderá
ser acessada pelo site institucional do
governo: www.planalto.gov.br,
ou solicitada pelo e-mail abaixo:
jurí[email protected]. EP
As novas regras também reduzem
a burocracia para os empreendedores
individuais, que poderão fechar
negócios por meio eletrônico a
qualquer momento no
Portal do Empreendedor:
www.portaldoempreendedor.gov.br.
Também por meio da página, os
empreendedores individuais
preencherão uma declaração única,
em que comprovarão o cumprimento
das obrigações fiscais e tributárias e
poderão imprimir o
boleto de pagamento.
Criado em 2007, o Simples Nacional
reúne, em um pagamento único, os
seguintes tributos: Imposto de Renda
da Pessoa Jurídica (IRPJ), Imposto
sobre Produtos Industrializados (IPI),
PIS/Pasep, Contribuição para o
Financiamento da Seguridade
Social (Cofins), Contribuição Social
sobre o Lucro Líquido (CSLL),
contribuição patronal para o INSS,
Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS) e o
Imposto Sobre Serviços (ISS).
Fonte: www.planalto.gov.br
* Regina Nascimento de Menezes
é advogada do Dep. Jurídico do Sieeesp
Leia mais sobre o
Simples Nacional
na página 22
Escola Particular
21
Foto: sxc.hu
Tributos
NOVOS CAMINHOS
Aprovação da nova lei proporciona mais
possibilidades aos empreendedores, por
desburocratizar processos, mas requer
especial atenção dos mantenedores
Atenção aos limites
* Vanderlei Ferreira Machado
P
ublicada no Diário Oficial da União de 11/11/2011,
a Lei Complementar nº 139/2011 promove diversas alterações na sistemática simplificada de
tributação, denominada de Simples Nacional.
Algumas dessas alterações merecem especial
atenção dos mantenedores de instituições de ensino.
Com a nova lei, o limite de faturamento para fins
de opção e permanência no sistema passou de R$ 2,4
milhões para R$ 3,6 milhões. Este aumento do limite
de faturamento resultou na realocação das alíquotas
em face do faturamento acumulado.
É importante destacar que a realocação
das alíquotas fará com que algumas instituições
de ensino sejam beneficiadas com a redução da
carga tributária em 2012, podendo chegar até a
12%. Observe na tabela a seguir, que a instituição
que fatura anualmente em torno de R$ 2,4
milhões na tabela vigente até 31/12/2011 está
sujeita a uma alíquota de 17,42%. Com a introdução dos novos limites de faturamento, cuja
vigência será a partir de 01/01/2012, a alíquota
será de 15,35%.
REALOCAÇÃO
DE ALÍQUOTAS
Conforme tabelas
ao lado, algumas
instituições de
ensino serão
beneficiadas
(áreas demarcadas
em amarelo
mostram um
exemplo), pois
terão redução da
carga tributária.
Verifique em
que patamar a
sua escola se
enquadra
22
Escola Particular
Foi atribuída ao Comitê Gestor
do Simples Nacional competência
para, a partir de 1º de janeiro de 2015,
apreciar a necessidade de revisão dos
valores de faturamento constante na
nova tabela.
A pessoa jurídica que no ano
calendário 2011 optou pelo Simples
Nacional e cujo faturamento seja superior a R$ 2,4 milhões, porém inferior
a R$ 3,6 milhões, poderá em 2012 permanecer no Simples Nacional.
Destaca-se também a
autorização para parcelamento de
débitos apurados sob a sistemática do
Simples Nacional em até 60 parcelas
mensais. O Comitê Gestor do Simples Nacional determinará a forma e
condições atinentes ao parcelamento.
A opção pelo Simples Nacional
resulta na aceitação do sistema de
comunicação eletrônica em relação
a quaisquer tipos de atos administrativos, tais como: os relativos ao
indeferimento de opção, à exclusão do
regime, ações fiscais, etc.
As comunicações serão feitas, por meio eletrônico, em portal próprio,
dispensando a sua publicação no Diário Oficial e o envio por via postal, e será
considerada pessoal para todos os efeitos legais.
Os procedimentos relacionados à comunicação eletrônica de que trata a
Lei Complementar 139/2011 também depende de regulamentação do Comitê
Gestor do Simples Nacional, permanecendo vigentes as normas anteriores até
que isso ocorra.
Por fim, a partir de 01/01/2012 considera-se Microempresa as pessoas jurídicas que aufiram anualmente receita bruta global igual ou inferior a R$ 360
mil, e Empresa de Pequeno Porte as pessoas jurídicas que aufiram anualmente
receita bruta global igual ou inferior a R$ 3,6 milhões. EP
As comunicações serão
feitas, por meio eletrônico,
em portal próprio.
Isso dispensa sua publicação
no Diário Oficial e o envio
por via postal. Será
considerada pessoal para
todos os efeitos legais
* Vanderlei Ferreira Machado
Mais de 20 anos de experiência
nas áreas contábil, tributária e
financeira. Bacharel em Direito,
Contador, pós-graduado
em administração
Financeira e Direito
Educacional, especialista
em planejamento tributário, autor do livro
“O peso dos Tributos nas Escolas Particulares”
e Gerente Executivo da Meira Fernandes
Consultoria & Assessoria Educacional.
[email protected]
Escola Particular
23
Foto: sxc.hu
Educação sexual
Se o frágil e a
prevenção da Aids
* Maria Helena Vilela
D
ia 1º de Dezembro é o dia
mundial de luta contra a Aids.
O público feminino tem sido
o foco das últimas campanhas, porque
a infecção entre as mulheres está em
constante crescimento. Segundo o
Ministério da Saúde – Departamento
de DST/Aids, em 1989, a razão de sexos
era de cerca de 6 casos de Aids no sexo
masculino para cada 1 caso no sexo
feminino. Em 2009, chegou a 1,6 caso
em homens para cada 1 em mulheres.
Mitos e tabus sexuais
As mulheres lutaram por seus direitos sexuais, pelo direito de estudar,
desenvolver uma carreira profissional e
conquistar sua autonomia econômica e
pessoal. Mas quando a questão é amor
e sexo, a garota volta no tempo e ainda
se comporta de forma submissa aos
desejos do namorado, presa a mitos e
tabus que colocam sua vida em risco,
como por exemplo, a virgindade.
A virgindade ainda é valorizada na mulher, principalmente,
pelos adultos. Sabendo disso, muitas
garotas acabam cometendo equívocos
incríveis para não romper o hímen –
fazer sexo anal: prática sexual que,
quando realizada sem preservativo, é
a de maior risco de infecção pelo HIV.
Na contra mão dos fatos, pesquisas
mostram a dificuldade de a garota negociar o uso da camisinha por medo de
perder o namorado, de ser julgada, ou
ainda pior: acreditar que “quem ama
confia”. Tais comportamentos fazem
da mulher o verdadeiro sexo frágil.
24
Escola Particular
Fragilidade física
A infecção pelo HIV se dá pelo
contato direto com o sangue, sêmen
e as secreções vaginais de uma pessoa infectada, e isto pode acontecer
no sexo oral, mas principalmente na
relação vaginal e no sexo anal. O
ânus e a vagina são órgãos muito vascularizados, revestidos por um tecido
delgado chamado de mucosa. Na relação sexual, especialmente durante a
penetração, o pênis provoca atrito na
vagina ou no ânus, causando microfissuras que facilitam a entrada do HIV
na corrente sanguínea.
