Não tenho tempo" e "eu mereço" foram minhas frases prediletas durante uns dois anos. A primeira era a justificativa para ter parado de fazer qualquer atividade física (inclusive subir um único lance de escadas) e a segunda (uma conseqüência da anterior) para os chocolates, sorvetes, salgadinhos e outras delícias que comia todos os dias (afinal aquela correria não era fácil e eu tinha direito a uma recompensa). Muitas vezes as duas frases se complementavam para legitimar os lanches calóricos seguidos pelas sobremesas, que eram devorados em frente ao computador na hora do almoço ou do jantar. Era gostoso. Tanto que não dei muita importância para os quilinhos extras, que acabaram passando dos 10. Assim, cheguei à mesma categoria em que hoje se encontram mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo, a do excesso de peso. A Organização Mundial de Saúde classificou o problema como uma epidemia mundial em seu último relatório. Entre todos esses fofinhos estão mais de 300 milhões clinicamente obesos, aqueles com índice de massa corpórea (IMC) acima de 30, associado a uma série de doenças graves, como problemas cardíacos, diabetes, hipertensão e até alguns tipos de câncer. No Brasil, com 10% de obesos e 40% com excesso de peso, o problema já é mais grave do que a fome, segundo o Ministério da Saúde.. http://revistagalileu.globo.com/Galileu/0,6993,ECT832677-1706,00.html