VI Jornadas Agrícolas da Praia da Vitória Quatro Ribeiras, 22 a 24 de Março de 2013 Utilização de Lamas de ETAR Municipal na Cultura do Milho António Manuel Amaral de Melo Angra do Heroísmo Março de 2013 Ensaio experimental de aplicação de lamas na cultura do milho ▪ Objectivos ▪ Material e Métodos ▪ Resultados e Discussão ▪ Conclusões 2 Ensaio experimental de aplicação de lamas na cultura do milho ▪ Objectivos ▪ Material e Métodos ▪ Resultados e Discussão ▪ Conclusões 3 Objectivos Avaliar o efeito da aplicação de diferentes quantidades de lamas com dois níveis diferentes de calagem na produtividade da cultura do milho. Determinar os efeitos das lamas na fertilidade do solo. 4 Ensaio experimental de aplicação de lamas na cultura do milho ▪ Objectivos ▪ Material e Métodos ▪ Resultados e Discussão ▪ Conclusões 5 Cultivar ensaiada e local de ensaio ▪ Cultivar Fortius da Northrup King ▫ Híbrido simples ▫ FAO 440 para produção de forragem. ▪ Granja da Universidade dos Açores, na zona da Achada ▫ 400m de altitude ▫ Zona de pastagem permanente e de produção leiteira ▫ Rotação milho - pastagem permanente 6 Delineamento ensaio 2010 Estrada de acesso ao terreno 1m 10 m 10 m 1 1m Entrada 16 m 2 3 4 5 6 7 Controlo 36 t/ha 2C 12 t/ha 2C 12 t/ha 1C 24 t/ha 1C 36 t/ha 1C 24 t/ha 2C 8 9 10 11 12 13 14 36 t/ha 1C 12 t/ha 2C 24 t/ha 1C Controlo 36 t/ha 2C 24 t/ha 2C 12 t/ha 1C 15 16 17 18 19 20 21 36 t/ha 2C 36 t/ha 1C 24 t/ha 2C 12 t/ha 2C 12 t/ha 1C Controlo 24 t/ha 1C 22 23 24 25 26 27 28 24 t/ha 1C Controlo 36 t/ha 2C 36 t/ha 1C 24 t/ha 2C 12 t/ha 1C 12 t/ha 2C 20 m 20.8 m Parcela da Granja (2.9 ha, sendo 1.1 ha afectos ao ensaio) e 332.2 m2 7 cada talhão Delineamento ensaio 2011 1m 10 m 106 m 25 m 1m 12 m 1 2 3 4 5 6 Controlo A 12 t/ha 2C 24 t/ha 1C 36 t/ha 2C 24 t/ha 2C Controlo B 36 t/ha 1C 12 t/ha 1C 9 10 11 12 13 14 15 16 36 t/ha 1C 24 t/ha 1C 24 t/ha 2C 12 t/ha 1C Controlo A 22 23 24 17 18 36 t/ha 2C 36 t/ha 1C 25 26 24 t/ha 1C Controlo B Controlo B 19 24 t/ha 2C 27 36 t/ha 2C 12 t/ha 2C 36 t/ha 2C 20 21 12 t/ha 1C Controlo A 24 t/ha 1C 28 29 30 36 t/ha 1C 12 t/ha 1C 12 t/ha 2C 7 Controlo B 31 Controlo A 8 20 m 20.75 m 12 t/ha 2C 32 24 t/ha 2C 10 m Entrada 148 m Estrada de acesso ao terreno Parcela da Granja (1.9 ha, sendo 0.9 ha afectos ao ensaio) e 249 m2 8 cada talhão Características das lamas ▪ Lamas de ETAR provenientes dos Serviços Municipalizados de Angra do Heroísmo ▪ Ensaiaram-se 2 tipos de lamas: 1 calagem Produção normal da ETAR 2 calagens Produzidas especificamente para o ensaio ▪ Análise das lamas colhidas dos vários lotes entregues no terreno ▫ Amostra composta de cada modalidade 9 Características das lamas • • • • • • • • • MS