Universidade Federal da Bahia Instituto de Matemática Curso de Pós-Graduação em Matemática Dissertação de Mestrado Hipersuperfı́cies com Curvatura média Constante e ı́ndice finito Hivanna Nascimento Santos Salvador-Bahia Agosto 2008 Hipersuperfı́cies com Curvatura Média Constante e Índice Finito Hivanna Nascimento Santos Dissertação apresentada ao colegiado do curso de Pós-Graduação em Matemática da Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial para obtenção do Tı́tulo de Mestre em Matemática. Banca examinadora: Prof. Dr José Nelson Bastos Barbosa (Orientador). Prof. Dr.Isaac Costa Lázaro. Prof. Dr. Pedro A. Hinojosa. Hivanna Nascimento Santos “Hipersuperfı́cies com Curvatura Média Constante e Índice Finito”/ Salvador-BA, 2008. Orientador: Prof. Dr. José Nelson Bastos Barbosa (UFBA). Dissertação de Mestrado apresentada ao curso de Pós-Graduação em Matemática da UFBA, 50 páginas. Palavras-Chave: Estabilidade e ı́ndice, hipersuperfı́cies com cur- vatura média constante e operador estabilidade. À minha mãe e às minhas irmãs. Resumo Nosso objetivo principal nesta dissertação é mostrar a não existência de hipersuperfı́cies não compactas completas com curvatura média constante e ı́ndice finito imersas em uma varieade de dimensão 4 ou 5. Como conseqüência, obteremos que uma hipersuperfı́cie completa não compacta com curvatura média constante e ı́ndice finito imersa em Rn , n=4 ou n=5, é mı́nima. i Sumário Resumo i Introdução 1 1 Preliminares 5 1.1 Variedades Conformes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 1.2 Imersões Isométricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 1.3 Gradiente, Divergente, Laplaciano e Hessiano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 2 Fórmulas da primeira e da segunda variações do comprimento de arco 9 2.1 Primeira variação do comprimento de arco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 2.2 Segunda variação do comprimento de arco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 3 Hipersuperfı́cies com Curvatura Média Constante e Índice Finito ii 15 Introdução Sejam N uma variedade orientada e ψ : M n → N n+1 uma imersão de uma variedade diferenciável, compacta, conexa e orientável em N. Escolhemos a orientação de M compatı́vel com a orientação de N. Uma variação de ψ é uma aplicação diferenciável Ψ : (−, ) × M → N com campo variacional f η, onde f ∈ C ∞ (M ) e η é um campo normal em M, tal que Ψt : M → N definida por Ψt (p) = Ψ(t, p), p ∈ M, é uma imersão. Definimos a função área A : (−, ) → R por Z A(t) = dMt , M onde dMt representa o elemento de área de M na métrica induzida por Ψt . A primeira fórmula da variação para a área estabelece que Z 0 A (0) = − nHf dM M Como uma conseqüência, hipersuperfı́cies mı́nimas são caracterizadas como pontos crı́ticos do funcional área e as hipersuperfı́cies com curvatura média H constante também podem ser pontos crı́ticos do funcional área, mas restritas a variações que preservam volume, isto é, funções suaves R f tais que M f dM = 0. O operador estabilidade deste problema variacional é dado pela segunda fórmula da variação para a área Z 00 A (0) = − (f 4f + (|A|2 + n)f 2 )dM ZM =− f Lf dM M onde L : C ∞ (M ) → C ∞ (M ) dado por L = 4 + |A|2 + Ric(N ) é chamado de operador estabilidade de M (ou operador de Jacobi) e 4, |A|2 = tr(A2 ) e Ric(N ) denotam, respectivamente, o operador laplaciano de M, o quadrado da norma do operador forma da imersão e a curvatura de Ricci da variedade ambiente N na direção η. 1 2 O operador L induz a forma quadrática Q : C ∞ (M ) → R dada por Z Q(f ) = − f Lf dM, M que atua no espaço das funções suaves em M. O ı́ndice de uma hipersuperfı́cie M, denotado por Ind(M ), é definido como a dimensão máxima do subespaço V de C ∞ (M ) em que Q é negativa definida. Isto é, Ind(M ) = max{dimV ; V ≤ C ∞ (M ), Q(f ) < 0 para todo f ∈ V }. Equivalentemente, Ind(M ) é o número de autovalores negativos de L contados com multiplicidade. Dizemos que uma hipersuperfı́cie mı́nima é estável se Q(f ) ≥ 0 para todo f ∈ C ∞ (M ). Equivalentemente, em termos do ı́ndice, estabilidade significa que Ind(M ) = 0. Em 1985, Fischer-Colbrie estudou em [8] a estrutura conforme de uma superfı́cie mı́nima M completa, orientada e com ı́ndice finito imersa em uma variedade N de dimensão 3 com curvatura escalar não negativa. Ela mostrou que se a curvatura escalar de N é limitada inferiormente por uma constante positiva, então M é compacta. Posteriormente, em 1989, Lopez e Ros estudaram em [11] a estrutura conforme de uma uma superfı́cie completa M com curvatura média constante H e ı́ndice finito imersa em uma variedade N de dimensão 3. Eles mostraram que se H e a curvatura escalar S de N satisfazem S ≥ −3H 2 + δ, para alguma constante δ > 0, então M é compacta. Como caso particular, eles obtiveram que toda superfı́cie completa, não compacta com curvatura média constante H e ı́ndice finito no espaço euclidiano R3 é mı́nima, pois como S = 0 em Rn , então, pelo resultado acima, devemos ter 0 < −3H 2 + δ, ∀δ > 0. Conseqüentemente H = 0. Esta dissertação é baseada no artigo de Xu Cheng [6] e tem como objetivo principal provar o Teorema seguinte, que é uma versão generalizada do resultado de Lopez e Ros em uma variedade de dimensão 4 ou 5. Teorema 3.1. Sejam N n+1 , n ∈ {3, 4}, uma variedade de dimensão (n + 1) e M uma hipersuperfı́cie completa com curvatura média constante H e ı́ndice finito imersa em N. Suponha que σ := inf {Ric(w) + Ric(ν) − K(w, ν)|w ∈ Tp M, |w| = 1, p ∈ M } n2 (5 − n)H 2 > − , 4 3 onde Ric, K e ν denotam, respectivamente, a curvatura de Ricci, a curvatura seccional de N e o campo normal unitário