Anais do V SENALIC – TEXTOS COMPLETOS ISSN – 2175-4128 Organizadores: Gomes, Carlos; Ramalho, Christina; Ana Leal Cardoso São Cristóvão: GELIC, Volume 05, 2014 ENSINO E LITERATURA NA FORMAÇÃO DO LEITOR CRÍTICO Patrícia Medeiros de Oliveira (Mestra/IFBA) APRESENTAÇÃO Desde a reformulação da noção de “mimese” feita por Aristóteles, que a ideia de arte passou a ser associada à concepção de imitação, constituindo-se como uma representação da vida. Através da arte, o homem experencia uma possibilidade do real e desencadeia inúmeras formas de se conhecer o mundo. Dessa forma, pode-se dizer que a literatura, num sentido amplo, constitui um acervo esteticamente válido, que incorpora uma função social, uma vez que desenvolve sua temática a partir do material humano. Candido (1995), ao discutir as ações dos movimentos pelos direitos humanos diante de uma sociedade desigual, apresenta a literatura como um bem intelectual necessário para a moralidade e civilidade do indivíduo, um bem que, segundo ele, seria tão necessário quanto os que garantem a sobrevivência física como casa, comida e saúde, por exemplo. Assim concebida, a literatura passa a ser uma necessidade universal, um elemento indispensável à humanização dos sujeitos e do processo civilizatório das sociedades, necessário para atenuar as barbáries características da atualidade e impedir a alienação social (ADORNO, 1995). Segundo Candido (1995), a literatura é capaz de promover o exercício da reflexão, a aquisição do saber, a boa disposição para com o próximo, o afinamento das emoções, a capacidade de penetrar nos problemas da vida, o senso de beleza, a percepção da complexidade do mundo e dos seres vivos, além de desenvolver o senso de humanidade. No dizer de Paulino e Cosson (2009), a literatura cumpre importante papel no desenvolvimento do ser humano, ação que pode se desenvolver tanto no sentido de se estimular a escrita e de agregar conhecimentos, como no sentido mais amplo de melhoria das relações sociais, educando sentimentos e proporcionando a compreensão do andamento da sociedade. Essa concepção anunciada por Paulino e por tantos outros autores da área literária é encontrada, inclusive, em programas governamentais brasileiros, os quais objetivam o estímulo à leitura para a qualificação do ensino e da formação do ser humano. Entretanto, nem sempre o que se evidencia nos projetos é encontrado na 1 Realização: Apoio: Anais do V SENALIC – TEXTOS COMPLETOS ISSN – 2175-4128 Organizadores: Gomes, Carlos; Ramalho, Christina; Ana Leal Cardoso São Cristóvão: GELIC, Volume 05, 2014 prática, ocupando o Brasil ainda uma posição irrisória quando o assunto é a proficiência de leitura dos seus estudantes. Tal situação pode ser entendida a medida que se conhece o modo de apropriação da leitura e da literatura em cada fase escolar. Nesse sentido, analisar o processo de compreensão textual por alunos do ensino médio de uma escola pública é duplamente contributivo para os estudos em torno da formação crítica do leitor, uma vez que aponta tanto para o grau de competência leitora de estudantes que estão concluindo o ensino médio, como para as deficiências e ausências do próprio ensino de língua portuguesa no seu percurso escolar. FUNDAMENTANDO: O LETRAMENTO LITERÁRIO E A CRITICIDADE LEITORA As ações para o desenvolvimento da proficiência em leitura e escrita, um dos principais objetivos da Língua Portuguesa no ensino fundamental, pecam ao dar à leitura literária insuficiente atenção, subestimando os benefícios que esse tipo de texto pode ter na formação do sujeito leitor (RANGEL, 2008). Ultrapassando a noção inicial de letramento – aquele responsável pelas atividades diretamente ligadas à leitura e a escrita, preocupando-se mais com a diminuição do nível de analfabetismo do que com outras habilidades possíveis de serem desenvolvidas – e identificando-se com a noção de multiletramentos – desenvolvimento de competências complexas voltadas para o processo de construção de sentidos, estando ou não ligadas à escrita –, a noção de letramento literário pode ser tomada para se compreender o como a literatura é capaz de desenvolver no leitor a sua