total Carbono orgânico total Matéria orgânica pH Azoto total Azoto amoniacal Fósforo total Potássio Cálcio • • • • • • • Magnésio Cádmio Chumbo Zinco Mercúrio Pesquisa de Salmonella Pesquisa de ovos parasitas intestinais • Escherichia coli 10 Análises químicas dos solos Determinação os níveis de metais pesados no solo antes do ensaio (Obrigação legal) Colheram-se amostras compostas de solo das parcelas de terreno onde se pretendia fazer os ensaios com a antecedência de três meses. Cádmio Chumbo Cobre Crómio Mercúrio Níquel Zinco 11 Análises químicas dos solos Determinar os níveis de fertilidade do solo antes e depois do ensaio Recolha de amostras compostas em todos os talhões antes da aplicação das lamas e depois da produção do milho em cada ano de ensaios. Foram analisados os seguintes parâmetros: - pH, MO,P, K, Ca e Mg 12 Operações agrícolas ▪ Mobilização do solo e divisão em talhões; ▪ Aplicação das lamas de acordo com o delineamento estabelecido; 12ton/ha 24ton/ha 36ton/ha ▪ Mobilização do solo; ▪ Sementeira (113122 sementes/ha) (13x68cm). 13 Sementeira de precisão Operações agrícolas ▪ Fertilização química e controlo de infestantes - Onde se aplicaram lamas 143 kg K/ha - Controlo NPK (s/ lamas) 50Kg N/ha, 38Kg P/ha e 143Kg K/ha - Controlo K (s/ lamas) 143Kg K/ha - Aplicação de herbicida pós-emergência para controlo de infestantes mono e dicotiledóneas à base de foramsulfurão e isoxadifene-etilo - Não foi efectuada adubação de cobertura 14 Determinação da produtividade ▪ Determinações de peso fresco das plantas colhidas (em áreas de 5.36m2 em cada talhão para 2010 e em áreas de 10.72m2 para 2011). ▪ Determinação da produtividade de matéria seca total e de matéria seca em grão a partir de uma amostra de duas plantas de cada talhão. 15 Ensaio experimental de aplicação de lamas na cultura do milho ▪ Objectivos ▪ Material e Métodos ▪ Resultados e Discussão ▪ Conclusões 16 Características das lamas Análises às lamas Parâmetro Lamas 1C Lamas 2C 2010 2011 2010 2011 MS total 20,9% 14.0% 15,3% 15.0% Carbono orgânico total 30,6% 41,0% 35,9% 38,0% Matéria orgânica 57,4% 65,0% 54,2% 59,0% 8,2 7,8 8,6 8,2 Azoto total 41,6 g/kg 39,0 g/kg 39,9 g/kg 50,0 g/kg Azoto amoniacal 2,5 g/kg 6,9 g/kg 4,8 g/kg 8,0/kg 7,4 10,5 9,0 7,6 Fósforo total 20,3 g/kg 22,0 g/kg 19,7 g/kg 18,0 g/kg Potássio 1,7 g/kg ----------- 1,6 g/kg -------------- Cálcio 42 g/kg 37 g/kg 67 g/kg 55 g/kg Magnésio 2,1 g/kg 3,3 g/kg 2,0 g/kg 3,1 g/kg Cádmio 1 mg/kg <4 mg/kg 1 mg/kg <4 mg/kg Chumbo 75 mg/kg 88 mg/kg 72 mg/kg 74 mg/kg 1,2 g/kg 1,5 g/kg 1,2 g/kg 1,4 g/kg 1,9 mg/kg 1,7 mg/kg 2,1 mg/kg 1,6 mg/kg Ausente (50g) Ausente (1g) Ausente (50g) Ausente (1g) Presente (1g) Ausente (1g) Presente (1g) Ausente (1g) ------------- 160ufc/g ---------------- 440ufc/g pH Razão C:N Zinco Mercúrio Pesquisa de Salmonella Pesquisa de ovos parasitas intestinais Escherichia coli 17 Características dos solos Solo receptor Parâmetros Valor limite 2010 2011 6 5.5 pH ≤ 6.0 Cádmio <1 mg/kg 0,1 mg/kg 1 mg/kg Cobre <10 mg/kg 0,5 mg/kg 50 mg/kg Níquel <10 mg/kg 1,6 mg/kg 30 mg/kg Chumbo <10 mg/kg 0,3 mg/kg 50 mg/kg Zinco 34 mg/kg 33,3 mg/kg 150 mg/kg 0,12 mg/kg 0,1 mg/kg 1.0 mg/kg 10 mg/kg 7,8 mg/kg 50 mg/kg pH Mercúrio total Crómio 18 Produtividade de MS Total - 2010 ▪ Simples aplicação de lamas aumentou a produtividade; ▪ Elevada variabilidade da produtividade; ▪ Em termos globais, valores de produtividade anormalmente baixos Sementeira relativamente tardia (R4- grão pastoso) Milho sofreu acama (R2- grão leitoso) Não realização da adubação de cobertura 19 Produtividade de MS Total - 2011 a ab ab b b ab ab ab ▪ Aplicação de lamas aumentou a produtividade; ▪ Diferenças significativas entre tratamentos; ▪ Produtividades mais elevadas e adequadas a este tipo de milho; (1283615729 kg/ha de MS) Sementeira feita mais cedo (R5) Milho não sofreu acama 20 Produtividade de MS Grão - 2010 ▪ Valores tendem de forma relativa a acompanhar aquilo que se verificou para a matéria seca total. ▪ Os valores de produtividade de grão, tal como já tinha acontecido com a matéria seca total, são muito baixos - produtividade mais elevada ronda 3600 kg/ha 21 Produtividade de MS Grão - 2011 ▪ Maiores produções quando se aplicam lamas independentemente da quantidade ▪ Valores de produtividade rondaram os 7000 kg/ha, que é um valor esperado para uma cultivar de ciclo curto como a que foi ensaiada em condições de sequeiro e relativa baixa luminosidade 22 Fertilidade do solo - pH Modalidade ensaiada Antes pH (2010) Antes 4,8 ± 0,2 5,3 ± 0,1 Depois 5,0 ± 0,1 Antes 4,9 ± 0,1 0,2 Antes Antes Lamas 1C Depois Antes Lamas 2C Depois 24 ton Antes Lamas 2C Depois 36 ton Antes Lamas 2C Depois p p Δ pH 0,4 -0,1 5,2 ± 0,1 5,1 ± 0,2 Lamas 1C Depois 12 ton 0,2 5,0 ± 0,1 Lamas 1C Depois 36 ton 0,2 pH (2011) Depois K 24 ton Δ pH 4,8 ± 0,2 NPK 12 ton p 0,2 0,8 0 0,4 -0,1 0,3 -0,2 0,2 -0,2 0,7 -0,1 0,4 -0,1 0,8 0 5,2 ± 0,2 5,2 ± 0,1 0,3 0,1 5,0 ± 0,1 5,1 ± 0,1 4,8 ± 0,1 5,3 ± 0,2 0,1 0,1 5,0 ± 0,1 5,1 ± 0,2 4,8 ± 0,2 5,2 ± 0,1 0,2 0,3 5,1 ± 0,3 5,0 ± 0,2 4,8 ± 0,1 5,2 ± 0,2 0,07 0,2 5,0 ± 0,1 5,1 ± 0,2 4,8 ± 0,0 5,2 ± 0,1 0,01 0,2 5,0 ± 0,1 5,2 ± 0,1 4,8 ± 0,1 5,2 ± 0,1 0,02 0,3 5,1 ± 0,2 ▪ Efeito reduzido, mas ≠ nos 2 anos; ▪ Tendência de acréscimo e decréscimo também nos controlos; ▪ Teoricamente as lamas podiam aumentar pH por causa de CaOH2; ▪ Por outro lado