JAFS CLASSE Para aonde vão os Auditores e a Receita Federal do Brasil em 2010 O ano de 2009 foi emblemático para a Receita Federal do Brasil. Foi o ano em que a instituição deixou as páginas de Economia dos jornais e virou notícia nos cadernos de Política, em razão da exoneração da então secretária da RFB, Lina Maria Vieira, do cargo, devido à suposta conversa em que teria sido recomendado à Auditora-Fiscal que agilizasse o desfecho de uma fiscalização do órgão sobre a família Sarney. O episódio desnudou o perigoso estado de ingerência política e econômica a que a instituição RFB e seus membros, os Auditores-Fiscais, estão expostos. A opinião pública, ao tomar ciência do problema, ficou receptiva a ouvir as sugestões de resolução para a questão, fato positivo que permitiu à Classe e ao Sindifisco Nacional lançar publicamente a pauta da necessária e urgente implementação da Lei Orgânica do Fisco (LOF) no órgão. Entraremos 2010 neste contexto e a LOF ganhará importância ainda maior considerando que estamos iniciando um ano de eleição presidencial. Em ano de eleições, escândalos envolvendo presidenciáveis ou seus apoiadores, por sua vez desnudados por instituições públicas, costumam ser mais freqüentes, ainda mais porque, como bem analisa o estudioso de Comunicação no Brasil, Albino Rubim, o país vive uma fase de “Idade da Mídia”, essencialmente no campo da política, em que se consolida o novo modelo midiático eleitoral, tendo, como pudemos observar nos últimos anos, o escândalo como seu ingrediente mais precioso. Para as instituições públicas com feições republi- Jornal do Auditor-Fiscal de Santos Otacílio Cartaxo, novo secretário da RFB canas isso significa que se faz ainda mais necessário dotá-las de uma Lei Orgânica que as estruture e garanta autonomia e independência funcional para os seus membros; a implementação da Lista Tríplice para cargos de direção, com mandatos definidos, e a garantia do princípio da inamovibilidade para os membros do órgão, para ficarmos em alguns exemplos. Provocar esta discussão com os candidatos presidenciáveis será uma das iniciativas a serem tomadas pelo Sindifisco Nacional e por nossa Classe em 2010. Também será o momento de discutir com os candidatos uma proposta de Reforma Tributária que efetivamente promova justiça fiscal, com vistas a atingir a justiça social tão almejada. A RFB e os Auditores foram sistematicamente alijados, desde o final da década de 90, da formulação da política tributária no país. Está na hora de resgatar o nosso lugar neste debate. Se observarmos atentamente como o Brasil reagiu à crise financeira mundial que eclodiu no final de 2008 vamos constatar que foi adotando medidas de desoneração tributária para alguns setores, sobejamente com o IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados - o que estimulou o consumo, mas cujos efeitos, conforme o próprio IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas) aponta, não surtirão mais o efeito esperado a partir de agora. Far-se-á necessária a adoção de medidas mais profundas e os Auditores, com todo o seu saber acumulado, têm muito a contribuir para ajudar a encontrar uma solução duradoura e que permita ao Brasil crescer ainda mais. DS/Santos firma parceria com novo escritório de advocacia para atendimento emergencial aos filiados A nova diretoria da DS/Santos, por meio do Departamento Jurídico, firmou parceria com o escritório Mazagão e Macedo Advogados para o atendimento aos filiados em casos emergenciais, 24 horas, envolvendo o exercício da função de Auditor-Fiscal da RFB. Os advogados responsáveis pelo escritório são Luiz Antonio Mazagão e José Luiz Macedo, que têm a área criminal e cível como as principais de atuação. “Esperamos que essa nossa parceria possa dar tranquilidade e suporte jurídico para todos os filiados, uma vez que se busca orientar, proteger, garantir e resguardar todos os direitos dos filiados quando houver nossa intervenção”, explicou Dr. José Luiz Macedo. Desde agosto de 2007, a DS/Santos, por meio de parcerias com escritórios de advocacia, vem buscando conferir aos Auditores-Fiscais filiados uma maior proteção frente a qualquer tipo de excesso a que venha a ser