Outro fator que aumenta a
vulnerabilidade da mulher à Aids é a
menstruação. Quando a mulher está
menstruada, a descamação da parede
do útero o deixa completamente exposto ao HIV. Fazer sexo menstruada
é “entregar o ouro para o bandido”, pois
o vírus atinge a corrente sanguínea sem
precisar fazer esforço.
Como se não bastasse tudo isso,
o canal vaginal é um órgão interno, o
que dificulta à mulher perceber qualquer alteração na vagina. Muitas vezes,
ela só descobre que tem uma infecção,
ou mesmo uma DST, se consultar um
ginecologista, ou quando a doença já
está bastante adiantada. Uma infecção
agrava ainda mais a fragilidade da
parede vaginal, aumentado a vulnerabilidade da mulher à Aids.
O professor pode ajudar
O professor tem um papel importante na vida de seus alunos. O
que ele acredita, diz e ensina é levado
em consideração pelos jovens. Assim,
não deixe passar em branco o dia 1º
de dezembro, você pode fazer alguma
coisa para diminuir a vulnerabilidade
de suas alunas. Elas precisam saber que
é preciso ser espertas para ficar fora
desta estatística da Aids. Se existe sexo
frágil, estes são o sexo anal e o vaginal, quando o assunto é Aids. Abaixo
estão alguns cuidados fundamentais,
conversem sobre eles na sala de aula:
• Não delegue ao outro o cuidado
sobre seu corpo – O corpo só tem um
dono, e este é você.
• Só se previne quem tem convicção
dessa necessidade. Portanto, informação sobre prevenção é fundamental!
• Não faça nenhum acordo sexual que
possa lhe colocar em risco.
• Liste os nomes das pessoas que você
considera importante e que lhe ama.
Isto ajudará você a não esquecer que
é amada.
• Se for transar, não beba. A bebida
atrapalha o prazer e faz você esquecer
seus limites.
• Nunca negocie o uso da camisinha na
hora da transa. O tesão embriaga e lhe
deixa entregue a sorte, ou azar!
• Existem camisinhas de vários tipos e
qualidades. Portanto, sempre haverá
uma que se adéque ao seu parceiro.
• Sexo é uma brincadeira de verdade.
Quando a gente se machuca, a cicatriz
fica para sempre. EP
* Maria Helena Vilela
é educadora sexual
e diretora do
Instituto Kaplan
www.kaplan.org.br
Escola Particular
25
Ensaio
Prontidão para a Aprendizagem
Lançado durante o Saber 2011, “Mentes que Aprendem”
trata de vários aspectos do processo de cognição.
V
ocê já leu este livro? Ele é
para a sala de aula e para a
vida. Mais do que um ensaio
sobre a Prontidão para a Aprendizagem, “Mentes que Aprendem” é um
trabalho de pesquisa que rompe a inércia do conhecimento. Não há milagres
– aqui, se existe mágica, é por meio da
ciência, ou seja, de forma estritamente
racional.
Se há problemas para proporcionar a educandos uma aprendizagem
verdadeiramente eficaz e funcional,
ao ler este conteúdo o leitor é levado
a solucioná-los de maneira prática e
sistêmica. “Mentes que aprendem”
vai além, uma vez que incita a reflexão
permanente do educador quanto à sua
prática e qualificação profissionais.
Dividido em nove capítulos,
a obra oferece subsídios para sanar
dificuldades reais de professores e
alunos dentro e fora da sala de aula.
Espere, portanto, a defrontação de
uma série de complexidades, tanto de
natureza sociocultural, incluindo a
formação de valores familiares, como
26
Escola Particular
de natureza biofísica.
Já no primeiro capítulo, o livro
vai ao encontro das inúmeras diferenças de aprendizagem que existem entre
meninos e meninas. Sem quaisquer
“achismos”, são fornecidas respostas
para diversas questões, a exemplo de:
“As características inerentes ao sexo de
nossos alunos são levadas em conta na
hora da aplicação de tais estratégias
em sala de aula? Considerar somente
o desenvolvimento cognitivo baseado
na faixa etária é suficiente para garantir uma aprendizagem real? Existem
diferenças de amadurecimento neurológico entre meninos e meninas na
mesma faixa etária? Ser menino ou ser
menina interfere na maneira como se
aprende?”.
Feita para ser lida, relida,
ref letida, a obra é de cabeceira.
Reunindo uma série de prontidões
cujas aquisições são responsáveis por
ótimos resultados educacionais, no
segundo capítulo, Prontidão Neural,
é abordado o processo da mielinização, que possibilita ao ser humano
>>>
Fotos: Alex de Souza
Ana Laura Diniz
QUESTÃO DE ESCOLHA
Para Susan Zimog Leibig,
organizadora do livro, a
inteligência emocional
é responsável pelo
bem-estar humano.
Ser emocionalmente
inteligente é saber dissociar
o estado interno de bem-estar
dos acontecimentos no
meio ambiente, agindo
com sabedoria. Abaixo,
ela explica tais conceitos
durante palestra
do Saber 2011
Educar é transformar.
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preparando crianças e jovens para enfrentar os desafios
da vida. Para isso, desenvolvemos o Programa DSOP de
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15 livros didáticos, distribuídos entre os ciclos Infantil,
Fundamental e Médio, curso de capacitação de professores
e palestras dirigidas aos pais.
Os livros permitem à escola trabalhar o conteúdo com liberdade
e flexibilidade, adaptando-os à sua proposta pedagógica e ao
ritmo de aprendizado dos seus alunos. O curso de capacitação
de professores proporciona uma apropriação efetiva da
Metodologia DSOP e o entendimento do poder transformador
que seu uso integrado pode ter na vida prática de cada indivíduo.
As palestras dirigidas aos pais visam envolvê-los no aprendizado
do aluno e no ciclo de conscientização e prosperidade.
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Felipe Leme Xavier Augusto,
aluno do Colégio Gutenberg.
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Respeitando o dinheiro e realizando sonhos
Escola Particular
27
Ensaio
o alicerce para a construção gradual
das habilidades e competências que
serão dominadas por ele no decorrer
de seu desenvolvimento. “Ela é muito
rápida nos dois primeiros anos depois
do nascimento e, a partir daí, continua
em um ritmo mais lento durante a infância e a adolescência. Sendo assim,
as partes do cérebro que governam
os movimentos motores só estarão
totalmente mielinizadas depois dos
seis anos de idade”.
Apressamento cognitivo
Além disso, vários pesquisadores
afirmam que hoje em dia, cada vez
mais, vem ocorrendo o fenômeno do
“apressamento cognitivo”, onde o fator de decisão para exigir do indivíduo
o domínio de determinado saber
é apenas a idade cronológica, sem
considerar o momento de maturação
neural que ele está vivenciando. “Esse
ato pode comprometer sobremaneira o
processo de aprendizagem de uma pessoa, tornando-se fato causal de futuras
dificuldades no acompanhamento dos
programas escolares”.
