CIS – INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS SOCIAIS E RELAÇÕES INTERNACIONAIS Processo de Avaliação Curso de Agregação Pedagógica Prof.Me. Alberto Nguluve -25 /02/2011 I. Evolução do Pensamento e Práticas de Avaliação 1. Tradição de classificar o rendimento escolar dos alunos nas disciplinas ou áreas do currículo para permitir sua graduação (determinar quem passa numa disciplina, num curso ou num nível, quem pode obter a titulação). Valorização e sanção realizada a partir da atribuição, por saber e por autoridade, que a instituição escolar investe aos professores, legitimando assim sua prática. O professor especialista tem competência reconhecida para avaliar seus alunos (“dar nota”) 2. A preocupação pela objectividade na medicação dos resultados educativos Realização de provas objectivas; Elaboração de testes de rendimento escolar para evitar as flutuações nas classificações dadas pelos professores e concretizar de forma precisa, em suas perguntas, o conhecimento objectivo. (Landsheere, 1978) 3. Prática didáctica baseada na teoria curricular de Tyler (1973) (décadas de 60 e 70). “A avaliação tem por objectivo descobrir até que ponto as experiências de aprendizagem, tais como foram projectadas, produzem realmente os resultados desejados” (Tyler, 1973 p.108) 4. Pretensões de fazer da pedagogia uma prática mais científica, precisando seus objectivos e tecnificando os procedimentos de avaliação, proporcionariam à educação uma orientação que a distanciava de poder atender os indivíduos concretos. A busca da cientificidade carrega uma imagem dos professores que não corresponde à realidade de suas condições de trabalho, nem com o facto de que tenham que atender a personalidades complexas em desenvolvimento, a múltiplos grupos e a conteúdos educativos muito diversos. II. Quem é avaliado? Professor Estudante Programa Conhecimento Universidade Sociedade III. A prática da avaliação É explicada pela forma como são realizadas as funções que a instituição escolar desempenha. Realização condicionada por aspectos e elementos pessoais, sociais, institucionais. Ela incide sobre todos os elementos envolvidos na escolarização: transmissão do conhecimento, relações professor/aluno, interacções entre grupos, métodos que se praticam, disciplina, expectativas de alunos e professores e pais, valorização do indivíduo na sociedade, etc. (Sacristán, 1998 p.295) A complexidade da prática de avaliação precisa ser entendida considerando: a) Função didáctica Qualquer processo didáctico intencionalmente guiado implica uma revisão de suas consequências, uma avaliação do mesmo. A avaliação serve para pensar e planear a prática didáctica. b) De um ponto de vista crítico É preciso ser sensível aos fenómenos que desencadeia a existência de práticas de avaliação dentro de uma instituição como a escola. nos professores e naqueles de a sofrem directamente (aluno); no próprio contexto escolar no qual acontece a avaliação; no ambiente familiar e social. Currículo Oculto Evidencia Servidão a Políticas, Selecção, poder, Hierarquização, Controlo de Conduta, etc IV. Anatomia de uma prática complexa Realizar descrições do objecto Processo de informação Colher dados por meio de medições Avaliação Valorizar, emitir julgamento sobre a informação Davis, 1981 p.17) Ponto de partida Entender as seguintes questões: 1) 2) 3) 4) Como definir a avaliação? Quais são as suas funções? O que são objectos de avaliação? Que tipo de informação exige a avaliação de algo em particular? 5) Que critérios temos para decidir o mérito ou a importância do que é avaliado? 6) A quem deve servir ou a quem devem ser úteis os julgamentos da avaliação? 7) Que processo se deve seguir para realizá-la? 8) Que métodos de indagação devem se seguir ao avaliar? 9) Quem deve realizá-la? 10) Com que critérios se deve julgar a avaliação: por sua utilidade, exequibilidade, por critérios éticos, por sua precisão, etc.? ☼ ☻ O significado e o valor da avaliação na prática depende das opções feitas em cada uma das dimensões que as interrogações estabelecem. Qualquer opção que façamos é preciso pensá-la em relação á sua conveniência e exequibilidade. Ao avaliar é fundamental considerar passos como: a) b) c) d) Enfoque de uma realidade; Seleccionar a faceta que será avaliado; Elaborar o julgamento de avaliação; Expressar o resultado da avaliação. Estes passos indicam o dilema de tipo pedagógico, político, ético e técnico que é precisa responder. Passos formais Opções B Seleccionar alguma condição ou característica C Seleccionar um julgamento, de acordo com um padrão, objecto ou ideal Cultura, valores de referência A Escolher ou enfocar uma certa realidade D Colher pertinente informação Que característica será avaliada? Progresso académico do aluno, interesse despertado por uma unidade didáctica, etc Quem deve realizar a avaliação? Consciência do valor de referência, clareza do ideal. Que informação colectar? métodos e instrumentos? Elaborar a informação Apreciar o valor realidade a avaliar O que é objecto de avaliação? Aluno, professor, escola, materiais, programas, etc. da Expressar o valor atribuído Com que Ponderar valor de diferentes informações. Simplificação. Escolha da forma de expressão: A quem se dirige? Quem a recebe realmente? V. Tipos de avaliações Avaliação Diagnóstica Identifica alunos com padrão Aceitável de domínio Encaminha para novas aprendizagens Constata particularidades Individualiza o ensino Constata deficiências Propõe actividades com vistas ao domínio do conteúdo Avaliação Formativa Baseia-se nos objectivos fixados Utilizada ao longo do processo. Busca informações Ao professor Provê feedback Identificação de deficiências Replaneamento das actividades Ao aluno Conhecimento de seu rendimento Mantêm procedimentos Reforça procedimentos Avaliação Somativa Baseia-se nos objectivos fixados Utilizada no fim do processo Descreve e julga segundo os níveis de aproveitamento Classificação Final Curso Semestre Unidade V. Considerações finais Aprendizagem Consequente Ensino: Professor Sala de aula Espaço Aprendizagem: Aluno Avaliação Aquisição Transformação Conhecimentos Nova Informação Conhecimentos Manipular o conhecimento e adaptá-lo a novas tarefas. Aprender a “desmacarar” ou analisar a informação, ordená-la de modo que permita a conversão em outra forma. Compreender os meios pelos quais lidamos com a informação, de modo a irmos além dela. Avaliação (crítica) Conhecimentos Verificar se o modo pelo qual manipulamos a informação é adequada à tarefa. Aquisição / Transformação / Avaliação Ajudar a desenvolver a capacidade cognitiva, crítica e produtiva Inteligência = capacidade de encontrar a melhor solução para um determinado desafio no menor tempo possível. isso significa, versatilidade, criatividade, adaptabilidade associadas à uma boa lógica ou sentido de maior realidade Prof.Me. Alberto Nguluve -11/02/2011