ANÁLISE NUTRICIONAL DOS ALUNOS DE 5ª E 6ª SÉRIE DA E.E. ÁLVARO GUIÃO E SUAS IMPLICAÇÕES NA ESTRUTURAÇÃO DE AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA Lara Lemos Graziadei1 Rozinaldo Galdino da Silva (O)2 1. Introdução Nosso corpo pode ser comparado a uma máquina e para que ele funcione bem é preciso que seja bem cuidado. Um dos pontos essenciais para este adequado funcionamento consiste no cuidado com a alimentação principalmente na infância e adolescência, tendo em vista as inúmeras transformações que ocorrem nestes períodos. Essa atenção deve existir porque de acordo com Burton (1979) nestas fases há grande desgaste energético devido ä necessidade imposta pela manutenção e construção de tecidos novos, pelas exigências da maior atividade física e, até certo ponto, pela inter-relação de fatores intrínsecos e ambientais, tais como mudanças emocionais à medida que a criança em crescimento reage à sua maturação e circunstância de vida. Uma boa alimentação, de acordo com Radaelli (2001), pode gerar os seguintes benefícios: a) desprendimento da energia necessária para a realização das atividades do dia-a-dia: estudar, pensar, aprender, brincar etc. b) possibilidade de utilização dos nutrientes na construção dos músculos, cálcio para a formação de ossos e dentes, vitaminas e minerais para evitar doenças, por exemplo; c) representar um momento prazeroso que podemos compartilhar com a família ou amigos, etc. Importante acrescentar que o desenvolvimento humano depende da herança genética do indivíduo e dos meios físicos e culturais em que ele nasceu, sendo que os alimentos que fornecem os nutrientes necessários ao crescimento constituem-se em fator ambiental essencial para o desenvolvimento. 1 Professora de Educação Física da Rede Estadual de Ensino de São Paulo, Diretoria Regional de Ensino de Matão/Araraquara e aluna da I Turma do Curso de Especialização em Educação Física Escolar (lato sensu) do DEFMH/UFSCar. 2 Professor Adjunto do DEFMH/UFSCar e do Curso de Especialização em Educação Física Escolar. 2 Desta forma, a alimentação equilibrada e balanceada constitui-se em um dos fatores fundamentais para o bom desenvolvimento físico, psíquico e social do ser humano, fazendo com que essa máquina funcione corretamente. 1.1 Objetivo e Justificativa O objetivo desse trabalho consistiu em verificar a qualidade e a quantidade de refeições realizadas diariamente por alunos de 5ª e 6ª séries da E.E. Álvaro Guião na cidade de São Carlos durante uma semana no ano de 2005 e suas implicações para, e na, estruturação das aulas de Educação Física para esta população. O tema escolhido ocorreu inicialmente porque, ministrando aulas como professora substituta nesta instituição, tive a curiosidade de unir a importância da alimentação no desenvolvimento motor, físico, mental e afetivo nessa faixa etária, com o que estava sendo consumido por esses alunos. A partir disso resolvi averiguar este fator na vida desses alunos. 2 Revisão de Literatura 2.1 O ensinar Ensinar é considerado por alguns como uma tarefa fácil; para outros, uma tarefa um tanto quanto complexa. Apesar destas visões diferentes, algo em comum pode ser verificado: sendo fácil ou difícil, requer muita dedicação e paciência. De acordo com Freire (1996, p. 12) [...] ensinar não é transferir conhecimentos, conteúdos nem formar é ação pela qual um sujeito criador dá forma, estilo ou alma a um corpo indeciso e acomodado. Não há docência sem discência, as duas se explicam e seus sujeitos, apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto, um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. Quem ensina ensina alguma coisa a alguém [...]. O autor comenta de forma bastante clara, que não existe uma maneira de ensinar sem ter para quem ensinar, ou seja, não adianta o professor formular várias estratégias de ensino se não tiver para quem aplicar essas estratégias. Além disso, esse mesmo autor, no mesmo livro mencionado anteriormente, comenta: “Ensinar não se esgota no ‘tratamento’ do objeto ou do conteúdo, superficialmente feito, mas se alonga à produção das condições em que aprender criticamente é possível. E essas condições implicam ou exigem a presença de educadores e educandos criadores, instigadores, inquietos, 3 rigorosamente curiosos, humildes e persistentes. Faz parte das condições em que aprender criticamente é possível, a pressuposição por parte dos educandos de que o educador já teve ou continua tendo experiência da produção de certos saberes e que estes não podem a eles, os educandos, ser simplesmente transferidos. Pelo contrário, nas condições de verdadeira aprendizagem os educandos vão se transformando em reais sujeitos da construção e da reconstrução do saber ensinado, ao lado do educador, igualmente sujeito do processo” (FREIRE, 1996, p. 13). O ponto inicial para o trabalho do professor, como já mencionado, é ter para quem ensinar. Sem aluno o professor não tem o porque e para quem transmitir conhecimentos. No entanto, após esse passo, o professor deve conhecê-los, para transmitir e trocar experiências, pois, o aluno não é uma tabula rasa, que só absorve. Além disso, cabe ao professor respeitar a individualidade de cada aluno, e a realidade em que este vive (FREIRE, 1996), tentando fazer com que a prática docente crítica, implicante do pensar certo, envolva o movimento dinâmico, dialético, entre o fazer e o pensar sobre o fazer, de modo a estimular a reflexão crítica sobre a prática tornar-se uma exigência da relação teoria/prática sem a qual a teoria pode ir virando palavras sem sentido e a prática, ativismo (FREIRE, 1996). O mesmo autor comenta de forma bastante interessante essa questão de respeitar a realidade que o aluno traz: “Por que não aproveitar a experiência que têm os alunos de viverem em áreas da cidade descuidadas pelo poder público para discutir, por exemplo, a poluição dos riachos e dos córregos e os baixos níveis de bem-estar das populações, os lixões e os riscos que oferecem as saúdes das gentes” (FREIRE, 1996, p. 14). Esse autor relata que grande parte das ações dos docentes sofrem influências da época quando foram discentes, ou seja, geralmente o professor vai ser com seus alunos aquilo que os professores dele foram com ele. “É interesse observar que minha experiência discente é fundamental para prática docente que terei amanhã ou que estou tendo agora simultaneamente com aquela. É vivenciando criticamente minha liberdade de aluno ou de aluna que, em grande parte, me preparo para assumir ou refazer o exercício de minha autoridade de professor “ (FREIRE, 1996, p. 14). Para finalizar essa parte é importante deixar claro que o ensinar é uma tarefa que requer bastante dedicação e vontade, e que o ato de ensinar não depende somente do professor e sim, do aluno e da realidade deste. 4 2.2 Parâmetros Curriculares Nacionais Em 1997 a Educação brasileira passou por algumas mudanças nos parâmetros curriculares nacionais, na qual, algumas questões sofreram modificações para que pudessem se adequar a realidade da sociedade. Entre essas mudanças o parâmetro afirma: “Cabe à escola trabalhar com repertório cultural local, partindo de experiências vividas, mas também garantir o acesso a experiências que não teriam fora da escola. Essa diversidade de experiências precisa ser considerada pelo professor quando organiza atividades, toma decisões sobre encaminhamentos individuais e coletivos e avalia procurando ajustar sua prática as reais necessidades de aprendizagem dos alunos” (BRASIL, 1997, s/p). Essa tarefa da escola também foi comentada por Freire (1996), mencionada acima, mas sendo tarefa do professor, que evidentemente faz parte da escola. Essas mudanças mencionadas acima estão relatadas nos PCNs da Educação Física, no entanto, todas as outras disciplinas mencionadas nos parâmetros também apresentam essa tarefa. Além dessas tarefas, os parâmetros da Educação Física apresentam entre vários dos objetivos no segundo ciclo3: Conhecer os limites e as possibilidades do próprio corpo de forma a poder controlar algumas de suas atividades corporais com autonomia e a valorizálas como recurso para manutenção de sua própria saúde. Inclusive entre vários critérios de avaliação da Educação Física para o segundo ciclo, existe o de “estabelecer algumas relações entre a prática de atividades corporais e a melhoria da saúde individual e coletiva” (BRASIL, 1997, p. 36). É objetivo da Educação Física fazer com que o aluno possua sua autonomia para a manutenção da saúde, além de fazer com que estes saibam estabelecer ligações entre a prática de atividade física e a melhoria da saúde. Além da prática de atividade física é importante que o aluno saiba se existe uma relação entre a alimentação e a melhoria da qualidade de vida, ou seja, se uma boa ou má alimentação pode ou não influenciar no desenvolvimento global do adolescente. 2.3 Desenvolvimento na adolescência 3 As séries que fazem parte do segundo ciclo são de 5ª a 8ª séries e é importante lembrar que esse trabalho será realizado com turma de 5ª e 6ª séries, por isso será mencionado apenas os objetivos do segundo ciclo. 