Metrologia Ensaios Uma metodologia para a determinação de CO, CO2 e C3H8 A análise da qualidade do ar requer metodologias capazes de gerar resultados confiáveis, comparáveis e rastreáveis as unidades do Sistema Internacional de Unidades (SI) Por Cláudia Cipriano Ribeiro, Cristiane Rodrigues Augusto, Valnei Smarçaro da Cunha e Vanderléa de Souza A industrialização a partir do século XIX e o consumo crescente de energia fóssil têm contribuído para o aumento das emissões de poluentes na atmosfera e para a deterioração do meio ambiente. A geração de produtos para a atmosfera, como vapor de hidrocarbonetos, monóxido de carbono e fuligem, está associado a condições inadequadas de combustão. Mecanismos para tentar diminuir os níveis de emissões na atmosfera têm levado países a conceber legislações de modo a estabelecerem limites de emissões dos veículos e indústrias cada vez mais restritos minimizando os impactos ao meio ambiente. Dessa forma, a análise da qualidade do ar requer metodologias capazes de gerar resultados confiáveis, comparáveis e rastreáveis as unidades do Sistema Internacional de Unidades (SI). O objetivo deste trabalho foi apresentar uma metodologia para determinação de CO, CO2 e C3H8 por cromatografia gasosa, bem como a validação e a estimativa da incerteza de medição. A importância da análise de gases pode ser: Econômica • Gás Natural (poder calorífico) • Etileno (indústria de processo químico – pureza) • Gases reativos Leis Ambientais • Emissões Industriais (NOx, SO2) • Emissões Automotivas (CO, CO2, C3H8, NO) • Ocupacional (VOC, particulados) • Qualidade do ar ambiente (Benzeno, O3, CH4, N2O) Metrologia Ensaios Legislação • Análise de etanol em ar expirado (condutores de veículos) – Calibração dos bafômetros. • Odorantes Certificado (MRC), preparado gravimetricamente, pelo Instituto Holandês de Metrologia – NMi, rastreáveis ao SI. As medições foram realizadas em condições de repetitividade com sete replicatas. Fez-se a correlação área e concentração e o ajuste da curva para o modelo linear. Como valor de referência foi utilizado um MRC preparado pelo Instituto Português de Qualidade (IPQ). A estimativa da incerteza de medição seguiu o Guia para Expressão da Incerteza de Medição [2]. Resultados e discussão Avaliando-se a curva de calibração no modelo linear para os componentes CO, CO2, C3H8, as mesmas mostraram-se consistentes e ajustadas, apresentando coeficiente de explicação de 99,921 até 99,999%. A amostra de referência foi analisada nas condições apresentadas e os valores obtidos, descritos na Tabela 1, foram comparados com o valor certificado. O Teste T de Student, apresentado na Tabela 2, foi utilizado para comprovar que a meto- Garantia da Rastreabilidade Figura 1 – Importância da Análise de Gases na questão das emissões veiculares Experimental Para a realização dos ensaios foi utilizado um cromatógrafo gasoso adaptado para análise de gases. O volume de injeção foi de 0,5 mL, o fluxo de entrada 20mL/min, DIC = 250ºC, DCT=200ºC, injetor =220ºC, Coluna Wcot Fused Silica 60mx025mm, Coluna Hayesep T 0.5mx2mm, Coluna Hayesep Q 0.5m x2mm e Molsieve 13X 1.5mx2mm. Para a curva de calibração utilizou-se Material de Referência dologia está estatisticamente comparável ao valor certificado. Pelos resultados, a metodologia desenvolvida mos trou-se adequada para análise de componentes de emissões veiculares. A validação por meio da utilização de MRC atendeu aos requisitos da norma ABNT NBR 17025:2005. A estimativa da incerteza de medição mostrou-se adequada e atendeu aos parâmetros necessários para demonstração da confiabilidade dos resultados. A metrologia como a ciência da medição é de fundamental importância para ciência ambiental conduzindo a medições eficazes rastreáveis aos padrões fundamentais, essencial para monitorar a qualidade do ar. Agradecimentos ao Inmetro, Finep e CNPQ Referência [1]Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – Inmetro, DOC- CGCRE-008 – Orientações sobre Validação de Métodos de Ensaios Químicos, rev. 01, março, 2003. [2]Guia para Expressão da Incerteza de Medição, 3ª ed., ABNT/Inmetro, 2003. [3]ABNT NBR 17025:2005 Requisitos Gerais para a Competência de Laboratórios de Ensaio e Calibração Cláudia Cipriano Ribeiro, Valnei Smarçaro da Cunha e Vanderléa de Souza são do Laboratório de Análise de Gases do Inmetro; e Cristiane Rodrigues Augusto é aluna de doutorado da Escola de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ – [email protected]