também podiam ter um efeito contrário por causa da nitrificação; ▪ Impacto pouco significativo no pH a curto prazo; 5,1 ± 0,1 0,7 0,5 23 Fertilidade do solo – MO(%) Modalidade ensaiada MO (2010) Antes 7,7 ± 0,7 Depois 8,4 ± 0,4 Antes 7,7 ± 0,7 NPK 8,4 ± 0,6 Antes 7,8 ± 0,4 Lamas 1C Depois 24 ton Antes Lamas 1C Depois 36 ton Antes Lamas 1C Depois 12 ton Antes Lamas 2C Depois 24 ton Antes Lamas 2C Depois 36 ton Antes Lamas 2C Depois p MO (2011) p Δ MO 0,7 0,4 1,0 0,03 2,8 0,3 1,2 0,002 1,6 8,1 ± 1,1 6,3 ± 1,4 0,2 Depois Δ MO 7,1 ± 1,7 0,1 K 12 ton p 0,7 9,1 ± 1,4 6,6 ± 1,8 0,9 0,1 7,9 ± 0,3 7,8 ± 0,8 7,9 ± 0,8 7,3 ± 0,2 0,7 0,3 8,2 ± 0,8 8,9 ± 0,6 7,4 ± 0,6 6,0 ± 1,4 0,7 0,2 7,5 ± 0,6 7,8 ± 0,7 5,8 ± 1,0 0,7 0,2 8,0 ± 0,4 1,5 0,01 2,3 0,2 1,8 0,001 2,5 8,1 ± 0,8 7,4 ± 0,7 ▪ Aumento de forma consistente nos dois anos; contudo… 0,08 7,5 ± 0,5 ▪ Tendo em conta que as lamas são maioritariamente compostas por MO era de esperar à partida um efeito positivo; ▪ Aumento nos controlos; ▪ Razão C/N ▪ ≠ temporal entre amostras 6,6 ± 1,7 0,3 0,3 7,9 ± 0,5 8,4 ± 1,7 7,8 ± 0,9 5,2 ± 0,2 0,6 0,7 8,1 ± 0,5 7,7 ± 0,8 0,8 0,4 24 Fertilidade do solo – Fósforo(mg/kg) Modalidade ensaiada P (2010) Antes 20,0 ± 8,0 Depois 20,8 ± 8,7 Antes 20,0 ± 8,0 NPK 20,8 ± 7,6 Antes 21,5 ± 6,4 Lamas 1C Depois 24 ton Antes Lamas 1C Depois 36 ton Antes Lamas 1C Depois 12 ton Antes Lamas 2C Depois 24 ton Antes Lamas 2C Depois 36 ton Antes Lamas 2C Depois p P (2011) p ΔP 0,8 0,4 3,0 0,4 2,8 0,8 -1,0 0,3 6,3 0,4 2,5 0,6 2,5 0,6 3,3 0,4 4,8 22,0 ± 4,7 16,5 ± 3,3 0,9 Depois ΔP 19,0 ± 4,5 0,9 K 12 ton p 0,8 19,3 ± 5,0 22,5 ± 6,9 0,4 1,8 23,3 ± 4,9 21,5 ± 5,3 22,8 ± 7,8 ▪ Tendencialmente foram mais elevados nas amostras colhidas depois da cultura, em todas as modalidades; ▪ As variações significativas; não foram 18,8 ± 8,4 0,8 1,0 23,8 ± 3,7 25,0 ± 6,4 21,3 ± 4,6 20,8 ± 3,4 0,4 3,3 24,5 ± 6,0 23,3 ± 4,6 26,3 ± 6,7 ▪ Dúvidas em relação aos casos que a aplicação de lamas faz baixar os níveis de P; 20,5 ± 4,2 0,5 -3,0 23,3 ± 5,1 23,0 ± 7,4 28,0 ± 8,8 22,0 ± 5,0 0,7 3,0 31,0 ± 10,9 25,3 ± 9,7 18,5 ± 4,2 20,5 ± 3,8 0,4 2,8 21,3 ± 5,1 ▪ Quanto maior for o doseamento de lamas, maior tende a ser a variação dos níveis de fósforo no solo; 25,3 ± 8,6 0,7 0,6 25 Fertilidade do solo – Potássio(mg/kg) Modalidade ensaiada K (2010) Antes 69,5 ± 20,4 Depois 85,3 ± 20,1 Antes 69,5 ± 20,4 NPK p K (2011) 16,7 ΔK 0,02 33,8 0,02 102,5 0,04 109,3 0,003 55,0 0,03 71,3 0,02 51,8 0,01 66,8 0,008 54,0 72,8 ± 20,6 36,8 ± 8,8 0,2 24,0 Depois 93,5 ± 29,0 12 ton Antes 61,3 ± 11,8 Lamas 1C Depois 76,8 ± 9,8 154,5 ± 80,2 24 ton Antes 66,3 ± 25,9 49,3 ± 20,3 Lamas 1C Depois 74,8 ± 10,8 36 ton Antes 58,8 ± 8,5 