crititicidade, pois se constitui como processo de apropriação da literatura enquanto construção literária de sentidos. O letramento literário não se limita nem à escola, por permanecer mesmo após a vida escolar, durante toda a vida do indivíduo; nem ao tempo, pois está em constante transformação; nem ao cânone, pois postula que a literatura é sempre passiva de mudanças, compreendendo-a como um repertório cultural, devendo o leitor, portanto, intervir ativamente no ato de leitura, tendo inferências e participando da construção textual. Segundo Paulino e Cosson (2009), o letramento literário se destaca enquanto fundamental no desenvolvimento humano por se constituir por meio da interação verbal e do reconhecimento do outro. Os processos de leitura e escrita proporcionados pelo texto literário possibilitam ao leitor a recriação do mundo e, com isso, a reescrita do texto à sua disposição. Essa 2 Realização: Apoio: Anais do V SENALIC – TEXTOS COMPLETOS ISSN – 2175-4128 Organizadores: Gomes, Carlos; Ramalho, Christina; Ana Leal Cardoso São Cristóvão: GELIC, Volume 05, 2014 recriação constante tanto do mundo quanto dos textos exige do leitor uma capacidade de compreensão e análise de mundo intensa e diária, possibilitando posicionamentos críticos diante da realidade social. Quanto ao reconhecimento da alteridade, entendese que a literatura permite que o sujeito viva o outro na linguagem, construindo sua identidade e sua comunidade, pois cada ser humano constrói-se e reconstrói-se enquanto são atravessados por textos diversos. Segundo Paulino e Cosson (2009), a experiência da literatura amplia e fortalece esse processo ao oferecer múltiplas possibilidades de ser o outro sendo nós mesmos, operando com a liberdade da linguagem, dando palavras à liberdade humana, proporcionando uma forma singular de dar sentido ao mundo e a nós mesmos. Dentre os inúmeros instrumentos ofertados pela sociedade para se construir esse sentido através da literatura, o meio eletrônico apresenta-se como um dos espaços mais profícuos a essas relações. Isso porque o ciberespaço permite uma maior interação entre texto e leitor e a intertextualidade inerente à natureza literária é compatível com os fluxos digitais representados pelos hipertextos. Especificamente nesse sentido, o leitor em tela torna-se mais ativo que o leitor em papel, realizando uma leitura interativa, que favorece uma atitude exploratória e muitas vezes libertária dada a variedade de sites que a internet oferece. De um modo geral, é possível dizer que a exploração de um texto não-literário é adequada quando conduz o aluno a perceber os aspectos mais significativos do processo do contexto de produção, tais como o gênero envolvido, o tema central, a macroestrutura, os aspectos mais relevantes de sua realização na microestrutura e etc. No entanto, o leitor de literatura deve situar-se, ao mesmo tempo, dentro e fora desse quadro. De um lado, boa parte do que a leitura de um texto não-literário demanda se manifesta também na abordagem do texto literário. De outro, na medida em que o evento de letramento é outro, o movimento do leitor já não é o mesmo. E, de certa forma, é o inverso. Sendo o letramento literário essa tarefa tão delicada, compreende-se porque o mesmo enfrenta tantas dificuldades no ambiente escolar, dificuldades essas que se apresentam nos diversos níveis da escolarização. A maioria dos relatórios do PNLEM (Programa Nacional do Livro Didático para o Ensino Médio) bem como de outros avaliadores nacionais (SAEB – Sistema Nacional de Educação Básica e ENEM – Exame Naciona do Ensino Médio, por exemplo) indicam a carência na abordagem do 3 Realização: Apoio: Anais do V SENALIC – TEXTOS COMPLETOS ISSN – 2175-4128 Organizadores: Gomes, Carlos; Ramalho, Christina; Ana Leal Cardoso São Cristóvão: GELIC, Volume 05, 2014 texto na escola, onde a leitura se limita à decodificação, sem conferir significado ao que leem. Além disso, esses mesmos relatórios atestam que o professor de literatura no ensino médio ainda se norteia pela noção de evolução cronológica, fornecendo dados históricos lineares, informando sobre tendências estéticas, dados biográficos dos