XVI ENDIPE - Encontro Nacional de Didática e Práticas de Ensino - UNICAMP - Campinas - 2012 AFETIVIDADE E SEXUALIDADE: DOIS ASPECTOS EM DISCUSSÃO Amanda Costa Camizão Patrícia Moreira Muniz Rosa Sonia Lopes Victor Universidade Federal do Espírito Santo Resumo Este trabalho traz como principal objetivo apontar o que os estudos acerca de aspectos presentes na infância da criança com deficiência, dos quais destacamos neste texto a afetividade e sexualidade que vem contribuindo para o levantamento bibliográfico no que se refere à pesquisa ao qual estamos inseridas. Neste trabalho consideramos relevante o estudo e discussão dos temas, pois tratam de temáticas atuais e que por diversos motivos algumas vezes passam despercebidas na escola de educação infantil. Com isso, traremos apontamentos a respeito da afetividade que vão muito além da “ternura”, ela abarca conceitos mais amplos, na relação professor-aluno, aqui tratados especificamente na infância da criança com deficiência. A respeito da sexualidade, a questão, mesmo que com direcionamentos, às vezes, passa sem que haja uma sensibilidade por parte do professor, o que pode negligenciar a importância do tema na vida da criança. Em relação à criança, nosso olhar irá para além de sua deficiência, sendo esse um olhar preferencial para sua infância, pois acreditamos ser a investigação dessa fase do desenvolvimento o melhor momento de conhecê-la. Quando consideramos a criança a partir do olhar para sua infância e não, exclusivamente, para seu comprometimento, ampliamos nossas perspectivas em relação a sua aprendizagem e desenvolvimento. Buscamos estudos relativos aos temas a fim de dialogarmos com os autores e também relacionar os textos referentes a cada tema com o objetivo de contribuir para o enriquecimento das práxis dos atores envolvidos com a temática proposta. Isso posto, destacamos que esta é uma pesquisa de cunho qualitativo e bibliográfica, e tem como base norteadora a abordagem histórico cultural, e os autores aqui citados irão dialogar com a temática proposta. Palavras-chave: infância; afetividade; sexualidade. Introdução A pesquisa intitulada “A criança com deficiência: um estudo sobre infância, cultura e subjetividade”, que tem como objetivo investigar os processos constitutivos da infância da criança com deficiência na vida e na escola para a construção dos seus conhecimentos e subjetividades é a origem deste estudo que busca apontamentos por referências bibliográficas sobre a sexualidade e afetividade da criança com deficiência no espaço de educação infantil. Junqueira&Marin Editores Livro 1 - p.004074 XVI ENDIPE - Encontro Nacional de Didática e Práticas de Ensino - UNICAMP - Campinas - 2012 2 Trata-se, portanto, de uma pesquisa qualitativa do tipo bibliográfica e de um estudo de caso etnográfico. Esta pesquisa encontra-se em andamento e faz parte do nosso projeto de Iniciação Científica. Tomamos por referências a investigação da afetividade e da sexualidade como aspectos presentes na infância dessa criança. Para tanto, buscamos realizar um maior aprofundamento teórico a partir do desdobramento de pesquisas anteriores que falam sobre essa temática, envolvendo a infância da criança com deficiência. São poucos os estudos que analisam a infância da criança com deficiência, o que nos impõe um desafio, já que as pesquisas na sua maioria se atêm a escolarização desta criança no qual os pesquisadores colocam a infância dessa criança em uma categoria menor de análise em comparação a da deficiência. Neste caso, entendemos a criança como ser atuante que faz parte da sociedade e que possuem direitos, sendo um deles é o de aprender/conhecer o mundo em que vive. Para tanto, ela precisa ser apresentada às questões que perpassam a sua vida e que contribuem para sua formação. E a criança com deficiência, como criança, acima de sua deficiência deve também participar e ter os mesmos direitos de