em M. Então M é compacta. Como conseqüência do Teorema 3.1, teremos o resultado seguinte. Teorema 3.3. Sejam N n+1 , n ∈ {3, 4}, uma variedade completa de dimensão (n + 1) com curvatura seccional K ≥ −τ, τ ≥ 0, e M uma hipersuperfı́cie completa com curvatura média constante H diferente de zero e ı́ndice finito imersa em N. Se H satisfaz H 2 > 10 τ, 9 quando n = 3 ou H 2 > 47 τ, quando n = 4, então M é compacta. Como casos particulares do Teorema 3.3, teremos os corolários abaixo. Corolário 3.4. Seja N uma variedade completa de dimensão 4 ou 5 com curvatura seccional não negativa. Então toda hipersuperfı́cie completa com curvatura média constante diferente de zero e ı́ndice finito em N é compacta. Corolário 3.5. Toda hipersuperfı́cie completa com ı́ndice finito e curvatura média constante H satisfazendo H 2 > 10 9 (H 2 > 47 , respectivamente) no espaço hiperbólico H4 (−1) (H5 (−1), res- pectivamente) é compacta. Em [7], Chern mostrou que um gráfico inteiro com curvatura média constante em Rn é uma hipersuperfı́cie mı́nima. Alencar e do Carmo provaram em [1] que uma hipersuperfı́cie completa em Rn+1 com curvatura média constante, ı́ndice finito e crescimento de volume polinomial é uma hipersuperfı́cie mı́nima. Como gráficos inteiros com curvatura média constante no Rn são fortemente estáveis (isto é, indM=0) e têm crescimento de volume polinomial, então eles generalizaram o Teorema de Chern. Posteriormente, do Carmo e Zhou generalizaram em [4] este resultado para o caso de hipersuperfı́cies com crescimento de volume sub-exponencial. Sem a condição do crescimento do volume, o problema para hipersuperfı́cies não compactas, completas, com curvatura média constante e ı́ndice finito em Rn+1 , n ≥ 3, serem mı́nimas ainda está sem solução. O Teorema seguinte, que é uma conseqüência do Corolário 3.4, responde a esta questão em R4 e em R5 . Teorema 3.6. Toda hipersuperfı́cie completa, não compacta com curvatura média constante H e ı́ndice finito no espaço euclidiano R4 ou R5 é mı́nima. 4 Para a estrutura de hipersuperfı́cies mı́nimas com ı́ndice finito em Rn+1 , Fischer-Colbrie mostrou em [8] que uma superfı́cie mı́nima, completa, orientada e com ı́ndice finito em R3 é difeomorficamente conforme a uma superfı́cie Riemanniana completa com número finito de pontos removidos. Recentemente, Li e Wang mostraram em [10] que uma hipersuperfı́cie mı́nima, não compacta, completa e com ı́ndice finito em Rn+1 , n ≥ 3, tem número finito de fins. Por este resultado e pelo Teorema 3.6, obtemos que toda hipersuperfı́cie não compacta, completa, com curvatura média constante e ı́ndice finito em R4 ou em R5 tem número finito de fins. Apresentaremos também outra versão do Teorema 3.3, provado em [9] por M.F.Elbert, B.Nelli e H.Rosenberg, que se refere a uma estimativa para o diâmetro de uma variedade. Teorema 3.7. Sejam N uma variedade Riemanniana de dimensão n + 1, n ∈ {3, 4}, com curvatura seccional uniformemente limitada inferiormente e M uma variedade completa, estável e com curvatura média constante H imersa em N. Existe uma constante c = c(n, H, sec(N )) onde p para todo p ∈ M, dist(p, ∂M ) ≤ c qualquer que seja H satisfazendo |H| > 2 |min{0, sec(N )}|, onde sec(N ) denota o ı́nfimo das curvaturas seccionais de N. O corolário seguinte é uma conseqüência deste Teorema. Corolário 3.8. Seja M n ⊂ N n+1 uma subvariedade completa estável com curvatura média p constante H. Se , n ∈ {3, 4}, e |H| > 2 |min{0, sec(N )}|, então ∂M 6= ∅. No capı́tulo 1, trataremos de alguns conceitos e resultados relacionados à Geometria Riemanniana. No capı́tulo 2, apresentaremos as fórmulas das primeira e segunda variações do comprimento de arco. Finalmente, no capı́tulo 3, provaremos os teoremas citados aqui na Introdução. Capı́tulo 1 Preliminares Nosso objetivo neste capı́tulo é apresentar definições, resultados e estabelecer as notações necessárias à compreensão dos capı́tulos subseqüentes. 1.1 Variedades Conformes Seja ϕ : M → N um difeomorfismo, onde N é uma variedade Riemanniana. Denotemos por h, i, ∇ e 4 a métrica em N, a conexão Riemanniana e o laplaciano relativos a esta métrica, respectivamente. Suponha que existe uma função µ ∈ C ∞ (M ) que satisfaça, para todo p ∈ M e todo par de vetores v, w ∈ Tp M, µ(p) 6= 0 e hdϕp · v, dϕp · wi = µ2 (p)hv, wi. Neste caso, dizemos que ϕ é um difeomorfismo conforme, que M e N são variedades conformes e que a função µ2 é o coeficiente de conformalidade de ϕ. Observemos que dados X ∈ X (M ) e f ∈ C ∞ (M ), pondo g = f ◦ ϕ−1 , temos para q = ϕ(p), ((dϕ · X)g)(q) = dgq · (dϕp · X(p)) = (dfp ◦ dϕ−1 q ◦ dϕp ) · (X(p)) = dfp · (X(p)) = (Xf )(p) = (Xf ◦ ϕ−1 )(q), isto é, (dϕ · X)g = Xf ◦ ϕ−1 . O lema seguinte nos mostra como se relacionam as conexões de M e N. 5 (1.1) Preliminares 6 Lema 1.1.1. Se X, Y ∈ X (M ), então 1 2 2 2 ∇dϕ·X (dϕ · Y ) = dϕ · ∇X Y + 2 X(µ )Y + Y (µ )X − hX, Y igrad(µ ) . 