cânones e ofertando resumos da obra; essa postura é prejudicial ao desenvolvimento do letramento literário, uma vez que se constitui como a totalidade do ensino da literatura, negando ao aluno uma efetiva experiência de leitura e de contato com a singularidade textual, condições indispensáveis para a formação do leitor crítico. Além da ação do professor que permanecerá decisiva sempre no processo educacional, o livro didático de português também é fundamental na construção do letramento literário, pois deve oferecer ao aluno a oportunidade de conviver com o conjunto significativo de textos representativos da sua cultura, deve convidá-lo por meio de uma abordagem adequada dos textos, a envolver-se numa efetiva experiência de leitura e deve introduzir as questões teóricas para auxiliar o leitor em sua experiência pessoal e direta com a singularidade dos textos. Com o intuito de situar escola e docentes a respeito das direções a serem seguidas no ensino, a LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação apresenta os PCNs – Parâmetros Curriclares Nacionais, tendo como fundamentos o respeito à diversidade e à transdiciplinaridade da linguagem, além de orientarem para a necessidade de ofertas de bibliotecas com acervos variados de livros que funcionem como incentivo à leitura e possibilitem uma livre escolha por parte do aluno. Os PCNs, apesar de trazerem a leitura como processo dialógico entre texto e leitor, fazem referências espaças à literatura enquanto disciplina propriamente dita, além de associá-la ao ensino de português, sem autonomia. Segundo Saraiva (2005), essa organização de conteúdos proposta pelos PCNs possibilita ao professor a liberdade de poder introduzir ou não o ensino de literatura em sua prática, o que não é tão interessante visto a importância da literatura. Assim sendo, compreende-se que para que a literatura possa contribuir para a formação do indivíduo, faz-se necessário a utilização de um adequado material de leitura e de uma metodologia que acolha o leitor em sua subjetividade. Pensar a situação da leitura no Brasil faz perceber a necessidade de uma política educacional que dissemine a leitura a todos os cidadãos; uma prática eficiente, estruturada com 4 Realização: Apoio: Anais do V SENALIC – TEXTOS COMPLETOS ISSN – 2175-4128 Organizadores: Gomes, Carlos; Ramalho, Christina; Ana Leal Cardoso São Cristóvão: GELIC, Volume 05, 2014 princípios democráticos e que proporcione aos estudantes condições de desenvolvimento da leitura e da escrita através de uma metodologia que não se fundamente na unicidade de respostas, mas na polissemia do livro e na propagação do prazer de ler. A ESCOLA E O ESTÍMULO À LEITURA CRÍTICA Para compreender melhor como o uso da literatura, devido ou indevido, interfere na formação leitora crítica, far-se-á uma análise das produções textuais, orais e escritas, de alunos de uma escola da rede pública estadual da Bahia. As produções textuais foram coletadas durante oficinas de leitura e escrita realizadas pelo projeto de extensão “Leitura e escrita: instrumentos para inclusão e o desenvolvimento social” sob a coordenação de professoras de Língua Portuguesa do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia, câmpus Feira de Santana. Durante um bom e tempo, os estudos em torno da linguagem privilegiavam a escrita e diminuíam o valor da oralidade. Hoje, entretanto, os estudiosos passaram a encarar de um modo diferente o significado da linguagem oral e os contrastes entre este tipo de expressão e a escrita. Ferdinand Saussure, que é chamado o pai da lingüística moderna, insistia na superioridade do discurso oral, e entendia a escrita como um complemento desse discurso. Partindo do conhecimento sobre a importância da oralidade, é interessante que ponderações sejam feitas em torno do letramento(s) e, por sua vez, sobre as modalidades falada e escrita da língua. É necessário se combater alguns equívocos, situar a importância de tais modalidades e práticas sociais e, por fim, refletir sobre algumas possibilidades da oralidade em sala de aula. Gnerre (1985) critica essa a visão sobre a oralidade que seja etnocêntrica, que valorize a escrita alfabética e globalizante, e que não atente, portanto, para o fato de que não existem “sociedades letradas”, mas sim grupos letrados e de que as formas de raciocínio das camadas ditas analfabetas não são completamente diversas das camadas alfabetizadas, já que o letramento é um processo que penetra a sociedade independentemente da própria escolarização formal. Nesse sentido é que para além das produções escritas dos alunos, considerou-se nesse estudo suas interferências, discussões e posicionamentos durante o debate sobre a importância do trabalho de leitura e escrita para sua formação. 