HPE 2007-2008 Aulas 7 e 8 Fronteiras entre as ciências: a revolução neoclássica Particularidades de Marshall Marshall: economia como mecânica Mas, “a Meca dos economistas é a biologia” No longo prazo, as condições de produção modificam-se, logo a dinâmica é a economia que interessa Leon Walras (1834-1910) O leiloeiro e o equilíbrio geral Modelo do mercado especulativo Ajustamento por preços e não por quantidades, como Marshall Walras e o equilíbrio geral Leiloeiro: diferença com micro, existe mercado com regras Preço conhecido por todos os agentes, não há troca fora do equilíbrio Bolsa é diferente da empresa; abstracção da acção dos empresários; produtos trocam-se uns pelos outros, não há produção Fundamentos da economia neo-clássica Definição de racionalidade: maximização de uma função objectivo sob restrições Lei de conservação da energia Reversibilidade no tempo e causalidade Diferenças e semelhanças com Marshall: * Agente representativo * Dimensões do tempo em Marshall (curto prazo, longo prazo) Estratégias dominantes mútuamente conflitivas implicam não haver troca: e o equilíbrio? Exemplo: a troca entre uma pera e uma maçã Stanley Jevons (1835-1882) “A noção de valor é para a nossa ciência o que a energia é para a mecânica.” Introdução das noções de utilidade, contra a teoria clássica do valor de troca Francis Edgeworth (1845-1926) “É sugerida uma analogia entre os princípios da Maior Felicidade, Utilitária ou Egoísta, que constitui o primeiro princípio na Ética e na Economia, e os princípios da Máxima Energia, que estão entre as maiores generalizações da física, e em virtude dos quais o raciocínio matemático é aplicável aos fenómenos físicos tão complexos como a vida humana.” (1881) Irving Fisher (1867-1947) Irving Fisher “É raro um economista que omita alguma comparação entre a economia e a mecânica. Fala-se de uma ‘correspondência aproximada’ entre as ‘forças económicas’ e o equilíbrio mecânico (…). De facto, o economista recupera muito do seu vocabulário da mecânica. Exemplos: equilíbrio, estabilidade, elasticidade, expansão, inflação, contracções, fluxo, força, pressão, resistência, reacção, distribuição (preços), nível, movimento, fricção.” (1891) William Philips (1914-1975): o modelo hidráulico da Brã-Bretanha A curva de Philips: relação entre o desemprego e a inflação A equação lagrangeana A equação lagrangeana de um sistema dinâmico é a função que resume a sua dinâmica (Lagrangeana, de Joseph Louis Lagrange). O conceito foi introduzido como uma reformulação da mecânica clássica,e e é compatível com as leis de Newton. Na mecânica clássica, a Lagrangeana é definida como a energica cinética, T, menos a energia potencial do sistema, V. Simbolicamente: L=T-V Maximizar uma função Maximizar uma função f(x,y), sujeita à restrição g(x,y) = c com c constante A função f pode ser desenhada com f(x,y) = d, para vários valores de d. Movendo-nos ao longo de g = c, o valor de f varia. Quando a derivada total fica igual a zero, atingimos o ponto de tangência., que é o ponto estacionário sob a restrição g=c. Computacionalmente, isto ocorre quando o gradiente de f é uma combinação linear de grad gi. Introduzindo uma incógnita, λ, resolvemos F(x, y, λ) = f(x,y) + λ(g(x,y)-c) e fica x, y, λ = (∂F/∂x, ∂F/∂y, ∂F/∂ λ) Maximizar uma função sob restrições Maximizar a função f(x,y) Sujeita à restrição g(x,y) = c Metáforas Exemplo anterior: Darwin baseado na teoria da população de Malthus Metáforas correntes: circulação ou velocidade da moeda soberania do consumidor forças do mercado mão invisível taxa natural de desemprego business cycle Metáforas Copérnico: o sol como o rei no centro da corte William Harvey: a circulação sanguínea com o coração como o sol de Copérnico Maxwell: as mesmas equações para fluxo de fluidos, calor, campos magnéticos, indução elétrica Clément Juglar: ciclos económicos como doenças Métodos Indução: do particular para o geral Dedução: do geral para o particular Abdução: criação de hipóteses Extensão por analogia, não demonstrativa (metáfora) Irving Fisher “É raro um economista que omita alguma comparação entre a economia e a mecânica. De facto, o economista recupera muito do seu vocabulário da mecânica. Exemplos: equilíbrio, estabilidade, elasticidade, expansão, inflação, contracções, fluxo, força, pressão, resistência, reacção, distribuição (preços), nível, movimento, fricção.” (1891)