CARACTERÍSTICAS DA ATIVIDADE ELÉTRICA CARDÍACA
-Grande diversidade de morfologias dos P.A.:
-Células atriais – potenciais de menor intensidade e amplitude
semelhante às céls. ventriculares;
-Células nodais – menor amplitude (cerca de 60 mV); potencial em
rampa (potencial de repouso não estável)
CANAIS IÔNICOS NO MÚSCULO CARDÍACO
1) CANAL DE Na (INa) – 2 “gates”, 3 estados de ativação (1 condutivo e 2 não
condutivos)

- 90 mV – canais fechados, não inativados

- 50 mV – maioria dos canais inativados

Período refratário relativo – uma parcela dos canais tem a inativação
removida pela repolarização

Bloqueado por tetrodotoxina (TTX) em concentrações micromolar e
anestésico local (lidocaína) – reverte arritmias dependentes de distúrbios de
condução
m=0
m=1
 Estímulo 

h=1
REPOUSO
m=1
INATIVAÇÃO
ATIVAÇÃO
RECUPERAÇÃO
h=1
h=0
Comportas do canal de sódio do axônio da lula
Estado do canal
Estado da
comporta m
Estado da
comporta h
Fechado
(em repouso)
Fechado
Aberto
Aberto
Aberto
Aberto
Fechado
(inativado)
Aberto
Fechado
Comportas m se fecham mais rápido do que se fecham
comportas h
2) CANAL DE Ca (ICa) – 2 tipos no miocárdio: tipo L (de long lasting) e
tipo T (de transient)

Tipo L – fosforilado por proteína quinase A e bloqueado por
diidropiridinas; responsável pela fase 0 do P.A. no tecido nodal e
platô nas células atriais e ventriculares; ativado e inativado em
potenciais mais negativos; despolarização para 20 mV ativa apenas
canais do tipo L

Tipo T – miócitos ventriculares, nódulo sinusal e fibras de Purkinje;
completamente inativado em potenciais não tão negativos (-50 mV)
EQUAÇÃO DE GOLDMAN-HODKING-KATZ
3) CANAIS DE POTÁSSIO
a) Retificador de impulso (IK1) – manutenção do pot. de repouso; este
canal se fecha imediatamente após a despolarização, quando pot. se
afasta do EK+, diminuindo a saída de K+
b) Ativado por acetilcolina (IKACh) – ACh interage com receptor
muscarínico – ativa proteína Gi – diminui a duração do P.A.,
reduzindo o platô a um mínimo, já que cria uma via de efluxo de K +
c) Regulado por ATP (IKATP) – abrem quando há depleção de ATP,
hiperpolarizam o miocárdio para “poupar” energia
d) Corrente transiente de efluxo (Ito) – o limiar para sua ativação é –30
mV – é composta por 2 correntes Ito1 e Ito 2 – a última depende da
concentração intracel. de cálcio e o íon permeante é o Cle) Corrente de potássio retificador retardado (IK) – cinética mais lenta, o
potássio sai da célula, repolarizando-a; dois componentes IKr (-30 a
–20 mV) e Iks (0 a 10 mV)
BASES IÔNICAS DO POTENCIAL DE AÇÃO
FASE 0 - DESPOLARIZAÇÃO – aumento da condutância ao Na
(INa)
FASE 1 - REPOLARIZAÇÃO RÁPIDA INICIAL – Ito (ativado
pela despolarização) que permite saída de K, pode ser entrada de Cl
FASE 2 – PLATÔ – correntes despolarizantes (influxo) = correntes
repolarizantes (efluxo) – pot. de membrana varia pouco – inativação
INa, abertura ICaL, fechamento de IK1
FASE 3 – REPOLARIZAÇÃO RÁPIDA FINAL – diretamente
relacionada com IK, sendo que IK1 também contribui
FASE 4 – POTENCIAL DE REPOUSO – IK1 - saída de K

POTENCIAL DE AÇÃO LENTO
FASE 0 - DESPOLARIZAÇÃO – ICaL – ativação mais lenta que Na –
nas células de Purkinje INa
FASE 1 e FASE 2 – não estão presentes
FASE 3 – REPOLARIZAÇÃO – diretamente relacionada com IK
FASE 4 – DESPOLARIZAÇÃO DIASTÓLICA – If (entra Na e Ca e sai
K), IK, IK1, ICaT
IKs porque têm lenta inativação ainda estão abertos na despolarização
diastólica
ICaT – principal gênese do pot. marcapasso – maior densidade no NSA ativado em –60 mV e leva à despolarização adicional (-30 mV) abrindo
ICaL
SEQÜÊNCIA DE ATIVAÇÃO CARDÍACA
1) ATIVAÇÃO ATRIAL – despolarização do nodo sinusal; onda de
despolarização se espalha pelos dois átrios (veloc. 0,8 m/s) – 90 –100 ms
para se completar
2) RETARDO NODAL – 60-120 ms para percorrer o nodo AV e chegar ao
ventrículo
3) ATIVAÇÃO SEPTAL – septo e regiões mais anteriores da base
despolarizam primeiro
4) ATIVAÇÃO DO ÁPICE – do endo para o epicárdio; como massa
ventricular esquerda maior, o sentido preferencial é para a esquerda
5) ATIVAÇÃO DA BASE – as últimas regiões a se despolarizarem são as
da base do ventrículo esquerdo
REPOLARIZAÇÃO CARDÍACA
REPOLARIZAÇÃO ATRIAL – a repolarização atrial inicia 150 a 200
ms após sua despolarização, começando pelas regiões mais próximas ao
nodo SA (que despolarizaram primeiro) – fenômeno mais lento que
despolarização
•RREPOLARIZAÇÃO VENTRICULAR – as últimas regiões dos
ventrículos a despolarizarem são as primeiras a repolarizarem, ou seja, do
epi para o endocárdio
•MMOTIVOS:
a) potencial de ação das fibras do endocárdio tem maior platô do que no
epicárdio (principalmente por causa do sistema His-Purkinje)
b) fluxo nas artérias coronárias subendocárdicas menor pela pressão
exercida na parede durante a sístole
c) artérias coronárias subendocárdicas de menor calibre
RELAÇÕES TEMPORAIS ENTRE O PA
VENTRICULAR CARDÍACO E O ECG