5 Realização: Apoio: Anais do V SENALIC – TEXTOS COMPLETOS ISSN – 2175-4128 Organizadores: Gomes, Carlos; Ramalho, Christina; Ana Leal Cardoso São Cristóvão: GELIC, Volume 05, 2014 O início da oficina requereu dos participantes declarações a respeito de sua vida escolar, bem como do contato que mantinham com a leitura e escrita em ambientes diversos. Os estudantes, de modo geral, disseram que o contato mais efetivo com essas práticas era no ambiente escolar e que fora dali, a leitura e escrita se restringiam às redes sociais ou à leitura de textos bíblicos quando iam à igreja. Na escola, o trabalho com o texto era raro e quase sempre para se responder questões específicas de interpretação. Uma das estudantes, no entanto, relatou a iniciativa da professora de língua portuguesa que levava livros próprios diversos para que os alunos escolhessem o que melhor lhes parecessem, lessem e entregassem um resumo, o que contaria como pontuação extra na disciplina. A ausência de trabalho com o texto em sala de aula ou apenas o seu uso de maneira pontual a fim de se obter respostas diretas e não discursivas leva a uma compreensão equivocada da leitura enquanto um processo de decodificação vocabular, não permitindo ao estudante a correlação com os diversos aspectos sociais e ideológicos que estão envolvidos da elaboração de um texto. Nesse sentido, compromete-se a criticidade leitora, uma vez que o texto – apenas por ser texto – pode ser tomado como verdade e não como uma posição determinada por um sujeito circunscrito social e ideologicamente. A ação da professora de levar seus livros para sala de aula para que haja uma livre escolha de leitura pelos estudantes pode ser dupla e paradoxalmente avaliada: primeiro porque constitui uma ação inovadora e importante para o estímulo à leitura; segundo porque denuncia a precariedade da estrutura escolar para o atendimento às demandas de leitura e escrita. Permitir que os estudantes selecionem os textos por vontade própria viabiliza um contato mais íntimo com o texto literário, tendo em vista que a escolha nunca é totalmente livre, antes é permeada por valores e por experiências que os estudantes vivenciam ao longo de sua formação enquanto indivíduos. Essa relação livro-vida é o que auxilia numa leitura mais atenta e passiva de uma significação coerente com as demandas do leitor. Partindo para a realidade local, identificou-se por meio da fala dos estudantes que a ação da professora era motivada não pela inexistência de uma biblioteca na escola e sim pela não disponibilização desse espaço de leitura aos estudantes, ou seja, não era desenvolvida pela escola nenhuma ação para utilização daquele espaço. 6 Realização: Apoio: Anais do V SENALIC – TEXTOS COMPLETOS ISSN – 2175-4128 Organizadores: Gomes, Carlos; Ramalho, Christina; Ana Leal Cardoso São Cristóvão: GELIC, Volume 05, 2014 A fala dos estudantes pôde ser testificada, haja vista que as oficinas ocorreram no espaço da biblioteca, o qual servia como depósito de cadeiras e mesas inutilizadas e os livros ali encontrados, apesar de inúmeros exemplares de autores nacionais e universais, encontravam-se empoeirados e roídos por traça. Essa situação contraria completamente a orientação da LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) por meio dos PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) quanto à oferta da biblioteca como fonte de incentivo à leitura em ambiente escolar. Nesse caso, apesar da existência de um espaço e de materiais de leitura, a ausência de iniciativa pedagógica foi definitiva