Outra atenção é quanto à Prontidão Sensorial. Segundo a obra, a
sua formação advém de programação
genética, porém é necessário que o
ambiente contribua para que as experiências sensoriais proporcionem
um desenvolvimento pleno destas
atividades desde o nascimento. “Quando os sentidos são potencializados,
aguçados, a criança percebe o mundo
com mais clareza, foca a aquisição da
aprendizagem em diferentes estilos
(auditivo, visual, olfativo, gustativo e
tátil), reconhece e identifica diversos
SOLUÇÕES
O livro resgata
a ideia de que
o aluno é um
ser capaz de
aprender e
aponta os
meios para
que os pais
e mestres
atinjam esse
objetivo
28
Escola Particular
Em “Mentes que aprendem”,
tudo passa pela Prontidão
Cognitiva, que vai se
construindo gradativamente
durante as diferentes fases da
vida, porém com intensidade
significativa no período da
educação formal
sons, desenvolve a atenção e memória
auditiva, entre outras habilidades”.
Para tanto, a educação da criança deve
primar pelo exercício da imaginação,
por meio de jogos simbólicos, de contar histórias e de brincadeiras.
Somado a isso, vem a Prontidão
Motora. Aliada às bases da Prontidão
Moral – onde se internaliza a diferença
fundamental dos conceitos de “ser
humano” e de “ser pessoa”, a Prontidão Motora é abordada em aspectos
que desembocam e se emaranham na
Prontidão Emocional. Afinal, “o que
é emoção? Como ela se manifesta?
Como ela interfere no modo de ser
e agir das pessoas? Ela direciona
decisões? É possível ter a vida sob
controle, com tantas emoções a que
se está sujeito? Como controlar as
emoções para facilitar o processo de
aprendizagem? Qual a relevância das
emoções e a inteligência emocional?”.
Inteligência emocional
Segundo Susan Zimog
Leibig, diretora do Instituto de
Pe s q u i s a s e m N e u r o e d u c a ç ã o
(www.neuroeducacao.com.br) e organizadora deste livro, é importante
deixar claro que a inteligência emocional é a responsável pelo sentido do
bem-estar humano, o sentimento da
felicidade. Ser emocionalmente inteligente é saber dissociar o estado interno
de bem-estar dos acontecimentos no
meio ambiente, agindo com sabedoria.
Em “Mentes que aprendem”,
tudo passa pela Prontidão Cognitiva,
que vai se construindo gradativamente
durante as diferentes fases da vida,
porém com intensidade significativa
no período da educação formal.
É natural. O indivíduo para atingir a Prontidão Cognitiva, no entanto,
precisará concretizar as Prontidões
Neural, Sensorial, Motora e Emocional. “Quanto mais hábil o indivíduo
se apresentar em cada etapa de seu
desenvolvimento, mais aprimoradas
estarão as codificações armazenadas
em seus decodificadores, que por sua
vez efetuarão com mais eficiência e
elaboração a leitura de dados captados
do meio ambiente.”
Além disso, Vontade moral e
Motivação aparecem como dois fatores
fundamentais para superar as dificuldades nas fases de transição escolar.
“Sem se esquecer da importância do
impulso que as mudanças de atitude
do aluno podem trazer para o sucesso
de sua aprendizagem, como o aluno
processa o impacto das novidades
surgidas em cada um desses períodos
escolares e aquilo que pode levá-lo à
desmotivação para aprender e, consequentemente, a um decréscimo
cumulativo em seu aproveitamento”.
Além do óbvio
E é justamente no último capítulo, Prontidão para a Aprendizagem,
que a obra vai além da conclusão esperada, ela resgata a importância do
trabalho desenvolvido e coordenado
por Jacques Delors para a Unesco, no
início da década de 90, A Educação
para o Século XXI, em que visava
transformar o aluno em alguém capaz de aprender. Esse novo modelo,
apoiado em quatro pilares conceituais
– aprender a conhecer; aprender a
fazer; aprender a viver com os outros;
e aprender a ser – tem em “Mentes
que aprendem” o seu primeiro aspecto
muito bem desenvolvido – aprender a
conhecer –, “pois dele é que emana o
encadeamento dos demais. É a partir
dele que o educando poderá traçar
um novo modus operandi, um divisor
de águas que inicia o caminho para a
solução das dificuldades que giram em
torno do seu aprender”.
É sabido que os desafios educacionais são muitos e variados, mas é
exatamente nesse ponto que “Mentes
que aprendem” atua como alicerce
pedagógico fundamental na busca
não somente de maior equidade educacional, como no implemento de
reformas no ensino que garantam a
qualificação e o aprendizado do aluno
em sua totalidade. EP
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Escola Particular
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Escola Particular
Escola Particular
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Escola Particular
Escola Particular
33
Imagens: sxc.hu
Tecnologia
Os jovens
e a escolha
da carreira
EMPREGABILIDADE
* Célio Antunes de Souza
P
lanejar a vida profissional é tão
fascinante quanto programar
uma viagem.
É visível que os jovens estão
ingressando no mercado de trabalho
cada vez mais cedo. É fato que estão
cada vez mais perdidos quanto ao futuro profissional e que o nível exigido
de qualificação é cada vez maior.
Em meio à competitividade
do mercado de trabalho, destaca-se
quem possui especializações, cursos
de aprimoramento para a área e, principalmente, a busca contínua pela
atualização de conhecimento.
É de suma importância elaborar um plano de carreira em que os
jovens devem, juntamente com seus
orientadores, criar um guia que trace
o caminho a ser percorrido rumo ao
sucesso profissional.
Para isso devem ser
feitas algumas perguntas:
• Com qual profissão me
identifico mais?
• O que será necessário estudar?
• Como faço para chegar a
este objetivo?
• O mercado exige certificações?
• Quais as experiências que tenho de
vivenciar para chegar ao meu objetivo?
34
Escola Particular
Um mercado
competitivo
exige cada
vez mais.
Especializações,
certificações
e os cursos de
aperfeiçoamento
profissional são o
diferencial que
todo recrutador
buscará nos
candidatos
A IMPACTA, atenta a essas e outras perguntas, criou a certificação ICS (Impacta Certified Specialist), que assegura o conhecimento
necessário aos profissionais que buscam as
melhores oportunidades de trabalho. A certificação contempla um conjunto de treinamentos especialmente selecionados para formar
especialistas nas áreas de TI, Gestão e Design.
A certificação ICS pode ser inserida nas
escolas a partir do 6º ano letivo, na própria grade
curricular ou por meio de cursos extracurriculares.
Neste cenário, os jovens podem começar
a traçar suas carreiras e serem profissionais altamente requisitados por grandes empresas do
mercado nacional e internacional.
O modelo é referência no “Manual de
Treinamento de RH” da ABRH (Associação
Brasileira de Recursos Humanos), ABTD (Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento), AAPSA (Associação Paulista de
Gestores de Pessoas) e ASTD (American Society
for Training and Development). EP
* Célio Antunes de Souza
é presidente do Grupo
Educacional Impacta Tecnologia
[email protected]
Escola Particular
35
Jurídico
DE OLHO NO BOLSO
Lacunas polêmicas
* Josiane Siqueira Mendes
F
oi publicada, no último dia 13
de outubro de 2.011, a Lei nº.