vítima em razão do exercício de sua função. O contrato estabelece pronto-auxílio aos associados, a qualquer hora e tempo, inclusive por meio de solicitação telefônica, ficando depois do atendimento, a cargo do filiado, a contratação do escritório para prosseguir no caso. Nos próximos dias, os filiados à DS/Santos estarão recebendo os cartões com os contatos do escritório, situado à rua General Câmara, nº 5, 8º andar, salas 806/810. Os contatos são (13) 7804-6088, 7804-6089, 9714-7877, 8115-6539, 3219-3187 e 3219-5087 - ID’s: 55*44*3993 - 55*44*3994 e 55*80*49703. AÇÕES ASSISTENCIAIS Auditores-Fiscais de Santos fecham o ano estendendo a fraternidade a quem precisa Já está virando tradição. Os Auditores-Fiscais da RFB em Santos, por meio da associação Unafisco de Santos e da DS/Santos, não satisfeitos em cumprir com zelo e dedicação o seu papel frente ao Estado e à sociedade, unem-se em uma corrente solidária para ajudar os mais necessitados de Santos e São Vicente. Agora, neste final de ano, graças às doações feitas pelos filiados/associados em razão do evento benemérito de posse da associação e da DS/Santos, três instituições serão beneficiadas. Aliás, uma delas já recebeu os recursos dos Auditores que colaboraram por meio da DS/Santos, cujo papel tem sido o de agente arrecadador e distribuidor dos recursos, ao lado da associação. Tratase da Casa Vó Benedita. A DS adquiriu mil cartões de Natal do Fundo Social de Solidariedade de Santos, comercializado pela Casa que assiste a crianças carentes em Santos. Agenda 2010 da DS/Santos para filiados Pelo segundo ano consecutivo, a DS/Santos preparou para os seus filiados um presente de natal e ano novo: a Agenda personalizada, agora para 2010. Na cor prata, a agenda do Auditor-Fiscal filiado à DS tem um tamanho bastante funcional, não tomando muito espaço em bolsas e pastas, sendo também de fácil transporte para aqueles que preferem levá-la nas mãos. Para a DS/Santos, a agenda representa “uma forma singela e útil de se fazer presente em todos os dias que virão no ano que se inicia”. E confiante de que em 2010 a Classe terá a Lei Orgânica do Fisco como principal item de sua JAFS 5 JAFS8.indd 1 agenda de trabalho, o presidente da DS/Santos, Wellington Clemente Feijó, escreveu aos filiados na apresentação da agenda: “Neste aspecto, a LOF é um sonho a ser sonhado e vivido por todos nós, Auditores-Fiscais da RFB. A Delegacia Sindical de Santos deseja a todos os filiados um ano de 2010 repleto de expressivas realizações, conquistas profissionais e individuais, fortalecimento da Classe e efetivo resgate de nossa Autoridade de Estado.” A agenda está sendo remetida a todos os filiados por correspondência, juntamente com o cartão da DS/Santos de boas festas. Uma segunda parte dos recursos também já tem destino certo. A associação Poiesis, que abriga crianças em situação de risco na região central de Santos, vai em breve receber as doações para pagamento de seus gastos correntes, com água, luz e alimentação das crianças. A terceira parte dos recursos irá auxiliar uma entidade que está nascendo em São Vicente, a Casa Anderson, a primeira da cidade a prestar assistência a crianças com paralisia cerebral. As doações ajudarão a pagar um mês de aluguel do imóvel que vem abrigando a casa. Estas ajudas, embora singelas, só estão sendo possíveis graças ao pouco de muitas pessoas. Quem desejar continuar colaborando, deve contatar o colega Wellington Clemente Feijó. Assim, além de mostrar que a caridade pode ser institucional, a Classe positiva a sua imagem perante a sociedade. Parabéns a todos que ajudaram a formar mais esta corrente do bem! Expediente do Jornal: publicação produzida pela Diretoria da DS/Santos, biênio 2009/2011. Diretor de Comunicação: Reinaldo Lauro Puglia. Jornalista e editora: Kelly Carlisano Albino (MTb. 29.279). Editoração Eletrônica: Diego Meneghetti. Impressão: Gráfica Mazzeo. Tiragem: 1.000 exemplares Endereço da DS/Santos: R. Euclides da Cunha, 290 - Santos - SP - Tel (13) 3326-2522- Site: www.unafiscosantos.org.br - E-mail: [email protected] Edição n.