ESPACIALIZAÇÃO DO PROCESSO SAÚDE-DOENÇA-CUIDADO PAULO SABROZA RIO DE JANEIRO, MAIO DE 2012 CENÁRIO GLOBAL CARACTERIZADO POR PARADOXOS E INCERTEZAS CRISES RECENTES DE NACIONAL E INTERNACIONAL ABRANGÊNCIA SENTIMENTO DE CRESCENTE AUMENTO DAS INCERTEZAS E DAS VULNERABILIDADES DIFERENTES EXPRESSÕES DE SOFRIMENTO DIFUSO NAS SOCIEDADES NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO DA VIDA E PROCESSO SAÚDE-DOENÇA-CUIDADO MODELOS DAS ORGANIZAÇÕES SÓCIO-ESPACIAIS DAS CONJUNTURAS CAPITALISTAS NO BRASIL DURANTE O SÉCULO XX CAPITALISMO TÉCNICO-CIENTÍFICO 1980 CAPITALISMO MOLECULAR COMPETITIVO 1930 O processo de globalização e de restruturação traz como conseqüência a forte segmentação da sociedade em pelo menos três pedaços: excluídos, vulneráveis e integrados. Será que transitamos da pluralidade da reforma urbana para a sua fragmentação? (Ribeiro,L.C.- Globalização, Fragmentação e Reforma Urbana,1994) Uma nova segmentação da população urbana é produzida, com aqueles integrados ao circuito principal, os denominados vulneráveis, por sua inserção no circuito inferior, dinâmico mas inseguro, e os excluídos, aqueles que não conseguem mais trabalho ou outra fonte de renda, e acabam perdendo até mesmo sua condição de cidadania. (Sabroza, P.C, 1999) “A vulnerabilidade faz parte da condição humana, tanto quanto a capacidade que temos de enfrentá-la no exercício de nossa humanidade. Ao analisarmos os riscos ambientais, a vulnerabilidade é expressão simultânea da liberdade humana e de seu abuso.” Marcelo Firpo Porto – Uma ecologia política de riscos DETERMINANTES DA VULNERABILIDADE SÓCIO-AMBIENTAL AUMENTO DO TAMANHO DA POPULAÇÃO URBANIZAÇÃO E AUMENTO DA DENSIDADE EM PÓLOS URBANOS ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO REDUÇÃO DA RESISTÊNCIA POR EXPOSIÇÃO A PRODUTOS TÓXICOS DESGATE POR OBESIDADE E OUTROS PROBLEMAS DO CONSUMO DEGRADAÇÃO AMBIENTAL E PERDA DA BIODIVERSIDADE COMERCIO E CONSUMO DE ANIMAIS SELVAGENS AUMENTO DA MOBILIDADE POR INSTABILIDADE NO TRABALHO PERSISTÊNCIA DE BOLSÕES DE MISÉRIA DESIGUALDADE SOCIAL E EXPANSÃO DO CIRCUITO INFERIOR URBANO OBJETOS HISTÓRICOS DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE : CORPOS LUGARES PROCESSOS DE PRODUÇÃO DE DOENÇAS PROCESSOS DE PRODUÇÃO E REPRODUÇÃO SOCIAL VIGILÂNCIA EM SAÚDE: NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO E DE ESPACIALIZAÇÃO MODELOS DE VIGILÂNCIAS NO SUS - VIGILÂNCIA DE DOENÇAS -VIGILÂNCIA DE FATORES DE RISCO -MONITORAMENTO DE DETERMINANTES SÓCIO-AMBIENTAIS - VIGILÂNCIA DE EMERGÊNCIAS EM SAÚDE VIGILÂNCIA VINCULADA A PROGRAMAS DE CONTROLE DE DOENÇAS VIGILÂNCIA RELATIVA À REGULAÇÃO DE PROCESSOS PRODUTIVOS VIGILÂNCIA VINCULADA À QUESTÃO DA SEGURANÇA EM SAÚDE VIGILÂNCIA VINCULADA A PROGRAMAS DE CONTROLE DE DOENÇAS VIGILÂNCIA VINCULADA À QUESTÃO DA SEGURANÇA EM SAÚDE VIGILÂNCIA VINCULADA À REDUÇÃO DAS VULNERABILIDADES, PROMOÇÃO DA SAUDE E CONTROLE PÚBLICO VIGILÂNCIA DA SAÚDE Modelos conceituais do que se chamou de vigilância da saúde já foram propostos há várias décadas .Eles estavam solidamente vinculados ao pensamento latino-americano em epidemiologia social, à abertura do conhecimento científico para as questões da complexidade e da interdisciplinaridade e ao compromisso com a transformação das condições de vida e com a justiça social. Experiências de institucionalização de serviços e práticas desta modalidade de vigilância aplicada a sistemas locais também foram implementadas, quase sempre com resultados muito interessantes, mas sem continuidade. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICO – METODOLÓGICA: -EPIDEMIOLOGIA SOCIAL -ENFOQUE ECOSSISTÊMICO EM SAÚDE -MÉTODO DA COMPLEXIDADE -INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO COMO VETORES ORGANIZACIONAIS -PERSPECTIVA DA VIDA E DA SAÚDE COMO PROCESSOS EVOLUTIVOS CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO DE TRABALHO: - PROCESSO DE TRABALHO PÚBLICO - REDES VERTICAIS E HORIZONTAIS, INCUINDO SALAS DE ANÁLISE DE SITUAÇÕES DE SAÚDE, OBSERVATÓRIOS DA SAÚDE E UNIDADES SENTINELAS DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE. - DEFINIÇÃO E DISCUSSÃO DE PAUTAS ATUALIZADAS DE PROBLEMAS DE SAÚDE - ANÁLISES, EXPLANAÇÕES E SÍNTESES RELATIVAS A SITUAÇÕES DE SAÚDE E SEUS DETERMINANTES SÓCIO-AMBIENTAIS, CENTRADAS EM UNIDADES TERITORIAIS E GRUPOS SOCIAIS VULNERÁVEIS. -ESTUDOS DE TENDÊNCIAS DE PROBLEMAS DE SAÚDE E ANÁLISES DE CENÁRIOS FUTUROS - ENFOQUE INTERDISCIPLINAR, UTILIZANDO MÉTODOS QUALITATIVOS E QUANTITATIVOS - ÊNFASE NA COMUNICAÇÃO SOCIAL Área do Monitoramento Epidemiológico POP 2010 ÁREA DENSIDADE (Km²) (hab/Km²) MUNICÍPIO Cachoeiras de Macacu 54273 953,8 56,9 Guapimirim 51483 360,8 142,7 218008 430,3 506,6 Itaboraí O COMPLEXO PETROQUÍMICO DO RIO DE JANEIRO E SUA ÁREA DE INFLUÊNCIA MAIS DIRETA “Um dos principais empreendimentos da história da Petrobras, o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) marca a retomada da Companhia no setor petroquímico e vai transformar o perfil socioeconômico de sua região de influência.” “O empreendimento prevê a geração de mais de 200 mil empregos diretos, indiretos e por “efeito-renda”, durante os cinco anos da obra e após a entrada em operação”. http://www.comperj.com.br/ IMAGEM AÉREA DA ÁREA DE CONSTRUÇÃO DO COMPERJ 2010 “O COMPERJ será formado por uma refinaria e unidades geradoras de produtos petroquímicos de 1ª geração como propeno, butadieno, benzeno, entre outros, e com uma capacidade de eteno da ordem de 1,3 milhão de toneladas/ano. Haverá também um conjunto de unidades de 2ª geração petroquímica com produção de estireno, etileno-glicol, polietilenos e polipropileno, entre outros. Além disso, haverá uma Central de Produção de Utilidades (CDPU), responsável pelo fornecimento de água, vapor e energia elétrica necessários para a operação de todo o Complexo.” http://www.comperj.com.br/ IMAGEM DE SATÉLITE DA ÁREA DE CONSTRUÇÃO DO COMPERJ - 2011 COMPONENTES DA PROPOSTA DO PLANO DO MONITORAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO COMPERJ PROCESSO CONTÍNUO DE MONITORAMENTO