12.506, que dispõe acerca do
aviso prévio.
Referida lei dispõe que:
“Art. 1º O aviso prévio, de que
trata o Capítulo VI do Título IV da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT,
aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452,
de 1o de maio de 1943, será concedido
na proporção de 30 (trinta) dias aos
empregados que contem até 1 (um) ano
de serviço na mesma empresa.
Parágrafo único. Ao aviso prévio
previsto neste artigo serão acrescidos 3
(três) dias por ano de serviço prestado
na mesma empresa, até o máximo de
60 (sessenta) dias, perfazendo um total
de até 90 (noventa) dias.
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na
data de sua publicação.”
Muitos questionamentos têm
sido feitos em razão da grande polêmi-
36
Escola Particular
Aprovação
da Nova
Lei do Aviso
Prévio
não evita
diferentes
interpretações
do texto
Foto: sxc.hu
O ponto crucial
da lei é quanto
à natureza jurídica
do acréscimo de dias.
Se considerado como
tempo de trabalho,
haverá todos
os reflexos e
incidências legais,
o que será muito
oneroso para o
empregador
ca em torno da nova lei. Salvo melhor
juízo, o ponto crucial da lei é quanto
à natureza jurídica do acréscimo de
dias. Se considerado como tempo de
trabalho, haverá todos os reflexos e
incidências legais, o que será muito
oneroso para o empregador.
Analisando a referida lei, entendemos que não houve a revogação
do artigo 487 da Consolidação das
Leis do Trabalho e entendemos que
o legislador acrescentou três dias por
ano de trabalho ao aviso prévio de 30
dias, considerando referido acréscimo,
como uma penalidade ao empregador
no caso de dispensa imotivada e por
consequência, deu-lhe natureza jurídica de verba indenizatória.
Nessa linha de raciocínio, ou
seja, considerando o referido acréscimo como penalidade e, portanto,
como uma indenização, o acréscimo
de dias não poderá contar como tempo
de trabalho para nenhum efeito, quer
seja, trabalhista ou tributário.
Além disso, questiona-se se
vale para os empregados e empregadores. A nosso ver, vale apenas para
os empregados, visto que a própria
Constituição Federal, no artigo 7º, XXI,
estabelece que:
“São direitos dos trabalhadores
urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição
social:
XXI – aviso prévio proporcional
ao tempo de serviço, sendo no mínimo
de trinta dias, nos termos da lei;”
Assim, temos que é direito do
empregado, pois, considerar o contrário seria entender que o empregado
estaria criando uma penalidade para si,
caso se demitisse.
Outro ponto relevante que tem
sido objeto de discussão é quanto à
aplicação da lei, ou seja, se beneficiará
os empregados demitidos dentro dos
dois últimos anteriores à sua publica-
ção. Com certeza, a referida questão
será submetida à apreciação do Poder
Judiciário, inclusive, porque já houve
manifestação de dirigentes sindicais
quanto a esta iniciativa.
Todavia, diante das lacunas da
lei e das inúmeras interpretações da
mesma, muitos questionamentos e
entendimentos continuarão a surgir.
Assim, não resta alternativa, senão,
aguardarmos a provocação do Poder
Judiciário para que se manifeste sobre
os questionamentos, que com certeza
serão propostos.
É certo que muitas homologações serão feitas, com ressalvas, pelos
Sindicatos das categorias profissionais
e, nesse caso, devemos aguardar as
decisões judiciais, caso haja ingresso
de reclamação trabalhista na Justiça
do Trabalho.
É certo, também, que os Estabelecimentos de Ensino deverão se
precaver diante das posturas adotadas,
visto que, em razão desses posicionamentos, poderão ser compelidos
a efetuar o pagamento de alguma
diferença daquilo que for pago, caso o
entendimento da Justiça seja diferente.
Além disso, os Sindicatos deverão estar muito atentos quando da
celebração das Convenções Coletivas
de Trabalho das categorias, a fim de se
adaptarem à nova lei do aviso prévio.
É mais uma lei que terá de ser
submetida à apreciação do Poder Judiciário, para o esclarecimento do seu
conteúdo e aplicabilidade. EP
* Josiane Siqueira Mendes
é do Departamento
Jurídico do Sieeesp
Escola Particular
37
Foto: Alex de Souza
Saúde
Doenças do
A
Ao frequentar as praias,
é necessário proteger
a pele adequadamente,
por meio da aplicação de
filtros ou bloqueadores
solares. Também
recomenda-se o uso
de chapéus, guarda-sol e
evitar horários de maior
exposição solar:
entre 10h e 16h
* Dr. Fernando Guida Tartuce / Dr. Lúcio Colamarinio Cury
s férias de verão chegam com
muitas diversões e alegrias,
mas vêm acompanhadas de
algumas enfermidades que podem ser
prevenidas com cuidados básicos que
veremos a seguir. Essas enfermidades
são: desidratação, insolação, micoses,
intoxicações alimentares, conjuntivite
bacteriana e queimaduras pela exposição solar.
Desidratação
A desidratação é a perda de líquidos de dentro das células e dos vasos
sangüíneos, que acarreta a sensação
de sede, diminuição da quantidade
de urina, boca seca, olhos fundos e
irritabilidade. Pode ser ocasionada
por infecções bacterianas ou virais
(principalmente rotavírus), que levam
à diarréia e vômitos.
A exposição solar intensa (insolação) acarreta aumento na produção
de suor, que leva à desidratação, que
por sua vez provoca intensa sensação
de falta de ar, dores de cabeça, náuseas,
tonturas, pele quente e avermelhada.
Ocorrendo desidratação, a principal
conduta a ser tomada é a ingestão
abundante de água potável e frutas
frescas, para restituir a quantidade de
sais minerais e líquidos para o corpo.
Nos dias atuais, deve-se utilizar
o soro oral da Organização Mundial
da Saúde, que pode ser facilmente
adquirido em postos de saúde e em
38
PREVENÇÃO
Escola Particular
farmácias, ao invés da ingestão do
soro caseiro.
Intoxicação Alimentar
A maioria dos quadros de intoxicação alimentar ocorre pela ingestão
de alimentos contaminados por microorganismos nocivos. Durante o
verão, é prática comum das pessoas se
alimentarem fora de casa, o que torna
mais suscetível a ingestão de alimentos
contaminados.
Alguns desses microorganismos
nocivos são bactérias e vírus, que
podem afetar um grande grupo de
alimentos sem que os mesmos estejam estragados, causando à pessoa
sintomas variados, que dependem do
tipo de microorganismo que causou a
intoxicação alimentar.
Geralmente, o quadro de intoxicação alimentar se demonstra pelos
seguintes sintomas: dores abdominais,
febre, diarreia (acompanhada ou não
de vômitos), dores de cabeça, e até
mesmo desidratação grave. A duração e a variação dos sintomas estão
diretamente relacionadas ao microorganismo causador da doença, podendo
ser mais ou menos intenso e mais ou
menos duradouro.
A intoxicação alimentar pode
ser evitada pelas seguintes condutas:
lavar muito bem verduras, frutas e
legumes com solução de hipoclorito
de sódio a 2%, facilmente encontrado
em supermercados ou quitandas,
além de não ingerir carnes cruas.
