FACAMP – Faculdade de Administração 1 Descrição e análise da gestão do Projeto Quero-Quero Autores: Henrique Yoshida Hattori - [email protected] Matheus Gaido Fernandes – [email protected] Renato Perroud Souza – [email protected] RESUMO As organizações do Terceiro Setor foram criadas com a finalidade de auxiliar as áreas as quais o Primeiro Setor e o Segundo Setor não conseguem abranger com totalidade. Essas organizações foram instituídas para envolver diversas áreas precárias, como por exemplo, saúde, educação, assistência social e outras. Neste artigo foi selecionada a Associação Projeto Quero-Quero, localizada no Parque Ecológico Monsenhor Salim, Campinas, no estado de São Paulo, que é uma organização do Terceiro Setor na área de assistência social, no atendimento complementar à criança e ao adolescente. Através de uma metodologia aplicada nesta organização foi possível identificar as forças e fraquezas do projeto. É possível identificar grandes problemas na gestão, como por exemplo, a dificuldade na captação de recursos; sendo possível criar soluções plausíveis e acessíveis ao projeto, para que o mesmo as implante e melhore a sua gestão e seus processos. Palavras chaves: Terceiro Setor, assistência social, captação de recursos ABSTRACT The Third Sector organizations were created with the purpose of aiding the areas which the First Sector and the Second Sector weren’t able to cover entirely. These organizations were created to involve several poor areas, such as, health, education, social assistance and others. In this article Associação Projeto Quero-Quero was selected, located in Parque Ecológico Monsenhor Salim, Campinas, in São Paulo, it is a Third Sector organization in the social assistance area, that works with complementary care of children and adolescents. Through a methodology applied to this organization it was possible to identify the strengths and weaknesses of the project. It is possible to identify major problems in managing, for instance, the difficulty of fund-raising; it is possible to create plausible and accessible solutions to the project, so that Projeto Quero-Quero establish them and improve its management and processes. Keywords: Third Sector, social assistance, fund-raising 1 INTRODUÇÃO muito concisa necessita de mais um parágrafo ou dois do estado da arte de responsabilidade social, serviço social O Terceiro Setor vem ganhando uma importância cada vez maior no cenário brasileiro tanto qualitativamente quanto quantitativamente (DELGADO 2004). A partir disso, podemos identificar que existem aproximadamente 338 mil fundações privadas e associações sem fins lucrativos no Brasil. Este artigo irá abranger as instituições de assistência social sem fins lucrativos, que somam 16 089 entidades espalhadas pelo Brasil. A partir desse ponto, pode ser FACAMP – Faculdade de Administração 2 identificado que 1 630 são de Centro de atendimento à criança e ao adolescente, representa 9,87% das entidades de assistência social (IBGE, 2006; OLIVEIRA; REZENDE, 2011, p.36) A partir deste ponto, o grupo estabeleceu um contato com o Projeto Quero-Quero, que tem como função: “[...] passa a acolher crianças oriundas de um segmento da sociedade no qual ser criança é quase um eufemismo.” (QUERO-QUERO, s/d, p1). O projeto ajuda as crianças de favelas e de locais mais desprovidos economicamente, tirando-as das ruas no período em que não estão na escola, promovendo atividades educacionais e de lazer. Sendo esse o objetivo desse trabalho é analisar como operam as organizações do Terceiro Setor na área de assistência social, e propor melhorias para a organização desde sua gestão até sua infraestrutura. O grupo se baseará em visitas a instituição em questão, entrevista com funcionários e gestores e pesquisas bibliográficas. Tendo em vista os problemas da instituição, desde a captação de recursos até na área de gerenciamento de pessoas, o grupo irá propor novas formas ou melhoria das formas existentes de se tratar com os problemas da mesma. 2 REFERENCIAL TEÓRICO Inconsistente Faltou correlação do referencial com o tema: quantas instituições fazem esse tipo de trabalho? Qual o % de atendimentos? Como é de um modo geral esse tipo de trabalho no Brasil? Há carência?? 