marina camargo 24 URBE #1 CARTOGRAFIAS URBANAS um tempo relativo, que relata a História, Entre a consciência da História e mas que ali se materializa em sobrepo- da irracionalidade da memória, as cida- truções que voltam a ser novamente sados – mas para serem vividos agora. sições, camadas, construções e recons- ruínas. É como lembrar do que nunca vivemos, compartilhar uma lembran- des são relatos coletivos de tempos pas- Sehnsucht * ça que não nos pertence, mas que se ou sobre o esquecimento a percepção de tempo e espaço, me- res abrem reflexões possíveis sobre os apresenta toda de uma vez, assaltando mória e História. As cidades guardam suas his- tórias impregnadas em suas ruas e construções, algo que compartilhamos quando estamos nos lugares (de modo consciente ou não). Estando ali, presente no lugar, as memórias passam a ser nossas. A experiência ultrapassa os lugares e se desloca pelo tempo. Se a lembrança e a presença nos lugalugares e as coisas, há simetricamente a necessidade de esquecimento nos lu- gares em que vivemos. Pensando nessa relação de memória histórica que as- sume parte de uma memória coletiva, mesmo no presente, as imagens da re- gião dos Alpes começaram a fazer parte da minha imaginação (ou imaginário) sobre a cidade onde estava vivendo.