Outra importante conduta é a ingestão
abundante de água potável, e nos casos
mais graves que tenham sintomas mais
intensos, procurar um médico.
Conjuntivite Bacteriana
Conjuntivite é a inf lamação
das conjuntivas (pele transparente
que recobre os olhos), que pode ser
causado por: bactérias, vírus, produtos
químicos e alergia.
Essa doença se torna mais comum no verão pela facilidade de proliferação das bactérias o que ocasiona:
vermelhidão, coceira, secreção com
pus nos olhos e aversão à luz.
A transmissão da Conjuntivite
Bacteriana é feita pelo contato direto nos seguintes casos: mãos sujas,
toalhas, piscinas sem tratamento com
cloro e praia poluída. Pode ocorrer
também a transmissão pelo contato
direto com uma pessoa contaminada.
O tratamento deve ser prescrito
pelo médico, pois geralmente, devem
ser utilizados colírios com antibiótico.
Micoses
A Micose é uma infecção causada
por fungo que se instala na pele. Os
fungos são microorganismos presentes no meio ambiente e que se
desenvolvem com mais facilidade em
ambientes úmidos e pouco arejados.
Dicas para evitar doenças no verão:
• Evitar o consumo de carnes e alimentos crus em geral;
• Ingerir grande quantidade de líquidos, preferencialmente água, que deve ser potável;
• Dar preferência a alimentos como: carnes grelhadas, saladas, verduras, legumes e frutas;
• Utilizar filtros protetores ou bloqueadores solares antes de se submeter à exposição solar;
• Evitar piscinas sem tratamento adequado da água. Checar previamente a qualidade das praias;
• Vacinar a criança contra o rotavírus nos primeiros meses de vida.
• Evitar andar descalço.
Durante o verão, com o aumento
do calor e da transpiração, é comum
haver a procura por ambientes úmidos, como piscinas, por exemplo. Esse
cenário é ideal para a proliferação e
desenvolvimento da Micose, ser mais
frequente em unhas, virilhas e pés.
A Micose pode surgir em diferentes partes do corpo e cada lesão
pode apresentar um aspecto diverso do
outro. O tratamento é feito mediante
remédios e cremes, e dependerá do
tipo de micose que será avaliada caso
a caso pelo médico.
Queimaduras pela
exposição solar
A queimadura pela exposição
demasiada ao sol é dividida em dois
tipos: primeiro e segundo graus, que
dependem da profundidade da lesão
na pele, ou seja, o período em que a
pele permaneceu exposta à radiação
ultravioleta B (UVB).
Normalmente, as queimaduras
mais comuns são as de primeiro grau,
com o acometimento da epiderme sem
a presença de bolhas, concomitante-
mente com sintomas de: vermelhidão
da pele, inchaço e dor. As queimaduras
solares de segundo grau atingem uma
camada mais profunda da pele, causando além dos sintomas acima mencionados, o aparecimento de bolhas.
Além desses sintomas, existem
possíveis complicações causadas pela
exposição demasiada à luz solar, que
são: insolação, aumento da espessura
da pele, recorrência de herpes simples
labial e câncer de pele.
Para prevenir as queimaduras solares, é necessária proteção adequada
da pele com aplicação de filtros protetores ou bloqueadores solares, aliado
ao uso de chapéus, guarda-sol e evitar
a exposição solar entre 10h e 16h.
Larva migrans
(“Bicho Geográfico”)
A larva migrans, conhecida
vulgarmente como bicho geográfico,
é uma doença causada por parasitas
intestinais do cão e do gato. Ao defecar
na terra ou areia, os ovos eliminados
nas fezes transformam-se em larvas
que penetram na pele do homem,
causando a doença.
Por estar em pele humana, a
larva não consegue se aprofundar
para atingir o intestino (o que ocorreria no cão e no gato) e caminha sob
a pele, formando um túnel tortuoso e
avermelhado.
Para prevenir a infecção pela
larva migrans deve-se evitar andar
descalço em locais frequentados por
cães e gatos. Também se recomenda
cobrir as caixas de areia durante a
noite, para evitar que os gatos venham
a defecar no local. Recolher as fezes de
seu cachorro e estimular outros donos
de animais a fazerem o mesmo. EP
* Dr. Fernando
Guida Tartuce
* Dr. Lúcio
Colamarinio Cury
Médicos da Clínica Santa Isabella
Escola Particular
39
Cidadania
Escola e família na prevenção às drogas
CONVERGÊNCIA
As informações
que os jovens
recebem na escola
devem estar em
sintonia com o
que aprendem
em casa.
Em contrário, fica
difícil modificar
comportamentos
e evitar que eles
se percam
* Cel. Edson Ferrarini
N
OSSA sociedade exige, cada
vez mais, que o jovem seja
responsável por suas decisões.
Os adolescentes são confrontados com
escolhas sobre carreira, relacionamentos, amigos, drogas, etc. De um modo
geral, não são capazes de reconhecer
as alternativas disponíveis e não sabem
os passos necessários para obterem
sucesso em sua opção. Saber tomar
decisões é uma habilidade que pode e
deve ser aprendida.
Os pais e a escola são os agentes principais, para ensinar e servir
de modelo, na tomada de uma boa
decisão, quando o momento assim o
exigir. À escola e ao educador cabem
o entrosamento e o intercâmbio com
a família. A escola é a educação formal
e, a família, a educação informal. Na
escola está o conhecimento técnicocientífico e tudo mais que o aprendizado formal pode proporcionar.
Se as informações obtidas na
escola estiverem em desacordo com as
que recebe em casa, o jovem acabará
enfrentando dificuldades de entro-
40
Escola Particular
samento e criando resistências em
sua conduta. Jovem que tiver ótima
educação formal e completa educação
informal, terá mais condições de ser
um VENCEDOR.
A Organização das Nações Unidas para a Ciência e Cultura (Unesco)
aponta a escola como o local adequado
para o desenvolvimento de ações
preventivas visando a melhoria da
qualidade de vida. Aprendizagem nada
mais é do que mudança de comportamento. Na escola, prevenção também
se ensina. O aluno adolescente está
na fase mais rica para a aprendizagem, mudanças de postura, atitudes
e comportamentos. Aí, a família é
indispensável e a escola é fundamental.
Para se falar sobre drogas é
preciso estar informado e o processo
pedagógico exige muito diálogo,
afetividade e respeito aos medos, valores e incertezas do jovem. A escola e
a família devem se perguntar: estamos
dando ao jovem aluno condições de suportar a pressão do grupo para dizer “tô
fora, sou vencedor” quando alguém lhe
oferecer droga? Seja na escola estadual,
municipal ou particular. Se a escola
e os pais não estiverem em paz com
sua consciência diante da pergunta,
a droga está mais próxima do que se
pode imaginar.
É preciso estabelecer barreiras
entre o jovem e a droga, e, a escola e
a família é que podem edificar estes
obstáculos.