2.1. Terceiro Setor O Terceiro Setor é formado por um conjunto de organizações sem fins lucrativos ou sem fins econômicos, cujo objetivo é promover melhorias sociais, econômicas, políticas e social. O principal ponto do Terceiro Setor é que as instituições são organizações sem fins lucrativos, não havendo divisão dos lucros gerados pela organização, e sim uma reaplicação desses lucros na própria organização ou no setor em que ela atua. As organizações do terceiro setor são divididas em 10 áreas de atuação sendo elas: “Assistência Social; Educação e Pesquisa; Cultura e Recreação; Saúde; Habitação; Desenvolvimento e Defesa de Direitos; Religião; Meio Ambiente e Proteção Animal; Associações Patronais e Profissionais; Outras/Diversas” (OLIVEIRA; REZENDE, 2011, p.33) 2.2. Responsabilidade Social Responsabilidade Social é o termo empregado para o cumprimento de obrigações e deveres de uma empresa ou dos indivíduos com a sociedade. Essa ação vem da organização ou dos indivíduos para que eles não danifiquem a sociedade ou o meio em que eles atuam. Responsabilidade social engloba desde questões sociais ético-morais até ambientais. (SKAF, 2005, p.1) 2.3. Estatuto Social FACAMP – Faculdade de Administração 3 Estatuto social é um documento de importância fundamental no qual consta o contrato social da organização do terceiro setor, nesse estatuto social tem que ter certos pontos bem esclarecidos e definidos da organização do terceiro setor como: A denominação e sede; a missão e os objetivos; tempo de duração da instituição finito ou infinito; as categorias de associados; as normas para aprovação, demissão e exclusão de associados; os deveres e direitos de todos os associados; as possíveis fontes de recursos e sustentação da organização; a forma da gestão; a forma do aspecto geral e em juízo da organização; as condições e formas para alteração e dissolução da organização e de seu estatuto. (OLIVEIRA, 2011) 2.4. Assistência Social O serviço oferecido para a sociedade em quando o serviço público não consegue suprir algumas necessidades básicas. A Assistência Social serve como um meio de colocar indivíduos de volta a sociedade, outro ponto da Assistência Social é o de suprir carências educacionais do serviço público. Esse termo pode ser subdivido em outros seis termos que são: “Abrigo para Criança e Adolescente; Abrigo para Idosos; Atendimento Complementar a Criança e ao Adolescente; Centros Comunitários; Pessoas Portadoras de Deficiência; Reinserção Social.” (OLIVEIRA; REZENDE, 2011, p.36) 2.5. Atendimento Complementar a Criança e ao Adolescente Centros de Atendimento Complementar a Criança e ao Adolescente atendem a crianças e adolescente na faixa de 7 a 17 anos de idade. Esses centros atuam em um horário complementar ao horário dos estudos das crianças e dos adolescentes, ou seja, se a criança ou o adolescente estuda no período matutino, ele freqüenta o centro no período vespertino. Essas organizações têm como foco o auxilio educacional, social, cultural e de lazer, essas organizações além de oferecer esportes, lazer e cultura, elas oferecem um auxilio complementar a escola. Algumas dessas organizações são providas de cursos preparatórios para vestibular ou até mesmo para o mercado de trabalho Organizações que estão incluídas nessa divisão devem ter um registro junto ao CMAS e CMDCA. (OLIVEIRA; REZENDE, 2011, p.37) 2.6. CMDCA – Centro Municipal Da Criança e do Adolescente O CMDCA é um órgão público, formulador de política e deliberativo, que tem como competências os seguintes pontos: Garantir os direitos previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente; Avaliar e Acompanhar as ações não governamentais e governamentais regidas ao Estatuto da Criança e do Adolescente; Tomar parte na preparação do orçamento do município; Administrar o Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (FMDCA); Ter Registrado todas as organizações que tem como foco, ou ação Crianças ou Adolescentes; Registrar os programas governamentais e não governamentais atribuídos as Crianças e Adolescentes; Criar o Plano de Ação Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e o Plano de Aplicação; Trabalhar em conjunto com outros órgãos que cuidam de direitos sociais. (CDMCA CAMPINAS, s/d, p1) 2.7. ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente Lei 8.069 No ano de 1990 a lei 8.069 foi sancionada pelo Presidente da República em exercício Fernando Collor de Mello, tendo como principal ponto a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente, para fornecer direitos e proteção mais especificas a essa faixa etária. FACAMP – Faculdade de Administração 4 O Estatuto da criança e do Adolescente é um conjunto de leis que garantem a proteção da criança e do adolescente, nesse conjunto de leis se encontra desde procedimentos de adoção até procedimentos a serem tomados com menores infratores. O ECA é dividido em dois livros distintos, o primeiro é o conjunto de leis que trata dos direitos das crianças e dos adolescentes, já o segundo livro é o conjunto de leis para os órgãos e os procedimentos assistenciais. (BRASIL, 1990) Citação direta muito extensa. Lei 8.069/90 Art. 1º: Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente. Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. (BRASIL, 1990) Lei 8.069/90 Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - direito de ser respeitado por seus educadores; III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores; IV - direito de organização e participação em entidades estudantis; V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência. Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais. (BRASIL, 1990) 2.8. Análise SWOT A análise SWOT é uma ferramenta utilizada para argüir uma empresa e os fatores que afetam seu funcionamento. Este é o primeiro estágio de planejamento, o que ajuda o empresário focar nos pontos chaves que ditam o mecanismo da empresa. SWOT é uma sigla que indica a primeira letra das palavras Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats (Pontos fortes, Pontos fracos, Oportunidades e Ameaças). Umas das partes da análise SWOT é o estudo do ambiente externo à organização em busca de ameaças e oportunidades. Entre as forças a serem consideradas estão os fatores demográficos, econômicos, políticos e sócios culturais. A outra parte da análise SWOT a empresa irá avaliar seu ambiente interno, que se trata de seus pontos fortes e fracos da organização, ou seja, ela irá examinar o que sua empresa precisa melhorar e aquilo que ela já tem de melhor. (KOTLER; KELLER, 2006, p.51 - 53) 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Antes de iniciar o trabalho, houve uma reunião para pesquisar possíveis instituições que seria de fácil acesso para a realização deste artigo. Escolhemos o Projeto Quero-Quero, pois a mãe de um dos integrantes do grupo já havia sido voluntária, facilitando o primeiro contato com a associação. Com a escolha da instituição, o grupo já realizou a primeira visita no dia 30/03/2011 na cidade de Campinas, para ver se existia a possibilidade do projeto fornecer ao grupo todas as informações necessárias para dar continuidade ao artigo. Nesta FACAMP – Faculdade de Administração 5 rápida visita, o monitor Cristiano nos apresentou as instalações como: sala de informática, sala de dança, biblioteca, sala de música e o refeitório. Na segunda etapa do processo do artigo, o grupo navegou no site do projeto em busca de novas informações, e lá foram encontrados o estatuto e as parcerias que o projeto possui. Ao analisar o estatuto, é possível encontrar a finalidade deste programa, que é: “Desenvolver iniciativas promocionais, educacionais, culturais e de assistência social com pessoas excluídas de bens e serviços da sociedade” (QUERO-QUERO, s/d, p1). Já na etapa final, o grupo voltou para o projeto no dia 12/05/2011, a fim de entrevistar o coordenador da instituição, Gilberto da Silva, no intuito de coletar informações tanto no caráter qualitativo, quanto no quantitativo, para obtenção e análise futura dos dados e da situação financeira. Esse artigo foi elaborado com base no estudo de caso, o qual tem como base uma análise e coleta de dados de uma organização, a fim de estudar a sua existência a partir da pesquisa realizada, sendo os dados deste artigo coletados e analisados no primeiro semestre do ano de 2011. (ALMEIDA, 1996, p. 106). 4 RESULTADO E DISCUSSÃO 4.1. Histórico O histórico da organização foi obtido pelo grupo em uma entrevista feita com o coordenador do Projeto Quero-Quero, Gilberto da Silva, possibilitando o entendimento de como a organização foi criada. O projeto se deu início em 1998, por conta da iniciativa de uma psicóloga chamada Eliana Leme e seus amigos, antes dessa data a própria Eliana cuidava de crianças carentes em sua residência, vendo aumentar o número de solicitações de ajuda por parte dos pais e das crianças, ela se viu em uma situação em que não poderia manter esse alto número em sua casa, com isso ela e alguns amigos decidiram criar uma associação na qual atenderia essas crianças carentes. A associação recebeu um espaço dentro do Parque Ecológico Monsenhor Salim, iniciando o trabalho de assistência social na área de atendimento complementar a criança e ao adolescente, cuidando de crianças de 7 a 17 anos, com o objetivo de dar uma direção na vida dos jovens provenientes de uma situação de risco de vulnerabilidade social. O projeto atende crianças carentes das regiões próximas ao Parque Ecológico, mais precisamente de três favelas: Vila Brandina, Jardim São Fernando e Jardim Itatiaia. O nome do Projeto Quero-Quero foi dado em homenagem à ave, Quero-Quero, que habita o Parque Ecológico, além de que a ave está sempre nos arredores protegendo o seu ninho, sendo esse o ambiente que a psicóloga tentou passar com o projeto. A apesar de o projeto ter sido idealizado em 1998, a associação foi apenas legalizada em 2001, quando teve toda a sua documentação regularizada. (SILVA, s/d) 4.2. Aspectos Operacionais Onde funciona? Que horário? Cada criança vai quantas vezes por semana? Fazem refeição lá? Quantas crianças atende? Como é o atendimento? FACAMP – Faculdade de Administração 6 O Projeto Quero-Quero atende diariamente cerca de 80 crianças em dois períodos distintos, matutino e vespertino. O projeto foca-se em reforçar o atendimento da escola e das famílias, como uma forma complementar a educação dessas bases. A principal operação do projeto é as atividades sócio-educativas como, por exemplo: reforço escolar, música, informática, capoeira, danças e esportes. Todas essas atividades visam reforçar o desenvolvimento de seus potenciais intelectuais, emocionais e físicos. Além de oferecer essas atividades para o desenvolvimento das crianças e dos adolescentes, o projeto conta ainda com auxilio psicológico, para as crianças. Uma segunda operação realizada pelo projeto é um auxílio às famílias dos amparados, para que elas ajudem e continuem o trabalho do Projeto Quero-Quero dentro de seus lares. A terceira operação seria a captação de recursos, que se dá na forma de recebimento de parte dos impostos de rendas de suas parceiras e de doações de terceiros. As doações de terceiros não vêm necessariamente como dinheiro, mas também com doações de roupas, alimentos e material didático. (SILVA, s/d) 4.3. Missão e Objetivos A Missão do Projeto Quero-Quero consiste em tirar crianças e adolescente de uma situação de risco de vulnerabilidade social, com a intenção de promover e desenvolver os aspectos físicos, mentais e sociais de seus amparados. Os objetivos da associação são: complementar as atividades escolares, que são realizadas com intuito de dar oportunidades para os jovens, dando esperança para ter um futuro diferente do que provavelmente eles deveriam ter; dar uma nova visão do mundo e da sociedade para os jovens, diferente da visão em que eles estavam acostumados a viver, no caso mais específico, nas favelas, onde o tráfico e a violência imperam. A associação oferece diversos tipos de complementos educacionais e de lazer, como por exemplo: música, teatro e dança, na qual são utilizadas para tentar distanciar o jovem da realidade na qual ele vive diariamente em sua casa e em sua região, dando assim uma esperança para o futuro do jovem. Essas atividades visam desenvolver e até mesmo despertar um lado artístico que muitas vezes fica mascarado e reprimido pelas condições vividas por esses jovens. (SILVA, s/d) 4.4. Estrutura Administrativa A Associação Projeto Quero-Quero tem em sua estrutura administrativa cinco pessoas ocupando os cargos de: diretor presidente, diretor vice-presidente, diretor secretário, diretor tesoureiro, diretor administrativo. Esses cinco cargos formam a assembléia geral, juntamente com o conselho fiscal, o conselho consultivo e outros sócios. Além desses cinco cargos de mais expressão dentro da associação, existem outros dois cargos de maior importância dentro do projeto que são o de coordenador geral e de coordenador pedagógico. Sendo que o coordenador pedagógico, Gilberto da Silva, dedica toda sua semana, segunda a sexta, das oito da manha às dezenove horas da noite. Sendo este o único desse grupo que participa integralmente e efetivamente das atividades e do projeto como o todo diariamente. (SILVA, s/d) 4.5. Aspectos Gerenciais e Funcionários FACAMP – Faculdade de Administração 7 O Projeto Quero-Quero conta com dezenove funcionários, sendo: cinco funcionários registrados segundo as leis da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas); quatro funcionários pagos por diária registrados com RPA (Recibo de Pagamento Autônomo); cinco voluntários e mais cinco educadores do projeto segundo tempo da