“Aprender” é muito mais que “Compreender”. Conheça as 5
etapas de um aprendizado.
Neste artigo explicarei quais são as 5 etapas de um aprendizado completo. Mostrarei que entender algo é
apenas o primeiro degrau e que alcançar as 5 etapas pode trazer benefícios práticos e realização pessoal.
Em meus cursos e palestras, costumo iniciar com um slide que mostra as 5 etapas de um
aprendizado. Faço isto para que meus alunos tenham logo de início, consciência de que
neste momento estarão apenas iniciando seu aprendizado e que se não passarem pelo
menos à etapa 3, terão perdido seu tempo.
Da mesma maneira, você que está lendo este artigo não terá aproveitado bem seu tempo
se não fizer o mesmo. Terá desperdiçado minutos valiosos em algo que talvez tenha
trazido meramente algum entretenimento. Pois para você não perder mais seu precioso
tempo em treinamentos ou leituras que não se transformarão em aprendizado, sugiro que
aprenda ao menos como chegar até a etapa 3.
Vamos direto a elas. As cinco fases do aprendizado são:
1. Compreender;
2. Reter;
3. Praticar;
4. Disseminar;
5. Criar;
Etapa 1: Compreender.
Muita gente acredita que ao compreender algo significa que aprendeu. Pois quantos cursos
você já fez dos quais não se lembra de nada ou quase nada? Quantas aulas já teve,
quanto já lhe ensinaram e você esqueceu? E muitas vezes esquece logo após receber a
explicação?
E os diplomas de cursos que você coloca no seu currículo, pós-graduação, MBA,
faculdade, etc? Significam que você possui todo aquele conhecimento? Muito
provavelmente, não.
Mas você tinha entendido tudo, não tinha? Ou quase tudo? E o que aconteceu? Você
acredita que aprendeu?
Pois veja só, entender é importante, mas com certeza não o suficiente. Sem entender, com
certeza não aprenderá. Porém, mesmo tendo compreendido, saiba que ainda falta um
caminho a percorrer para que você possa considerar que aprendeu. Para algumas
pessoas, após a fase 2 já se pode considerar que sim. Para mim, a etapa 3 é que
realmente começa a valer.
Então vamos à etapa 2.
Etapa 2: Reter.
A segunda etapa de um processo de aprendizado é a retenção da informação.
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Ao conseguir guardar na memória uma informação ou ensinamento que você recebeu,
começa a adquirir algo que lhe pode ser útil.
Como mencionei, em minha opinião esta etapa ainda não configura aprendizado. Porém, é
muito importante, pois as fases 1 e 2, de certa forma, são pré-requisitos para a 3.
Muitas pessoas consideram que a retenção da informação já caracteriza aprendizado,
afinal o conhecimento foi adquirido. Minha posição é que o conhecimento adquirido, porém
não utilizado, não tem muita utilidade. É claro que a retenção da informação é muito
valiosa, pois transforma aquele ensinamento em um recurso que pode vir a ser utilizado no
futuro.
Minha intenção aqui é reforçar que conhecimento guardado não tem grande valor.
Conhecimento compreendido e retido começa a ter real valor quando leva à etapa 3 (ou
mesmo à 4, mas neste caso as duas se confundem).
Etapa 3: Praticar.
A terceira etapa do aprendizado é colocar em prática aquilo que você compreendeu e
conseguiu reter.
Conhecimento não utilizado não tem grande valor. Apenas quando leva a uma ação, o
conhecimento começa a gerar algum resultado prático, algo que efetivamente traga
riqueza, melhorias, evolução no sentido mais geral.
Colocar em prática não é tão simples como pode parecer, pois envolve algo muito
complexo na natureza humana, mudança de hábitos.
O ser humano é uma “máquina de repetição”. Quando aprendemos a fazer algo,
normalmente continuamos a fazer da mesma forma até o fim de nossas vidas. Apenas
mudamos algum hábito quando algo relevante nos força a isso, pois mudar hábitos
significa “sair da zona de conforto”, demandando esforço e disciplina.