2µ (1.2) Prova: Seja S(X, Y ) o campo que satisfaz ∇dϕ·X (dϕ · Y ) = dϕ · (∇X Y + S(X, Y )), (1.3) para quaisquer X, Y, Z ∈ X (M ). Utilizando (1.1) obtemos (dϕ · X)hdϕ · Y, dϕ · Zi = (dϕ · X)(µ2 hY, Zi ◦ ϕ−1 ) = X(µ2 hY, Zi) ◦ ϕ−1 , ou seja, (dϕ · X)hdϕ · Y, dϕ · Zi = {X(µ2 )hY, Zi + µ2 XhY, Zi} ◦ ϕ−1 . (1.4) Temos também que h∇dϕ·X (dϕ · Y ), dϕ · Zi = hdϕ · (∇X Y + S(X, Y )), dϕ · Zi = µ2 h∇X Y + S(X, Y ), Zi ◦ ϕ−1 , = {µ2 h∇X Y, Zi + µ2 hS(X, Y ), Zi} ◦ ϕ−1 . (1.5) Permutando-se Y e Z em (1.5) obtemos hdϕ · Y, ∇dϕ·X (dϕ · Z)i = {µ2 hY, ∇X Zi + µ2 hY, S(X, Z)i} ◦ ϕ−1 . (1.6) (dϕ · X)hdϕ · Y, dϕ · Zi = h∇dϕ·X (dϕ · Y ), dϕ · Zi + hdϕ · Y, ∇dϕ·X (dϕ · Z)i, (1.7) Como decorre de (1.4), (1.5) e (1.6) que (1.3) equivale a X(µ2 )hY, Zi = µ2 {hS(X, Y ), Zi + hY, S(X, Z)i}. (1.8) Por outro lado, S(X, Y ) dado por S(X, Y ) = 1 X(µ2 )Y + Y (µ2 )X − hX, Y igrad(µ2 ) 2 2µ (1.9) obviamente verifica hS(X, Y ), Zi = 1 2 2 2 X(µ )hY, Zi + Y (µ )hX, Zi − Z(µ )hX, Y i 2µ2 e, conseqüentemente, satisfaz a equação (1.8), o que conclui a demonstração do lema. (1.10) Preliminares 1.2 7 Imersões Isométricas Seja f : M → M uma imersão de uma variedade diferenciável de dimensão n em uma variedade Riemanniana M de dimensão n + m. A métrica Riemanniana de M induz de maneira natural uma métrica em M dada por hv1 , v2 i = hdfp v1 , dfp v2 i, v1 , v2 ∈ Tp M. Neste caso, diz-se que f é uma imersão isométrica de M em M. Para cada p ∈ M, a métrica de M decompõe Tf (p) M na soma direta Tf (p) M = dfp (Tp M ) ⊕ (dfp Tp M )⊥ . Indica-se por T M ⊥ o fibrado normal de f e por (X (M ))⊥ o conjunto das seções de (T M )⊥ . Se X, Y ∈ X (U ), então a conexão Riemanniana de M é dada por ∇X Y = (∇X Y )T , onde X e Y são extensões locais de df X e df Y a M . Dado qualquer ξ ∈ (X (U ))⊥ a segunda forma fundamental de f em p, segundo o vetor ξ, associada à aplicação bilinear e simétrica B : T U × T U → (T U )⊥ ,dada por B(X, Y ) = ∇X Y − ∇X Y, ∀X, Y ∈ X (M ) é definida por Hξ (X, Y ) = hB(X, Y ), ξi. Denota-se por Aξ : Tp M → Tp M a aplicação linear auto-adjunta associada à segunda forma fundamental de f na direção de ξ, isto é, hAξ (X), Y i = Hξ (X, Y ) = hB(X, Y ), ξi, ∀X, Y ∈ Tp M. A equação hR(X, Y )Z, T i = hR(X, Y )Z, T i + hB(X, Z), B(Y, T )i −hB(X, T ), B(Y, Z)i, ∀X, Y, Z, T ∈ X (M ), denominada Equação de Gauss, relaciona as curvaturas R e R de M e M , respectivamente. 1.3 Gradiente, Divergente, Laplaciano e Hessiano Dada f ∈ D(M ), o gradiente de f é o campo de vetores ∇f : M → T M, p 7→ (p, ∇(p)) Preliminares 8 definido por h∇f, Xi = X(f ), ∀X ∈ X (M ). Dado X ∈ X (M ), o divergente de X é a função divX : M → R dada por divX(p) = tr(Y (p) 7→ (∇Y X)(p)), onde tr representa o traço da aplicação linear Y (p) 7→ (∇Y X)(p). O operador linear 4 : D(M ) → D(M ) definido por 4 = div(∇f ) é chamado o operador Laplaciano de M. Sejam f ∈ X (M ) e p ∈ M. Definimos o hessiano de f no ponto p como a aplicação bilinear Hessf : Tp M × Tp M → R dada por Hessf (X, Y ) = h∇X ∇f, Y i. Capı́tulo 2 Fórmulas da primeira e da segunda variações do comprimento de arco 2.1 Primeira variação do comprimento de arco Seja s : I × J → M, I, J ⊂ R, uma superfı́cie parametrizada. Dizemos que um campo de vetores V ao longo de s é uma correspondência que associa cada (t, ) ∈ I × J a um vetor tangente V (t, ) ∈ Ts(t,) M, que é diferenciável no seguinte sentido: se f ∈ D(M ), então a aplicação (t, ) 7→ V (t, ) · f é diferenciável. ∂s (t, ) = Seja s : I → M a curva parametrizada definida por s (t) = s(t, ). Dizemos que ∂t ∂s s0 (t) é um campo de vetores ao longo de s. De modo análogo, define-se o campo . ∂ Se V é o campo ao longo de s definido por V (t) = V (, t), então definimos a derivada DV DV DV (t, ) = (t). De modo análogo, define-se . covariante por ∂t ∂t ∂s Lema 2.1. (de simetria) Se M é uma variedade diferenciável com uma conexão simétrica e s : I × J → M é uma superfı́cie parametrizada, então D ∂s D ∂s = . ∂v ∂u ∂u ∂v Prova: Sejam x : U → M um sistema de coordenadas e {∂1 , ..., ∂n } uma base associada. Então x−1 ◦ s(t, ) = (x1 (t, ), ..., xn (t, )). 9 Preliminares 10 Portanto, D ∂ ∂s ∂t D 0 (s (t)) ∂ D X ∂xi = · ∂i ∂ ∂t X ∂ 2 xi ∂xi · ∂i + ∇s0t () ∂i = ∂∂t ∂t i 2 X ∂ xi ∂xi = ∂i · ∂i + ∇X ∂x j ∂∂t ∂t · ∂i i ∂ i,j = = X ∂ 2 xi X ∂xi ∂xj · ∂i + ∇∂i ∂j . ∂∂t ∂t ∂ i i,j e D ∂t ∂s ∂ = = = D 0 (s ()) ∂t t D X ∂xj ∂t j X ∂ 2 xj ∂t ! · ∂j · ∂j + ∂xj ∇s0 (t) ∂j ∂ ∂t∂ ∂ 2x X ∂x j j = · ∂j + ∇X ∂x ∂i i ∂t∂ ∂ · ∂j j ∂ j i,j = X ∂ 2 xj j ∂∂ · ∂j + Pela simetria da conexão, ∇∂i ∂j = ∇∂j ∂i . Logo, X ∂xj ∂xi i,j ∂ ∂t ∇∂j ∂i . D ∂s D ∂s = , o que prova o lema. ∂v ∂u ∂u ∂v Seja w : [α, β] → M uma curva diferenciável em uma variedade Riemanniana M de dimensão n. Uma variação de w é uma aplicação contı́nua v : [α, β] × (−0 , 0 ) → M, para todo 0 > 0, tal que: v(t, 0) = w(t), t ∈ [α, β]. Se v fixa pontos finais, isto é, se v satisfaz w(α) = v(α, ) e w(β) = v(β, ) para todo ∈ (−0 , 0 ), então v é uma variação própria ( ou uma homotopia de w). Dizemos que v é uma variação suave de w se v é diferenciável em Preliminares 11 [α, β] × (−0 , 0 ). Se para todo ∈ (−0 , 0 ) a aplicação w : [α, β] → M dada por w (t) = v(t, ) é uma geodésica, então v é uma variação geodésica de w. Então, DD DD − = R ∂ ∂t ∂t ∂ ∂v ∂v , ∂t ∂ . e D ∂v D ∂v − = 0 (lema de simetria). ∂ ∂t ∂t ∂ Teorema 2.2. (Fórmula da primeira variação do comprimento de arco) Sejam w : [α, β] → M uma curva diferenciável e v uma variação diferenciável de w. Para cada ∈ (−0 , 0 ), seja Z β ∂v (t, ) dt o comprimento de w . Então L é diferenciável e L() = ∂t α ∂L = ∂ * ∂v ∂v , ∂t ∂ | ∂v | ∂t + β Z * β ∂v D , − ∂ ∂t α α ∂v ∂t | ∂v | ∂t !+ . Em particular, se w é parametrizada pelo comprimento de arco, isto é, |w0 | = 1, e Y (t) = )(t, 0), então ( ∂v ∂t dL d β Z β Dw0 0 (0) = hY, w i − dt. Y, ∂t α α Prova: Temos que Z β ∂v ∂L ∂ dt = ∂ ∂ α ∂t 12 ! Z β ∂ ∂v ∂v dt = , ∂t ∂t α ∂ Z β −1 1 ∂v D ∂v ∂v = 2 ∂ ∂t , ∂t dt α 2 ∂t + Z β* D ∂v ∂v ∂t = dt , ∂v ∂t ∂ | | α ∂t + * !+) Z β( * ∂v ∂ ∂v ∂v ∂v D ∂t ∂t = , ∂v − , dt ∂v ∂t ∂ ∂ ∂t | | | | α ∂t ∂t * + β Z * !+ ∂v β ∂v ∂v ∂v D ∂t = , ∂t , . − ∂v ∂ | ∂v ∂ ∂t | | | α ∂t ∂t α Preliminares 2.2 12 Segunda variação do comprimento de arco Teorema 2.3. (Fórmula da segunda variação do comprimento de arco). Sejam w e L como no Teorema 2.2, com |w0 | = 1. Então para a segunda derivada de L, temos d2 L (0) = d2 + β D ∂v , w0 ∂ ∂ =0 α ( 2 2 ) Z β 0 DY DY Dw D ∂v 0 0 0 − − , dt. ∂t − hR(w , Y )w , Y i − w , ∂t ∂t ∂ d α * Prova: Para a segunda derivada de L, começamos pela integração por partes na prova do Teorema 2.2. + Z β* d2 L D ∂v ∂v ∂ dt , ∂t = d2 ∂ α ∂t ∂ | ∂v | ∂t * + Z β ∂ D ∂v ∂v ∂t = , ∂v dt ∂ ∂t ∂ | | α ∂t + * !