“A prevenção às drogas se inicia na
família. Deve ser incorporada como
uma política de governo e consolidada
na escola. Toda a sociedade deve participar da prevenção.” EP
* Coronel Edson Ferrarini
é psicólogo, advogado e
deputado estadual por São Paulo
www.coroneledsonferrarini.com.br
[email protected]
Mensagem
Só existem dois dias
do ano em que nada
pode ser feito: o
ontem e o amanhã.
Portanto, hoje é o dia
certo para amar, acreditar
e, principalmente, viver!
Feliz Natal e muita paz em 2012
Diretoria do Sieeesp
Escola Particular
41
Passo-a-passo
Cartão de Natal
Criação e execução: * Leila Grillo
Material:
- Papel color set nas cores azul,
branca e vermelha;
- Canetinhas hidrográficas;
- Cola;
- Tesoura.
Um lindo cartão
personalizado, para você
presentear quem quiser.
* Leila Grillo é arte-educadora, autora e coautora de vários livros, entre eles “Origami: Aprender, Fazer e Ser é só Querer”. Blog: www.leilaorigami.blogspot.com
1. Corte 3 quadrados, medindo 8x8 cm e dobre-os na
diagonal. Encaixe dois quadrados, colando-os.
3. Cole a estrela no cartão já
dobrado. Depois, cole um gorro
e cole na estrela. Por fim, pinte
os detalhes. Pronto!
42
Escola Particular
2. Cole o terceiro quadrado
por cima dos outros.
Ficou
lindo!
Escola Particular
43
Entrevista
C
Alex de Souza
om o tema “Matemática:
prazer em conhecer, prazer
em aprender”, o professor
Aguinaldo Miranda mostrou no Saber
2011, a importância da aprendizagem
significativa da matemática, disciplina
tida como chata e incompreensível por
muitos alunos.
Segundo ele, o ensino da
matemática deve ser feito por meio
de exemplos concretos, mostrando
a utilidade prática do conceito para a
vida do aluno, valorizando o trabalho
de campo e o contato com a natureza.
Neste rápido bate-papo, Aguinaldo
mostra sua visão sobre o ensino da disciplina e aponta para um dos principais
problemas para o baixo desempenho
dos brasileiros com números: a falta
de conhecimento matemático pelos
próprios professores.
O senhor poderia comentar os
resultados da Olimpíada Brasileira
de Matemática, que colocou o
Piauí [alunos de Cocal dos Alves,
a 262 km de Teresina] em destaque
pelo desempenho dos estudantes?
O que isso representa para o
ensino da matemática no Brasil?
O que a gente percebe é que a
aprendizagem de matemática no Brasil
44
Escola Particular
Fotos: Alex de Souza / Mario Acedo de Aquino
Palestrante do Saber 2011, o professor de
matemática Aguinaldo Miranda critica
a formação dos novos professores e
defende a volta dos Cefans.
O SEGREDO É A BASE
Para o professor, que
ministra cursos na sede
do Sieeesp, é preciso
investir na base e na
formação dos
profissionais
envolvidos no
trabalho com
as séries iniciais
não é o que deveria ser. Com os centros
de desenvolvimento, como São Paulo
e Rio de Janeiro, espera-se muito mais
dos educandos dessas regiões, porque
imagina-se que próximos aos avanços
tecnológicos, esses alunos já garantem
um status de aprendizagem maior,
quando na realidade é preciso garantir
maior aprendizagem.
Imagino que escolas rurais,
que trabalham a matemática do dia
a dia, de forma concreta, ensinam de
forma muito mais saudável do que,
simplesmente pegar uma calculadora
ou o computador para fazer contas. O
mesmo vale para as pesquisas escolares
feitas pelo Google. Hoje está muito cômodo. Os alunos têm a internet à disposição para fazer trabalhos escolares.
Quanto ao exemplo do Piauí, é
muito importante a divulgação de casos como este, em que se percebe a intenção dos professores, porque se trata
de uma aprendizagem significativa.
Na matemática, se o conteúdo não for
>>>
Escola Particular
45
Entrevista
PRAZER NO APRENDIZADO
A oficina “Matemática: prazer
em conhecer e prazer em
aprender!” reuniu educadores
em atividades lúdicas.
Para Miranda, o recurso
da ludicidade pode e
deve ser aplicado ao
ensinar matemática
significativo não existe aprendizagem.
E se o pensar não vier antes do agir, a
aprendizagem também não existe.
O tema da minha palestra no
Saber é “Matemática: prazer em
conhecer, prazer em aprender!” Quando se fala em conhecer é no sentido
amplo da palavra e eu acho que no
Piauí, eles descobriram esse ponto.
Conversando com o professor
Sílvio Wonsovicz, que falou sobre a
educação para o pensar, ele diz que
falta essa reflexão nas disciplinas,
inclusive na matemática, porque o
aluno precisa saber porque ele está
aprendendo matemática e qual a
diferença que essa aprendizagem
fará em sua vida prática. Essa
também é a sua linha de trabalho?
Exatamente. Ensino para o meu
aluno a importância de ele saber os divisores de um número ou os múltiplos.
Numa determinada fase da escolaridade, o aluno tem que aprender isso,
mas de que maneira ele aprende isso?
Decorando? Vivenciando?
A partir do momento que eu
mostro a importância dessa aprendizagem, por meio de brincadeiras ou
situações-problema, a aprendizagem
ganha significado no universo dos alunos. Por exemplo: no caso dos mínimos
múltiplos comuns (MMC), eu preciso
mostrar para que servem. Como? “Dois
amigos querem sair juntos, mas um
só pode a cada dois dias e outro a cada
três. Eles saíram no dia 10 de setembro.
Depois de quantos dias eles poderão
sair novamente juntos?” Dessa forma
não se trabalha só o MMC, mas
mostra-se para a criança a importância
do que ela está aprendendo, por meio
de uma situação cotidiana, que carrega
um significado.
O meu objetivo é despertar
a criança para a aprendizagem da
matemática significativa. Ela pode
usar calculadora e computador, mas
não pode deixar de fazer as sinapses
neurais, com a prática do cálculo mental. Por isso, acredito que esse pessoal
do Piauí, quando forem trabalhar os
>>>
EXPERIÊNCIA DIDÁTICA
O professor Aguinaldo
Ramos de Miranda tem
ministrado diversos
cursos e oficinas na
sede do Sieeesp.
Na foto ao lado o
professor expõe
os trabalhos de
educadores que
participaram
do curso
“A matemática
e os conflitos de
aprendizagem”
46
Escola Particular
Escola Particular
47
Entrevista
Imagino que escolas
“
rurais, que trabalham
teoremas de Tales, de Pitágoras e os
postulados de Euclides, eles farão de
forma significativa, podem ir a campo
e ter contato com a natureza.
Na sua opinião, como está a
formação dos professores
na área da matemática?
Eu acredito só a vontade de
trabalhar não resolve. Falta conhecimento. Envelhecer na idade física,
cronológica, tem as suas desvantagens,
porém o envelhecimento nos traz
aprendizagem. Eu sou do tempo em
que o professor era normalista, ou seja,
fazia o ensino Fundamental, o Médio
e poderia optar pelo Curso Normal,
que formavam professores polivalentes, que aprendiam português,
matemática, conhecimentos gerais,
etc. Depois, veio o magistério, que foi
substituído pelos Cefans, os Centros
de formação.