prefeitura de Campinas, pagos pela mesma. Os cinco voluntários da organização atendem os quesitos da Lei do Voluntariado. Apenas dois funcionários participam ativamente do dia a dia da associação, os outros dezessete participam apenas em dias específicos. A grande maioria funcionários do Projeto Quero-Quero são educadores e/ou professores, sendo que o projeto conta com dois professores de informática, cedidos pela Microcamp de campinas, o projeto conta também com a presença de um professor de ballet, dois professores de yoga, um professor de sapateado e um de teatro. O professor de teatro, além de ser professor, ele é um dos monitores do Projeto, sendo que ele era um beneficiado, mas atingiu a maioridade e teve que sair do Projeto, porém resolveu voltar para ensinar Teatro e ajudar na instituição. Além dos professores o Projeto Quero-Quero conta com uma cozinheira e um assistente geral e de uma monitora para as crianças menores. A instituição também tem dois coordenadores, um pedagógico e um geral, sendo que o coordenador pedagógico é educador suplente também. O projeto ainda possui o auxílio de uma psicóloga e de uma assistente social. O projeto tem uma parceria com a prefeitura de campinas no qual a mesma ceda um coordenador e quatro estagiários de educação física para o Projeto Quero-Quero. Sendo que o coordenador comparece todos os dias com dois dos estagiários. (DA SILVA, G, s/d) 4.6. Despesas A partir de uma análise do balanço patrimonial, cedido ao grupo, do Projeto QueroQuero é possível analisar e perceber a origem das maiores despesas da organização. A maior parte das despesas do Projeto Quero-Quero se dá por conta dos salários pagos (junto com INSS e FGTS), que no ano de 2010 somaram R$116.823,26, esse número é ainda maior se somado aos pagamentos realizados a terceiros subindo para R$163.228,71. A apesar de essas despesas serem elevadas, são esses funcionários que mantém o projeto funcionando diariamente, sem interrupções nos seus objetivos. Outra despesa grande da associação são as despesas operacionais, que englobam transporte; alimentação; telefone; materiais didáticos e outras despesas operacionais somam R$29.607,12 anuais. Após a análise dessas despesas podemos identificar o custo-criança da organização, já que a mesma não possui esse calculo, o número final encontrado pelo grupo, foi que cada jovem tem um custo de R$200,87 reais mensais. Sendo feito uma pequena análise do setor, em relação às despesas, é possível identificar que a instituição não possui tantas despesas como outras organizações desse Terceiro Setor como sabem? Precisa colocar esse dado, pois além de contar com poucos funcionários pagos, a empresa ainda conta com isenções e renúncias fiscais que valor?, porém o projeto ainda paga alguns impostos no qual poderia ter isenção, gerando uma despesa significativa adicional. 4.7. Fonte de Recursos FACAMP – Faculdade de Administração 8 O Projeto capta seus recursos através de parceiras feitas com algumas empresas, na qual as mesmas doam uma parte de seu imposto de renda e de verba da prefeitura, essas receitas somam R$164.413,55. O resto dos recursos é captado através de doações e por meio da Nota Fiscal Paulista. Todas essas receitas somadas foram de R$209.204,48 no ano de 2010. O projeto também faz algumas viagens e excursões com as crianças, e para captar recursos para essas excursões o projeto organiza um bazar vendendo roupas, para que essas atividades extras ao projeto não causem um déficit. Sendo feito uma comparação com outras organizações na área de assistência social, é possível identificar que o Projeto Quero-Quero recebe poucas doações e tem uma verba muito reduzida em relação a estas outras organizações, apesar da Quero-Quero contar com parcerias, esse número ainda é muito limitado. O projeto busca constantemente mais parcerias e doações, porém existe uma grande dificuldade para a captação de recursos para as empresas do Terceiro Setor. Diante das receitas e despesas que análise financeira vocês fazem? Precisa discutir mais esse aspecto. 4.8. Aspectos Tributários As organizações do Terceiro Setor assim como as organizações privadas precisam prestar contas ao governo em forma de tributos, sendo eles municipais, estaduais e federais. Algumas das organizações do Terceiro Setor possuem cargos remunerados, ou seja, precisam estar de acordo com as normas da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). O grupo pode perceber que o Projeto Quero-Quero não possui isenção total de alguns impostos, chegando a pagar integralmente o INSS. Além disso, a associação ainda paga uma pequena parte de impostos, os quais acabaram somando por volta de R$200 reais no ano de 2010, sendo uma parcela bem pequena do que ela pagaria se não fosse uma organização do Terceiro Setor e da área de assistência social. 