+) Z β (* ∂v D D ∂v ∂v D ∂v D ∂t ∂t = , ∂v + , dt ∂v ∂ ∂t ∂ ∂t ∂ ∂ | | | | α ∂t ∂t + ) Z β (* D D D ∂v ∂v ∂v D ∂v 1 ∂t = , ∂v + , dt ∂ ∂t ∂ ∂t ∂ ∂t ∂ | ∂v | | | α ∂t ∂t ! Z β −2 D ∂v ∂v ∂v ∂ ∂v − , dt. + ∂ ∂t ∂t ∂ ∂ α ∂t Se = 0, obtemos 2 dL (0) = d2 Z β α ( D D ∂v ∂v , ∂ ∂t ∂ ∂t =0 DY + ∂t 2 2 ) − DY , w0 dt. dt Mas, Logo, D D ∂v ∂v , ∂ ∂t ∂ ∂t D D ∂v ∂v ∂v ∂v ∂v ∂v = , + R , , ∂t ∂ ∂ ∂t ∂t ∂ ∂ ∂t ∂ D ∂v ∂v D ∂v ∂v ∂v ∂v ∂v ∂v = , − , − R , , . ∂t ∂ ∂ ∂t ∂ ∂ ∂t ∂t ∂ ∂t ∂ Preliminares 13 β Z ( ∂ ∂t ( * D ∂v ∂ ∂ ) 0 D ∂v Dw , dt , w0 − ∂t ∂ d α =0 2 2 ) Z β DY DY − hR(w0 , Y )w0 , Y i + + − w0 , dt ∂t ∂t α * + β Z ( 2 ) β D ∂v DY dt = , w0 − ∂ ∂ ∂t α =0 α 2 ) Z β( 0 DY D ∂v Dw − hR(w0 , Y )w0 , Y i − w0 , + , dt. − ∂t ∂t ∂ d α d2 L (0) = d2 + Teorema 2.4. Seja γ : [α, β] → M, |γ 0 | = 1 uma geodésica. Para toda variação v de γ, seja Y⊥ = Y − hY γ 0 iγ 0 . Então β 0 0 L (0) = hY γ i α e L00 (0) = D ∂v 0 ,γ ∂Y ∂ ) β Z β ( DY⊥ 2 0 0 + ∂t − hR(γ , Y⊥ )γ , Y⊥ i dt. α α Em particular, se v é uma homotopia de γ, então L0 (0) = 0 e L00 (0) = Z β α ( ) DY⊥ 2 0 0 ∂t − hR(γ , Y⊥ )γ , Y⊥ i dt. Prova: Temos que Y = Y⊥ + hY, γ 0 iγ 0 . Assim, DY ∂t D (Y⊥ + hY, γ 0 iγ 0 ) ∂t DY⊥ D = + (hY, γ 0 iγ 0 ) ∂t ∂t DY⊥ ∂ Dγ 0 = + hY, γ 0 iγ 0 + hY, γ 0 i . ∂t ∂t ∂t = Como hY, γ 0 i = 0, então DY ∂t DY⊥ = + ∂t DY 0 , γ γ 0. ∂t Assim, DY ∂t 2 2 DY⊥ 2 DY DY DY ⊥ 0 0 0 = , ,γ γ + ,γ . ∂t + 2 ∂t ∂t ∂t Preliminares Mas 14 DY 0 γ ∂t = 0. Logo, 2 2 DY⊥ 2 DY 0 = . ∂t + ∂t , γ DY ∂t Portanto, 0 0 L (0) = hY, γ i |βα Z β − α Dγ 0 Y, dt. ∂t Como γ 0 = 0, então L0 (0) = hY, γ 0 i |βα . Calculemos L00 (0). ) + β Z ( 2 β D ∂v DY 0 0 L00 (0) = , γ0 + ∂t − hR(γ , Y )γ , Y i dt ∂ ∂ α =0 α 2 ) Z β( 0 DY Dγ D ∂v + − γ 0, − , ∂t ∂t ∂t ∂ ∂ α * + β Z ( 2 2 ) β D ∂v DY DY ⊥ 0 = dt , γ0 + ∂t + γ , ∂t ∂Y ∂ α =0 α 2 ) Z β( DY + − hR(γ 0 , Y )γ 0 , Y i − γ 0 , dt ∂t α ) * + β Z ( 2 β D ∂v DY ⊥ 0 0 = , γ0 + ∂t − hR(γ , Y )γ , Y i dt. ∂Y ∂ α * =0 α Em particular, se v é uma homotopia de γ, então L0 (0) = 0 e L00 (0) = Z β α ( ) DY⊥ 2 0 0 ∂t − hR(γ , Y⊥ )γ , Y⊥ i dt. Capı́tulo 3 Hipersuperfı́cies com Curvatura Média Constante e Índice Finito Nosso objetivo neste capı́tulo é apresentar a prova do teorema principal e a prova dos seus casos particulares. Teorema 3.1. Sejam N n+1 (n = 3, 4) uma variedade de dimensão (n + 1) e M uma hipersuperfı́cie completa com curvatura média constante H e ı́ndice finito imersa em N. Suponha que σ := inf {Ric(w) + Ric(ν) − K(w, ν)|w ∈ Tp M, |w| = 1, p ∈ M } n2 (5 − n)H 2 > − , 4 onde ν denota o campo unitário normal em M. Então M é compacta. Para a demonstração do Teorema 3.1, precisamos do Lema seguinte. Lema 3.2. Sejam N uma variedade de dimensão (n+1) e M uma hipersuperfı́cie imersa em N com curvatura média constante H. Então, para todo referencial ortonormal local ei , i = 1, ..., n de M , n X n2 (5 − n)H 2 2 |A| + nHh11 − , (3.1) h21i ≥ 4 i=1 tal que A = (hij ), hij = hAei , ej i, i, j = 1, ..., n. Prova: Defina a aplicação linear sem traço φ = (bij : Tp M → Tp M ) por hφX, Y i = hAX, Y i + 15 Preliminares 16 n X HhX, Y i, X, Y ∈ Tp M, p ∈ M. Como bii = 0, temos que b211 = i=1 2 |φ| = n X b2ij ≥ ≥ ≥ b211 + n X b2ii +2 i=2 1 + n−1 n n−1 ! b2ii . Logo, i=2 i,j=1 b211 n X b211 + n X b21i i=2 !2 bii +2 i=2 n X n X n X b21i i=2 ! b21i , i=2 ou seja, − b211 + n X i=2 ! b21i r (n − 1) 2 n−1 ≥− |φ| e b11 ≥ − |φ|. n n Como |A|2 = |φ|2 + nH 2 , bii = −hii + H, bij = hij , i 6= j, i, j = 1, ..., n, então Preliminares 17 2 |A| + nHh11 − n X h21i = (|φ|2 + nH 2 ) + nH 2 − nHb11 i=1 − h211 + 2 n X ! b21i i=2 2 = (|φ| + nH ) + nH 2 − nHb11 ! n X − (H − b11 )2 + b21i i=2 = (|φ|2 + nH 2 ) + nH 2 − nHb11 n X 2 2 −H + 2Hb11 − b11 − b21i i=2 = (|φ|2 + nH 2 ) + (n − 1)H 2 ! n X −(n − 2)Hb11 − b211 + b21i 2 2 i=2 2 ≥ (|φ| + nH ) + (n − 1)H r n−1 n−1 2 −(n − 2)H|φ| − |φ| n n n−1 2 = |φ|2 − |φ| + nH 2 + nH 2 n √ |φ| −H 2 − (n − 2) n − 1 √ H n 2 2 n|φ| − (n − 1)|φ| = + (2n − 1)H 2 n √ |φ| −(n − 2) n − 1 √ H n 2 √ |φ| |φ| = − √ (n − 2) n − 1H + (2n − 1)H 2 n n 2 √ |φ| |φ| − √ (n − 2) n − 1H = n n (n − 2)2 (n − 1)H 2 n2 (5 − n)H 2 + + 4 4 √ 2 |φ| (n − 2) n − 1H n2 (5 − n)H 2 √ − = + 2 4 n 2 2 n (5 − n)H ≥ . 4 Prova do Teorema 3.1: Suponha, por contradição, que M não é compacta. Como M tem ı́ndice finito, pela Proposição 1 em [8], existem uma função positiva u em M e algum subconjunto compacto Ω de M tal que, em M \ Ω, Lu = 0, ou seja, ∆u + (|A|2 + Ric(ν))u = 0. (3.2) Preliminares 18 Seja ds2 a métrica original em M. Para essa métrica, temos a métrica conforme de s2 = u2 ds2 e K, e Ric g a conexão, a curvatura e a curvatura de Ricci em M. No que segue, denotaremos por ∇, na métrica de s2 , respectivamente. Afirmamos que existe uma geodésica minimizante γ e(s) : [0, +∞) → M \ Ω na métrica de s2 , onde o parâmetro s é o comprimento de arco na métrica ds2 . De fato, escolhamos uma exaustão de M = ∪BRi (p) (Ri → ∞, i → ∞), tal que cada BR (p) denota a bola geodésica de M na métrica ds2 , de raio R centrada em p ∈ M. Então, para cada i existe um segmento de geodésica γ ei (s) que realiza a distância de p à fronteira ∂BR (p) na métrica de s2 , tal que s é o comprimento de arco de γ ei na métrica ds2 . Pela teoria das equações diferenciais ordinárias, existe uma geodésica limitante γ e(s), s ∈ [0, +∞), parametrizada pelo comprimento de arco na métrica ds2 , tal que γ ei converge para γ e em todo conjunto compacto de [0, +∞). Portanto, γ e é uma geodésica minimizante na métrica de s2 . Observe que γ e é propriamente mergulhada. Logo, γ e|[s0 , +∞), para algum s0 > 0, estará fora de Ω. Mudando o ponto inicial, se necessário, podemos escolher γ e|[s0 , +∞) como afirmamos. Agora, temos uma geodésica minimizante γ e(s) : [0, +∞) → M \Ω na métrica de s2 que possui comprimento infinito na métrica ds2 . A seguir, provaremos que toda geodésica minimizante em M \Ω na métrica de s2 tem comprimento uniformemente limitado na métrica ds2 . Assim, violaremos o fato que o comprimento de γ e é infinito na métrica de s2 e completaremos a prova por contradição. No que segue, assumiremos que e c(s) (o ≤ s ≤ l) é qualquer geodésica minimizante em M \ Ω na métrica de s2 , tal que s é o comprimento de arco na métrica ds2 . Escolhemos um referencial d ortonormal ei , i = 1, ..., n de M ao longo de e c tal que e1 = . Logo, eei = u−1 ei são ortonormais ds d 2 na métrica de s e ee1 = . de s Afirmamos agora que para n < 5 e qualquer função suave f ao longo de e c com f (0) = f (l) = 0, Z l 2 Z l 4 df ds ≥ f 2 (Ric(e1 ) + Ric(ν) − K(e1 , ν))ds 5 − n 0 ds 0 Z l 2 n (5 − n)H 2 2 + f ds. (3.3) 4 0 Antes de apresentarmos a prova de (3.3), daremos uma prévia da demonstração. Consideraremos a propriedade minimizante de e c na métrica de s2 . Sob a métrica de s2 , a segunda variação Preliminares 19 do comprimento de arco (3.5) implicará a desigualdade (3.6) envolvendo a curvatura de Ricci na métrica de s2 . Daı́, transformaremos a desigualdade (3.6) (na métrica de s2 ) na desigualdade (3.13) (na métrica ds2 ) usando as leis de transformação para a mudança conforme da métrica. Depois, pela equação de Jacobi e pela equação de Gauss, obteremos a desigualdade (3.16) envolvendo as curvaturas do espaço ambiente e a segunda forma fundamental. Finalmente, obteremos (3.3) 1 trocando a função teste ϕ por f u 2 e usando o lema 3.2. Agora provaremos (3.3). Como e c é uma geodésica minimizante na métrica de s2 , ela satisfaz e d d = 0, ∇ de s de s Z el 0 dϕ de s 2 e l Z de s≥ 0 (3.4) e ee1 , eei )de ϕ2 K( s, i = 2, ..., n, (3.5) para qualquer função suave ϕ ao longo de e c com ϕ(0) = ϕ(e l) = 0, tal que e l é o comprimento de e c na métrica de s2 . De (3.5), segue-se que Z el (n − 1) 0 dϕ de s 2 Z de s≥ 0 e l g ee1 )de ϕ2 Ric( s. (3.6) g ee1 ). Calculemos Ric( d 1 d Como = , então de s u ds e1 d 1 d ed d = ∇ 0=∇ de s de u ds u ds s 1e 1 d = ∇d u ds u ds d 1 d 11e d = ∇d u−1 + ds ds u ds ds u u 1 du d 1 e d = −u−2 + 2∇ d u ds ds u ds ds 1 1 du d 1 e d = − 2 + 2∇ . d u u ds ds u ds ds Assim, 1 e d 1 1 du d ∇d = 2 . 2 ds u ds u u ds ds Logo, e d d = d log u d . ∇ ds ds ds ds (3.7) Preliminares 20 Da relação entre as conexões na métrica ds2 e na métrica conforme de s2 , temos d 1 d d d d d 2 2 2 ed = ∇d + 2 2 (u ) − ds , gradu ∇ ds ds ds ds 2u ds ds ds ds d 1 du d 1 = ∇d + 2 2.2u − 2 2u2 ∇ log u ds ds 2u ds ds 2u 2 d 1 u du d + 2 2 − ∇ log u = ∇d ds ds u u ds ds d d log u d = ∇d +2 − ∇ log u. ds ds ds ds (3.8) Igualando a equação (3.7) e a equação (3.8), obtemos ∇d ds d d log u d = ∇ log u − ds ds ds Daı́, d ∇d ds ds log u = (∇ log u) logu − d log u d log u . ds ds Logo, d ∇d ds ds d log u 2 log u = |∇ log u|2 − . ds (3.9) Pela fórmula da transformação da curvatura para a mudança conforme da métrica [12], temos d(log u) 2 g e1 ) = Ric(e Ric(e e1 ) − (n − 2)Hess(log u)(e e1 , ee1 ) + (n − 2) de s 2 2 d −[∆(log u) + (n − 2)|∇ log u| ] , (3.10) de s tal que Hess e |.| denotam o hessiano e o comprimento do vetor tangente na métrica ds2 em M , respectivamente. Mas, d Hess(log u)(e e1 , ee1 ) = ∇ d grad log u, de s de s d d d −2 = u grad log u, − grad log u, ∇ d ds ds ds ds 2 d log u d = u−2 − ∇d log u . 2 ds ds ds Logo, por (3.9), 2 d log u −2 d log u 2 Hess(log u)(e e1 , ee1 ) = u − |∇ log u| + . ds ds2 2 (3.11) Preliminares 21 Assim, g e1 ) = u−2 Ric(e1 ) − (n − 2) Ric(e d2 log u d log u 2 − |∇ log u|2 + ds ds2 d(log u) 2 +u−2 (n − 2) − ∆(log u) − (n − 2)|∇ log u|2 . ds Logo, (3.10) torna-se −2 g e1 ) = u Ric(e Ric(e1 ) − (n − 2) d2 log u ds2 − 4(log u) . (3.12) Substituindo (3.12) em (3.6), temos Z (n − 1) l −1 u 0 dϕ ds 2 Z ds ≥ l −1 u Ric(e1 ) − (n − 2) 0 Z l − u−1 [4(log u)]ϕ2 ds. 0 Mas 4(log u) = trHess(log u) X = h∇ei grad log u, ei i X = ei hgrad log u, ei i X ei (u) = ei ei X (ei ei (u))u − (ei (u))2 = u2 2 u4u − |∇u| = u2 4u |∇u|2 = − . u u2 Assim, 4u = 4(log u) + |∇ log u|2 . u Da equação (3.2), obtemos − ou seja, 4u = |A|2 + Ric(ν), u d2 log u ds2 ϕ2 ds (3.13) Preliminares 22 −4(log u) − |∇ log u|2 = |A|2 + Ric(ν). Daı́, −4(log u) = |A|2 + Ric(ν) + |∇ log u|2 . (3.14) Pela equação (3.14) e pela equação de Gauss Ric(e1 ) = Ric(e1 ) − K(e1 , ν) + nHh11 − n X h21j , j=1 temos Ric(e1 ) − (n − 2) d2 log u ds2 " − 4(log u) = u−2 Ric(e1 ) − K(e1 , ν) + nHh11 − n X # h21j j=1 2 d log u +u−2 −(n − 2) ds2 2 + |A| + Ric(ν) + |∇ log u|2 . (3.15) Substituindo (3.15) em (3.13), temos Z (n − 1) l −1 u 0 dϕ ds 2 Z ds ≥ l u−1 Ric(e1 ) + Ric(ν) − K(e1 , ν) + |A|2 ϕ2 ds 0 " # Z l n X u−1 nHh11 − h21j ϕ2 ds + 0 j=1 l 2 d log u −1 + u −(n − 2) ϕ2 ds 2 ds 0 Z l + u−1 |∇ log u|2 ϕ2 ds. Z 0 1 Trocando ϕ por f u 2 pra tirar u do denominador, temos 1 dϕ d(f u 2 ) = ds ds df 1 1 −1 du = u2 + fu 2 ds 2 ds e dϕ ds 2 df ds 2 df 1 1 −1 du 1 2 −1 = u + 2 u2 fu 2 + f u ds 2 ds 4 2 2 df df du 1 2 du = u+f + f u−1 . ds ds ds 4 ds du ds 2 (3.16) Preliminares 23 Sejam 2 df uu−1 ds, a = (n − 1) ds 0 Z l 2 (n − 1) du b= f2 u−1 u−1 ds 4 ds 0 Z l e l Z c = (n − 1) f 0 df du −1 u ds. ds ds Então, (3.16) torna-se l Z u−1 Ric(e1 ) + Ric(ν) − K(e1 , ν) + |A|2 f 2 uds 0 # " Z l n X h21j f 2 uds + u−1 nHh11 − a+b+c ≥ 0 j=1 l