conhecer, aprender e participar do convívio escolar. Como nos diz Drago (2011, p. 87): Há de se enfatizar que a inclusão de alunos com deficiência em salas comuns do ensino é um processo que ultrapassa os contextos escolares, uma vez que incluir está associado a um todo maior que é o contexto sócio-histórico e cultural do meio ao qual o indivíduo está integrado. Nota-se que a inclusão para essa criança não está restrita a escola, pois diz respeito a todo contexto histórico-social que está em seu entorno. A criança com deficiência: análise da afetividade O professor autoritário, o professor licencioso, o professor competente, sério, o professor incompetente, irresponsável, o professor amoroso da vida e das gentes, o professor mal-amado, sempre com raiva do mundo e das pessoas, frio, burocrático, racionalista, nenhum deles passa pelos alunos sem deixar sua marca (FREIRE, 2002, p. 73). A afetividade é um tema que vem sendo debatido no universo escolar. Isso posto, acrescentamos que a afetividade implica diretamente no desenvolvimento emocional e afetivo, na socialização, nas interações humanas e, sobretudo, na aprendizagem. Este estudo justifica-se pelo fato de que atualmente verificamos como fundamental o estudo da temática para acompanharmos e avaliarmos os processos de inclusão da Junqueira&Marin Editores Livro 1 - p.004075 XVI ENDIPE - Encontro Nacional de Didática e Práticas de Ensino - UNICAMP - Campinas - 2012 3 criança com deficiência no contexto escolar, conforme já foi mostrado por diferentes pesquisas (MOCELIN, 2008; FRANÇA, 2009; OLIVEIRA, 2007). O referencial teórico que ancora a pesquisa é a perspectiva histórico-cultural do desenvolvimento humano, e mais particularmente, as contribuições de Vygotsky e Wallon. Segundo Leite (2011) Vygotsky assume uma posição teórica a qual o indivíduo nasce como ser biológico, com uma história filo e ontogenética, mas que, através da inserção na cultura, constituir-se-á como um ser sócio-histórico. Wallon apresenta uma teoria psicológica sobre o desenvolvimento humano centrado na ideia da existência de quatro grandes núcleos funcionais determinantes desse processo: a afetividade, o conhecimento, o ato motor e a pessoa, sendo todo desenvolvimento analisado e explicado pela contínua interação dessas dimensões. A afetividade tem um sentido pleno, está relacionada às vivencias de adultos e crianças, e neste sentido traz a motivação de professores e alunos e é determinante para a prática educativa. Dessa forma “o fator afetivo serve de referência para que o professor trabalhe não só elementos da construção do real, mas também a constituição do sujeito, como valores e o caráter” (SILVA & SCHNEIDER, 2007, p.86). A afetividade no processo educativo é importante para que a criança manipule a realidade e estimule a função simbólica. Afetividade está ligada à auto-estima e às formas de relacionamento entre aluno e professor-aluno. Um professor que não seja afetivo com seus alunos fabricará uma distancia perigosa, criará bloqueios com os alunos e deixará de estar criando um ambiente rico em afetividade (COSTA & SOUZA 2006; Apud SILVA & SCHNEIDER, 2007, p. 85). Com relação à afetividade, esta, é situada como um conceito mais amplo, envolvendo vivências e formas de expressões humanas mais complexas, desenvolvendo-se com a apropriação dos sistemas simbólicos culturais pelo indivíduo, que vão possibilitar sua representação, mas tendo como origem as emoções. Nesse processo, a afetividade envolve as vivências e as formas de expressão mais complexas e humanas, gera emoção, sentimento e paixão. Segundo Porto (2010): A afetividade, muitas vezes, é vista a partir dos sentimentos positivos, tais como carinho, querer bem ao outro, amizade, amor, afeto, entre outros. Entretanto, a afetividade deve ser analisada para além da ternura, assumindo uma dimensão sempre presente em todos os processos interativos, em especial, no