5 A adolescência é uma transição entre a infância e a fase adulta, é o segundo período onde ocorre o crescimento mais rápido do futuro adulto, de acordo com Mitchell, Rynbergen, Anderson e Dibble (1978, p. 40) “Apresenta-se geralmente entre os 10 anos e meio e 13 anos para as meninas e entre 13 e 16 anos para os meninos, embora possa ocorrer mais cedo para algumas crianças e mais tarde para outras. As meninas crescem mais ou menos 7,6 cm por ano, enquanto os meninos podem crescer cerca de 10 cm por ano durante o estirão de crescimento. Dos 13 aos 16 anos, as meninas continuarão a crescer, mas a velocidades menores. Em contraste, a taxa de crescimento dos meninos declina com menos rapidez, e eles continuarão a crescer até o final da adolescência”. De acordo com estes autores, entre 11 e 16 anos (levando em conta as diferenças entre meninos e meninas) ocorre o maior estirão de crescimento do futuro adulto, por isso, muitas atitudes tomadas nessa faixa etária podem influenciar, o que será desse futuro cidadão. Por esse motivo essa pesquisa teve como população alunos de 11 a 13 anos, justamente por acreditar que essa fase é uma das mais importantes para o desenvolvimento do indivíduo. Além desses autores, Sá (1990, p. 21) também comenta a respeito dessa fase “O período da adolescência, que dura cerca de seis anos, começa, entretanto diferentemente para cada sexo. No sexo feminino o seu início é mais precoce, em torno de dez anos, já no sexo masculino, somente aos doze ou treze anos, surgem os caracteres sexuais secundários. A aceleração do crescimento, característica dessa idade, é precedida comumente de um aumento de peso, como se a natureza fizesse reservas calóricas para atendêlo. O valor calórico total do regime do adolescente não é apenas alto porque deve abranger a ração do crescimento, mas ainda, devido ao próprio metabolismo ser maior nesta idade do que o do adulto. Há diferença entre os gastos nos dois sexos; assim, as meninas de 12 a 14 anos consomem cerca de 2300 cal e os meninos, cerca de 2700 cal.”. A adolescência, como já mencionado, é uma fase muito importante para o desenvolvimento do ser adulto, e para que este ocorra são necessários alguns fatores, como por exemplo, a alimentação, que será comentada a sua importância no tópico seguinte. 2.4 Alimentação saudável A alimentação equilibrada e balanceada é um dos fatores fundamentais para o bom desenvolvimento físico, psíquico e social do ser humano e para isso Radaelli (2001) explica que existem algumas recomendações diárias. 6 As necessidades energéticas variam de pessoa para pessoa, de acordo com idade, sexo, altura peso, estado fisiológico (como gravidez, menopausa, etc.), atividade física, etc. De um modo geral o indicado é: Calorias Grupos populacionais Mulheres adultas sedentárias e pessoas idosas – 1600 Kcal; Pessoas idosas ativas*- 1800Kcal; Mulheres adultas ativas*-2000Kcal; Crianças, adolescentes do sexo feminino e homens adultos sedentários- 2200Kcal; Adolescentes do sexo masculino e Homens adultos ativos*.-2800Kcal; *Indivíduos que praticam atividade física com duração de 30 minutos pelo menos 3 vezes por semana. Por isso para que esta seja equilibrada é necessário que se observe a qualidade e quantidade dos alimentos, mantendo a harmonia entre estes. De acordo com Irala e Fernandez (2001) existem três princípios da alimentação saudável: a) Variedade: corresponde a utilização de diversos tipos de alimentos durante o dia e durante cada uma das refeições. Quanto mais variado melhor; b) Moderação: cada grupo de alimento deve ser consumido em determinada quantidade, para que se evite carências nutricionais por excesso ou deficiência. Com este princípio não existe, para uma pessoa saudável, alimento proibido e sim aqueles que devemos ficar mais atentos à quantidade que é consumida; c) Equilíbrio: reúne os conceitos de variedade e moderação, respeitando a utilização de vários alimentos em quantidades adequadas à cada pessoa. Esses princípios são essenciais para uma boa alimentação, além de nos informar a maneira como os alimentos devem ser consumidos a fim de nos proporcionar uma alimentação equilibrada. Estes princípios juntamente à pirâmide alimentar (a seguir) nos 7 informam sobre uma alimentação melhor e mais saudável. Esta pirâmide nos mostra os tipos de alimentos de cada grupo e o número de porções que devem ser ingeridas para todos os indivíduos saudáveis, variando de grupos etários. No entanto é importante deixar claro que o número de porções dependem da necessidade de energia, que varia conforme idade, sexo e atividade física. De acordo com Irala e Fernandez (2001), esses grupos podem ser divididos da seguinte maneira: a) Grupo dos cereais, massas, tubérculos e raízes (base da pirâmide), constituídos pelos pães, o arroz, o milho, a mandioca, os biscoitos salgados e a batata. Estes fornecem um nutriente chamado Carboidrato complexo. Devem ser consumidos em maiores quantidades diárias, visto que oferece a energia necessária para os processos fisiológicos do organismo e atividades motoras, como correr, andar e falar. b) Grupos das hortaliças e frutas Os alimentos desse grupo são importantes para a manutenção da saúde porque eles oferecem fibras, vitaminas e minerais. Os alimentos que fazem parte desse grupo são todas as frutas, vegetais e hortaliças como, por exemplo, cenoura, pequi, buriti, maçã, banana, 8 mamão, entre outros. Cada um desses alimentos possuem diferentes vitaminas, minerais e fibras e, por isso, a combinação de todos eles assegura uma alimentação saudável. c) Grupo dos Leites e derivados, Carnes e ovos Nesse grupo, todos os alimentos são ricos no nutriente chamado proteína. A proteína faz parte da composição dos tecidos celulares, sendo fundamental no crescimento e manutenção da pele, dos ossos, do cabelo, das unhas, etc. Exemplos de alimentos desse grupo são leite, queijo (mussarela, prato, ricota, etc), iogurtes, carne bovina, aves, peixes, ovos, feijão, ervilha e amendoim. Além disso, os leites e derivados também são ricos no mineral Cálcio, responsável pela sustentação dos ossos e contração dos músculos do corpo. d) Grupo dos açúcares e gorduras (topo da pirâmide), Os alimentos desse grupo como chocolate, doces, sorvetes são ricos em açúcar, também chamado carboidrato simples. A margarina, óleos vegetais e gordura animal (manteiga, banhas) também fazem parte deste grupo alimentar por serem ricos em gordura e devem ser consumidos em menor quantidade em relação aos outros grupos. Isso porque esses alimentos, em excesso, contribuem para o aparecimento da obesidade, doenças cardiovasculares, hipertensão, hipercolesterolemia e diabetes. Além dessas autoras, outros autores apresentam formas de dividir os alimentos, de acordo com Radaelli (2001) os alimentos podem ser divididos em seis grupos: Grupo 1: Neste grupo estão os pães, macarrão, mandioca cozida, batata cozida, farinhas. Veja alguns exemplos de como comer esses alimentos durante as refeições: Refeições Exemplos de alimentos Café da manhã Pão, cereais Lanche Bolo de fubá Almoço Arroz, batata Lanche da tarde Biscoito Jantar Macarrão Grupo 2: Neste grupo estão, os legumes e vegetais de folha como: cenoura, tomate, alface, vagem, brócolis, couve, couve-flor. A criança deve comer 3 porções destes alimentos por dia. Por exemplo: um pedaço de cenoura no suco de laranja no café da manhã, alface e tomate no almoço e brócolis no macarrão do jantar. Grupo 3: Neste grupo estão as frutas. A criança deve comer pelo menos 3 porções de frutas por dia. Por exemplo, o suco de laranja no café da manhã, uma salada de frutas no lanche da manhã e uma fruta de sobremesa no almoço. 9 Grupo 4: Neste grupo estão as carnes, ovos, nozes e leguminosas (como feijão, ervilha, lentilha). A criança deve comer de 2 a 3 porções destes alimentos por dia. Basta incluir um pedaço pequeno de carne no almoço e no jantar. E adicionar leguminosas (feijão, soja, grão de bico, lentilha, ervilha) no almoço ou no jantar. Grupo 5: Neste grupo estão o leite, iogurte e queijos. Dois a três copos de leite por dia são suficientes. Leve em consideração o leite incluído em sopas, purês, sorvetes, cremes, etc. O leite pode ser substituído por iogurtes ou queijo. Grupo 6: Neste grupo estão os doces, chocolate, chicletes, salgadinhos, açúcar, manteiga, óleo. Todos os alimentos deste grupo devem ser consumidos com moderação. Além dessa forma de divisão dos alimentos, a mesma autora comenta a respeito de outra divisão: a) Grupo dos pães , cereais e massas: responsáveis por fornecer a energia para o nosso organismo e por isso devem ser consumidos em maior quantidade. São também conhecidos como alimentos energéticos; b) Grupo dos vegetais e grupo das frutas: esses dois grupos apresentam funções semelhantes, pois fornecem todas as vitaminas, minerais e fibras de que precisamos para que o organismo funcione bem. Esses alimentos são chamados de reguladores, pois ajudam a controlar as reações que ocorrem no nosso corpo; c) Grupo das carnes, feijões, ovos e nozes: prefira as carnes magras, o