Fundação Universidade Federal do Rio Grande
Departamento de Ciências Fisiológicas
Setor de Farmacologia
Bloqueadores Neuromusculares
Organização:Ana Luiza Muccillo-Baisch e Daniela Marti Barros
Colaboração: Eli Sinnott Silva, Fernando Amarante Silva e Guiomar Oliveira
BNM: histórico
• Índios bacia amazônica veneno extremidade das
flechas
• paralisia e morte da caça
• ausência de sintomas de intoxicação e morte de
quem consumia
• 1850: Claude Bernard mostrou efeito periférico
(entre junção nervosa e muscular)
• 1906: Langley sugere interação com “substância
receptiva” na placa motora
BNM: histórico
• 1935: elucidada estrutura da d-tuboc (bambús)
• 1942: Griffth e Jonhson, d-tubocurarina e uso
clínico em anestesiologia para relaxamento
muscular durante cirurgia
BNM: histórico
• curare: mistura de alcalóides ocorrência natural
encontrado em diversas plantas sul-americanas e
utilizados como venenos para pontas de flechas dos
índios
•
•
•
•
•
•
•
•
Chondrodendron tomentosum, Menispermaceae,
Cissampelos pereirii, Menispermaceae
Strychnos sp., Loganiaceae,
Aconitum napellus, wolfbane, Ranunculaceae
Acokanthera venenata, Apocynaceae
Antiaris toxica, Moraceae
Physostigma venenosum, Fabaceae
Abrus precatorius, rosary bean, Fabaceae
Fibra colinérgica
transportador
de colina
BNM: transmissão neuromuscular
BNM: RECEPTOR NICOTÍNICO
choline
recapture
action
potential
Choline
acetylcholine
esterase
choline acetylase
R
ACh (10,000)
ACh
in vesicle
- +
Ca++
calcium entry
presynaptic
receptors
diffusion
BNM
Bloqueio da transmissão neuromuscular
Inibição da síntese de acetilcolina
– bloqueio no transporte de colina (hemicolíneo,
trietilcolina)
– bloqueio no transporte de Ach para vesícula (vesamicol)
Inibindo a liberação
– inibidores do impulso nervoso (anestésicos locais)
– bloqueio do Ca++
– toxinas (botulínica e β-bungarotoxina-najas)
Interferindo com a atuação pós-sináptica nos receptores
– bnm
• despolarizantes
• adespolarizantes
BNM: substâncias
COMPETITIVOS
pancurônio (Pancuron®)
atracúrio (Tracrium®)
rocurônio (Esmeron®)
galamina (Flaxedil®)
alcurônio (Alloferine®)
cisatracúrio (Nimbium®)
galamina (Flaxedil®)
pipecurônio
vecurônio
mivacúrio
d-tubocurarina
doxacúrio
DESPOLARIZANTES
succinilcolina (Quelicin®)
decametônio
suxametônio
Bloqueadores Neuromusculares
Bloqueadores competitivos (não despolarizantes)
compostos aminoesteróides
pancurônio (Pancuron®)
vecurônio
pipecurônio
rocurônio (Esmeron®)
galamina (Flaxedil®)
d-tubocurarina
galamina (Flaxedil®)
compostos benzilisoquinolinas
atracúrio (Tracrium®)
doxacúrio
mivacúrio
cisatracúrio
BNM: mecanismo de ação
AGENTES NÃO DESPOLARIZANTES
antagonistas nos receptores nicotínicos da placa
terminal, ligando-se a uma ou ambas unidades  do
receptor
bloqueio do canal:
canal aberto
canal fechado
BNM:mecanismo de ação
AGENTES DESPOLARIZANTES
- ligam-se ao receptor nicotínico e atuam como um
agonista, despolarizando-o:
BLOQUEIO DE FASE I
 abertura do receptor
 despolarização placa terminal
 propagação e despolarização membrana adjacente
 contração muscular generalizada e desorganizada
BNM:mecanismo de ação
- BLOQUEIO DE FASE II
 exposição continuada ao BNM
 repolarização iniciada porém membrana incapaz
de repolarizar-se novamente
 bloqueio canal
 dessensibilização
BNM:farmacocinética
substância
suxametônio
d-tuboc
galamina
pancurônio
vecurônio
atracúrio
duração do efeito
03’
30’
15’
60’
15’
10’
via de eliminação
hidrólise ChE plasma
hepática 70%, renal 30%
renal 95%
renal 80%
hepática 95%
hidrólise espontânea plasma
BNM: utilização clínica
• Cirurgias
– relaxamento muscular durante cirurgia: ação duradoura
e reversível
• afeccões espásticas
– trisma, tétano
• controle das convulsões
– epilepsias, intoxicação anestésicos locais,
eletroconvulsoterapia
• manobras ortopédicas
• laringoscopis, broncoscopia, tec.
• Controle da ventilação
BNM: comparação
• Efeitos cardiovasculares comparativos dos BNM a despolarizantes
Bloqueio
ganglionar
Bloqueio
vagal
Liberação
catecolaminas
Liberação
histamina
d-tuboc
3
2
1
3
Pancurônio
1
2
2
1
Vecurônio
1
1
1
1
Atracúrio
1
1
1
2
Mivacúrio
1
1
1
2
Doxacúrio
1
1
1
1-2
Pipecurônio
1
1
1
1
Rocurônio
1
1-2
1
1
Alcurônio
2
2
1
1
1- nenhum ou mínimo
Adaptado de Silverman, 1994
BNM: efeitos colaterais
Droga
Velocidade
de início
d-Tubocurarina Lenta > 5 min
Galamina
Lenta
Pancurônio
Vecurônio
Intermediária
(2-3 min)
Intermediária
Atracúrio
Intermediária
Mivacúrio
Rápida
(2 min)
Rápida
Suxametônio
Duração de Principais
ação
efeitos col.
Prolongada
(1-2h)
Prolongada
Hipotensão (bloqueio
ganglionar + lib hist.)
broncoconstrição
Taquicardia
(antag musc)
Prolongada
Taquicardia discreta
Intermediária
(30-40 min)
Intermediária
(< 30 min)
Curta
(15 min)
Curta
(10 min)
Poucos efeitos
colaterais
Hipotensão transitória
(liberação histamina)
Hipotensão transitória
(liberação histamina)
Bradicardia, arritmias,
elevação da pressão
intraocular, dor musc.
BNM: interações medicamentosas
• inibidores da colinesterase
– reversão dos efeitos dos BNM não despolarizantes
– prolongamento dos efeitos dos despolarizantes
• anestésicos gerais
– ação estabilizadora da junção neuromuscular
» (p. ex. halotano)
• antibióticos aminoglicosídeos
– sinergismo com os BNM competitivos (com o Ca++)
» (p. ex. gentamicina, tobramicina)
• bloqueadores do canal de Ca++
– bloqueio ganglionar (taquicardia)
BNM: efeitos indesejáveis
despolarizantes
• Bradicardia
• liberação K+ (arritmias)
– queimados, traumatismos
• aumento pressão intra-ocular
– contratura musculatura extra-ocular
• paralisia prolongada
– chE geneticamente modificada
– antichE (organofosforados, glaucoma)
– hepatopatias
• hipertermia maligna (congênita rara)
– espasmo muscular e aumento súbito To corporal
BNM: efeitos indesejáveis
competitivos
• d-tubocurarina
– bloqueio ganglionar (taquicardia)
– liberação histamina
– hipotensão
– broncoconstrição
• galamina
– bloqueio muscarínico (taquicardia, hipertensão)
• pancurônio
– bloqueio ganglionar (taquicardia)
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