4.9. Análise SWOT 4.9.1 Forças Uma das principais forças analisadas pelo grupo no Projeto Quero-Quero é a sua localização, pois, ela é estratégica, ficando bem próxima dos bolsões de pobreza adjacentes. Então, o acesso é facilitado para os jovens que participam do projeto, sendo que muitos acabam caminhando até o local ao invés de utilizar o transporte fornecido pelo projeto. Além disso, como o projeto está dentro de um parque ecológico é uma área com muito contato com a natureza, criando um ambiente calmo e tranqüilo para que os voluntários e funcionários da instituição possam trabalhar diferente daquele stress dos centros das cidades, e ficando longe do ambiente negativo em que elas vivem diariamente. O projeto conta com boas parceiras, na qual é um das suas maiores fontes de renda, um exemplo disso foi uma parceria firmada com o Royal Palm Plaza, em que o hotel oferecia até 2010, gratuitamente, para os jovens do projeto um aprendizado em serviços operacionais de hotelaria, porém por motivos burocráticos e de legislação do hotel a parceria não pode continuar então não é uma força poderia ser uma oportunidade se o hotel revisse esses aspectos burocráticos. Outro exemplo é a parceria firmada com o a IBM, na qual a mesma cedeu e instalou computadores no projeto. E uma parceria atual do projeto é com a FACAMP – Faculdade de Administração 9 Microcamp, na qual ela cedeu dois professores de informática ao projeto para ajudar na inclusão digital. 4.9.2 Fraquezas A maior fraqueza da Associação Projeto Quero-Quero é a falta de renda, sendo que suas receitas estão no limite, praticamente não tem nenhuma sobra para financiar projetos e para contratar novos funcionários. Um dos pontos expostos pelo Gilberto na entrevista foi que faltam mais funcionários e voluntários capacitados, por causa dessa falta de mão-de-obra, eles não conseguem correr atrás de captação de recursos extras. A infra-estrutura do lugar é muito precária, pois as casas em que se localiza o projeto estão bem desgastadas pelo tempo. O site da própria associação é muito pobre também, têm poucas informações e está desatualizado, o próprio folheto de informações cedido pela empresa tem muito mais conteúdo do que o próprio site. Por culpa deste site pobre e da falta de funcionários fica cada vez mais difícil atrair novas doações e parceiros, pois o endereço eletrônico é fraco e tem baixa visibilidade, sendo que praticamente o único jeito de achar o site nos sites de procura seria pesquisando pelo próprio nome do projeto. 4.9.3 Oportunidades A principal oportunidade para o Projeto Quero-Quero seria conseguir a filiação a FEAC (Federação das Entidades Assistenciais de Campinas). Com essa filiação a FEAC ajudaria a uma maior profissionalização do Projeto Quero-Quero, além de ajudar na captação de recursos. A FEAC ainda aumentaria a visibilidade da associação, além disso, ela é uma federação com alta visibilidade e conhecimento do público. Com uma maior profissionalização ficaria mais fácil do projeto conseguir o titulo de OSCIP, que ajudaria ainda mais na captação de recursos e até mesmo na visibilidade do projeto, pois ele seria tratado com mais seriedade, já que o título de OSCIP significa uma profissionalização da entidade, aumentado a transparência do projeto. 4.9.4 Ameaças A principal ameaça que o projeto enfrenta nos dias atuais é ambiente inóspito em que seus amparados vivem, pois a qualquer momento, esses jovens podem ser desestimulados a continuarem no projeto, pelas tentações oferecidas pelo tráfico nas favelas. Outro ponto que pode ser identificado seria a perda de seus parceiros, já que estabelecem metas e se o projeto não cumpri-las, ele corre o risco de perder essas parcerias para outras associações. Nesse mesmo cenário, outro risco corrido pela associação é dependente de seus parceiros, caso acontece algum imprevisto com eles, a associação sofrerá as conseqüências negativas. 