para a negação do acesso dos estudantes à realidade leitora e, por conseguinte, a mais uma avanço em direção a leitura crítica. No que concerne aos aspectos textuais, as produções aqui analisadas são sobre o tema “O desafio de se conviver com as diferenças”, as quais foram realizadas após breve discussão sobre o tema. De maneira geral, os alunos desenvolveram-se bem no que concerne à compreensão do gênero textual, uma vez que construíram a proposta a partir dos parâmetros necessários à construção textual dissertativa; posicionaram-se perante o tema adequadamente, sem desvio da temática; construíram a microestrutura textual com relativo domínio das estratégias gramaticais e de articulação entre os enunciados; no entanto, no que se refere à macroestrutura, foi perceptível a evidente deficiência para a abordagem temática. Todos os textos centraram-se na constatação do problema, tais como pode ser verificado em alguns trechos abaixo: “... convivemos com várias pessoas de diferentes cores, raças e pensamentos diferentes. E nesse mesmo local percebemos discriminações...” “... não é muito comum ver pessoas aceitarem a religião dos outros...” “Vivemos num país onde as diferenças são visíveis...” Em todos os textos detectou-se certa superficialidade no tratamento do tema, sendo retratado apenas de maneira descritiva e pontual, sem nenhuma referência ou reflexão sobre a origem do problema – a dificuldade na convivência com o diferente – na sociedade. Nesse sentido, compreende-se que a o ensino da língua de maneira pontual e que privilegie apenas a microestrutura textual, não oportunizando o contato com textos diversos e com a literatura de maneira devida, impede o sujeito de 7 Realização: Apoio: Anais do V SENALIC – TEXTOS COMPLETOS ISSN – 2175-4128 Organizadores: Gomes, Carlos; Ramalho, Christina; Ana Leal Cardoso São Cristóvão: GELIC, Volume 05, 2014 correlacionar os diversos fatores na análise de certo problema social e o conduz para uma prática de decodificação e não de análise textual. CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir da análise das produções orais e escritas aqui expostas, ficou ainda mais evidente o papel da literatura enquanto necessidade universal e como elemento indispensável à humanização dos sujeitos e de construção da civilidade. O trato literário a partir da compreensão interacionista do texto é capaz de formar indivíduos críticos e, por conseguinte, atenuar as barbáries características da atualidade e impedir a alienação social. No entanto, até esse ponto, a escola precisará percorrer um longo caminho, desde mudando a concepção de ensino até oportunizando aos seus estudantes o contato eficaz e efetivo com ambientes e práticas de leitura crítica. É inadiável para a escola que queira a construção do sujeito que realize uma leitura crítica e reflexiva a utilização deum adequado material de leitura e uma metodologia que acolha o leitor em sua subjetividade. Há no Brasil a necessidade de uma política educacional eficiente, estruturada com princípios democráticos e com condições de desenvolvimento da leitura e da escrita através de uma metodologia que não se fundamente na unicidade de respostas, mas na polissemia do livro e na propagação do prazer de ler. REFERÊNCIAS ADORNO, Theodor W. Observações sobre o pensamento filosófico. In. Palavras e sinais. Modelos críticos 2. Trad. Maria Helena Ruschel. Petrópolis: Vozes, 1995. p. 19. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Nº 9.394, de 20 de Dezembro de 1996. Disponível em < http://www.pucminas.br/imagedb/documento/DOC_DSC_NOME_ARQUI20041202141358.pdf>. Acesso em: 01 de maio de 2014. CANDIDO, Antonio. O direito à literatura. Vários escritos. 3. ed. São Paulo: Duas Cidades, 1995. GNERRE, M. Linguagem, escrita e poder. São Paulo: Martins Fontes. 1985 PAULINO, Graça e COSSON, Rildo. Letramento Literário: para viver a literatura dentro e fora da escola. In. Zilberman, Regina e Rösing, Tania M. K. (Orgs) Escola e leitura: velha crise, novas alternativas. São Paulo: Global, 2009. (Coleção Leitura e Fomação). RANGEL, A. P. Alfabetizar aos seis anos. Porto Alegre, Editora Mediação, 2008. 8 Realização: Apoio: