SERVIÇOS Gestão nacional SESI cria atendimento único para grandes empresas O SESI Nacional lançou no ano passado o Programa de Base Nacional, uma iniciativa da área de Relações com o Mercado, para tornar mais ágil e eficiente a gestão dos serviços prestados pela instituição a grandes empresas contribuintes do Sistema Indústria. Companhias de grande porte, presentes em diversos Estados, já podem contar com atendimentos de saúde, educação, lazer e esporte, em todas as filiais, a partir de único contrato firmado com o Departamento Nacional. O novo programa recebeu a adesão de importantes companhias. Uma delas é a Brasil Telecom, para a qual o SESI presta serviços de Saúde e Segurança do Trabalho em 13 Estados, além do Distrito Federal. Satisfeita, a Brasil Telecom decidiu estender esse serviço às demais unidades por meio de gestão unificada. Em outras regiões do País, a Brasil Telecom recebia esses atendimentos de várias clínicas e médicos, relata Luciane da Silveira, médica do Trabalho da empresa. “Constatamos, então, a necessidade de unificar a gestão para obtermos prontuários médicos uniformizados, de forma que, daqui do meu escritório, seja possível acessar a ficha médica de todos os colaboradores da companhia”, acrescenta. Empresas como a Petrobras e a BR Distribuidora apresentaram necessidades similares em outras áreas de atuação do SESI: atendimento nacional para programas de educação e lazer. “A demanda era por uma linha de gestão corporativa de negócios”, explica Andréa Guimarães Nunes, gerente de Relações com o Mercado do Departamento Nacional. “Não adiantava para essas companhias ter um programa funcionando bem num Estado e mal em outro”, afirma. PADRÃO DE QUALIDADE Além de padronizar a qualidade dos serviços, as empresas querem valorizar os recursos disponíveis e dar mais agilidade ao comando com apenas um contrato. As vantagens dessa padronização, explica Andréa, vão além da capacidade de medir com maior eficiência os resultados dos programas em cada localidade. “Essas companhias seguem padrões de qualidade internacional e, além de aferir os resultados, elas têm de comunicar esses dados a seus parceiros”, explica. Com dados centralizados fica muito mais eficiente a comunicação da empresa com clientes e fornecedores. O Programa de Base Nacional foi desenvolvido para atender especificamente essas novas demandas. “Criamos a alternativa para contemplar as empresas que não querem ter um contrato por Estado, mas apenas um de âmbito nacional, com o qual conseguem implementar gestão única de trabalho”, salienta Andréa. A iniciativa tornou muito mais ágil o sistema de saúde e segurança do trabalho da Brasil Telecom. “Não preciso pedir a outro médico do Trabalho informações de um de nossos colaboradores”, diz Luciane. “Se quero acessar a ficha médica de um trabalhador afastado pelo INSS, FOTO: SESI/SÃO PAULO Na Petrobras, em São Sebastião (SP): empregados terceirizados também se beneficiam 9 SERVIÇOS FOTO: SESI/PARANÁ é só recorrer ao sistema integrado”, acrescenta. Problemas de outras filiais, segundo ela, passaram a ser solucionados com muito mais facilidade. “Tive um caso mais complicado em Goiás, que resolvi junto com o médico da filial graças às informações disponibilizadas no sistema”, cita. “Consigo saber como cada unidade está funcionando.” 1 FOTO: MIGUEL ÂNGELO 2 FOTO: DIVULGAÇÃO FOTO: MIGUEL ÂNGELO 3 1. José Bento Chagas Neto, à direita, empregado da Petrobras recebe o kit escolar, do prefeito Rudney Gimenez, de Pontal do Paraná (PR). 2. Andréa: respeito à diversidade. 3. Jeany Batista, do DR-CE, e Hermano Teles, da Petrobras: o SESI vai ao cliente. 4. Sylvia: 4 visibilidade para a marca SESI Todos os médicos das filiais são profissionais do SESI capacitados pelo Departamento Nacional. “Embora tenhamos gestão única, as características e peculiaridades de cada região são respeitadas em todas as áreas”, salienta Andréa. 