frango sem pele, o peixe sem o couro e, de preferência, coma-os assados, cozidos ou grelhados. Esses alimentos são chamados de construtores pois são ricos em uma substância denominada proteína, responsável pela “construção dos músculos”; d) Grupo do leite e derivados: são importantes fontes de cálcio, um mineral responsável pela formação de ossos e dentes. Além disso, também são alimentos construtores, ou seja, também ajudam na construção dos músculos; e) Grupo dos açúcares e gorduras: encontram-se na parte superior da pirâmide, que é a mais estreita, pois são o grupo de alimentos que deve ser consumido em menor quantidade. É importante deixar claro que os alimentos da base da pirâmide devem ser consumidos em maior quantidade que os demais (por isso estão na porção mais larga da pirâmide). Do mesmo modo, os alimentos do topo da pirâmide devem ser consumidos em menor quantidade ou esporadicamente (por isso estão na porção mais estreita). Os vegetais e as frutas devem ser consumidos em quantidade maior que as carnes, ovos, leite e derivados. A inserção desses vários tipos de divisões de alimentos ocorreu para que pudesse ser observado que cada autor apresenta uma maneira diferente de subdividi-los, no 10 entanto, as variações são mínimas em relação ao conteúdo desse assunto. Nesse estudo para a comparação dos resultados, será utilizada a primeira divisão mostrada nesse trabalho das autoras Irala e Fernandez (2001). Após relatar a respeito dos vários tipos de grupos apresentados por diferentes autores, irei comentar a respeito dos nutrientes essenciais para uma boa alimentação, a importância de realizar as quatro refeições essenciais (café da manhã, almoço, lanche e jantar) e também a respeito de cardápios e requisitos para uma boa alimentação. De acordo com Burton (1979, p. 15) “Os nutrientes essenciais, assim como as calorias, devem ser amplamente fornecidos se quiser que a criança em crescimento alcance seu máximo potencial de crescimento e bem estar, além de um equipamento físico para atender as exigências da vida adulta. Isto é alcançado mais facilmente com a ajuda de três refeições diárias, a fim de fornecer os alimentos protetores em níveis adequados, e lanches a tarde ou na hora de dormir que inclui leite ou algo equivalente. Deve-se enfatizar a necessidade de um desjejum apropriado, pois essa refeição antecede um período de jejum prolongado, podendo , se for mal feita ou mesmo deixada de lado, provocar um decréscimo da atenção e da eficiência na escola ou no trabalho no final da manhã. Um desjejum que contribua com quantidades substanciais de proteína, gordura e carboidrato, facilita a manutenção dos níveis sangüíneos de açúcar acima dos níveis de jejum nas horas finais da manhã e tende a suster a vigilância e a atividade física até a hora do almoço. Experimentos comparativos têm indicado que entre escolares, a habitual omissão do café da manhã resulta numa redução da eficiência no final da manhã; isso ocorre paralelamente a uma atitude de desinteresse em relação à escola e parece prejudicar as realizações acadêmicas. Neste sentido, o conteúdo exato do desjejum não parece ser um fator determinante da sua eficácia desde que seja basicamente adequado e balanceado do ponto de vista nutricional. Dessa forma, o desjejum pode ser considerado ótimo quando fornece um terço do requisito calórico diário e um terço ou mais da quota protéica diária”. Radaelli (2001) relata a importância da realização das quatro refeições essenciais do ser humano: a) Café da Manhã, trata-se da primeira refeição do dia e como ficamos horas sem comer enquanto estávamos dormindo, devemos comer alimentos bem nutritivos (saudáveis), que forneçam energia para estudar, pensar, brincar... A criança deve estar bem alimentada para poder ir para a escola! Exemplos de alimentos nutritivos para o café da manhã são: pão, frutas, leite ou iogurte ou queijo. c) Almoço, tanto ele, quanto o jantar contêm diversos alimentos responsáveis pelo crescimento e desenvolvimento da criança como salada, arroz, feijão e carne. As carnes e 11 o feijão são ricos em ferro, um mineral responsável pela “saúde do sangue”, evitando uma doença chamada anemia. d) Lanches podem ser bem saborosos e fica ainda melhor na presença dos amigos! e) Jantar é uma das últimas refeições do dia e também é importante para o crescimento e o desenvolvimento. Logo depois a criança irá dormir e ficar várias horas sem se alimentar. Enquanto a criança dorme é que ocorre grande parte do crescimento e por isso o jantar deve ser bem nutritivo como as outras refeições para garantir as substâncias necessárias para que isso aconteça. Pode-se comer os mesmos tipos de alimentos do almoço ou fazer um lanche reforçado, ou seja, que contenha alimentos ricos em energia (pão, torradas, arroz) ,vitaminas e minerais (verduras e frutas) proteína (queijo, presunto, ovo ou carnes). Sá (1990) comenta a respeito do cardápio considerado modelo aos adolescentes: Desjejum: ovo quente Flocos de milho com leite e açúcar Suco de laranja Lanche: pão com queijo e manteiga Almoço: salada de agrião Bife à milanesa Arroz-feijão Mamão com creme de leite Lanche: sanduíche de presunto Leite com café Jantar: brócoli refogado Dobradinha com molho Purê de batata Doce de abóbora com coco À noite: leite e bolacha com requeijão. As quantidades variaram conforme o valor calórico desejado. Além disso, Mitchell et al. (1978) comentam a respeito dos requisitos básicos para a preparação de uma boa alimentação (No anexo 6 encontra-se dez dicas para uma alimentação saudável): a) Ter equilíbrio nas 3 refeições, considerando-se o dia todo; b) Usar, pelo menos, uma hortaliça crua por dia; c) Pensar na combinação de cor, sabor, forma, textura e temperatura dos alimentos; d) Ter diariamente uma fruta cítrica ou outro alimento que forneça vitamina C; 12 e) Evitar excesso de alimentos gordurosos na mesma refeição; f) Evitar o uso do mesmo alimento duas vezes na mesma refeição; g) Usar temperos com moderação; h) Lavar bem verduras e legumes antes de cozinhá-lo. Sempre que forem cozidos levá-los ao fogo com casca e para melhor aproveitamento usar a água de cocção para molhos e sopas; i) Observar atentamente o aspecto e o estado de conservação dos alimentos antes de serem consumidos; j) Manter totalmente limpos os equipamentos usados no preparo das refeições e observar a higiene das pessoas que manipulam os alimentos. A alimentação exerce grande influência sobre o indivíduo, principalmente sobre sua saúde, sua capacidade de trabalhar, estudar e divertir-se, sua aparência e sua longevidade. Assim, cuidar da alimentação é cuidar de uma necessidade básica do homem de extrema importância em sua vida. Saber alimentar-se de acordo com as suas necessidades significa “Comer para viver”, e não “Viver para comer”. Tendo a alimentação uma influência tão decisiva no desenvolvimento, situação física e eficiência dos indivíduos, é fatal a sua influência sobre a sociedade da qual aqueles são componentes. Não se pode esperar produção e crescimento harmônico de uma nação má alimentada. Se a alimentação dos adolescentes da fase escolar seguir esses pré requisitos básicos, com certeza teremos adultos mais dispostos e capazes para o trabalho do dia a dia. 2.5 Nutrição na adolescência Como relatado, a alimentação é responsável pelo desenvolvimento do futuro adulto. Também foi relatado que a fase de desenvolvimento deste tem maior ênfase entre os 11 e 16 anos e que o tipo de alimento ingerido nessa fase é importantíssimo na vida desse ser humano, no entanto, os alimentos podem tanto favorecer o desenvolvimento da criança, como desfavorecer, como é o caso, por exemplo, da desnutrição, na qual, de acordo com Sá (1990) “[...] uma pessoa mal nutrida, com alimentação pouco variada, é fraca, irritadiça, desanimada, sem vontade de trabalhar, andar, pensar, enfim, de realizar qualquer atividade que dependa de esforço muscular ou cerebral”. As pessoas obesas não podem, também, ser consideradas bem nutridas, uma vez que, o excesso de alimentos leva à obesidade, que resulta de acordo com Sá (1990) em “desânimo, cansaço fácil e outros problemas”. 13 A má alimentação além de influenciar várias fases no desenvolvimento da criança após o seu nascimento, também pode influenciá-la antes mesmo de nascer, de acordo com Sá (1990, p. 22) “A alimentação má e escassa, mantida durante muito tempo, determina no ser humano degenerações que o atingem quando ainda em gestação e o acompanham durante sua curta vida. A subnutrição causa: grande número de abortos espontâneos, crianças prematuras, débeis, crescimento e desenvolvimento retardados, diminuição da resistência às infecções, índices elevados de mortalidade infantil, mau aproveitamento escolar, má conformação física, baixa produtividade no trabalho, envelhecimento precoce e morte prematura”. Além dessa autora, outros autores comentam a respeito dessa má alimentação para o desenvolvimento mental do indivíduo. Para MITCHELL et al. (1978, p. 51): “A relação entre desnutrição e desenvolvimento mental em seres humanos é extremamente complicada porque um ambiente de pobreza, no qual encontramos desnutrição grave, está quase sempre perdendo outras características que também são importantes para que o individuo alcance seu completo potencial mental. A criança em desvantagem está, então, sofrendo um grande risco, não só em termos de crescimento físico limitado, mas também com respeito ao desenvolvimento psicossocial e cognitivo”. Esses dados mostram o quanto a alimentação pode influenciar no desenvolvimento cognitivo das crianças no período pré-escolar, e também pelo resto da sua vida. De acordo com os autores mencionados anteriormente, foi realizada uma pesquisa cinco anos antes da publicação de seu livro em 1978, da Inter-American Investigation of Mortality in Children, que identificou a desnutrição como o mais importante fator contribuinte para a alta taxa de mortalidade infantil na América Latina. “O baixo peso ao nascimento e a desnutrição, foram as causas, tanto primária como secundária, da morte de mais da metade das 35.000 de crianças em menos de cinco anos de idade”. Por causa de um melhor atendimento médico nos últimos 30 anos, mais crianças podem sobreviver a graves episódios de doenças durante a primeira fase da vida, mas estes sobreviventes mostram sinais de subdesenvolvimento físico e mental, na idade escolar, e são apáticas em seus ambientes. É importante deixar claro que essa pesquisa ocorreu há cinco anos antes da publicação do livro, e este ocorreu em 1978. Uma má alimentação no desenvolvimento infantil pode gerar conseqüências pela vida inteira, inclusive na adolescência, fazendo assim com que estes criem novos hábitos de consumo inexplicável por motivos psicológicos, sociais e sócio-econômicos, pela influência de amigos, busca de autonomia e identidade, aumento do poder de compra, hábito 14 de preparar rotineiramente seu próprio alimento, a urbanização e o costume de comer fora de casa (RADAELLI, 2001). E como comentado anteriormente, estes novos padrões alimentares podem repercutir, a longo prazo, na saúde futura do indivíduo maduro e na escolha posterior dos alimentos. Radaelli (2001), comenta a respeito de alguns determinantes do comportamento alimentar do adolescente: a) Em certas ocasiões, a alimentação pode ser vista como uma forma de aliviar tensões ou mesmo de contestação da autoridade; b) A necessidade de aceitação do seu grupo de convívio; c) Muitos adolescentes desenvolvem preocupações ligadas ao corpo e à aparência. Excessos e restrições se fazem então presentes, tendo em vista imagens idealizadas, às vezes irreais; d) O fácil acesso e incentivo da propaganda ao consumo de refeições rápidas (lanches ou produtos industrializados) podem também modificar o hábito alimentar do adolescente. Esse comportamento dos adolescentes tem causado inúmeras preocupações a muitos pais e também ao Ministério da saúde, pois acreditam que os adolescentes têm sido freqüentemente considerados como um grupo de risco nutricional em razão de seus hábitos alimentares. De acordo com Radaelli (2001), estes muitas vezes “deixam de fazer o café da manhã, pulam algumas refeições e as substituem por lanches, consomem alimentos industrializados e refrescos em grande quantidade”. Essa má alimentação acarreta em uma freqüência de excesso de peso e obesidade entre os adolescentes, fazendo assim com que estes procurem fazer um regime para emagrecer, especialmente as meninas. Por isso cabe aos pais e a escola orientar esses adolescentes sobre uma educação alimentar, dando exemplos (pais) e fornecendo informações sobre o tema (escola). 2.6 Necessidades nutricionais e avaliações corporais As necessidades nutricionais de um escolar são bem maiores do que de um adulto e que de acordo com Waitzberg (2004, p. 43), "quando utilizamos como referência as calorias por quilo de peso corporal, um escolar necessita por média de 70 a 90 calorias/Kg/dia, se compararmos ao adulto isso representa de duas a três vezes os requerimentos deste". 15 De acordo com Mcardle, Katch e Katch (2001) uma das maiores ingestas energéticas acontecem entre os 19 e 29 anos de idade e a seguir declinam para os grupos etários subsequentes. Esse resultado ocorre tanto com homens quanto com mulheres. O autor também comentou que os homens relatam ingestas energéticas diárias maiores do que as mulheres, em todas as idades. É na faixa dos 10 anos que ocorre a maior ingesta alimentar, mostrando que é também nessa faixa etária que ocorre o maior consumo de energia. Além disso, o autor comenta que quanto maior a prática de atividade física, maior o consumo energético e maior o seu dispêndio de energia, e consequentemente a massa corporal se mantém estável. De acordo com Waitzberg (2004), a ingestão diária de calorias distribuídas entre os principais macronutrientes deve ser: a) 50% a 60% de carboidratos; b) 25% a 35% de lipídeios e c) 10 a 15% de proteinas. Além dessas ingestas diárias, Mahan & Stump (1998) relata a respeito das recomendações diárias de calorias, de acordo com a idade, peso e altura de mulheres e homens. Idade (anos) Mulheres 11-14 15-18 Homens 11-14 15-18 Altura (cm) Peso (Kg) Kcal/dia 157 163 46 55 2.200 2.200 157 176 45 66 2.500 3.000 Tabela 1: Recomendações energéticas (MAHAN E STUMP, 1998) A avaliação nutricional depende da idade, ambiente nutricional, inclusive fatores paternos, de colegas, escolares, culturais e do estilo de vida pessoal (MAHAN E ROSEBROUUGH, 1984). Os métodos mais preferidos de avaliação de acordo com os mesmos autores são: 1. Proporção de circunferência de cintura e quadril, que compara as medidas de circunferência da cintura e do quadril para identificar os tipos corpóreos andróide4 e ginóide5 e 2. Índice de massa corpórea, que de acordo com Radaelli (2001), IMC = P/H². Para saber se o peso está adequado para a altura precisamos usar a tabela de classificação abaixo: Valor do IMC Menor que 18,5 4 Classificação Baixo peso Deposição de gordura ao redor da cintura e abdome superior; distribuição de gordura em forma de maçã. Pode ser um fator de risco para cardiopatas (HIRSCHBRUCH & CARVALHO, 2002); 5 Deposição de gordura nas coxas e nádegas; distribuição em forma de pêra (mesmo autor). 16 18,5 a 24,99 25 a 29,99 Maior que 30 Normal Sobrepeso Obesidade Tabela 2: Valores de classificação de acordo com o peso e altura. É importante deixar claro que variações podem existir para crianças de peso e altura diferentes. 2.7 Nutrição e atividade física Já faz algum tempo que a atividade física deixou de ser objeto de vaidade e passou a ser considerado fundamental para a saúde e boa qualidade de vida. Essa prática até pouco tempo atrás esteve ligada a uma dimensão biológica, ou seja, uma prática escolar que buscava desenvolver a aptidão física e iniciar os escolares na prática esportiva. A partir das décadas de 1970 e 1980, o ser humano passou a ser entendido como indissociável do meio que o cerca e então a atividade e o exercício físico passaram a ser contextualizados na cultura daqueles que o praticavam. “O que muda, o que deve mudar na nova concepção de homem realizada pela Educação física, é a relação com a cultura” e “o corpo humano, no entanto, deve ser entendido como um todo único de natureza e cultura”, “o homem não é só corpo, mas também não é só mente” (HIRSCHBRUCH & CARVALHO, 2002, p. 53), além disso, esses autores comentam de uma forma bastante interessante a respeito do movimento humano: Todos os profissionais que trabalham com o movimento humano não pode mais se restringir à dimensão biológica-motora desse movimento, devendo, sim, entender o movimento humano como uma forma de expressão da cultura do indivíduo que realiza a atividade física, humanizando-o (HIRSCHBRUCH & CARVALHO, 2002, p. 54)”. Os autores comentaram a respeito de como deve ser a nova visão da Educação Física, trabalhando o ser como um todo, valorizando o seu desenvolvimento motor, físico, psicológico e social. Tendo como base o trabalho do ser humano como um todo, é inevitável que se comente a importância do exercício para a manutenção da saúde e qualidade de vida. De acordo com Bray & Gray (1988), para que se ocorra a perda de peso é essencial que se faça exercícios aeróbicos (utiliza o oxigênio), promovendo o uso de gorduras como combustível. Dentre os vários benefícios que a atividade física provoca, incluem "reforço da integridade cardiovascular, aumento da sensibilidade a insulina, alívio do tédio, sentimento 17 maior de controle e melhora do sentimento de bem estar". "Com o excesso de exercício ocorre a deficiência de energia, e mesmo sem dieta, pode-se esperar que o exercício sozinho diminua o peso ao redor de 2,5 Kg (mesmos autores) dependendo da intensidade, duração e tipo de exercício. Uma combinação de atividade física e dieta pode não haver perda de peso, mas com certeza diminuirá a gordura corporal. Para se enquadrar o gasto energético com o tipo de atividade física realizada, existe uma tabela mencionada por Mcardle, Katch e Katch (2001), que lista os 12 tipos de atividades físicas e seu gasto energético6. Atividade Basquete Caminhada Ciclismo Corrida Dança Escalar montanha Futebol Ginástica Jardinagem Judô Natação Patinação Surf Tênis Musculação Voleibol Calorias/Kg/min 0,14 0,12 0,06 0,19 0,11 0,16 0,14 0,06 0,12 0,19 0,13 0,12 0,08 0,15 0,13 0,12 Tabela 3: Gasto energético de acordo com o tipo de atividade física Para calcular o gasto calórico, multiplique a quantidade de calorias da tabela pelo seu peso em Kg e duração da atividade em minutos. Com o resultado obtido o indivíduo vai descobrir se a atividade e o tempo de exercício feito são suficientes para manter ou perder peso. Por exemplo, se o resultado obtido for de 400 calorias, e o indivíduo deseja perder peso o consumo calórico não deve se exceder muito a esse valor (é importante lembrar que as atividades cotidianas – andar, comer, dormir- gastam energia). A questão a respeito da manutenção do peso, ou do aumento deste é simples, basta manter uma equação do equilíbrio energético, se a pessoa deseja engordar, deve consumir mais energia do que gasta, lembrando sempre que a prática de atividade física é essencial para manter a performance. Na mesma forma que se uma pessoa deseja perder peso, 6 Muitas atividades desportivas recreativas e jogos também criam um déficit calórico efetivo para reduzir massa corporal, embora a quantificação precisa e a regulagem do dispêndio energético sejam difíceis durante tais atividades (MCARDLE, KATCH & KATCH, 2001). 18 seu consumo energético diário deve ser menor do que seu gasto, mas se essa pessoa não deseja perder, nem ganhar peso, seu consumo energético deve ser igual ao seu gasto. 3. Procedimentos Metodológicos A atual pesquisa foi realizada na Escola Estadual Álvaro Guião da cidade de São Carlos no mês de Outubro de 2005 e contou com a participação de quatro turmas do Ensino Fundamental, sendo que destas, 2 são de 5ª série e 2 de 6ª série. O professor responsável pelo projeto foi uma professora substituta (não é uma professora concursada e pode ser chamada eventualmente, mas sem uma carga horária fixa), sendo a pesquisa foi realizada não só nas aulas de Educação Física (matéria responsável pelo projeto), mas em várias disciplinas, já que a professora substituta pode atuar em qualquer aula. A pesquisa contou com a participação de 85 crianças do período da tarde, sendo que 28 delas são da 5ª série A, 28 da 5ª série C, 15 da 6ª série A e 14 da 6ª série B e teve como metodologia a inserção da seguinte tabela na lousa: Refeição Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Café da manhã Lanche Almoço Café da tarde Jantar Ceia Tabela 2: Relação da alimentação no período de 1 semana Essa pesquisa foi realizada nas sextas feiras do mês de Outubro, para que os alunos pudessem descrever o que haviam comido durante a semana. No entanto, com a 5ª série A, isso não foi possível, já que a aula foi na quinta feira, e eles mencionaram apenas as refeições que tinham realizado até o presente dia. Antes que os alunos começassem a escrever suas refeições, foi pedido para que eles colocassem quantidade, ou seja, quantos pães, quantas colheres de arroz, de feijão, quantos lanches, e assim por diante, sendo que foi tabelado o tamanho da colher, como sendo colher de sopa; e também a especificidade, ou seja, pão com que, pizza de que, lanche de que, e assim por diante. 19 Com as outras três turmas, a aula foi na sexta feira, por isso foi possível verificar a alimentação dos alunos a semana inteira. Os finais de semana não foram relatados nesse trabalho, já que esse período sofre bastante variação, dependendo da programação dos pais. É importante deixar claro que os resultados obtidos, tiveram como base apenas uma semana de alimentação dos alunos, e que houve a possibilidade de equívocos entre o vivido e o descrito Após a inserção da tabela na lousa, os resultados foram avaliados para que pudessem ser relatados os alimentos mais consumidos pelos alunos e quantificar o número de alunos que realizaram seis, cinco, quatro, três, dois, um e até nenhuma refeição na Segunda. Esse cálculo foi realizado em todos os dias da semana. Os alimentos foram mencionados por eles mesmos e classificados nos quatro grupos mencionados nas revisões de literatura; grupo dos cereais, massas, tubérculos e raízes, grupo das hortaliças e frutas, grupo dos leites e derivados, carnes e ovos e grupo dos açúcares e gordura. A colocação da tabela mostrada anteriormente na lousa teve como objetivo verificar, não só a quantidade de refeições realizadas pelos alunos, mas sim, a especificidade de cada alimento, para que se possa obter os resultados necessários para a segunda parte do trabalho, que é analisar os alimentos mais consumidos pelos alunos. 4. Análise dos dados Após comentar a respeito de como deveria ser uma alimentação saudável em relação a quantidade de refeições realizadas por dia e também em relação a freqüência da ingestão de cada alimento, os resultados bibliográficos foram comparados com os resultados obtidos na pesquisa. É importante ressaltar que os tipos de alimentos ingeridos são divididos em quatro grandes grupos e que existe uma quantidade recomendada para cada um desses grupos. Outro fator que deve ser comentado é que após estudar os resultados obtidos, tivemos que excluir todas as informações adquiridas na Sexta feira, ou seja, os tipos de alimentos e a quantidade de refeições realizadas, já que nem todos os alunos a realizaram. Inicialmente será discutido a respeito da quantidade de refeições ingeridas por estes 85 alunos (Anexo 1), lembrando que de acordo com a revisão de literatura, a quantidade mínima recomendada é de três refeições diárias. a) Na quinta feira, 3 alunos responderam que não realizam nenhuma refeição (3,52%); 6 alunos realizam uma única refeição (7,05%); 17 alunos realizam duas refeições (20%), 24, 20 três refeições (28,23%), 19 alunos realizam quatro refeições (22,35%), 7 alunos realizam cinco refeições ( 8,23%)e apenas 9 realizam seis refeições (10,58%). b) Na quarta feira, o número de alunos que não realizam nenhuma refeição são 2 (2,35%), que realiza apenas uma, também 2 (2,35%). O número de alunos que realizam duas refeições é de 16 alunos (18,82%), que realiza três refeições, 26 (30,58%); 19 alunos realizam quatro refeições (22,35%); 10 alunos realizam cinco refeições (11,76%) e 10 alunos realizam seis refeições (11,76%). c) Na terça feira observamos que nenhum aluno não realizava nenhuma refeição diária; 6 alunos realizavam uma refeição (7,05%), 10 alunos realizavam duas refeições (11,76%), 29 realizavam três refeições (34,11%), 21 realizavam quatro refeições (24,7%), 9 alunos realizavam cinco refeições (10,58%) e 10 alunos realizavam seis refeições (11,76%). d) Na segunda feira também não houve nenhum aluno que não realizasse nenhuma refeição. A quantidade de alunos que realizava uma refeição foi 1 (1,17%), 10 alunos realizaram duas refeições (11,76%), 22 três refeições (25,88%), 19 quarto refeições (22,35%), 14 cinco refeições (16,47%) e para finalizar 19 alunos que realizam seis refeições (22,35%). O número de refeições realizadas pelos alunos foi diminuindo conforme o final de semana foi chegando, ou seja, o número de alunos que não realizavam nenhuma refeição diária foi maior na quinta feira, depois na quarta, até que na terça e na segunda essa quantidade de refeições já não existia. Também nas revisões de literatura foi comentado por Irala e Fernandez (2001), a respeito dos quatro grupos de alimentos: grupo dos cereais, massas, tubérculos e raízes; grupo das hortaliças e frutas; grupo dos leites e derivados, carnes e ovos e o grupo dos açucares e gorduras (topo da pirâmide). A partir disso e a partir dos alimentos mencionados pelos alunos da escola, podemos subdividir esses alimentos nos grupos da seguinte forma: a) No grupo dos cereais, massas, tubérculos e raízes, os alimentos encontrados foram: salgado tipo coxinha, bolacha salgada, massas, batata frita, arroz, miojo, pão, cachorro quente e lanche (anexo 2). É importante destacar nesse ítem, o cachorro quente, o lanche e o salgado tipo coxinha, que apresentam características de carboidratos complexos, no entanto, não deixam de apresentar também caraterísticas de outros grupos, por exemplo, a coxinha que apresenta o frango no recheio e a gordura na sua realização. No entanto, esses três alimentos foram inseridos nesse grupo por acreditar que apresentam características mais parecidas com este. 21 b) No grupo das hortaliças e frutas, os alimentos encontrados foram o suco, a fruta e a salada7 (anexo 3). Nesse grupo também acontece o mesmo que o grupo anterior, por exemplo a salada. c) No grupo dos leites e derivados, carnes e ovos os alimentos mencionados pelos alunos foram (anexo 4): ovos (incluindo os omeletes), frango, carnes vermelhas, feijão e leite. d) No grupo dos açúcares e gorduras, os alimentos encontrados foram: bolo, café, refrigerante, doce e bolacha doce. É importante esclarecer que apesar do professor ter pedido aos alunos que mencionassem a especificidade do alimento, por exemplo, lanche do que, pão com que, isso não foi comentado no trabalho, já que as especificidades tornaram-se irrelevantes diante dos outros alimentos ingeridos pelos alunos. Um destaque deve ser dado em relação aos molhos das massas, esses não foram relatados pelos alunos. Abaixo, será relatado a respeito do número de adolescentes que não consomem cada um desses alimentos. a) No grupo dos cereais, massas, tubérculos e raízes, o número de alunos que não consumiram salgado tipo coxinha foi de 69 ( 81,17%), bolacha salgada foi 70 (82,35%), massas foi 28 (32,94%), batata frita foi 59 alunos (69,41%), arroz foi 3 (3,52%), miojo foi 67 (78,82%), pão foi 23 (27,05%), cachorro quente foi 74 (87,05%) e lanche foi 68 (80%). b) No grupo das hortaliças e frutas, o número de alunos que não ingeriu o suco foi 52 (61,17%), a salada foi 48 (56,47%) e a fruta foi 63 (74,11%). c) No grupo dos leites e derivados, carnes e ovos, o número de alunos que não consumiram os ovos foi de64 (75,29%), o frango foi 59 (69,41%), carnes vermelhas foi 18 (21,17%), o feijão foi 18 (21,17%) e o leite foi 22 (25,88%). d) E para finalizar, no último grupo, o dos açúcares e gorduras, o número de alunos que não consumiram o café foi 71 (83,52%), o refrigerante foi 55 (64,70%), o doce foi 56 (65,88%) e a bolacha doce foi 37 (43,52%). 5. Considerações finais A partir dos resultados mencionados anteriormente, podemos chegar a algumas conclusões em relação ao número de refeições realizadas pelos alunos. Primeiramente, em relação ao que já foi comentado nos resultados, que é a questão de que na quinta e quarta feira existem alguns alunos que não realizam nenhuma refeição diária. Na quinta, o número de alunos que não realizam nenhuma refeição diária é três e na quarta dois, já na terça e na 7 A salada foi inserida nesse grupo, mas é importante relatar que alguns nutrientes que estão presentes nela fazem 22 segunda isso não acontece, levando-nos acreditar que podem existir duas hipóteses para esse resultado. A primeira é a questão financeira, ou seja, existem algumas famílias que recebem semanalmente, no início da semana, fazendo assim com que na segunda e terça feira, a alimentação seja mais variada e diversificada e o número de refeições aumentado. Já na quarta e quinta feira, o dinheiro começa a acabar e como conseqüência, a alimentação piora. Uma outra hipótese encontrada é a questão de que os alunos pudessem ter achado essa atividade exaustiva, pois estes tiveram que escrever o número de refeições e os tipos de alimentos ingeridos durante uma semana (colocando a quantidade e especificidade do alimento), fazendo assim com que cansassem de raciocinar e escrever, diminuindo a dedicação no final da semana, gerando assim resultados menores no número de refeições na quinta e quarta feira. Outro fator que deve ser destacado é a respeito do número de refeições realizadas pelos alunos. De acordo com as referências bibliográficas, o adolescente deve realizar no mínimo três refeições diárias, e o que se observou nos resultados é que o número de alunos que estão nesse quadro passou da metade dos alunos pesquisados, tanto na segunda, quanto na terça, quarta e quinta feira. No entanto, como no parágrafo anterior, nas quintas e quartas feiras houve um número menor de alunos que realizavam mais que três refeições, do que na terça e segunda-feira, respectivamente 59, 65, 69 e 74. O motivo para esses resultados também pode ser o mesmo do parágrafo anterior, ou seja, a questão financeira ou a falta de vontade de escrever quando o fim da semana fosse chegando. O outro ponto que seria avaliado nesse trabalho é a respeito dos tipos de alimentos mais consumidos pelos alunos. Os resultados foram analisados conforme o número de alunos que não consumiam o determinado alimento, por isso o número colocado entre parênteses é o número de alunos que não consomem o alimento. 1- Arroz (3); 2- Carne vermelha e feijão (18); 3- Leite (22); 4- Pão (23); 5- Massas (28); 6- Bolacha doce (37); 7- Salada (48); 8- Suco (52); 9- Refrigerante (55); parte de outro grupo de alimentos, como por exemplo, o grupo dos tubérculos e raízes. 23 10- Doce (56); 11- Batata frita e frango (59); 12- Frutas (63); 13- Ovos e bolo (64); 14- Miojo (67); 15- Lanche (68); 16- Salgado tipo coxinha (69); 17- Bolacha salgada (70); 18- Café (71) e 19- Cachorro quente (74). Era esperado que os alimentos mais consumidos seriam o arroz, feijão e carne, já que são os mais baratos e os mais ingeridos no Brasil, tratando-se de uma cultura Brasileira. No entanto, o que não se esperava é que a bolacha doce viesse anteriormente à salada e frutas, mostrando assim que apesar das várias tentativas de conscientização dos órgãos públicos ainda falta muito para que os pais e adolescentes de hoje mudem a sua alimentação e passem a fazer uma reeducação alimentar. A partir disso abaixo será mostrada uma proposta para esse tipo de população encontrada nessa escola. É importante lembrar que nem todos os alunos apresentam uma alimentação desequilibrada e nem refeições menores que três. A primeira proposta deve ser em relação a merenda escolar e os horários das refeições, e este dependerá muito do tempo em que o escolar permanecer na escola, mas de qualquer maneira, de acordo com Sá (1990), “não deve receber menos do que quatro refeições, lembrando que a merenda escolar assume grande importância nesta fase podendo ser constituída de : a) Uma fruta: já lavada; fácil de descascar, se for o caso; tamanho médio (banana, mexerica, maçã, pêra, etc.); b) Um sanduíche com recheio predominantemente protéico (bife, queijo, pasta de fígado, omelete, presunto, etc.); c) Bebida nutritiva: água filtrada, leite (puro, com groselha, com chocolate, com café, etc.) ou suco de frutas que não se altere. Mas é importante lembrar que a merenda deve ser variada e bem acondicionada, para evitar que a criança despreze, incentivando-a a buscar alimentos indesejáveis na cantina. Em relação a merenda escolar, a proposta deverá ser de reeducação alimentar, tornando-as mais saudáveis, nutritivas e saborosas. A outra proposta deve ser 24 realizada na cantina, fazendo com que esta evite alimentos gordurosos e com conservantes, por exemplo salgadinhos embalados, refrigerantes, salgados fritos, alimentos que não são saudáveis e ainda por cima que desviam os olhares dos alunos pelas merendas e consumam os alimentos da cantina. A terceira e última proposta está ligada especificamente às aulas de Educação Física. Primeiramente deve ser realizada na sala de aulas com esses alunos, aulas expositivas explicando a importância de uma alimentação saudável e nutritiva, mostrando todos os benefícios de uma boa alimentação. Essa aula pode ser tanto expositiva como foi explicado acima, como através de atividades, como por exemplo ensinar os alunos a calcular o seu I.M.C. e a partir disso verificar se está acima, abaixo ou normal no seu grau de obesidade. Outra atividade proposta por Radaelli (2001) é pedir para que os alunos escrevam, com as próprias palavras, o que é uma alimentação saudável e dar exemplos de alimentos que compõem tal alimentação. Outra atividade, também proposta por essa autora é pedir para que os alunos marquem V se a informação for verdadeira e F se for falsa: ( ) Uma boa alimentação dá energia para o corpo funcionar bem; ( ) Tenho que comer muito para ter saúde; ( ) Só preciso comer se estiver com fome; ( ) A alimentação deve ser nutritiva, variada e em quantidade suficiente para ajudar no crescimento e desenvolvimento do organismo. E uma outra atividade também proposta por Radaelli (2001), é pedir para que os alunos copiem as frases abaixo e responda: - Marcos comeu bife, salada, arroz, feijão, maçã e tomou suco de laranja; - Rita comeu macarrão e bebeu refrigerante; - Paulo comeu bastante salada, ovo e bebeu um copo de leite. Quem você acha que comeu bem? Por que? Esses tipos de atividades são importante para enriquecer não só o conhecimento dos alunos sobre a alimentação, mas também pedir para que estes informem aos pais sobre a importância de uma alimentação saudável, mudando em casa alguns hábitos alimentares que não são corretos. No entanto, é importante deixar claro que antes de realizar essas atividades com os alunos, é necessário intruí-los sobre o assunto “alimentação saudável”. Após explicar aos alunos a respeito do que é uma alimentação saudável, ou até mesmo, juntamente a teoria, algumas atividades práticas podem ser realizadas com estes para que entendam e realizem atividades de acordo com a sua alimentação. Como foi visto nos 25 resultados, quase metade dos alunos de 5ª e 6ª séries da E.E. Álvaro Guião realizam menos do que três refeições diárias, fazendo assim com que tenham menos energia do que aqueles que realizam mais refeições. Além disso, existem alguns alunos que não realizam nenhuma refeição diária, mostrando que a sua energia consumida está bem abaixo da energia gasta pelo seu corpo. Por isso, para que se obtenha uma proposta adequada para esse tipo de população é necessário adequá-la ao baixo consumo energético desta. A primeira idéia seria inserir danças circulares a esses alunos, já que o gasto energético é menor do que na prática