de aprendizagem
NÚMERO 21
Retendo o que aprendeu
Sérgio Wagner de Oliveira
2010
PARA RETER O QUE APRENDEU
Para minimizar o esquecimento das coisas aprendidas é importante estar ligado a alguns
fatores que são fundamentais: semelhança entre a situação de aprendizagem e a prova,
grau de domínio da aprendizagem, superaprendizagem, revisão e intenção de memorizar.
Algumas dicas sobre cada uma.
SEMELHANÇA ENTRE A SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM E A PROVA
Quanto mais semelhança mais facilidade para se obter bom resultado.
Se na prova o professor der as mesmas questões resolvidas em aula, com certeza os
resultados serão melhores do que com questões novas, não é verdade?
Mas se estamos tratando de retenção de aprendizagem o primeiro caso é o que traz
melhores resultados.
Outra forma interessante de tratar a semelhança como facilitadora da aprendizagem,
neste caso para o professor, é solicitar aos estudantes que ocupem sempre, durante certo
tempo, os mesmos lugares na sala de aula, para memorizar mais rapidamente seus
nomes.
Procure, sempre, fazer associações que busquem ligar certo conhecimento a alguma
atividade desenvolvida durante as aulas. Isso vai ajudar bastante.
O GRAU DE DOMÍNIO DA APRENDIZAGEM
Isto é básico em qualquer forma de manifestação do raciocínio: se você não tem domínio
do assunto, não se arrisque.
Quando estudamos para alguma forma de avaliação, devemos organizar os conteúdos
de tal maneira que o “todo” esteja plenamente disponível em nosso intelecto.
Se o professor é organizado no ato de ministrar o conteúdo, será ainda mais fácil, para o
estudante, reter a aprendizagem.
A forma de apresentação de uma matéria qualquer deve ser simples e acessível e, ainda,
relacionada a conhecimentos já construídos. Deve também provocar a curiosidade do
estudante, ser apresentada de forma atraente e responder a alguma espécie de
necessidade.
Apresentando a matéria dessa maneira, o risco de esquecimento imediato irá diminuir
consideravelmente.
SUPERAPRENDIZAGEM
Consiste em aprender um assunto em um nível acima do mínimo indispensável para a
sequência da matéria ou sua reprodução e aplicação imediatas.
Se você estuda um determinado conteúdo somente para fazer uma prova, o risco de
esquecer em pouco tempo é grande. Vale a pena estudar um pouco além do mínimo para
melhor retenção do assunto e queda da possibilidade de esquecimento rápido.
REVISÕES
As revisões periódicas dos assuntos estudados também auxiliam na retenção do
conteúdo. Elas evitam que o assunto “esfrie” e caia no esquecimento.
Revisões contribuem para retenção mais duradoura do assunto e para economia de
tempo quando da necessidade de emprego do aprendizado para o exercício de alguma
atividade. Rever significa tornar a ver, ver de novo. Tudo o que nos acostumamos a ver
constantemente torna-se familiar, de relação estreita, praticamente inesquecível.
INTENÇÃO DE MEMORIZAR
A intenção de reter uma aprendizagem, memorizar, é fundamental. Conta-se que um
Pastor, após trinta anos de vida eclesiástica, havia lido mais de dez mil vezes a mesma
oração.
A primeira atividade do dia era tomar seu livrinho e rezar (repetir) aquela oração. Certa
vez viajou e esqueceu-se de levar o livrinho. Pediram-no a oração e ele tentou lembrar-se
da sua velha companheira, de cor. Aí viajou mesmo...
Embora tenha passado uma vida repetindo determinadas palavras ele nunca teve a
intenção de aprender o significado e as próprias palavras de sua reza diária.
Vai daí, não conseguir lembrar-se dela na falta de uma “cola”.
Cuide em fazer associações, marcações, lembretes, macetes, seja lá como for que você
chama, para marcar o caminho e seguir passo a passo o que foi escrito, para poder saber
quase de forma decorada os princípios que aprendeu.
Alguém até poderá criticar esta sinalização para a “decoreba”. Em alguns casos funciona
e muito bem, quer saber?
Como é que você aprendeu e sabe tabuada?
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
PILETTI, Nelson. Psicologia Educacional. (17ª Ed.). São Paulo: Ática, 2003. 336p.
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