10 O serviço médico na empresa ficou mais ágil e organizado na avaliação também de colaboradores. Dinalva Martins da Silva, há cinco anos assistente administrativa da Brasil Telecom, diz ter sentido a melhora na qualidade do atendimento. “Com o serviço centralizado, o atendimento ficou mais rápido, não precisamos esperar e nos sentimos mais à vontade”, afirma. Os exames periódicos são marcados pelos profissionais da área da saúde. “Não precisamos nos preocupar porque uns dias antes eles nos ligam para lembrar da consulta”, acrescenta. AGILIDADE E ORGANIZAÇÃO Várias ações foram realizadas para padronizar o serviço na área de Saúde e Segurança no Trabalho, revela Sylvia Yano, especialista do DN nessa área. “Primeiro realizamos uma discussão técnica com os 13 Departamentos Regionais e depois publicamos um manual com um conjunto de documentos que normatiza os serviços e define o formato dos relatórios finais”, explica. Manter uma comunicação eficiente com os 13 DRs, revela, era um dos maiores desafios. Videoconferências, treinamento das equipes, padronização dos sistemas e realização de ajustes necessários, segundo Sylvia, ajudaram a superar a dificuldade de comunicação. Além de eficiência e padrão de qualidade, as empresas, na sua avaliação, conseguem com esse programa redução de custos. “Com uma negociação única é possível obter preços melhores para os serviços”, afirma. Para o SESI, Sylvia vê uma grande vantagem: a maior visibilidade da marca, uma vez que a entidade estará presente em todas as unidades de uma grande empresa. Para Décio Eustáchio Oliveira, diretor da unidade do SESI em Ceilândia, no Distrito FOTO: SESI/PARANÁ OPORTUNIDADES Três trabalhadores da Queiroz Galvão, alunos da quarta série do ensino fundamental, demonstram entusiasmo com as aulas no canteiro de obras da Petrobras em São Sebastião, litoral de São Paulo. “Essa é uma boa oportunidade para retomar os estudos”, diz o motorista de carreta Valdenor Dias Ferreira, de 42 anos. Para o ajudante Nivaldo Soares da Silva, de 47 anos, o método de ensino utilizado é muito mais eficiente. “Aprendi até a preencher cheque”, comemora. O armador Jovenil Ferreira Castilho, de 40 anos, resume em uma frase o significado da volta à sala de aula: “O estudo é muito importante na vida de um homem porque sem ele não somos nada”. O SESI já iniciou esse trabalho em São Paulo e no Paraná. “Teremos uma demanda expressiva no Amazonas, em virtude das obras para trazer o gás natural da Bolívia”, informa Andréa. No Amazonas, o regime de trabalho 5 FOTO: SESI/PARANÁ 6 5. No Paraná: Paulo Alencar, gerente da Petrobras, fala sobre a importância do programa na aula inaugural. 6. Isabel: dividindo experiência com outros Regionais. 7. Concetta: metodologia de ensino para todos os níveis de desenvolvimento dos alunos dos professores será de imersão. “Os alunos estão nas plataformas e os professores terão de permanecer lá por períodos de 15 dias”, explica. Obras da Petrobras em Pernambuco, Alagoas, Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro também serão contempladas. “Com essa iniciativa, percebemos que há um resgate da cidadania, uma inserção do trabalhador não só no grupo de trabalho como na sociedade e isso é muito gratificante”, diz Ana Claudia Pernes, pedagoga do setor de Qualificação de Fornecedores da Petrobras. Segundo ela, a elevação do nível de escolaridade dos trabalhadores é um dos compromissos firmados entre a estatal e as empresas parceiras. Um dos objetivos da iniciativa é reduzir os índices de acidentes nos canteiros de obras. 7 11 FOTO: SESI/SÃO PAULO Federal, por onde a parceria se iniciou, há uma grande vantagem regional: “É uma excelente vitrine para mostrar nosso trabalho, que foi reconhecido”, afirma. Com a Petrobras Engenharia, o SESI Nacional firmou um contrato para, no prazo de seis meses, aumentar o nível de escolaridade de jovens e adultos, empregados dos canteiros de obras de construção de dutos. Essa primeira etapa abrangerá oito Estados e deverá beneficiar a princípio 1,5 mil trabalhadores. “Esse trabalho é específico e personalizado e esse número pode ser superado logo na primeira etapa”, diz Andréa. As pessoas beneficiadas são funcionários de empresas contratadas pela Petrobras para realizar as obras. “São empreiteiras, como a Queiroz Galvão e Odebrecht, que também fazem parte do Sistema Indústria”, ela ressalta. SERVIÇOS FOTO: SESI/SÃO PAULO 1 FOTO: MIGUEL ÂNGELO 2 O Programa de Base Nacional permitiu levar, segundo ela, esse serviço a diversas localidades. “As empreiteiras se comprometem a liberar os empregados para as aulas, fornecer transporte e alimentação”, afirma. A Petrobras, segundo Ana Claudia, só aguarda a finalização das negociações com outras empresas para iniciar as aulas em canteiros de obras de Alagoas, Amazonas, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia. Assim como a área de Saúde e Segurança no Trabalho, a geFOTO: SESI/MIGUEL ÂNGELO 3 1. Petrobras em São Paulo: prazo de seis meses para melhorar a escolaridade. 