Z −1 + u −(n − 2) 0 d2 log u ds2 Sejam Z l d = (n − 1) 0 (n − 1) e= 4 Z l f 2 0 df ds 2 + |∇ log u| f 2 uds. 2 ds, d2 log u ds2 ds e Z g = (n − 1) l f 0 df d log u ds. ds ds Daı́, l Z d+e+g ≥ f 2 Ric(e1 ) + Ric(ν) − K(e1 , ν) + |A|2 ds 0 # Z l " n X 2 2 f nHh11 − h1j ds + 0 Z j=1 l + f 2 −(n − 2) 0 Z + d2 log u ds2 ds l f 2 |∇ log u|2 ds. (3.17) 0 l Z Integremos f 0 2 2 d2 log u ds2 Sejam U = f e dv = Daı́, ds por partes. d2 log u ds2 df . Então dU = 2f ds e v = ds d log u ds . Preliminares 24 l Z f2 0 d2 logu ds2 ds = f 2 d log u ds l Z l df d log u f ds. −2 ds ds 0 0 Como f (0) = f (l) = 0, então Z l 2 Z l d log u df d log u 2 f f ds = −2 ds. ds2 ds ds 0 0 Mas Z l 2 l Z 2 f |∇ log u| ds = f 2 0 0 d2 log u ds2 ds. Logo (3.17) equivale a Z l (n − 1) 0 df ds 2 Z l 2 d log u d2 log u 2 f ds + ds f ds2 ds2 0 0 Z l Z l df d log u df d log u f ds + 2(n − 2) f ds −(n − 1) ds ds ds ds 0 0 Z l + f 2 Ric(e1 ) + Ric(ν) − K(e1 , ν) ds 0 # Z l " n X f 2 |A|2 + nHh11 − + h21j ds Z l Z l (n − 1) ds ≥ − 4 2 0 ≥ 5−n 4 j=1 2 d log u ds 0 Z l df d log u f +(n − 3) ds ds ds 0 Z l + f 2 Ric(e1 ) + Ric(ν) − K(e1 , ν) ds 0 # Z l " n X + f 2 |A|2 + nHh11 − h21j ds. f2 0 j=1 Assim, (n − 1)(5 − n) (5 − n) Z l 0 df ds 2 2 d log u ds ≥ f ds ds 0 Z l df d log u +(n − 3) f ds ds ds 0 Z l + f 2 Ric(e1 ) + Ric(ν) − K(e1 , ν) ds 0 # Z l " n X + f 2 |A|2 + nHh11 − h21j ds, 5−n 4 0 ou seja, Z l 2 j=1 (3.18) Preliminares 25 −n2 + 6n − 5 5−n Z l 0 df ds 2 2 d log u f ds ≥ ds ds 0 Z l df d log u ds +(n − 3) f ds ds 0 Z l + f 2 Ric(e1 ) + Ric(ν) − K(e1 , ν) ds 0 # Z l " n X f 2 |A|2 + nHh11 − h21j ds, + 5−n 4 Z l 2 0 j=1 isto é, 4 − n2 + 6n − 9 5−n Z l 0 df ds 2 2 d log u f ds ≥ ds ds 0 Z l df d log u f ds +(n − 3) ds ds 0 Z l + f 2 Ric(e1 ) + Ric(ν) − K(e1 , ν) ds 0 # Z l " n X f 2 |A|2 + nHh11 − + h21j ds, 5−n 4 Z l 2 0 j=1 por conseguinte, Z l 2 Z l 2 (n − 3)2 5−n d log u 4 df 2 f − ds ≥ ds 5−n 4(5 − n)4−1 0 ds 4 ds 0 Z l df d log u f +(n − 3) ds ds ds 0 Z l + f 2 Ric(e1 ) + Ric(ν) − K(e1 , ν) ds 0 # Z l " n X + f 2 |A|2 + nHh11 − h21j ds. 0 j=1 Logo, 4 (5 − n) Z l 0 df ds 2 Z l 2 df (n − 3)2 ds ≥ ds −1 4(5 − n)4 ds 0 Z l 2 Z l df d log u 5−n d log u 2 +(n − 3) f ds + f ds ds 4 ds 0 0 Z l + f 2 Ric(e1 ) + Ric(ν) − K(e1 , ν) ds 0 # Z l " n X + h21j ds. f 2 |A|2 + nHh11 − 0 j=1 Preliminares Seja ϑ = 26 5−n 4 > 0, n = 3, 4. Logo, 4 (5 − n) Z l 0 df ds 2 Z 2 (n − 3)2 l df ds ≥ ds 4ϑ ds 0 Z l (n − 3) df √ d log u 2 √ + ds ϑf ds 2 ϑ ds 0 2 Z l d log u 2 ϑf + ds ds 0 Z l f 2 Ric(e1 ) + Ric(ν) − K(e1 , ν) ds + 0 # Z l " n X h21j ds. + f 2 |A|2 + nHh11 − 0 j=1 Portanto, 4 (5 − n) Z l 0 df ds 2 2 (n − 3) df √ d log u √ + ϑf ds ≥ ds ds 2 ϑ ds 0 Z l + f 2 Ric(e1 ) + Ric(ν) − K(e1 , ν) ds 0 # Z l " n X + f 2 |A|2 + nHh11 − h21j ds. Z l 0 (3.19) j=1 Portanto, pelo lema 3.2, 4 (5 − n) Z l 0 df ds 2 Z ds ≥ l f 2 Ric(e1 ) + Ric(ν) − K(e1 , ν) ds 0 Z l 2 n (5 − n)H 2 2 f + ds, 4 0 como afirmamos. Afirmamos que o comprimento l de e c na métrica ds2 é uniformemente limitado superiormente. De fato, por hipótese Ric(e1 ) + Ric(ν) − K(e1 , ν) ≥ σ. Logo, 4 (5 − n) Z l 0 df ds 2 Z l n2 (5 − n)H 2 ds ≥ σ+ f 2 ds. 4 0 Preliminares 27 4 Sejam D = eB= (5 − n) n2 (5 − n)H 2 σ+ 4 . Daı́, l Z Z 2 l Bf ds − D 0 0 Z l Integremos 0 Sejam U = df ds df ds 2 ds ≤ 0. 2 ds por partes. df d2 f df e dv = ds. Então dU = 2 ds e v = f. ds ds ds Assim, Z l 0 df ds 2 l Z l d2 f df f 2 ds. ds = f − ds ds 0 0 Como f (0) = f (l) = 0, então Z l 0 df ds 2 l Z ds = − f 0 d2 f ds. ds2 Logo, Z l 2 Z Bf ds + 0 l D 0 df ds 2 ds ≤ 0, isto é, Z l 0 Agora, escolhemos f = sen πs l d2 f D + Bf ds2 f ds ≤ 0. , 0 ≤ s ≤ l. Daı́, πs π df = cos ds l l Preliminares 28 e πs π 2 d2 f . = −sen ds2 l l Logo, Z l −sen πs π 2 l 0 l D + Bsen πs l sen πs l ≤ 0. Assim, Z l −sen 2 πs π 2 l 0 l2 D + Bsen 2 πs l ds ≤ 0, ou seja, Z l πs Dπ 2 B − 2 sen2 ds ≤ 0. l l 0 Portanto, Dπ 2 B− 2 ≤ 0, l isto é, √ Dπ l ≤ √ B p 4(5 − n)−1 π = r n2 (5 − n)H 2 σ+ 4 Logo, l≤ 2π √ r 5−n σ+ n2 (5 − n)H 2 4 como afirmamos. Assim, toda geodésica minimizante em M |Ω na métrica de s2 tem comprimento uniformemente limitado na métrica ds2 . Contradição. Portanto, M é compacta. Preliminares 29 Teorema 3.3. Sejam N n+1 (n = 3, 4) uma variedade completa de dimensão (n + 1) com curvatura seccional K ≥ −τ, τ ≥ 0, e M uma hipersuperfı́cie completa com curvatura média τ, quando constante H diferente de zero e ı́ndice finito imersa em N. Se H satisfaz H 2 > 10 9 7 2 n = 3 ou H > 4 τ, quando n=4, então M é compacta. Prova: Sejam w ∈ Tp M, |w| = 1 e {w, e1 , ..., en }, {ν, f1 , ..., fn } bases ortonormais de Tp M, onde ν ∈ (Tp M )⊥ . Então Ric(w) + Ric(v) − K(w, ν) = n X K(w, ei ) + i=1 n X K(ν, fi ) − K(w, ν) i=1 ≥ −nτ − nτ − (−τ ) = −(2n − 1)τ. Assim, por hipótese, temos que se n = 3, inf {Ric(w) + Ric(ν) − K(w, ν)} ≥ −5τ 5·9 2 > − H 10 9 = − H2 2 32 (5 − 3) 2 = − H 4 e se n = 4, inf {Ric(w) + Ric(ν) − K(w, ν)} ≥ −7τ > −4H 2 42 (5 − 4) 2 H . = − 4 Portanto, se n = 3 ou n = 4, obtemos inf {Ric(w) + Ric(ν) − K(w, ν)} ≥ − n2 (5 − n) 2 H . 