cotidiano da sala de aula, onde é indispensável para a apropriação de novos conhecimentos (p.7). Junqueira&Marin Editores Livro 1 - p.004076 XVI ENDIPE - Encontro Nacional de Didática e Práticas de Ensino - UNICAMP - Campinas - 2012 4 Concordando com Porto (2010, p.6) destacamos ainda que: A questão da afetividade para além do cuidado de atendimento das necessidades básicas da criança, mas como dispositivos de aprendizagem devem ser consideradas. Tratando-se da criança com deficiência, em determinados momentos, ela é privada desse afeto que possibilita seu desenvolvimento. É vista a partir de seu estereótipo e do cuidado socialmente construído sobre sua deficiência. Ressaltamos que, embora as pesquisas ainda examinem um amplo e complexo leque de questões relacionadas à inclusão escolar, em particular da criança com deficiência, no contexto da escola regular, podemos ressaltar que os aspectos da cultura escolar associados aos da história da educação dessa criança têm sido colocados pelos pesquisadores como fundamentais para compreender a escola atual e como essa tem feito os deslocamentos desses aspectos em função de uma nova exigência. Sobretudo no que diz respeito à questão da afetividade que implica diretamente no desenvolvimento emocional e afetivo, na socialização, nas interações humanas e, sobretudo, na aprendizagem. A criança com deficiência: análise da Sexualidade A discussão sobre sexualidade na escola abre um grande debate sobre o tema, sobretudo quando o assunto é levado até as classes de educação infantil. O debate torna-se mais complexo quando junto à educação infantil e a sexualidade falamos da criança com deficiência. Neste caso, a criança além do estigma da deficiência, carrega a imagem produzida pelo senso comum, de que ela tem a “sexualidade aflorada”. Na pesquisa de Sales e Porto (2010) “Sexualidade e infância da criança com deficiência”, as autoras ouvem em um dos relatos da professora o termo citado. Essa, e também outras pesquisas sempre relatam esse tipo de fala. A pesquisa traz como foco de discussão a relação dos temas sexualidade, infância e deficiência, tendo o olhar voltado para a criança, e não, para a deficiência ou seus preconceitos. Ver e entender a criança dentro da escola. Pois, quando pensamos em criança com deficiência e discutimos, o foco não é a deficiência, e sim, os aspectos de sua aprendizagem e desenvolvimento. Junqueira&Marin Editores Livro 1 - p.004077 XVI ENDIPE - Encontro Nacional de Didática e Práticas de Ensino - UNICAMP - Campinas - 2012 5 Para Delgado (2005), a representação da criança portadora de “deficiência” é dominada pela representação da deficiência, mais do que pela representação da criança como criança, com suas particularidades eventuais. A relação do adulto com a criança é redobrada no caso da criança deficiente e torna ainda mais ambíguas a enunciação e a aplicação, a seu respeito. Contudo, a criança dentro da escola se desenvolve e busca compreensão de diversas questões que perpassam a sua vida. A sexualidade é uma delas. Falar sobre sexualidade com filho é muito complexo. Pois, pela falta de experiência ou talvez por não se acharem aptos, ou até mesmo por sentirem vergonha, muitos pais incumbem à escola o papel de orientação nesse sentido. Em contraponto, existem alguns pais que acreditam que esse assunto não deva ser levado ou discutido em sala de aula, por talvez “influenciar” a criança, ou até por acreditarem que nessa fase o assunto não deva ser abordado. Louro (2006) coloca que algumas pessoas acreditam que escola e sexualidade devem se constituir em instâncias distintas e absolutamente separadas, pois compreendem a sexualidade como uma questão privada, e a escola como um espaço social. Nesse sentido, cabe à família se ocupar da educação sexual dos filhos. Dell’Alba (2000), cita em seu trabalho concepções de alguns autores, como podemos ver a seguir: Pasquali et