Hoje, a professora faz pedagogia
e vai dar aula. Se for no ensino público,
ela terá 30, 40 alunos para passar os
conhecimentos que ela aprendeu
num curso de pedagogia. Como ela vai
trabalhar um conteúdo de matemática
de forma compreensível e significativa,
se ela mesma não se apropriou desse
conhecimento?
Vejo nos meus cursos e palestras
professoras ávidas por conhecimento,
porque elas têm dificuldades na sala
de aula, por não poderem passar o
que não aprenderam. Enquanto não
48
Escola Particular
Foto: sxc.hu
a matemática do
dia a dia, de forma
concreta, ensinam
de forma muito mais
saudável do que,
simplesmente pegar
uma calculadora ou
o computador para
fazer contas”
se voltar o olhar para a criação de novos Cefans, dando a essas professoras
condições de realizar um trabalho significativo, elas vão ter dificuldade, isso
não só em matemática, como também
em outras áreas, o que é muito sério. A
gente que está no dia a dia da sala de
aula vê isso.
Quando saio pelo interior de
São Paulo para ministrar oficinas de
matemática, vejo que muitas professoras desconhecem propriedades
matemáticas elementares. Como uma
pessoa pode ensinar outra, se não
adquiriu aquele conhecimento? Isso
“
Vejo professoras
ávidas por conhecimento,
porque elas têm
dificuldades na sala de
aula, por não poderem
passar o que não
aprenderam. Enquanto
não se voltar o olhar
para a criação de novos
Cefans, elas vão ter
dificuldade. Isso não só
em matemática, como
também em outras áreas,
o que é muito sério”
independe de vontade, de vocação e de
ganho salarial, depende de formação.
O governo tem trabalhado muito
no fomento do Ensino Superior,
seja na democratização do acesso,
construindo novas universidades
federais ou em projetos como o Fies
e o Prouni. Existe uma inversão,
sendo que primeiro deveria se trabalhar a base?
Exatamente. Este é o ponto
nevrálgico. Nós tínhamos que começar
da base, das EMEIS, das creches, para
depois passarmos ao fundamental I, ao
Fundamental II. É preciso olhar para a
educação numa crescente, não de cima
para baixo. Claro que precisamos de
formação de profissionais, de ensino
superior, mas primeiro é necessário
resgatar as dificuldades que estão na
base da aprendizagem.
É preciso dar fundamentação
aos professores, no sentido de que
eles compreendam as necessidades de
aprendizagem das crianças em diversas faixas etárias. Assim, o professor
pode trabalhar de forma a se apropriar
do conhecimento que passará a seus
alunos, conforme o desenvolvimento
da turma. É preciso investir na base e
na formação dos profissionais envolvidos no trabalho com as séries iniciais.
É algo que precisa ser construído aos
poucos. Por isso que se faz necessário
repensar o início da aprendizagem das
nossas crianças. EP
Escola Particular
49
O celular e
o professor
Fotos: sxc.hu
Comportamento
O uso do aparelho celular durante as aulas
configura-se um ato de indisciplina, que precisa
ser devidamente coibido pela direção escolar.
* Luiz Antonio Miguel Ferreira
F
oi notícia, recentemente, o caso
de violência praticada por um
aluno contra uma professora,
uma vez que a mesma o repreendeu
pelo uso de aparelho celular, durante
a aula. Depois de o celular tocar por
quatro vezes, ela pegou o aparelho e
o levou à diretoria, fato que motivou
a agressão por parte do aluno, com
chutes e agressões na cabeça. O adolescente foi suspenso das aulas por três
dias e responderá pelo ato infracional
praticado perante a Vara da Infância e
da Juventude, podendo sofrer uma das
medidas socioeducativas previstas no
Estatuto da Criança e do Adolescente.
Desde 15 de janeiro de 2008
existe regulamentação da
Lei nº 12.730, que
estabelece a proibição,
durante o horário
das aulas, do uso de
telefone celular por
alunos das escolas do
sistema estadual de
ensino. Na verdade, nem
haveria a necessidade de
tal lei, pois se trata de uma
regra básica de educação
50
Escola Particular
Pobre professora, agredida, por
desempenhar, de maneira exemplar,
o seu mister e por fazer cumprir a lei.
Sim, porque, no Estado de São Paulo,
vigora a Lei nº 12.730, de 11 de outubro
de 2007, que foi regulamentada pelo
Decreto n. 52.625, de 15 de janeiro
de 2008, estabelecendo a proibição,
durante o horário das aulas, do uso de
telefone celular por alunos das escolas
do sistema estadual de ensino.
Na verdade, nem haveria a necessidade de tal lei, pois se trata de uma
regra básica de educação, ou seja, não
utilizar o aparelho celular durante as
aulas, peças de teatros, cinemas, cultos
PREVISTA EM LEI
A retirada do aparelho celular
utilizado indevidamente é um ato
necessário e legal para o bom
desempenho das
atividades docentes.
Não há como conciliar-se
o desenvolvimento das aulas
com o uso do aparelho celular
e missas, palestras etc. No entanto, por
carência de formação familiar, a lei
vem reforçar a necessidade de se cumprir esta norma geral de convivência e
disciplina.
A professora agiu dentro da
maior legalidade possível. A retirada
do aparelho celular, que está sendo
utilizado indevidamente, é um ato
necessário e legal para o bom desempenho das atividades docentes. Não há
como conciliar-se o desenvolvimento
das aulas com o uso do aparelho celular, durante a realização das mesmas.
Pode-se, num primeiro momento,
retirá-lo e deixá-lo na própria sala de
aula, onde o aluno poderá reavê-lo,
quando do término das atividades.
Em caso de reincidência, pode ser
retirado e levado à diretoria, fazendo
A omissã
o
a escola, dos pais autoriz
a
vi
tomar a a professora, a
at
para ban itude necessária
ir
durante o uso do apare
lho
as aulas
com que o aluno o retire
após todas as aulas. E,
na hipótese de continuidade de tal conduta,
existe a possibilidade
de retirada do aparelho
e entrega, pela diretoria, somente a um dos pais ou
responsáveis, que tomará, formalmente, ciência da conduta irregular do
filho e da necessidade de intervir, para
que a situação não se repita.
O uso do aparelho celular durante as aulas configura-se um ato de
indisciplina, que precisa ser devidamente coibido pela direção escolar.
Para que isso ocorra, deve a direção
da unidade escolar: I - adotar medidas que visem à conscientização dos
alunos sobre a interferência do telefone celular nas práticas educativas,
prejudicando seu aprendizado e sua
socialização; II - disciplinar o uso
do telefone celular fora do horário
das aulas; III - garantir que os alunos
tenham conhecimento da proibição (art. 2º do Decreto Estadual
n. 52.625/08). Assim, antes de se tomarem medidas administrativas previstas
no regimento escolar, todos devem ter
ciência da proibição da utilização do
celular durante as aulas e a clareza de
que o seu uso prejudica o desenvolvimento das atividades propostas, interferindo, negativamente, no direito
à educação, que é garantido a todos.
Por sua vez, os pais, que são
corresponsáveis pela efetividade do
direito à educação (Constituição
Federal, art. 205) e que fornecem o
celular aos filhos, devem orientá-los
da forma mais adequada de utilizálos, contribuindo para a sua educação.
