habitualmente se gostava de fazer, falta de esperança e um sentimento recorrentemente triste e deprimido. ‘‘ DO STRESS A DEPRESSÃO ’’ Atualmente, existem dois principais fatores que potenciam a fragilidade psicológica da grande maioria de nós: elevados níveis de stress e preocupações pessoais. Os elevados níveis de stress que são alcançados dia após dia exige numa primeira fase um período de adaptação fazendo com que todo o organismo se habitue a responder daquela forma. Esta fase é identificada quando quebramos essa rotina e “estranhamos” períodos de acalmia ou de relaxamento. “ Aqui surgem dois possíveis caminhos: ou continuamos com o mesmo ritmo e começamos a achar que dores de cabeça, de costas, constipações recorrentes, insónias, são normais devido ao cansaço ou fazemos algo para mudar”. O problema é quando a atitude tomada nada tem de resiliente, ou seja se o stress está a atingir um nível tal que o corpo está a começar a somatizar é porque psicologicamente não está a ser possível desmantlar a pressão proveniente dos agentes stressores. “Então, o melhor nestes casos é ouvirmos o nosso organismmo e pararmos antes que o retorno seja difícil de se conseguir recuperar.” Enquanto o nosso organismo dá sinal , reage no sentido de percebermos que é necessária uma mudança, é tempo de agir. Caso a mudança não seja implementada, depois de instalada esta sintomatologia a vulnerabilidade para o aparecimento de perturbações de ansiedade e de depressão é elevada. Psicologicamente é complicado manter um funcionamento sanígeno durante tanto tempo de exposição ao stress. A separação de um estado de stress para um estado depressivo começa a tornar-se ténue. Torna-se lógico associar-se os agentes stressores desencadeantes de sintomas de ansiedade a acontecimentos negativos. Quando deixa de ser possível descentrarmos-nos desta ansiedade qua nos domina começa a aparecer a dificuldade em utilizarmos o mecanismo de fuga para a frente. Predomina então a falta de energia, de entusiasmo, falta de paciência, perda de prazer nas coisas que Há estudo feitos que comprovam que o stress é o responsável pela formação dos primeiros episódios de depressão e para o facto deste quadro passar a recorrente. Os sintomas de burnout começam quando surge a necessidade de algum isolamento com uma maior tendência por permanecer em casa, numa tentativa de abrandar o ritmo. Estar com muitas pessoas torna-se cansativo e demasiada confusão. Posteriormente poderá surgir a perda de interesse por coisas que antigamente eram prazerosas e o sentimento de acentuada desmotivação generalizada mesmo para pequenas coisas como comer, vestir-se, higiene pessoal, etc. Este estado pode então prolongar-se por dias, semanas ou meses. É deste modo que a pessoa em questão deixa de ser funcional deparando-se com uma série de obstáculos no seu dia-a-dia. Se não houver a incrementação de mudança do estilo de vida, o sentimento atribuído ao meio envolvente é tão negativo que o objetivo passa a ser evitá-lo porque não há força psicológica para enfrentar todas as dificuldades inerentes e voltar ao dia-a-dia antecedente a este estado. É nesta fase que se torna determinante agir uma vez que num estado depressivo já perfeitamente instalado o mecanismo de fuga para a frente está bloqueado e por isso há que procurar ajuda para a contenção desta sintomatologia e posterior enriquecimento psicológico com aquisição de ferramentas necessárias para desmantelar as dificuldades. A nível de tratamento, a fórmula eficaz e que pretende preparar para o evitamento de recaídas é aquela terapia que possa conjugar o tratamento físico menor efeito secundário possível. Dra. Catarina Graça Psicóloga Clínica e Neuropsicóloga