Para superar a barreira de mudar hábitos e colocar um conhecimento em prática, duas
“forças” são importantes, motivação e cobrança.
Motivação significa compreender os benefícios, o real valor deste conhecimento. Em outras
palavras, uma pessoa empreenderá a energia necessária para colocar o conhecimento em
prática se compreender “o que eu ganho com isso?”.
Porém, muitas vezes compreender o valor não é suficiente para justificar o esforço. Isto
ocorre por dois motivos principais:
- Por que o benefício maior é de outra pessoa ou entidade: pode ocorrer que o maior
beneficiado por aquela mudança seja a empresa ou o gestor, por exemplo, em vez de a
pessoa que precisa realizar o esforço da mudança.
- Por auto sabotagem: o ser humano não é tão racional como gostamos de imaginar.
Todos nós fazemos muitas coisas que são prejudiciais a nós mesmos. Às vezes por não
sabermos, mas na maioria das vezes, mesmo tendo plena consciência. Quanta gente
fuma, mesmo sabendo que o fumo é prejudicial à própria saúde? Quantas dicas você já
não recebeu e concordou, porém na hora de aplica-las você esquece? Ou lembra, mas
mesmo assim age como sempre agiu?
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Quando a motivação (força interna) não é suficiente para levar à mudança do hábito, uma
força externa é o que pode levar a isso. Uma “cobrança”, uma determinação de um
superior hierárquico, da empresa, pai, mãe, marido, esposa, amigo, etc.
Praticar um ensinamento positivo adquirido vai trazer benefícios reais. Sugiro que tenha
sempre isto como foco e coloque em prática as coisas boas que lhe ensinarem.
Ao colocar um ensinamento em prática, você já pode se considerar um vencedor. Mas o
aprendizado tem ainda mais duas etapas que podem ser consideradas como um
refinamento deste processo. Vamos a elas.
Etapa 4: Disseminar.
Utilizar o que aprendeu para ensinar outras pessoas é um belo avanço neste processo.
Você já se beneficiou deste ensinamento ao chegar à etapa 3 e agora pode ajudar outras
pessoas a alcançar os mesmos benefícios, transmitindo adiante este conhecimento.
Sim, disseminar o conhecimento tem um lado altruísta, o que para a maioria das pessoas
já seria motivo suficiente para alcançar esta etapa. Para aqueles que, como eu, sentem
prazer em ajudar outras pessoas, esta fase trará uma recompensa interessante em termos
de realização pessoal.
Porém, não são apenas os outros que se beneficiam desta fase. Ao ensinar, você estará
fixando ainda mais o que aprendeu e pode aprender ainda mais sobre o assunto. Posso
garantir que ao lecionar ou ministrar cursos e palestras, aprendi muito. Tenho certeza que
a maioria de meus colegas confirmará esta tese.
Etapa 5: Criar.
O topo do aprendizado acontece quando você começa a gerar novos conhecimentos a
partir daqueles que adquiriu. Neste momento você passa a “alçar voo”. Torna-se mais
autônomo, mais realizado.
Também traz uma espécie de “realização em cadeia”. Fico muito feliz quando percebo que
algum consultor de nossa empresa passa a criar em cima de ensinamentos que foram
transmitidos por mim. Vejo com frequência trabalhos de alta qualidade em nossos clientes
que contam com ferramentas e modelos aprimorados a partir dos meus originais. É uma
ótima sensação.
Desta forma espero ter estimulado você a percorrer estas 5 fases com mais frequência. Ou
seja, que tenha compreendido bem este artigo, que procure não se esquecer (que tal
imprimir as 5 fases e deixar à vista?) e especialmente que coloque em prática.
Lembre-se também de transmitir para outras pessoas e se puder aprimorar este modelo,
sinta-se à vontade.
Bom aprendizado!
Sobre o autor: Victor Hugo Ferreira Jr é consultor de empresas, professor e palestrante. É
sócio da Actavox, consultoria empresarial especializada em geração de demanda: gestão
comercial, marketing e estratégia.
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