4 Logo, pelo Teorema 3.1, M é compacta. Como casos particulares do Teorema 3.3, temos: Preliminares 30 Corolário 3.4. Seja N uma variedade completa de dimensão 4 ou 5 com curvatura seccional não negativa. Então toda hipersuperfı́cie completa M com curvatura média constante diferente de zero e ı́ndice finito em N é compacta. Prova: Com efeito, como K ≤ 0, escolhendo τ = 0, temos que H satisfaz H 2 > 0 e portanto satisfaz às hipóteses do Teorema 3.3. Logo, M é compacta. Corolário 3.5. Toda hipersuperfı́cie M completa com ı́ndice finito e curvatura média constante H satisfazendo H 2 > 10 (H 2 > 74 respectivamente) no espaço hiperbólico H4 (−1) (H5 (−1) respectivamente 9 é compacta. Prova: De fato, como neste caso K = −1, escolhendo τ = 1, temos que H satisfaz H 2 > 10 , 9 quando n = 3 ou H 2 > 74 , quando n = 4 e portanto satisfaz às hipóteses do Teorema 3.3. Logo, M é compacta. O Teorema seguinte é uma conseqüência do Corolário 3.4. Teorema 3.6. Toda hipersuperfı́cie completa M , não compacta com curvatura média constante H e ı́ndice finito no espaço euclidiano R4 ou R5 é mı́nima. Prova: De fato, como M é completa, com curvatura média constante, ı́ndice finito e curvatura seccional não negativa (pois K = 0 em Rn ) segue do Corolário 3.4 que H = 0. Apresentamos agora a prova de M.F.Elbert, B.Nelli e H.Rosenberg [9] para o Teorema 3.3, que é muito similar à demonstração do Teorema 3.1. Teorema 3.7. Sejam N uma variedade Riemanniana de dimensão n + 1 (n = 3, 4) com curvatura seccional uniformemente limitada inferiormente e M uma variedade completa, estável e com curvatura média constante H imersa em N. Existe uma constante c = c(n, p H, sec(N )) tal que para todo p ∈ M, dist(p, ∂M ) ≤ c qualquer que seja H satisfazendo |H| > 2 |min{0, sec(N )}|, tal que sec(N ) denota o ı́nfimo das curvaturas seccionais de N. Prova: Denotemos por ds2 a métrica em M induzida pela imersão em N e seja de s2 = u2k ds2 a métrica conforme em M , com 5(n−1) 4n ≤ k ≤ 4 , n−1 n = 3, 4. Consideremos p ∈ M e seja Preliminares 31 r > 0 tal que a bola intrı́nseca Br de M na métrica ds2 , de raio r centrada em p ∈ M. esteja contida no interior de M. Sejam γ ∈ Br uma geodésica minimizante na métrica de s2 ligando p a ∂Br e a o comprimento de γ na métrica ds2 . Então a ≥ r e é suficiente provar que existe e os tensores curvatura de M nas uma constante c(n, H, sec(N )) tal que a ≤ c. Sejam R e R métricas ds2 e de s2 , respectivamente. Escolhamos uma base ortonormal {ee1 = ∂γ , ee2 , ..., een } ∂e s para a métrica de s2 , tal que ee2 , ..., een são paralelos ao longo de γ e seja een+1 = η. A base {e1 = ∂γ ∂s = uk ee1 , e2 = uk ee2 , ..., en = uk een } é ortonormal para a métrica ds2 . Denotemos por R11 e11 as curvaturas de Ricci na direção de e1 para as métricas ds2 e de eR s2 , respectivamente. Seja b o tensor curvatura da variedade ambiente N e escrevamos Ric(η) = R bn+1 . R 1 d d = k , por cálculos análogos aos da prova do Teorema 3.1, obtemos Como de s u ds e11 R d2 logu 2 2 = u + k(|φ| + nH ) R11 − k(n − 2) ds2 |∇u|2 −2k b +u k Rn+1,n+1 + k 2 u −2k (3.20) Da equação de Gauss, temos que bijij + hii hjj − h2ij , Rijij = R onde hij =< B(ei , ej ), N > . Como φ = A − HI e Aei = hii ei , então φ(ei ) = Aei − HIei = hii ei − Hei = (hii − H)ei . Mas φij = hij − Hδij . Logo, φii = hii − H, ou seja, hii = φii + H. Assim, bijij + (φii + H)(φjj + H) − (φii + Hδij )2 . Rijij = R Tomando i = 1 e j = 2, ..., n, obtemos (3.21) Preliminares n X 32 n X R1j1j = j=2 b1j1j + (φ11 + H) R j=2 n X = n X j=2 b1j1j + (φ11 + H) R n X (φ1j Hδ1j )2 j=2 n X j=2 Mas (φjj + H) − n X ! φjj − φ11 + (n − 1)H − j=1 n X (φ1j )2 . j=2 (φjj ) = 0. Logo, j=1 R11 = n X b1j1j + (φ11 + H)(−φ11 + (n − 1)H) R j=2 − = n X (φ1j )2 j=2 n X b1j1j − (φ11 )2 + (n − 1)Hφ11 + (n − 1)H 2 R j=2 −Hφ11 − n X (φ1j )2 j=2 = n X b1j1j − (φ11 )2 + (n − 2)Hφ11 + (n − 1)H 2 R j=2 − n X (φ1j )2 . (3.22) j=2 Substituindo a equação (3.22) na equação (3.20), temos " e11 = u−2k R n X b1j1j R n X 2 2 − (φ11 ) + (n − 2)Hφ11 + (n − 1)H − (φ1j )2 j=2 −2k # j=2 2 2 −k(n − 2)(log u)ss + k|φ| + knH 2 |∇u| −2k bn+1,n+1 + k +u kR u2 " n # X b1j1j + k R bn+1,n+1 + (kn + n − 1)H 2 + (n − 2)Hφ11 = u−2k R +u j=2 " +u−2k k|φ|2 − (φ11 )2 − n X # (φ1j )2 j=2 −2k +u |∇u|2 −k(n − 2)(log u)ss + k 2 . u Como (n − 1) Z re 0 dϕ de s 2 Z ≥ 0 re e11 ϕ2 ds, R (3.23) (3.24) Preliminares 33 então substituindo a equação (3.23) na desigualdade (3.24), obtemos Z (n − 1) a (ϕs )2 u−k ds ≥ " a Z ϕ2 u−k 0 0 n X # b1j1j + k R bn+1,n+1 ds R j=2 a Z ϕ2 u−k (kn + n − 1)H 2 + (n − 2)Hφ11 ds 0 " # Z a n X ϕ2 u−k k|φ|2 − (φ11 )2 − (φ1j )2 ds + + 0 j=2 a Z ϕ2 u−k k(n − 2)(log u)ss ds − Z0 a + ϕ2 u−k k 0 |∇u|2 ds. u2 (3.25) k Por cálculos análogos aos da prova do Teorema 3.1, trocamos ϕ por ϕu 2 para tirar uk do denominador e denotamos por a Z (ϕs )2 ds, m = (n − 1) 0 a Z ϕϕs us u−1 ds n = k(n − 1) 0 e k 2 (n − 1) q= 4 Z a ϕ2 (us )2 u−2 ds. 0 Assim, a desigualdade (3.25) é equivalente a " a Z ϕ2 m+n+q ≥ 0 n X # b1j1j + k R bn+1,n+1 ds R j=2 a Z ϕ2 (kn + n − 1)H 2 + (n − 2)Hφ11 ds 0 # Z a " n X + ϕ2 k|φ|2 − (φ11 )2 − (φ1j )2 ds + 0 Z − 0 j=2 a |∇u|2 2 ϕ k(n − 2)(log u)ss − k 2 . u Integrando por partes, temos Z a 2 Z ϕ (log u)ss ds = −2 0 a ϕϕs 0 us ds. u (3.26) Preliminares 34 Como Z a Z 2 −2 2 a ϕ2 (log u)2s ds ϕ (us ) u ds = 0 Z0 a 1 ϕ2 2 (k log u)2s ds k 0 Z a 1 = 2 ϕ2 (log uk )2s ds, k 0 = substituindo na desigualdade (3.26), obtemos a Z (ϕs ) ds ≥ k(n − 3) (n − 1) a (n − 1) 2 ϕ (log uk )2s ds 4 0 # Z a Z a " n 2 X |∇u| bn+1,n+1 + b1j1j ds ϕ2 2 ds + +k ϕ2 k R R u 0 0 j=2 Z a ϕ2 (kn + n − 1)H 2 + (n − 2)Hφ11 ds + 0 # Z a " n X ϕ2 k|φ|2 − (φ11 )2 − (φ1j )2 ds. + Z 2 0 ϕϕs us u−1 ds − 0 j=2 Mas, |∇u|2 = u2s . Assim, Z 0 a a u2 ϕ2 2s ds u 0 Z a u 1 s = 2 ϕ2 k 2 ds k 0 u Z Z 1 a 2 1 a 2 2 = 2 ϕ (k log u)s ds = 2 ϕ (log uk )2s ds. k 0 k 0 |∇u|2 ϕ2 2 ds u Z = Logo, Z k 0 a |∇u|2 ϕ2 2 ds u Então, a desigualdade (3.27) torna-se 1 = k Z 0 a ϕ2 (log uk )2s ds. (3.27) Preliminares 35 Z (n − 1) 0 a Z a ϕϕs us u−1 ds (ϕs ) ds ≥ k(n − 3) 0 1 (n − 1) 2 + − ϕ (log uk )2s ds k 4 # Z a " n X bn+1,n+1 + b1j1j ds + ϕ2 k R R 2 0 Z j=2 a ϕ2 (kn + n − 1)H 2 + (n − 2)Hφ11 ds + 0 # Z a " n X φ21j ds. + ϕ2 k|φ|2 − (φ11 )2 − 0 j=2 Agora usamos que a2 + b2 ≥ −2ab, com a = (n − 2)H e b = (n − 2)2 H 2 + (3.28) φ11 . Daı́, 2 φ211 ≥ −(n − 2)Hφ11 , 4 ou seja, (n − 2)Hφ11 ≥ (−n2 + 4n − 4)H 2 − φ211 . 