º 08 - agosto a dezembro de 2009 Jornal do Auditor-Fiscal de Santos O JAFS se despede de 2009 trazendo aos leitores um vislumbre do que será 2010, a partir do trabalho executado no ano que finda, especialmente no que diz respeito à Lei Orgânica do Fisco (LOF) e ao efetivo resgate da Autoridade do cargo de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil. Nas próximas páginas, o leitor irá conferir a entrevista com o mais novo inspetor da Alfândega do Porto de Santos, o AuditorFiscal José Antônio Gaeta Mendes, a partir da qual poderá conhecer um pouco mais do colega convidado para estar à frente da maior Alfândega da América do Sul. Também mostramos porque 2010, ano eleitoral, poderá significar para a Classe a reconquista de seu lugar na formulação da política tributária no país e a oportunidade de pautar importantes discussões com os candidatos presidenciáveis, inclusive sobre a Reforma Tributária, independência e autonomia da Receita Federal do Brasil, entre outros assuntos. O leitor ainda poderá conferir como foi a solenidade de posse da DS/Santos e da Associação Unafisco de Santos e o lançamento do livro que tratou das “Repercussões da Ausência da LOF e da Representação Parlamentar Delegada na Garantia da Autoridade Fiscal e defesa do Interesse Público”, conhecer algumas novidades da DS para os seus filiados e ainda saber quais as entidades estão sendo beneficiadas pela ação de benemerência de quem participou da festa de posse. 2010 chega repleto de esperança de muitas conquistas. O céu é o limite com a união da Classe, visão estratégica e iniciativas articuladas. Boa leitura a feliz ano novo para todos! Leia nesta edição 2010: o ano da LOF Entenda porque o ano que se inicia tem tudo para ser o marco da Lei Orgânica do Fisco para a Classe e a Receita Federal do Brasil. Pág. 3 Muito a comemorar na Festa da Posse Evento reuniu mais de 180 pessoas em noite que celebrou posse das entidades, confraternização de final de ano e lançamento do livro da DS. Pág. 4 Agenda 2010 e Atendimento Jurídico Emergencial DS/Santos presenteia filiados com nova Agenda e firma contrato com novo escritório para o atendimento jurídico emergencial aos Auditores em razão de exercício funcional. Pág. 5 JAFS 6 14/12/2009 11:31:13 ENTREVISTA • José Antônio Gaeta Mendes, novo inspetor da Alfândega do Porto de Santos SINDICATO NOITE DE FESTA “Não sou centralizador. Gosto de valorizar as equipes” Articulação em diversas frentes para que 2010 seja o ano da Lei Orgânica do Fisco Confraternização de final de ano e lançamento de livro na solenidade de posse da DS/Santos e associação Unafisco de Santos Auditor-Fiscal há 29 anos, 26 dos quais esteve à frente de equipes, o economista José Antônio Gaeta Mendes, natural de Cruzeiro, no Vale do Ribeira, parece bastante à vontade no desafio de conduzir a maior Aduana do Brasil e da América Latina. No cargo desde 18 de setembro, o novo inspetor da Alfândega do Porto de Santos considera que “para gerir unidades, não há diferença se o administrador tem mais experiência na Aduana ou em tributos internos”. Leitor voraz, especialmente dos clássicos, os quais aprecia reler, fã de radioamadorismo e de pescaria e aficcionado por informática, especialmente por programação, Gaeta, que ajudou na fundação da DS/Taubaté, concedeu esta entrevista exclusiva à DS/Santos: JAFS – Por que o senhor decidiu tornar-se um Auditor-Fiscal da Receita Federal? Gaeta – Foi por influência de um cunhado. Em 1979, nos meus 23, 24 anos, trabalhava em uma multinacional e meu cunhado convidou-me para que juntos prestássemos o concurso da Receita Federal. Decidi prestá-lo, principalmente pela estabilidade. Além disso, também pela questão da aposentadoria, da segurança. JAFS – Por que a opção pela carreira administrativa dentro do órgão? Gaeta – Destes 29 anos de Receita, por 26 anos ocupei algum tipo de chefia. Talvez pelo meu perfil... a Receita Federal sempre se ressentiu de uma carreira mais estruturada para chefias. O PSI – Processo Seletivo Interno – abre uma boa experiência neste sentido. Mas voltando, considero-me com capacidade natural de liderança. Mesmo antes de ingressar no órgão, já ocupava no emprego anterior um cargo de chefia, desde os 21 anos. Isso tudo facilitou e acabou me impondo chefias por 10 anos só à frente de