Lamas 1C Depois 76,5 ± 35,1 12 ton Antes 74,8 ± 19,4 Lamas 2C Depois 99,0 ± 12,8 24 ton Antes 80,3 ± 24,3 Lamas 2C Depois 99,3 ± 34,3 36 ton Antes 64,5 ± 18,8 Lamas 2C Depois p p 39,0 ± 8,2 0,3 K ΔK 139,3 ± 63,9 45,3 ± 15,5 0,09 0,6 15,5 8,5 104,3 ± 11,2 49,5 ± 12,9 0,4 17,8 120,8 ± 48,2 40,3 ± 14,2 0,08 24,3 92,0 ± 29,8 46,3 ± 14,1 0,4 19,0 113,0 ± 33,2 39,0 ± 11,9 0,09 39,5 104,0 ± 35,1 93,0 ± 24,6 0,8 0,2 ▪ Valores superiores depois da colheita do milho; ▪ Valores influenciados pela adubação complementar em potássio; ▪ O reforço dessa fertilização à partida não foi afectado pelo tipo de lamas nem pelo seu doseamento, porque o aumento dos níveis de potássio após os ensaios não apresenta um padrão que sugira de alguma forma depender dessas duas variáveis; 26 Fertilidade do solo – Cálcio(mg/kg) Modalidade ensaiada Antes Ca (2010) Depois 399,8 ±102,2 Antes 324,8 ± 89,8 K Depois 365,5 ± 88,9 Antes 348,8 ± 81,2 Antes Lamas 1C Depois 36 ton Antes Lamas 1C Depois 12 ton Antes Lamas 2C Depois 24 ton Antes Lamas 2C Depois 36 ton Antes Lamas 2C Depois p 0,3 75,0 Ca (2011) p Δ Ca 0,008 155,3 0,03 216,5 0,008 110,0 0,02 293,8 0,01 169,8 0,04 207,8 0,001 271,3 0,009 290,0 277,3 ± 63,4 432,5 ± 48,5 295,3 ± 108,5 0,5 Lamas 1C Depois 24 ton Δ Ca 324,8 ± 39,8 NPK 12 ton p 40,8 511,8 ± 113,1 289,3 ± 41,7 0,9 4,0 352,8 ± 118,0 399,3 ± 38,3 385,5 ± 107,8 325,8 ± 33,8 0,7 30,3 415,8 ± 130,5 619,5 ± 176,1 381,8 ± 112,4 282,0 ± 78,4 0,6 42,5 423,3 ± 123,4 451,8 ± 55,9 369,3 ± 59,9 289,3 ± 54,5 0,8 -10,3 359,0 ± 68,8 497,0 ± 143,7 361,8 ± 88,3 257,8 ± 78,0 0,6 36,0 397,8 ± 116,2 529,0 ± 47,4 379,5 ± 138,9 287,5 ± 33,5 0,6 40,8 420,3 ± 91,4 577,5 ± 148,8 0,9 0,2 ▪ Valores sempre superiores quando analisados depois da colheita do milho, sendo apenas contrário o tratamento 12ton de lamas 2C; ▪ Devido às calagens que as lamas sofreram era espectável que assim fosse; ▪ Contudo como nos controlos também houve acréscimos outros factores também terão contribuído para estas diferenças; 27 Fertilidade do solo – Magnésio(mg/kg) Modalidade ensaiada Mg (2010) Antes 44,5 ± 11,7 Depois 65,5 ± 17,6 Antes 44,5 ± 11,7 NPK 60,5 ± 12,2 12 ton Antes 51,8 ± 9,7 Lamas 1C Depois 60,8 ± 20,3 24 ton Antes 54,3 ± 17,3 Lamas 1C Depois 64,0 ± 20,8 36 ton Antes 52,3 ± 11,9 Lamas 1C Depois 67,0 ± 11,3 12 ton Antes 51,5 ± 14,8 Lamas 2C Depois 55,5 ± 8,7 24 ton Antes 54,3 ± 14,4 Lamas 2C Depois 63,5 ± 21,0 36 ton Antes 53,8 ± 16,5 Lamas 2C Depois Mg (2011) p Δ Mg 21,0 0,02 28,8 0,07 40,3 0,3 16,5 0,05 39,0 0,06 28,8 0,006 26,5 0,02 32,0 0,1 26,3 77,8 ± 9,4 46,5 ± 21,4 0,1 Depois Δ Mg 49,0 ± 14,7 0,09 K p p 16,0 ▪ Níveis do nutriente mais elevados nos talhões depois da colheita; 86,8 ± 