de atividades esportivas. Outra proposta seria os jogos de memória, na qual a movimentação é bem pequena, o gasto calórico é baixo e esse tipo de atividade promove a participação da maioria dos alunos. Outra atividade poderia ser os jogos recreativos, no entanto, como foi mencionado nas revisões de literatura, não se sabe o quanto de energia é gasta nessas atividades, mas acredito que esses tipos de jogos são importante para estimular a prática de atividade física, já que na maioria das vezes são atividades bastante prazerosas, além de movimentar o corpo. E a terceira e última proposta de atividades práticas seria trabalhar o circuito, fazendo assim com que todos os alunos participem colocando graus de dificuldades entre uma sessão e outra, fazendo com que os alunos que consomem menos energia façam atividades menos cansativas; e alunos que consomem mais energia, atividades mais exaustivas. Por exemplo, um circuito em que na primeira sessão existe o arremesso no basquete, a segunda sessão; uma rede de vôlei em que cada aluno fica de uma lado da rede e fiquem tocando a bola, por cima da rede (um para o outro), uma outra sessão em que em duplas os alunos fiquem realizando o passe no handebol e a última sessão em que os alunos em duplas façam o passe no futebol. Essas sessões devem ser realizadas para os alunos que consomem mais energia, e para os que consomem menos, devem caminhar em volta da quadra por 12 minutos. Todos os alunos estarão realizando algum tipo de atividade, no entanto os alunos que consomem mais realizaram o circuito, sendo que para cada sessão eles ficaram três minutos e os alunos que consomem menos energia, fazem uma caminhada por 12 minutos. Uma outra proposta de circuito seria fazer com que os alunos que consomem mais energia continuassem com a mesma proposta anterior, mas os que consomem menos energia fizesse também um circuito, mas com atividades mais leves e com um tempo em cada sessão menor. As atividades mais leves poderiam ser, abdominal, flexão, polichinelo, andar bem rápido entre os cones, mas sem correr ou então saltar na rede de vôlei, fazendo o bloqueio, mas de forma mais lenta, respeitando o seus limites. 26 É importante deixar claro que o essencial nas atividades é deixar que cada aluno respeite seus limites, sem ultrapassá-los. Essa proposta se torna bastante interessante se aplicada, no entanto, um tanto quanto difícil quando se trata de um país subdesenvolvido, na qual os materias na escola são bastante precários e as vezes o corpo docente incapacitado. No entanto, a sociedade não pode desanimar e nem deixar de trabalhar para que essa realidade se transforme, esse trabalho procurou mostrar como está sendo essa realidade e também mostrar quais são os valores adequados para uma alimentação saudável, propondo estratégias para que se possa melhorar a realidade encontrada. 6. Referências BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação física. Brasília: MEC/SEF, 1997. BRAY, G.A; GRAY, D.S. Exercícios. In: MAHAN, L. S.; STUMP, S. E. Krause: alimentos, nutrição e dietoterapia. Tradução: Andréa Favano. 9. ed. São Paulo: Roca, 1998. BURTON, B. T. Nutrição humana. Tradução de Isabel Corduan Weippert. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1979. CELES, A.P.M; COELHO, S. Erros alimentares na fase escolar. In: WAITZBERG, D.L. Nutrição oral, enteral e parental na prática clínica. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2004. v.1. Cap.27, p.426. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. HIRSCHBRUCH, M.D.; CARVALHO, J.R. Nutrição esportiva: uma visão prática. 1. ed. São Paulo: Manole, 2002. IRALA, C. H.; FERNANDEZ, P. M. Peso saudável: a escola promovendo hábitos alimentares saudáveis. Brasília: FUNSAUDE, 2001. PHILIPPI, S. T et al. Pirâmide alimentar para a população brasileira. In: IRALA, C. H.; FERNANDEZ, P. M. Peso saudável: a escola promovendo hábitos alimentares saudáveis. Brasília: FUNSAUDE, 2001. MAHAN, L. S.; STUMP, S. E. Krause: alimentos, nutrição e dietoterapia. Tradução: Andréa Favano. 9. ed. São Paulo: Roca, 1998. MAHAN, L.K.; ROSEBROUGH, R.H. Avaliação do estado nutricional. In: MAHAN, L. S.; STUMP, S. E. Krause: alimentos, nutrição e dietoterapia. Tradução: Andréa Favano. 9. ed. São Paulo: Roca, 1998. 27 MCARDLE, W.D.; KATCH, F.I.; KATCH, V.L. Nutrição: para o desporto e o exercício. Tradução de Carma Heloísa Neves Coutinho e Giuseppe Taranto. Rio de Janeiro: Guanabara, 2001. MITCHELL, H. S. et al. Nutrição. Tradução de Sônia Moreira Alves de Souza. Rio de Janeiro: Interamericana, 1978. RADAELLI, P. Educação nutricional para alunos do ensino fundamental: a escola promovendo hábitos alimentares saudáveis. Brasília: FUNSAUDE, 2001. SÁ, N. G. Nutrição e dietética. 7. ed. São Paulo: Nobel, 1990. 28 ANEXO 1 Número de refeições Quinta Aluno Cumulative Percent Cumulative 100% 0 1 2 3 4 5 6 Não ingere 3 6 17 24 19 7 9 3 9 26 50 69 76 85 3,52941 7,05882 20,00000 28,23529 22,35294 8,23529 10,58824 3,5294 10,5882 30,5882 58,8235 81,1765 89,4118 100,0000 100,0000 96,4706 89,4118 69,4118 41,1765 18,8235 10,5882 0 85 0,00000 100,0000 0,0000 Quarta Aluno 0 1 2 3 4 5 6 Não ingere Cumulative Percent Cumulative 100% - 2 2 16 26 19 10 10 2 4 20 46 65 75 85 2,35294 2,35294 18,82353 30,58824 22,35294 11,76471 11,76471 2,3529 4,7059 23,5294 54,1176 76,4706 88,2353 100,0000 100,0000 97,6471 95,2941 76,4706 45,8824 23,5294 11,7647 0 85 0,00000 100,0000 0,0000 Terça Aluno Cumulative Percent Cumulative 100% 1 2 3 4 5 6 Não ingere 6 10 29 21 9 10 6 16 45 66 75 85 7,05882 11,76471 34,11765 24,70588 10,58824 11,76471 7,0588 18,8235 52,9412 77,6471 88,2353 100,0000 100,0000 92,9412 81,1765 47,0588 22,3529 11,7647 0 85 0,00000 100,0000 0,0000 Segunda Aluno Cumulative Percent Cumulative 100% 1 2 3 4 5 6 Não ingere 1 10 22 19 14 19 1 11 33 52 66 85 1,17647 11,76471 25,88235 22,35294 16,47059 22,35294 1,1765 12,9412 38,8235 61,1765 77,6471 100,0000 100,0000 98,8235 87,0588 61,1765 38,8235 22,3529 0 85 0,00000 100,0000 0,0000 29 ANEXO 2 Grupo dos cereais, massas, tubérculos e raízes Salgado feito Aluno Cumulative Percent Cumulative 1 2 3 5 Não ingere 11 2 2 1 11 13 15 16 12,94118 2,35294 2,35294 1,17647 12,9412 15,2941 17,6471 18,8235 69 85 81,17647 100,0000 Lanche Aluno Cumulative Percent Cumulative 14 3 1 2 Não 68 ingere 14 17 16,47059 16,4706 3,52941 20,0000 85 80,00000 100,0000 Bolacha salgada Aluno Cumulative Percent Cumulative 1 2 3 Não ingere 5 9 1 5 14 15 5,88235 5,8824 10,58824 16,4706 1,17647 17,6471 70 85 82,35294 100,0000 Cachorro quente Aluno Cumulative Percent Cumulative 10 1 1 2 Não 74 ingere 10 11 11,76471 11,7647 1,17647 12,9412 85 87,05882 100,0000 Massas Aluno Cumulative Percent Cumulative 1 2 3 4 5 6 Não ingere 14 20 8 9 3 3 14 34 42 51 54 57 16,47059 23,52941 9,41176 10,58824 3,52941 3,52941 16,4706 40,0000 49,4118 60,0000 63,5294 67,0588 28 85 32,94118 100,0000 Batata frita Aluno Cumulative Percent Cumulative 1 2 3 16 6 3 16 22 25 18,82353 18,8235 7,05882 25,8824 3,52941 29,4118 30 1 4 Não 59 ingere 26 1,17647 30,5882 85 69,41176 100,0000 Arroz Aluno Cumulative Percent Cumulative 1 2 3 4 5 6 7 8 Não ingere 6 20 15 17 9 7 3 5 6 26 41 58 67 74 77 82 7,05882 23,52941 17,64706 20,00000 10,58824 8,23529 3,52941 5,88235 7,0588 30,5882 48,2353 68,2353 78,8235 87,0588 90,5882 96,4706 3 85 3,52941 100,0000 Miojo Aluno Cumulative Percent Cumulative 1 2 3 4 Não ingere 10 6 1 1 10 16 17 18 11,76471 7,05882 1,17647 1,17647 11,7647 18,8235 20,0000 21,1765 67 85 78,82353 100,0000 Pão Aluno Cumulative Percent Cumulative 1 2 3 4 5 7 8 Não ingere 11 19 12 10 7 2 1 11 30 42 52 59 61 62 12,94118 22,35294 14,11765 11,76471 8,23529 2,35294 1,17647 12,9412 35,2941 49,4118 61,1765 69,4118 71,7647 72,9412 23 85 27,05882 100,0000 31 ANEXO 3 Grupo das hortaliças e frutas Suco Aluno Cumulative Percent Cumulative 1 2 3 4 5 7 9 Não ingere 13 9 1 3 4 2 1 13 22 23 26 30 32 33 15,29412 10,58824 1,17647 3,52941 4,70588 2,35294 1,17647 15,2941 25,8824 27,0588 30,5882 35,2941 37,6471 38,8235 52 85 61,17647 100,0000 Salada Aluno Cumulative Percent Cumulative 1 2 3 4 5 8 Não ingere 15 7 9 3 1 2 15 22 31 34 35 37 17,64706 8,23529 10,58824 3,52941 1,17647 2,35294 17,6471 25,8824 36,4706 40,0000 41,1765 43,5294 48 85 56,47059 100,0000 Fruta Aluno Cumulative Percent Cumulative 1 2 3 4 5 12 Não ingere 8 4 2 6 1 1 8 12 14 20 21 22 9,41176 4,70588 2,35294 7,05882 1,17647 1,17647 9,4118 14,1176 16,4706 23,5294 24,7059 25,8824 63 85 74,11765 100,0000 32 ANEXO 4 Grupo dos leites e derivados, carnes e ovos Ovos Aluno Cumulative Percent Cumulative 1 2 3 4 Não ingere 15 4 1 1 15 19 20 21 17,64706 4,70588 1,17647 1,17647 17,6471 22,3529 23,5294 24,7059 64 85 75,29412 100,0000 Frango Aluno Cumulative Percent Cumulative 1 2 3 4 5 Não ingere 14 9 1 1 1 14 23 24 25 26 16,47059 10,58824 1,17647 1,17647 1,17647 16,4706 27,0588 28,2353 29,4118 30,5882 59 85 69,41176 100,0000 Carnes vermelhas Aluno Cumulative Percent Cumulative 1 2 3 4 5 6 Não ingere 16 25 15 7 1 3 16 41 56 63 64 67 18,82353 29,41176 17,64706 8,23529 1,17647 3,52941 18,8235 48,2353 65,8824 74,1176 75,2941 78,8235 18 85 