al. (1985) questionam a capacidade dos pais de informar sobre sexo aos filhos, em virtude da perplexidade diante do tema, da timidez e mesmo do comodismo. Em última instancia, segundo os autores, os pais acabam se calando e delegando, para a escola, a Igreja, alguma outra instituição ou outro profissional. Esse ponto de vista é compartilhado por Coelho et al. (1987), que atentam para o fato de os pais, muitas vezes, eximirem-se dessa responsabilidade, deixando-a para a escola, os médicos ou outros profissionais que interagem com os indivíduos. (p.188) Muitos estudos trazem o mesmo debate, sobre ser ou não papel da escola, falar sobre sexualidade. Entretanto, entendemos a escola como uma instância social, onde os indivíduos se relacionam e é nela que as crianças passam grande parte do seu tempo, e nesse ínterim, elas não deixam de ser crianças e de expressar de diversas formas seus jeitos de ser e estar no mundo, até porque a escola por si só contem elementos (pessoas, momentos) que tornam necessárias diversas atitudes que perpassam a sexualidade, a religião, a condição social e outras. Louro (2006, p. 88), afirma ser impossível a separação da escola de todos esses componentes, “Se a escola é uma instituição social ela está, obviamente, envolvida com Junqueira&Marin Editores Livro 1 - p.004078 XVI ENDIPE - Encontro Nacional de Didática e Práticas de Ensino - UNICAMP - Campinas - 2012 6 as formas culturais e sociais de vivermos e constituirmos nossas identidades de gênero e nossas identidades sexuais”. E o assunto às vezes velado, deve aparecer na escola, pois o próprio RCNEI (1998) trata do assunto, por isso a importância de se considerar o tema e debatê-lo de maneira a não constranger o professor, muito menos os seus alunos. O professor quando depara com questões delicadas, em que ele não está preparado para enfrentar, se sente constrangido, talvez pela falta de conhecimento, ou pela falta de apoio da escola, ou por ser o tema ainda um tabu que gera polêmica e preconceito. A escola deve fornecer ao professor apoio, pois, na sala de aula o mediador desses e de outros assuntos será o professor. Quem responde, e se coloca frente a essas questões é sempre o professor. Dell’Alba, em sua pesquisa intitulada “Educação sexual da pessoa caracterizada como deficiente mental” (2000), traz relatos importantes de professores totalmente perdidos quanto ao assunto, sem saber como agir ou responder a questionamentos apresentados pelos alunos. O professor possui um papel importante dentro da escola, pois é ele quem faz a mediação do tema para a criança. Tendo em vista que essa abordagem concebe o desenvolvimento da criança como complexo e dialético, ainda aponta a importância da mediação pedagógica. Segundo Rocha (2000, p. 43): O conceito de mediação pedagógica é elaborado de forma bastante relacionada com o ensino escolar [...] Entende-se que na instituição escolar as circunstâncias de ensino poderiam ser extremamente favoráveis ao encontro do individuo com outros, promovendo seu desenvolvimento. A escola é apontada, dentro da teoria histórico-cultural, como uma instituição que tem por função e objetivo primordiais possibilitar que os sujeitos dela se desenvolvam, de forma qualitativamente diferente. A mediação em questão, não se refere a apenas levar o conteúdo até o aluno, sendo esse um papel muito maior. Algumas teorias acreditam que o comportamento esperado pelo professor em sala de aula, se restrinja a apenas ao de organizar os conhecimentos e materiais e fazer com que o aluno construa seu próprio conhecimento. Rocha (2000, p. 45) coloca que o professor deve provocar a fim de ser o sujeito que antecipa o processo de apropriação dos conhecimentos. E ainda, “tem a oportunidade de ser um organizador com intencionalidade”. Porque não basta apenas organizar e deixar com que o aluno se desenvolva sozinho, é importante que o professor tenha intencionalidade e