30,0 54,3 ± 15,5 0,5 9,0 70,8 ± 23,1 57,5 ± 8,8 0,5 9,8 96,5 ± 30,5 ▪ Maior acréscimo em 2011 inclusive com ≠ significativas nalgumas modalidades; 56,5 ± 19,8 0,1 14,8 85,3 ± 14,1 44,8 ± 9,6 0,7 4,0 71,3 ± 8,3 44,0 ± 10,2 0,5 9,3 ▪ Acréscimo dos níveis de magnésio não se deve exclusivamente à adição de lamas; 76,0 ± 16,4 48,5 ± 8,6 0,5 7,8 61,5 ± 14,3 74,8 ± 27,4 0,9 0,7 28 Ensaio experimental de aplicação de lamas na cultura do milho ▪ Objectivos ▪ Material e Métodos ▪ Resultados e Discussão ▪ Conclusões 29 Conclusões ▪ A aplicação de lamas de ETAR é benéfica para a cultura do milho. Aumentou a sua produtividade Resposta superior às modalidades controlo ▪ Na aplicação de lamas se o solo for carente em potássio, é necessário complementar com adubação deste nutriente. ▪ A fertilidade dos solos aumentou com todas as modalidades de fertilização, sendo que no caso da aplicação de lamas os benefícios foram transversais a quase todos os nutrientes. ▪ As lamas corrigidas com duas calagens que inicialmente deveriam ter um pH de aproximadamente 11 passados alguns dias já só tinham pH próximo de 9. Adição extra de CaOH2 não mostrou ser muito eficiente A produtividade nas zonas onde estas lamas foram aplicadas não diferiu substancialmente 30 Conclusões ▪ O efeito da aplicação de lamas no pH do solo não foi o mesmo nos dois anos de ensaios, pelo que, com base nos mesmos não se pode atribuir um efeito corrector da acidez do solo. ▪ A aplicação de lamas na cultura do milho, desde que respeitadas as normas legais, mostrou-se benéfica para a rentabilidade da cultura. 31 Aplicar as lamas é uma oportunidade ou um risco? Se é uma oportunidade, em que situações devem ser aplicadas? Se é um risco que cuidados devemos ter? Ou então não devemos aplicá-las? 32 Aplicar as lamas é uma oportunidade ou um risco? Vantagens da aplicação de lamas na agricultura: Aumento de matéria orgânica dos solos; Adição de nutrientes ao solo, podendo substituir adubações químicas de fundo; Pode ter carácter correctivo do pH do solo a longo prazo; Evita o seu depósito em aterro sanitário; …contudo é necessário ter em conta determinados parâmetros, que estão mesmo enquadrados na lei, como os metais pesados, organismos patogénicos, compostos orgânicos e dioxinas. 33 Principais agentes patogénicos nas lamas de depuração e efeitos para a saúde pública ORGANISMO PATOGÉNICO PATOLOGIA/SINTOMATOLOGIA Bactérias Salmonella sp. Shigella sp. Escherichia coli Vibrio cholera Campylobacter jejuni Yersinia sp. Salmonelose, febre tifóide Disenteria Gastroenterite aguda Cólera Gastroenterite Gastroenterite Poliovírus Coxsackie vírus Echovírus Hepatitis A vírus Reovírus Norwalk agents Rotavírus