4.9.5 Considerações da análise SWOT bom! O Projeto Quero-Quero, assim como a grande maioria das organizações do Terceiro Setor, tem como o maior problema é a captação de recursos, apesar de que diversas empresas vêm buscando direcionar parte de seus impostos para as instituições do Terceiro Setor, a grande maioria das empresas brasileiras não sabem que é possível fazer esse redirecionamento do imposto de renda. Além de que as empresas que auxiliam essas organizações muitas vezes não doam uma quantia significativa para essas instituições e ainda existe uma grande concorrência por parte das ONGs para a obtenção dessa ajuda. FACAMP – Faculdade de Administração 10 A visibilidade do Terceiro Setor vem crescendo gradualmente ao longo dos últimos anos, possibilitando talvez uma melhora de suas organizações e uma possível maior profissionalização do setor. Um ponto fraco que muitas destas organizações têm é um endereço eletrônico (site) precário, muitas vezes desatualizado, de difícil navegação e até mesmo inacessível. A maioria das organizações deste setor não tem um conhecimento amplo sobre todos os seus diretos, como por exemplo, isenção de impostos e renúncia fiscal. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Durante a análise do artigo percebemos as dificuldades das organizações do Terceiro Setor em captar recursos, outro grande problema dessas mesmas organizações é a falta de profissionalização e a falta de voluntariado, que acarreta em contratação de funcionários, gerando despesas extras para essas organizações. Outro fator negativo visto dentro das organizações do Terceiro Setor é a falta de informação das mesmas sobre alguns de seus direito e benefícios como isenções e renúncias fiscais. Muito vezes essa falta de conhecimento acabam encerrando algumas atividades e até mesmo a própria entidade. Apesar de todos esses problemas, muitas conseguem permanecer ativas e com muito esforço essas organizações de assistência social cumprem parcial ou integralmente seus objetivos de dar um futuro para os jovens ou de ajudar adultos necessitados. O principal problema da Associação Projeto Quero-Quero é a captação de recursos, que se encontra praticamente no limite. Toda receita que entra já tem praticamente sua verba destinada a algum custo, ou seja, muitas vezes um imprevisto ou uma emergência podem afetar seriamente o projeto, mesmo com esses problemas de captação de recursos a entidade ainda consegue-se manter firme dando futuro para os jovens, visto que um dos beneficiados está de volta ao projeto como funcionário para ajudar os atuais beneficiários. Isso dá um grande animo ao projeto, já que este está demonstrando resultado. Esse problema de recursos pode ser facilmente amenizado com a filiação a FEAC, já que a mesma ajuda na captação desses recursos, ajuda na parte financeira fazendo balanços, aumenta a profissionalização na entidade, além de tudo isso, aumenta a visibilidade do projeto, já que não é um projeto tão conhecido. Portanto, facilitaria a obtenção do título de OSCIP, no qual aumentaria ainda mais a visibilidade e a captação de recursos do projeto junto ao governo, ajudando o mesmo a manter sua missão e atingir os seus objetivos, além de aumentar suas chances do projeto crescer e até mesmo começar a abranger outras favelas e outros locais necessitados, até mesmo de outras cidades. O grupo acredita que o projeto tem um grande futuro pela frente, e esse futuro pode ser ainda melhor se ele conseguir essa filiação a FEAC e o título de OSCIP, pois o trabalho do projeto esta sendo bem feito e dando resultados. 6 REFERÊNCIAS ALMEIDA, Maria Lúcia Pacheco. Monografia. In: ___. Como elaborar monografia. 4. ed. rev. e atual. Belém: Cejup, 1996. BRASIL, Lei 8.069,1990. Disponível em: FACAMP – Faculdade de Administração 11 http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L8069.htm. Acesso em 03/abr/2011 CDMCA CAMPINAS. Conselho Municipal da Criança e do Adolescente. Disponível em: http://cmdca.campinas.sp.gov.br. Acesso em 04/abr/2011 DELGADO, Maria. O Terceiro Setor no Brasil: Uma Visão Histórica. Disponível em: http://www.espacoacademico.com.br/037/37cdelgado.htm. Acesso em 03/abr/2011 IBGE. As Entidades de Assistência Social Privadas Sem Fins Lucrativos no Brasil, 2006. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/peas/2006/assistencia_social_privada2006. pdf. Acesso em 03/abr/2011. KOTLER, P; KELLER, K. Administração de Marketing. 12° edição. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. OLIVEIRA, Luciel. Gestão Responsabilidade Social I. Notas de aula. Campinas: FACAMP, 2011. PROJETO QUERO-QUERO. Projeto Quero-Quero: Cuidando Para o Futuro. 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