QUADRIMESTRAL DOS INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS POR MUNICÍPIO E UVL ANÁLISES SITUACIONAIS ANUAIS A PARTIR DOS INDICADORES REVISADOS E CONSOLIDADOS (2009, 2010 e 2011) ESTUDOS TEMÁTICOS: • SAÚDE AMBIENTAL •SAÚDE MENTAL •SEGURANÇA ALIMENTAR •OUVIDORIA DA SAÚDE •VIGILÂNCIA ENTOMOLÓGICA •VIGILÂNCIA DE BASE TERRITORIAL LOCAL CAPACITAÇÃO DOS PROFISSIONAIS LOCAIS MESTRADO PROFISSIONAL DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE CURSOS DE ANÁLISES DE DADOS EPIDEMIOLÓGICOS CURSOS DE GEOPROCESSAMENTO EM SAÚDE TREINAMENTO DE AGENTES DE EPIDEMIOLOGIA E CONTROLE DE VETORES TREINAMENTO DE AGENTES DE SAÚDE DO PSF Mapa dos Setores Censitários Censo 2000 Principais Vias Rodoviárias - CARACTERÍSTICAS DO TERRITÓRIO Mapa de Hidrologia: Mapa de Declividade Mapa de Uso do Solo Densidade Populacional Censo 2000 Unidades de Vigilância Local (UVL) Unidades de Análise: Região Município Localidade (UVL) Área crítica ESTRATIFICAÇÃO DAS UNIDADES TERRITORIAIS LOCAIS (UVL) SEGUNDO CONDIÇÕES DE VIDA Construção do indicador de condições de vida segundo UVL Indicador de condições de vida Índice composto de estrutura sanitária Índice composto de condições sócioeconômicas Índice de condições socioeconômicas Indicador Sintético de Condições de Vida AA AB AM MM MB MA BM BB BM Índice de estrutura sanitária UVL município de Itaboraí. UVL município de Guapimirim. UVL município de Cachoeiras de Macacu ÍNDICE COMPOSTO DE CONDIÇÕES VIDA NOS MUNICÍPIOS DE ITABORAÍ, CACHOEIRAS DE MACACU E GUAPIMIRIM POR UVL Fonte: IBGE,2000. LOCALIDADES COM CONDIÇÕES DE VIDA CRÍTICAS NA ÁREA DO PLANO DE MONITORAMENTO EPIDEMIOLÓGICO Gráfico 1.1.1– Mortalidade proporcional, segundo Capítulos da CID10, no município de Itaboraí, Guapimirim, Cachoeiras de Macacu e Região Leste Fluminense em 2010 Gráfico 1.1.2 – Causas específicas de mortalidade e respectivas taxas estimadas para Itaboraí, Guapimirim, Cachoeiras de Macacu e para a Região Leste Fluminense no ano de 2010 TAXAS POR 100000 HABITANTES Gráfico 1.1.3 – Causas específicas de internação e respectivas taxas estimadas para os municípios de Itaboraí, Guapimirim, Cachoeiras de Macacu e para a Região Leste Fluminense no ano de 2010 TAXAS POR 100000 HABITANTES Gráfico 1.1.4 – Causas específicas de notificação compulsória e respectivas taxas* estimadas para Itaboraí, Guapimirim, Cachoeiras de Macacu e para a região leste fluminense no ano de 2010 *Para a dengue, o denominador da taxa é de 10.000 habitantes. Para os demais agravos, utiliza-se como parâmetro 100.000 habitantes Monitoramento de indicadores epidemiológicos por quadrimestres de 2006 a 2010 ÓBITOS OCORRIDOS EM 2010, POR UVL, E PRINCIPAIS FOCOS IDENTIFICADOS EM 2009, PARA A REGIÃO DO MONITORAMENO EPIDEMIOLÓGICO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO COMPRJ Mortes por gripe e pneumonia Mortes por doença pulmonar obstrutiva CASOS DE DOENÇAS NOTIFICADAS EM 2010, POR UVL, E PRINCIPAIS FOCOS IDENTIFICADOS EM 2009, PARA A REGIÃO DO MONITORAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO COMPRJ Casos novos de tuberculose Casos novos de dengue DELITOS RELATIVOS À SEGURANÇA PÚBLICA REGISTRADOS EM 2010, POR UVL, E PRINCIPAIS FOCOS IDENTIFICADOS EM 2009, PARA A REGIÃO DO MONITORAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO COMPRJ Acidentes de transito com mortes Acidentes de transito com feridos Município de Itaboraí Indicadores epidemiológicos por 100.000 habitantes no período 2009-2010, para o Município de Itaboraí e Áreas Críticas. Unidade de Análise Geográfica Áreas Críticas Município de Itaboraí População Tuberculose % Tx Aids N % N N 16.439 7,4 21 13,1 124,7 5 % Óbitos por Agressão Tx N 6,0 30,4 8 % Tx 8,4 48,7 223.502 100,0 160 100,0 71,6 82 100,0 36,7 95 100,0 42,5 N = número médio de casos no período 2009-2010 Óbitos por Agressão (SIM), no município de Itaboraí – 2009 e 2010 Número de casos, taxa por 10.000 habitantes e percentual de casos em Área Crítica segundo classes de UVL. Casos Área Critica / Unidade de análise População Casos Tx classe socio-eco (%) Classe A+ 34.540 38 11,0 Área Crítica 2.969 5 16,8 31,2 Classe A66.288 36 5,4 Área Crítica 3.810 2 5,2 12,5 Classe M+ 46.768 30 6,4 Área Crítica 2.794 5 17,9 31,2 Classe M50.835 39 7,7 Área Crítica 6.858 4 5,8 25,0 Classe B+ 15.861 3 1,9 Área Crítica 1.294 0 0,0 0 Classe B7.067 1 1,4 Área Crítica 0 0 0,0 0 Fonte: Elaborado a partir de dados disponibilizados pelo Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) Óbitos por agressão Total no período (2009-2010) 191 Não classificados N % 19 10,0 AGENDA COM OS PRINCIPAIS PROBLEMAS DE SAÚDE IDENTIFICADOS NOS MUNICÍPIOS DA REGIÃO DO MONITORAMENTO EPIDEMIOLÓGICO EM 2010 VIGILÂNCIA DA SAÚDE DE BASE TERRITORIAL LOCAL NO SUS: PERSPECTIVAS UM OUTRO CENÁRIO DE FUTURO: -A NATUREZA MÚLTIPLA DOS DADOS E DAS FONTES DE INFORMAÇÃO, IMPONDO A NECESSIDADE DE APLICAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE NOVOS MÉTODOS DE TRABALHO -INFORMAÇÃO LOCAL CONTEXTUALIZADA NO TERRITÓRIO E NO PROCESSO HISTÓRICO -INFORMATIZAÇÃO RADICAL DOS PROCESSOS DE TRABALHO E IMPLEMENTAÇÃO DE RECURSOS DE COMUNICAÇÃO DE ACESSO PÚBLICO VIA INTERNET -CONSOLIDAÇÃO DE REDE DE NÚCLEOS DE ANÁLISES DE SITUAÇÕES DE SAÚDE NOS DIFERENTES NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS E REDE DE NÚCLEOS DE ANÁLISES DE SITUAÇÕES DE SAÚDE FORA DOS SERVIÇOS DE SAÚDE. -INCORPORAÇÃO NO SISTEMA NACIONAL DE VIGILÂNCIA DE NOVOS ATORES INSTITUCIONAIS DA SOCIEDADE CIVIL -CARREIRA PARA OS TRABALHADORES DO SUS O PRÓPRIO MUNDO SE INSTALA NOS LUGARES, SOBRETUDO NAS GRANDES CIDADES, PELA PRESENÇA MISTURADA, VINDA DE TODOS OS QUADRANTES E TRAZENDO CONSIGO INTERPRETAÇÕES VARIADAS E MÚLTIPLAS QUE AO MESMO TEMPO SE CHOCAM E COLABORAM NA PRODUÇÃO RENOVADA DO ENTENDIMENTO E DA CRÍTICA DA EXISTÊNCIA. A GLOBALIZAÇÃO ATUAL NÃO É IRREVERSÍVEL. AGORA QUE ESTAMOS DESCOBRINDO O SENTIDO DE NOSSA PRESENÇA NO PLANETA PODE-SE DIZER QUE UMA HISTÓRIA UNIVERSAL VERDADEIRAMENTE HUMANA, FINALMENTE, ESTÁ COMEÇANDO. MILTON SANTOS O RECOMEÇO DA HISTÓRIA, 2000