21,17647 100,0000 Feijão Aluno Cumulative Percent Cumulative 1 2 3 4 5 6 7 8 Não ingere 17 20 7 9 3 5 1 5 17 37 44 53 56 61 62 67 20,00000 23,52941 8,23529 10,58824 3,52941 5,88235 1,17647 5,88235 20,0000 43,5294 51,7647 62,3529 65,8824 71,7647 72,9412 78,8235 18 85 21,17647 100,0000 Leite Aluno Cumulative Percent Cumulative 33 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Não ingere 17 11 6 11 5 6 3 2 1 1 17 28 34 45 50 56 59 61 62 63 20,00000 12,94118 7,05882 12,94118 5,88235 7,05882 3,52941 2,35294 1,17647 1,17647 20,0000 32,9412 40,0000 52,9412 58,8235 65,8824 69,4118 71,7647 72,9412 74,1176 22 85 25,88235 100,0000 34 ANEXO 5 Grupo dos açucares e gordura Bolo Aluno Cumulative Percent Cumulative 1 2 3 5 12 Não ingere 13 4 2 1 1 13 17 19 20 21 15,29412 4,70588 2,35294 1,17647 1,17647 15,2941 20,0000 22,3529 23,5294 24,7059 64 85 75,29412 100,0000 Café Aluno Cumulative Percent Cumulative 1 2 3 4 6 Não ingere 8 3 1 1 1 8 11 12 13 14 9,41176 3,52941 1,17647 1,17647 1,17647 9,4118 12,9412 14,1176 15,2941 16,4706 71 85 83,52941 100,0000 Refrigerante Aluno Cumulative Percent Cumulative 1 2 3 5 6 7 8 Não ingere 14 9 1 3 1 1 1 14 23 24 27 28 29 30 16,47059 10,58824 1,17647 3,52941 1,17647 1,17647 1,17647 16,4706 27,0588 28,2353 31,7647 32,9412 34,1176 35,2941 55 85 64,70588 100,0000 Doce Aluno Cumulative Percent Cumulative 1 2 3 4 7 Não ingere 12 6 5 4 2 12 18 23 27 29 14,11765 7,05882 5,88235 4,70588 2,35294 14,1176 21,1765 27,0588 31,7647 34,1176 56 85 65,88235 100,0000 Bolacha doce Aluno Cumulative Percent Cumulative 1 17 17 20,00000 20,0000 35 2 3 4 5 6 Não ingere 20 4 3 1 3 37 41 44 45 48 23,52941 4,70588 3,52941 1,17647 3,52941 43,5294 48,2353 51,7647 52,9412 56,4706 37 85 43,52941 100,0000 36 ANEXO 6 Dicas para uma boa alimentação (RADAELLI, 2001) PASSO 1- AUMENTE E VARIE O CONSUMO DE FRUTAS, LEGUMES E VERDURAS - COMA 5 VEZES POR DIA Escolha vegetais frescos para arrumar seu prato. Coma, pelo menos, 4 colheres de sopa de vegetais (verduras e legumes) duas vezes no dia. As frutas, assim como as verduras, são ricas em vitaminas, minerais e fibras. Estes alimentos melhoram o funcionamento do intestino, melhoram o humor e ajudam a evitar doenças. Comece com uma fruta ou 1 fatia de fruta no café da manhã e acrescente mais uma nos lanches da manhã e da tarde. PASSO 2 -COMA FEIJÃO PELO MENOS 1 VEZ AO DIA - NO MÍNIMO 4 VEZES POR SEMANA O feijão é um alimento importante no prato do brasileiro, isso é ótimo. Ele é um alimento rico em ferro e fibras e deve estar presente nas refeições, pelo menos, 4 vezes por semana. Na hora das refeições coloque 1 concha de feijão no seu prato, assim você estará evitando a anemia. PASSO 3- REDUZA O CONSUMO DE ALIMENTOS GORDUROSOS COMO CARNES COM GORDURA APARENTE, SALSICHA, MORTADELA E OUTROS EMBUTIDOS, FRITURAS E SALGADINHOS – MÁXIMO DE 2 VEZES POR SEMANA Prefira as carnes brancas sem pele. As carnes de frango e peixe têm menos gordura saturada e colesterol, por isso ajudam a prevenir as doenças do coração. Sempre que for preparar algum tipo de carne retire antes do cozimento a gordura aparente, a pele do frango ou o couro do peixe. Apesar do óleo vegetal ser um tipo de gordura mais saudável, tudo em excesso faz mal! O ideal é não usar mais que 1 lata de óleo por mês para uma família de 4 pessoas. Prefira os alimentos cozidos ou assados e evite cozinhar com margarina, gordura vegetal ou manteiga. PASSO 4 - REDUZA O CONSUMO DE SAL - TIRE O SALEIRO DA MESA O sal de cozinha é a maior fonte de sódio da nossa alimentação. O sódio é essencial para o funcionamento do nosso corpo, mas o excesso pode levar ao aumento da pressão do sangue, que chamamos de hipertensão. As crianças e os adultos não precisam de mais que uma pontinha de colher de sal por dia. 37 Por isso, cuidado com o excesso de sal quando preparar as refeições. Siga estas dicas: não coloque o saleiro na mesa, assim você evita adicionar o sal na comida pronta. Evite temperos prontos, alimentos enlatados, carnes salgadas e embutidos como mortadela, presunto, lingüiça, etc. Todos eles têm muito sal. Comece a experimentar outros tipos de temperos para seus pratos como ervas frescas ou secas. PASSO 5- FAÇA PELO MENOS 3 REFEIÇÕES E 1 LANCHE POR DIA. NÃO PULE AS REFEIÇÕES. PARA O LANCHE PREFIRA FRUTAS. Este passo é fundamental para se manter saudável. Tendo todas as refeições você evita que o estômago fique vazio por muito tempo, diminuindo o risco de ter gastrite e de comer muito quando for se alimentar. Comendo nas horas certas você também “belisca” menos, o que vai ajudar você a controlar o peso. Nos lanches e sobremesas prefira comer frutas no lugar de doces. As frutas tem bastante vitaminas e fibras que melhoram a saúde. PASSO 6- REDUZA O CONSUMO DE DOCES, BOLOS, BISCOITOS E OUTROS ALIMENTOS RICOS EM AÇÚCAR PARA NO MÁXIMO 3 VEZES POR SEMANA. Cada vez que você come alimentos ricos em açúcar, como balas, bolachas, bolos, chocolates, sorvetes e até mesmo os biscoitos vitaminados, você está perdendo a chance de comer frutas e verduras e outros alimentos mais saudáveis. Em excesso eles prejudicam a saúde, favorecendo o ganho de peso, o aparecimento de cáries nos dentes e enfraquecimento dos ossos. PASSO 7- REDUZA O CONSUMO DE ÁLCOOL E REFRIGERANTES. EVITE O CONSUMO DIÁRIO. A MELHOR BEBIDA É A ÁGUA! Refrigerantes são alimentos ricos em açúcar e não possuem vitaminas. Por este motivo são chamados de “calorias vazias” - possuem calorias do açúcar e são vazias porque não têm nada de nutritivo. O álcool também contém calorias que podem contribuir para o excesso de peso e não contém nada nutritivo. Além do mais, o excesso de álcool pode levar a dependência e contribuir para o aparecimento de doenças como cirrose e hepatite que podem ser fatais. Por isso, evite consumir bebidas alcoólicas todos os dias e quando beber não ultrapasse uma dose. Tome pelo menos 8 copos de água por dia, todo o funcionamento do seu corpo irá melhorar! PASSO 8 - APRECIE A SUA REFEIÇÃO - COMA DEVAGAR. FAÇA DAS REFEIÇÕES UM PONTO DE ENCONTRO DA FAMÍLIA. NÃO SE ALIMENTE ASSISTINDO TV. Sempre que possível reúna a família para comer junto. Esta pode ser uma oportunidade para vocês conversarem e dividirem o que cada um esta vivendo. As crianças, principalmente, 38 estarão aprendendo com os mais velhos. Aproveite e faça deste momento o mais agradável possível, preste atenção no que está comendo, alimente-se com calma, mastigue bem. Evite assistir TV e comer ao mesmo tempo, pois você acaba comendo mais do que precisa, não mastiga direito e não aproveita o sabor do que está comendo. PASSO 9- MANTENHA O SEU PESO DENTRO DE LIMITES SAUDÁVEIS – VEJA NO SERVIÇO DE SAÚDE SE O SEU PESO ESTÁ ADEQUADO PARA A SUA ALTURA. É muito importante que o nosso peso fique nesta faixa de normalidade, pois as pessoas com sobrepeso ou obesidade tem muito mais chance de terem outras doenças como diabetes, problemas do coração, pressão alta etc. O IMC (Índice de Massa Corporal) mostra se o seu peso está adequado para sua altura. É calculado dividindo-se o peso, em quilogramas, pela altura, em metros, elevada ao quadrado. Para calcular o IMC IMC= P (em quilogramas) Altura (em metros) EXEMPLO: imagine uma pessoa com 82 quilos e que tem a altura de 1,67 m. Para calcular o IMC precisamos: - multiplicar a altura por ela mesma: 1,67 x 1,67 = 2,788 - dividir o peso pelo resultado da conta acima: 82/ 2,788 = 29,41 kg/m2 Para saber se o peso está adequado para a altura precisamos usar a tabela de classificação abaixo: Valor do IMC Classificação Menor que 18,5- Baixo Peso 18,5 a 24,99- Normal 25 a 29,99- Sobrepeso Maior que 30- Obesidade Pelo resultado - 29,41 kg/m2 esta pessoa está no limite da faixa de sobrepeso. Para adultos se considera que o peso saudável corresponde ao IMC entre 18,5 e 25 Kg/m. Para valores menores ou maiores que esta faixa devemos procurar o serviço de saúde para orientação. PASSO 10- SEJA ATIVO. ACUMULE 30 MINUTOS DE ATIVIDADE FÍSICA TODOS OS DIAS. CAMINHE PELO SEU BAIRRO. SUBA ESCADAS. NÃO PASSE MUITAS HORAS ASSISTINDO TV. 30 minutos de atividade física por dia já ajudam a manter a saúde, diminuir o estresse e a depressão, aumentar a auto-estima e o bem-estar. Além disso, é sempre uma chance de 39 conhecer outras pessoas. Você não precisa estar em uma academia para aumentar a sua atividade física, veja algumas dicas: -Mesmo quando voltar do trabalho e se sentir cansado, tente caminhar ou andar de bicicleta. Você ficará surpreso: quanto mais ativo você for mais energia e disposição você terá; -Esqueça o controle remoto: levante-se da cadeira ou do sofá e mude manualmente os canais da televisão; -Brinque com seus filhos, jogue bola, dance com alguém ou até mesmo sozinho; -Prefira usar as escadas no lugar do elevador; -Estacione o carro um pouco mais longe do destino; -Desça do trem, ônibus ou metrô uma ou duas estações antes; -Aproveite para fazer das atividades de casa uma oportunidade de aumentar sua atividade física: se você tem carro, lave-o você mesmo, caminhe em lugar de usar o carro para ir ao banco, à padaria, ao correio, ao shopping, à feira, ao supermercado.