Neste sentido, além das instruções
básicas de como utilizar a tecnologia
embutida no aparelho (fotos, redes
sociais, mensagens etc.), os alunos
têm que ser orientados sobre as regras fundamentais e essenciais de
convivência de como, onde e quando
pode utilizá-lo, no caso, o ambiente
escolar. A omissão dos pais autoriza
a escola, via professora, a tomar a
atitude necessária para banir o uso
do aparelho durante as aulas. E, em
última hipótese, a conduta dos pais
pode configurar uma infração
administrativa prevista no Estatuto da
Criança e do Adolescente (art. 249),
referente ao descumprimento dos
deveres decorrentes do poder familiar.
Verifica-se, de todo o contexto,
que esta questão se relaciona com a
necessidade imperiosa de os pais estabelecerem limites aos filhos. Com
efeito, se assim não procederem,
outros agentes serão chamados a
desempenhar esta função, no caso,
a professora, que nada mais fez que
impor um limite ao uso indevido do
celular. E agora, como decorrência
do ocorrido (ato infracional), o Poder
Judiciário e o Ministério Público irão
intervir, impondo outros limites, que
se materializarão nas medidas socioeducativas.
O celular chegou a todas as
classes sociais e faz parte da vida de
crianças e adolescentes. É preciso
enfrentar os problemas decorrentes
de seu uso e isso requer o comprometimento dos pais, da escola e de todo
o sistema de proteção dos direitos da
criança e do adolescente, para evitar
situações como a que foi noticiada. EP
* Luiz Antonio Miguel Ferreira
Promotor de Justiça,
Coordenador da
área de Educação
do Centro de Apoio
Cível do Ministério
Público do Estado
de São Paulo.
Mestre em educação. Autor do
livro: O Estatuto da Criança e do
Adolescente e o professor (Cortez,
2010). Membro do Conselho
Consultivo da Fundação Abrinq.
Escola Particular
51
Cursos
Tabela de cursos sujeita a alterações.
Para consultar a lista atualizada,
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ISS (Capital) - ref. 12/2011
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SIMPLES NACIONAL - ref. 12/2011
- DIA 25/01/2012
(feriado no município de SP)
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PIS – Faturamento - ref. 12/2011
PIS – Folha de Pagamentos - ref. 12/2011
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IRPJ – (Mensal) - ref. 12/2011
CSLL –(Mensal) - ref. 12/2011
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HELP - Assessoria e Contabilidade
(11) 3399-5546 e (11) 3399-4385
e-mail: [email protected]
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(11)
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[email protected]
a
ue su
Coloq em
marca cia
n
evidê
[email protected]
Escola Particular
53
Estratégia
Foto: sxc.hu
Gestão Escolar – Motivação
para Melhores Resultados
* Marcelo Daniel
O
sucesso de uma organização
do trabalhador durante a realização
está diretamente ligado à
de suas funções, como ambiente de
sua infraestrutura, aos seus
trabalho adequado, presença ou
processos e procedimentos, recursos
ausência de acompanhamento e
tecnológicos, produtos e serviços, além
feedback de sua chefia em relação às
da sua localização, posicionamento
suas atividades, desvalorização do
perante o mercado em que atua e,
empregado e a falta de incentivos,
entre muitos outros aspectos, aos seus
entre outros exemplos. Talvez seja
recursos humanos. E, em relação a esse
exatamente por esta ampla variedade
último item, destaca-se a motivação
de fatores relacionados ao tempo, ao
dos funcionários da instituição de
indivíduo e ao ambiente externo que
ensino.
a motivação seja algo tão intrigante. E
Apesar de a motivação se tratar
de certa forma, também seja algo tão
apenas de um dos vários aspectos
simples e tão complexo de se entender.
que podem melhorar o desempenho
Conhecer a definição de motivade um colaborador, aumentando a
ção e as várias teorias motivacionais
produtividade da empresa, ela talvez
que podem ser encontradas na literatuseja um dos principais fatores (senão
ra, saber da importância da motivação
o principal fator) que desenhará os
no trabalho, do acompanhamento e da
resultados da escola. Despertá-la e
valorização do indivíduo, reconhecer
mantê-la em seus colaboradores são
as diferenças individuais e as difepreocupações encontradas nas mais
rentes habilidades de cada colaboradiversas organizações,
dor e possuir a atitude
formadas por diferentes
adequada fazem com
Embora não
indivíduos.
que haja a oportuniseja o principal
A motivação está
dade de compreender
fator de sucesso,
ligada a uma série de
os motivos que levam a
investir na
fatores relacionados
uma gestão de sucesso
motivação dos
à emoção, ao conheou de fracasso.
cimento, às neces Para que se possa
colaboradores
sidades e ao desejo
manter
os trabalhapode ajudar a
de cada pessoa. Tais
dores produzindo de
desenhar os
fatores podem fazer
acordo com as expectaresultados que a
com que um indivíduo
tivas e necessidades da
escola obterá
motive-se ou contribuir
instituição de ensino, é
para a sua desmotivafundamental que haja
ção. Vale lembrar que a motivação
uma preocupação em como elevar a
não está necessária e diretamente
produtividade de seus colaboradores,
ligada à remuneração do trabalhador,
motivando-os a empreender a energia
mas determinada pelas diferenças
necessária para que isto ocorra.
individuais, habilidades, percepção e
Acompanhar o trabalho do corpo
atitude de cada pessoa.
docente, reconhecer e respeitar as
Além de fatores intrínsecos
diferenças individuais, valorizar o
de cada ser humano, há questões
alcance de resultados e aprimorar
externas que podem afetar, favorável
as habilidades de todo o grupo são
ou desfavoravelmente, a motivação
bons exemplos de como caminhar em
54
Escola Particular
RECONHECIMENTO
Mais do que pagar bons salários,
reconhecer a obtenção dos resultados
fará com que o corpo docente se sinta
estimulado a melhorar ainda mais
direção à melhoria de resultados com
uma equipe motivada.
Acima de tudo, é fundamental
que liderança e liderados, empregador
e empregados tenham a convicção de
que, para que bons resultados possam
ser alcançados, é fundamental que haja
o envolvimento de todos. E para que
isto ocorra, vale lembrar a citação do
fundador da revista britânica Management Today, Robert Heller, no livro
Como aprimorar a gestão de pessoas
(Publifolha): “a confiança é a base para
um envolvimento verdadeiro”.
Há muito mais fatores a serem
considerados sobre este tema de Recursos Humanos, mas, em primeiro
lugar, é importante que os líderes
escolares tenham como uma de suas
principais preocupações a busca incessante para a conquista de melhores
resultados, por meio de uma equipe
motivada e comprometida com um
ensino de qualidade. EP
* Marcelo Daniel
Graduado em Letras, com
pós-graduações em Língua
Inglesa, Psicopedagogia
Institucional e Gestão
de Recursos Humanos.
Atualmente, faz parte da
equipe do Departamento
de Operações do CNA –
Administração Nacional como
Gerente de Planejamento
Operacional.
Escola Particular
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56
Escola Particular
Download

Dicas para um bom planejamento escolar