4 Substituindo na desigualdade (3.28), obtemos Z (n − 1) 0 a Z a (ϕs ) ds ≥ k(n − 3) ϕϕs us u−1 ds 0 1 (n − 1) 2 + − ϕ (log uk )2s ds k 4 # Z a " n X bn+1,n+1 + b1j1j ds + ϕ2 k R R 2 0 Z j=2 a + ϕ2 (kn + n − 1)H 2 + (−n2 + 4n − 4)H 2 ds 0 # Z a " 2 n X φ + ϕ2 − 11 − φ211 + k|φ|2 − φ21j ds 4 0 j=2 Z a ≥ k(n − 3) ϕϕs us u−1 ds 0 1 (n − 1) 2 − ϕ (log uk )2s ds + k 4 # Z a " n X 2 2 2 bn+1,n+1 + b1j1j + (kn − n + 5n − 5)H ds + ϕ kR R 0 Z + 0 j=2 " a ϕ2 # n X 5 k|φ|2 − φ211 − φ21j ds. 4 j=2 (3.29) Preliminares 36 Vamos provar que o último termo da desigualdade (3.29) é maior ou igual a zero. Por cálculos análogos aos da prova do lema 3.2, temos |φ|2 ≥ Como k ≥ n X n φ211 + 2 φ21j . (n − 1) j=2 (3.30) 5(n − 1) e usando a desigualdade (3.30), obtemos 4n n 2 k|φ| X n ≥ k φ211 + 2k φ21j . (n − 1) j=2 Assim, n n X 5 5(n − 1) n 5(n − 1) X k|φ|2 − (φ11 )2 − (φ1j )2 ≥ (φ11 )2 + 2 (φ1j )2 4 4n (n − 1) 4n j=2 j=2 n X 5 − (φ11 )2 − (φ1j )2 4 j=2 n ≥ 5(n − 1) X 5 (φ11 )2 + (φ1j )2 4 2n j=2 n X 5 (φ1j )2 − (φ11 )2 − 4 j=2 n n X 5(n − 1) X ≥ (φ1j )2 − (φ1j )2 2n j=2 j=2 n 3n − 5 X 2 φ = 2n j=2 1j ≥ 0. Logo, a desigualdade (3.29) é equivalente a Z (n − 1) 0 a Z 2 a (ϕs ) ds ≥ (n − 3) ϕϕs (log uk )s ds 0 Z a 1 (n − 1) ϕ2 (log uk )2s ds + − k 4 0 # Z a " n X bn+1,n+1 + b1j1j ds + ϕ2 k R R 0 Z + 0 j=2 a ϕ2 (kn − n2 + 5n − 5)H 2 ds. (3.31) Preliminares 37 Usamos agora que a2 + b2 ≥ −2ab, com a= 1 (n − 1) − k 4 21 ϕ(log uk )s e (n − 3) b= 2 1 (n − 1) − k 4 −1 2 ϕs para obtermos 1 (n − 1) − k 4 2 ϕ (n − 3)2 + 4 (log uk )2s 1 (n − 1) − k 4 −1 ϕ2s ≥ −(n − 3)ϕϕs (log uk )s , ou seja, a Z (n − 3) ϕϕs (log u )s ds + 0 (n − 3)2 ≥− 4 Z a 1 (n − 1) ϕϕs (log uk )s ds − ϕ2s k 4 0 −1 Z a (n − 1) ϕ2s ds − 4 0 k 1 k Da última desigualdade junto com a desigualdade (3.31), temos Z (n − 1) 0 a −1 Z a (n − 3)2 1 (n − 1) (ϕs ) ds ≥ − ϕ2s ds − 4 k 4 0 Z a ϕ2 (kn − n2 + 5n − 5)H 2 ds + 0 # Z a " n X bn+1,n+1 + b1j1j ds. + ϕ2 k R R 2 0 j=2 (3.32) Preliminares 38 Seja (n − 3)2 A = 4 = = = = = = 1 (n − 1) − k 4 −1 + (n − 1) −1 (n − 3)2 4 − k(n − 1) + (n − 1) 4 4k (n − 3)2 k + (n − 1) 4 − k(n − 1) (n − 3)k + (4 − k(n − 1))(n − 1) 4 − k(n − 1) (n − 3)2 k + 4(n − 1) − k(n − 1)2 4 − k(n − 1) −4nk + 8k + 4(n − 1) 4 − k(n − 1) 4[k(2 − n) + (n − 1)] . 4 − k(n − 1) Observamos que A é positiva, pois como k < 4 n−1 ≤ , então (n − 1) n−2 k(n − 2) ≤ (n − 1), ou seja, k(2 − n) + (n − 1) ≥ 0. e k(n − 1) < 4, ou seja, 4 − k(n − 1) > 0 Fazendo uma escolha conveniente da constante positiva B, podemos reescrever a desigualdade (3.32) como a Z ϕ2s ds A Z ≥B 0 a ϕ2 ds. (3.33) 0 Queremos escolher B tal que 0 ≤ B ≤ (kn − n2 + 5n − 5)H 2 + bn+1,n+1 + kR n X ! b1j1j R . j=2 Quando a curvatura da variedade ambiente é não-negativa, escolhemos B = (kn−n2 +5n−5)H 2 , que é positiva se H 6= 0. Neste caso, |H| > 0 e podemos escolher ρ = 0. Caso contrário, como K(ei , ej ) = então n X j=2 R(ei , ej , ei , ej ) , |ei ∧ ej |2 = 1, |ei ∧ ej |2 K(ei , ej ) ≥ (n − 1)inf{curvaturas seccionais de N } Preliminares 39 e como bn+1,n+1 ≥ n.inf{curvaturas seccionais de N }, R então bn+1,n+1 + kR n X b1j1j ≥ (kn + n − 1)inf{curvaturas seccionais de N } R j=2 = (kn + n − 1)sec(N ), e escolhemos B = (kn − n2 + 5n − 5)H 2 + (kn + n − 1)sec(N ). Se −(kn + n − 1) sec(N ), (kn − n2 + 5n − 5) H2 > então B é positiva. Usando as restriçoes em k, 4. De fato, para n = 3 temos que 5 6 5(n−1) 4n ≤k≤ 4 , n−1 n = 3, 4, obtemos ≤ k < 2. Logo, 3k + 2 −2 < 4 ⇔ 3k + 2 < 12k + 4 ⇔ k > , 3k + 1 9 pois −2 9 < 5 6 ≤ k < 2. E para n = 4, temos que 15 16 ≤ k < 34 . Logo, 7 4k + 3 < 4 ⇔ 4k + 3 < 16k − 4 ⇔ k > , 4k − 1 12 pois 7 12 < 15 16 ≤ k < 34 . p p Neste caso, |H| > 2 |sec(N )| e podemos escolher ρ = 2 |sec(N )|. Por cálculos análogos aos da prova do Teorema 3.1, Z a (ϕss A + Bϕ)ϕds ≤ 0. 0 Escolhendo ϕ = sen(πsa−1 ), s ∈ [0, a], temos (Aπ)2 B− ≤ 0, a2 ou seja, √ Aπ a≤ √ . B (kn + n − 1) < (kn − n2 + 5n − 5) Preliminares 40 √ Aπ Como queremos provar que a ≤ c, seja c = √ . B Assim, p 2π k(2 − n) + (n − 1) c= p . (4 − k(n − 1))[(kn − n2 + 5n − 5)H 2 + (kn + n − 1)min{0, sec((N ))}] Preliminares 41 O corolário seguinte é um caso particular do Teorema 3.7. Corolário 3.8. Seja M n ⊂ N n+1 p uma subvariedade completa estável com curvatura média constante H. Se n = 3, 4 e |H| > 2 |min{0, sec(N )}|, então ∂M 6= ∅. Prova: Assuma que tal M existe. Na prova do Teorema 3.7, mostramos que o raio de um disco intrı́nseco de M que não toca em ∂M é menor ou igual a c. Portanto, quando ∂M = ∅, o diâmetro de M é menor ou igual a c e então M é compacta. Como M é estável, existe uma bn+1,n+1 )(f ) = 0. função positiva f em M tal que L(f ) = 0. Assim, L(f ) = (4 + |φ|2 + nH 2 + R Seja p um mı́nimo da função f. Daı́, em p temos: bn+1,n+1 (p))(f (p)). 0 ≤ 4f (p) = −(|φ|2 (p) + nH 2 + R (3.34) p bn+1,n+1 ) é estritamente positivo em M. Como |H| > 2 |min{0, sec(N )}|, então (|φ|2 + nH 2 + R Portanto, a desigualdade (3.34) nos dá uma contradição. Logo, ∂M 6= ∅. Referências Bibliográficas [1] H. Alencar e M. do Carmo, Hypersurfaces of constant mean curvature with finite index and volume of polynomial growth, Arch. Math. 65 (1995), 271-272. [2] L. J. Alı́as, On the stability index of minimal and constant mean curvature hypersurfaces in spheres, Revista de la Unión Matemática Argentina 47 (2006), 39-61. [3] M. P. do Carmo, Geometria Riemanniana, IMPA, Brasil (1988). [4] M. Do Carmo e D. Zhou, Eigenvalue estimate on complete noncompact Riemannian manifolds and applications, Trans. Amer. Math. Soc. 351 (1999), 1391-1401. [5] I. 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