ainda mais, Junqueira&Marin Editores Livro 1 - p.004079 XVI ENDIPE - Encontro Nacional de Didática e Práticas de Ensino - UNICAMP - Campinas - 2012 7 tenha “competência para identificar, em relação aos aprendizes, o que ainda é precário, com vistas possibilitar superações”. Entendemos que falar sobre sexualidade já é bastante complexo dentro da escola, e falar sobre sexualidade com/sobre a criança com deficiência para alguns professores, é um desafio ainda maior, por acreditarem ser mais complicado, ou não saberem as formas de chegar até a criança. Porém, Marques et al. (2009), trazem uma concepção vygotskyana, que diz exatamente o contrário, Vygotsky acreditava que o desenvolvimento tanto da criança com alguma deficiência como da criança sem deficiência, acontece da mesma forma, assim eles afirmam que: “[...] (Vygotsky) preocupou-se com a educação de todas as pessoas, indistintamente, ressaltando que as leis que regulam o desenvolvimento infantil são as mesmas tanto para criança deficiente quanto para a criança não deficiente”. (p.27) Portanto, falar sobre sexualidade na escola, não deve se restringir a apenas crianças sem deficiência. Outro ponto interessante é a forma como esse assunto chegará até a criança. Pois, se as leis que regulam são as mesmas, o assunto em questão também deve ser o mesmo. Porém, é importante lembrar que o desenvolvimento de cada criança depende de seu contexto de vida, sua história, a comunidade onde ela vive, e os demais aspectos que influenciam seu desenvolvimento, pois nenhuma criança é igual à outra, portanto não devemos esperar que a receptividade e a compreensão se deem da mesma maneira. Outro ponto é a forma como o assunto vai chegar a cada uma delas. Se dentro de uma classe existem várias crianças, existem também várias concepções diferentes e sobre diversos temas. Pois, segundo Sales e Porto (2010, p.2), “[...] desde a tenra infância a criança começa a se inserir no ambiente sociocultural pela via da interação com os Outros (familiares, professores, outros profissionais e colegas) e com o meio onde vive”. Algumas já trazem consigo questionamentos, outras sequer sabem do que o professor está trazendo para dentro da sala de aula. Portanto, é importante considerar os conhecimentos já acumulados, pois as crianças estão expostas à mídia e a todo tipo de informação, sendo essas, comerciais, outdoors, filmes, revistas e etc. Sales et. al (2010, p. 2), colocam que, As insinuações sobre sexualidade, por exemplo, são postas na televisão por meio de desenhos e novelas que são exibidos em horários que as crianças assistem. No entanto, geralmente, as suas expressões sobre isso nem sempre são bem-vindas, sobretudo, no contexto da escola. Junqueira&Marin Editores Livro 1 - p.004080 XVI ENDIPE - Encontro Nacional de Didática e Práticas de Ensino - UNICAMP - Campinas - 2012 8 Nesse sentido, vimos que a criança não chega à escola pronta apenas para absorver o conhecimento ali apresentado, ela também vai compartilhar os seus conhecimentos com o professor e os demais colegas, e a partir disso, eles irão descobrir um caminho próprio, se reconhecendo em cada conteúdo, tornando a aprendizagem não só um momento dentro da classe, mas sim, parte de sua constituição pessoal. Algumas Considerações: Atualmente, verificamos como fundamental o estudo da temática para acompanharmos e avaliarmos os processos de inclusão da criança com deficiência no contexto escolar. Diante disso, os levantamentos bibliográficos realizados até o presente momento nos mostram que muito ainda há de se percorrer para que essa criança vivencie sua infância como sujeito capaz e mostrando-nos que há inúmeras formas de conceber esse sujeito, que é uma criança com deficiência e que tem uma infância a ser vivenciada. Porém, muitas vezes, a criança é vista pelo seu estereótipo, comparada assim à concepção de “normalidade” também construída pela sociedade. A