Poliomielite Meningite, pneumonia, hepatites, quadros febris, etc.. Meningite, paralisia, encefalite, quadros febris, etc… Hepatite Infecções respiratórias, gastroenterite Gastroenterite epidémica com diarreia severa Gastroenterite aguda com diarreia severa Vírus 34 Adaptado a partir de SMITH&FARREL 1996 fide WEAO 2001. Principais agentes patogénicos nas lamas de depuração e efeitos para a saúde pública ORGANISMO PATOGÉNICO PATOLOGIA/SINTOMATOLOGIA Protozoários Toxoplasma gondi Entamoeba histolytica Giardia lamblia Balantidium coli Cryptrosporidium Gastroenterite Enterite aguda Giardose Toxoplasmose Diarreia, disenteria Helmintas Ascaris lumbricoides Trichuris trichiura Toxocara canis Taenia saginata Taenia solium Necator americanus Hymenolepis nana Ascaris suum Dores abdominais, distúrbios gástricos Tosse, dores toráxicas Teníase Febre, desconforto abdominal, dor muscular Anorexia Anorexia ? Dores abdominais, diarreias, anemia, perda de peso 35 Adaptado a partir de SMITH&FARREL 1996 fide WEAO 2001. Sobrevivência dos diferentes agentes patogénicos no solo e nas plantas SOLOS ORGANISMOS PATOGÉNICOS PLANTA Máximo absoluto Valores máximos comuns Máximo absoluto Valores máximos comuns Bactérias 1 ano 2 meses 6 meses 1 mês Vírus 6 meses 3 meses 2 meses 1 mês Protozoários 10 dias 2 dias 5 dias 2 dias Helmintas 7 anos 2 anos 5 meses 1 mês Aplicar lamas tem riscos microbiológicos e a prática revela que estes são baixos, desde que se tome várias cautelas 36 Adaptado a partir de SMITH&FARREL 1996 fide WEAO 2001. Hipóteses Pessoas envolvidas no processo (manuseamento e aplicação) Consumidores 37 Que cuidados deve-se ter na aplicação de lamas? DLR 18/2009/A de 19 de Outubro 1. Requerer um licenciamento na Dir. Reg. Ambiente. 2. Análises a metais pesados nos solos (normalmente não traz problemas). 3. Análises às lamas (normalmente não traz problemas). 4. Aplicação em terrenos que distam pelo menos 50 m da costa marítima, 30 m das margens de lagoas e 10 m de cursos de água de qualquer natureza. 5. Aplicar pelo menos a distância de 200 m de povoações, escolas e outras zonas de interesse público, 150 m de zonas de captação de água de consumo humano, 100 m de habitações isoladas e 60 m de poços e furos. 38 Há futuro na aplicação de lamas? 1. Na Terceira produzem-se atualmente cerca de 3000 toneladas/ano (pode-se aplicar em média até 40 toneladas/ha). 2. Permite a substituição de parte da adubação das culturas, reduzindo os custos. 3. As exigências legais são para cumprir, dão algum trabalho e requerem planeamento com meses de antecedência. 4. A legislação neste momento permite a sua aplicação, mas no futuro poderá deixar de fazer-se isso. 39