2. Goretti:união pelo objetivo comum. 3. Marcolino: diagnóstico para cada localidade 12 rência de Educação de Jovens e Adultos recorreu a reuniões técnicas com profissionais de todos os DRs envolvidos para entender as especificidades do cliente e definir a melhor estratégia de atendimento. “Essas reuniões nos possibilitaram entender melhor a sistemática do trabalho, conhecer as necessidades do cliente e socializar com os demais DRs as experiências vividas e o alinhamento dos trabalhos”, avalia a consultora em Gestão Social da Coordenação de Educação e Cidadania do DR-Paraná, Isabel Cristina Ribas. OBJETIVO COMUM Na ocasião, profissionais do Regional de São Paulo, pioneiro na parceria com a Petrobras Engenharia nesse trabalho, relataram sua experiência. “O importante é que as metodologias de ensino do SESI podem se adequar a qualquer nível de desenvolvimento do aluno”, diz Concetta Iannaccaro, gerente de Educação de Jovens e Adultos do DR-SP. Atender empresas desse porte, acrescenta, é muito importante para o SESI: “Cada DR tem uma forma de alfabetizar, mas todos atendem às demandas e exigências da Petrobras”. Videoconferências, treinamento de professores e supervisão do trabalho por analistas pedagógicos contribuíram para aperfeiçoar a estratégia de atendimento personalizado. Além disso, um site de monitoramento ajuda a tornar a comunicação entre DN, DRs e Petrobras mais eficiente. “Se a coordenadora de Desenvolvimento de Pessoas da Petrobras fizer alguma solicitação para um Departamento Regional, outros Regionais podem interferir, eu também fico sabendo e juntos resolvemos o problema”, explica Goretti Pinho, gerente de Educação de Jovens e Adultos do Departamento Nacional. “São insti- FOTOS: DIVULGAÇÃO tuições que se unem em torno de um objetivo comum”, completa. Com a BR Distribuidora, o Departamento Nacional desenvolve o SESI Ginástica na Empresa. “A BR tem um programa de melhora da qualidade de vida e precisava ter a ginástica laboral em 11 Estados”, relata Andréa. Os atendimentos abrangem 2,4 mil colaboradores de terminais terrestres, aeroportos e sedes administrativas. “Fazemos um diagnóstico em cima dos eventuais problemas de cada localidade e elaboramos uma série específica de exercícios para cada uma”, diz Luiz Carlos Marcolino, gerente de Lazer para a Indústria do DN. A videoconferência, segundo ele, ajudou a fazer um alinhamento conceitual e de procedimento com os profissionais dos diversos DRs. “Quando há alguma necessidade específica, nos articulamos com o Regional para poder atendê-la”, explica. O trabalho tem atingido seus objetivos, segundo Sandra Mara Figueiredo Maciel, coordenadora do Projeto de Promoção da Saúde e Qualidade de Vida da BR Distribuidora. “Todos os nossos projetos têm indicadores que precisam ser apresentados à alta administração para justificar o investimento”, explica. “Era muito difícil manter um controle dos dados de todas essas unidades”, relata. DIVERSIDADE O programa SESI Ginástica na Empresa tem reduzido os índices de afastamento e absenteísmos – falta ao trabalho por motivo de doença –, além de diminuir os problemas de dores lombares. “Vamos ter tudo isso em indicadores que mostrarão ainda os resultados dos exercícios na qualidade de vida do trabalhador”, afirma. Para cada localidade, o SESI desenvolveu uma série específica de exercícios. “Os exercícios para as áreas operacionais 4 5 4. Alfabetização no canteiro de obras: empregado com melhor autoestima aumenta produtividade 5. Ginástica na Empresa: incentivo para trabalhadores de todos os Estados e administrativas são diferentes”, explica. Para os próximos meses, a BR Distribuidora lançou um novo desafio para o SESI: levar o programa SESI Ginástica na Empresa para locais onde a companhia mantém no máximo dois empregados. “Já estamos estudando com o pessoal do SESI a maneira mais viável”, diz Sandra. “Podemos utilizar manuais ou vídeos, enfim esse é o nosso próximo desafio.” Trabalhadores da companhia já sentem os benefícios do programa. “O pessoal está animado e muitos homens que achavam que ginástica laboral é coisa de mulher já aderiram ao programa”, diz a técnica em contabilidade do terminal de carregamento de Fortaleza, Maria de Lourdes Soares Viana. “Os exercícios trazem um grande alívio quando estamos estressados e cheios de trabalho”, conclui. 13