criança com deficiência é um ser social, capaz de assumir esse papel, saindo da invisibilidade. É preciso dar a essa criança vez e voz, corroborando com práticas pedagógicas que deem prioridade ao seu potencial, vislumbrando assim, aquilo que ela já consegue fazer ao invés de algo negativo. Os estudos nos indicam que o fator afetivo serve de referência para que o professor trabalhe não só elementos da construção do real, mas também a constituição do próprio sujeito, como os valores e o caráter. Os estudos apontaram quanto à sexualidade que, o assunto deve ser considerado, pois está diretamente ligado ao seu desenvolvimento. Pudemos perceber que as questões que se destacam são: a forma como esse assunto será abordado e a importância do professor nessa mediação. Destaca-se também a importância do professor quanto ao seu preparo em tratar o tema. Junqueira&Marin Editores Livro 1 - p.004081 XVI ENDIPE - Encontro Nacional de Didática e Práticas de Ensino - UNICAMP - Campinas - 2012 9 Referências BRASIL. RCNEI – Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil – Brasil, 1998. DELGADO, Ana Cristina Coll. Muller, Fernanda. Sociologia da Infância: Pesquisa com crianças. Cadernos CEDES, Campinas, v.26, 2005. DELL’ALBA, Lucena. Educação Sexual da pessoa caracterizada como deficiente mental: Construção da Autonomia. In. BIANCHETTI, Lúcidio; FREIRE, Ida Mara (Org.).Um olhar sobre a infância: Interação, trabalho e cidadania. 3ª edição. Campinas, SP. Papirus, 2000. p. 181-223. DRAGO, Rogério. Inclusão na educação infantil / Rogério Drago – Rio de Janeiro: Wak Editora, 2011. FRANÇA, Marileide Gonçalves. No entrelaçar das complexas tramas políticas e sociais da inclusão escolar: o trabalho do professor de educação especial. 2008. 356 f. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Espírito Santo, Centro de Educação. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia – Saberes Necessários à Prática Educativa: Paz e Terra, São Paulo, 15a ed., 2000. LEITE, Sérgio Antônio da Silva. (org). Afetividade e práticas pedagógicas. – São Paulo: Casa do Psicólogo, 2011. 1º reimpr. da 2. ed. de 2008. LOURO, Guacira Lopes. Sexualidade : Lições da Escola. In. MEYER, Dagmar E. Estermann et al. (Orgs) Cadernos 4 : Saúde e sexualidade na escola. 3ª edição. Porto Alegre, Editora Mediação. 2006. p. 85-93. MARQUES, Carlos Alberto; MARQUES, Luciana Pacheco(Org). Da exclusão à inclusão: (re)construindo significados à luz dos pensamentos de Vygotsky, Paulo Freire e Michel Foucault. Juiz de Fora. Ed: UFJF, 2009. Junqueira&Marin Editores Livro 1 - p.004082 XVI ENDIPE - Encontro Nacional de Didática e Práticas de Ensino - UNICAMP - Campinas - 2012 10 MOCELIN, Marleidi. Crianças com sinais de desatenção/hiperatividade: o imaginário abstraído da fluidez dos rótulos. 2008. 273 f. Dissertação (Mestrado) Universidade Federal do Espírito Santo, Centro de Educação. OLIVEIRA, Renata Imaculada de; VICTOR, Sonia Lopes. Inclusão na educação infantil: infância, formação de professores e mediação pedagógica na brincadeira da criança. 2007. 255, [26] f. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Espírito Santo, Centro de Educação. PORTO, Vivia Côrtes. A criança com deficiência: um estudo sobre infância, cultura e subjetividade. Universidade Federal do Espírito Santo. Vitória, PPGE/UFES, 2010. ROCHA, Maria Sílvia Pinto de Moura Librandi da. Não brinco mais: a (des)construção do brincar no cotidiano educacional. Ijuí. Ed UNIJUÍ, 2000. SALES, Suelen Silva; CORTES, Vívia Camila Cortes; VICTOR, Sonia Lopes (Org.) Sexualidade e infância da criança com deficiência. Universidade Federal do Espírito Santo. Vitória, PPGE/UFES, 2010. 11 p. SILVA, Jamile Beatriz Carneiro e Silva; SCHNEIDER, Ernani José. Aspectos socioafetivos do processo de ensino e aprendizagem. Revista de divulgação técnicocientífica do ICPG. Vol. 3 n. 11 – jul. Dez/2007. Junqueira&Marin Editores Livro 1 - p.004083