unidades. JAFS – Qual a principal marca deixada pelo senhor nos lugares por onde passou, como Taubaté, São Sebastião e Aeroporto Internacional de Cumbica? Gaeta – Considero as minhas administrações tranqüilas. Sempre gostei de valorizar a equipe. Não sou centralizador. O importante é ter confiança para delegar. Mas se tivesse que dizer uma palavra como marca seria a “harmonia”, mesmo em épocas difíceis. Em períodos de greve sempre dizia aos colegas que a única certeza era a de que a greve iria acabar. A greve é nacional, mas em âmbito local existem os relacionamentos. Sempre busquei ter relação de respeito com o sindicato, evitando a exposição dos colegas, evitando punições e cortes de ponto. JAFS – Por falar em relação com o sindicato, como o senhor vê possíveis parcerias com o sindicato em benefício dos Auditores-Fiscais da RFB? Gaeta – Valorizo todas as parcerias que fomentarem a integração com os colegas, mas peço a compreensão no sentido de que há distinção entre os interesses da Administração, que representa todas as categorias do órgão, e os do Sindifisco Nacional, até para que não se passe a impressão de que a Administração está sendo corporativista. Acho importante apoiar iniciativas como a do Coral da Alfândega, os estudos bíblicos aqui realizados. Se o Sindicato fizer um levantamento entre os associados sobre as melhorias que esperam provenientes da Administração estarei aberto para elas. E na área aduaneira o campo é grande. Os colegas têm medo de atuar, é a insegurança funcional. É também papel do Sindicato atuar nesta questão e trazê-la para a Administração. JAFS – Que importância o senhor atribui à Lei Orgânica do Fisco (LOF) aprovada pela Classe e de que modo o senhor se sente comprometido com sua implementação e mesmo envio do texto pela Administração da RFB ao Executivo? Gaeta – Estou plenamente comprometido porque a LOF vai corrigir a exposição excessiva de um órgão de Estado aos casuísmos. Tivemos recentemente uma exposição do órgão na mídia que eu nunca vi em 30 anos. A RFB não pode estar sujeita a ingerências políticas. Você desvirtua a função da instituição, abrindo campo para perseguições, favorecimento e coisas do gênero. A Lei Orgânica permite ao Ministério Público, por exemplo, a autonomia para enfrentar grandes personagens da República que cometem desvios. Não apenas eu, mas qualquer pessoa com isenção vê que a LOF não é corporativista e sim visa a garantir o exercício da função de Estado da Receita Federal do Brasil, cujas autoridades são os Auditores-Fiscais. Creio que seja preciso apenas discutir alguns pontos e a forma da LOF. O momento é propício. Acho que não compete a cada autoridade local tentar encaminhar a LOF. Eu represento a unidade e o secretário da RFB já sinalizou positivamente à LOF. Cabe a ele encaminhá-la. JAFS – Como o senhor pretende conciliar sua condição de autoridade de Estado e membro da carreira Auditor-Fiscal da RFB com a sua condição de estar administrador, por exemplo, em questões como Lista Tríplice e inamovibilidade que estão contempladas na LOF? Gaeta – Considero que estes são pontos que vieram da categoria ou que são semelhantes a outras leis orgânicas. Acho, contudo, que é preciso discutir bem a forma de se realizar para que o processo não seja viciado. No caso da Lista Tríplice, por exemplo, considero que sejam necessários mecanismos de proteção para evitar o mau uso ou abuso da democracia. JAFS – Em entrevista ao jornal A Tribuna o senhor falou da necessidade de se adequar o número de servidores e membros da RFB em Santos, aproveitando a ocasião do próximo concurso externo. Qual o número de Auditores que o senhor considera adequado para a nossa localidade e como o senhor recebeu a notícia de que o concurso de remoção prevê apenas nove vagas para Santos? Gaeta - O número de vagas representou uma ducha de água fria na gente. Não só em Santos, considero que nesta distribuição os portos foram prejudicados. As questões internas dos portos não foram consideradas. Estamos conversando com o superintendente da 8ª Região Fiscal, o senhor José Guilherme, que conhece muito bem Santos, para tentar reverter o quadro. Estamos também tentando o PSI Aduaneiro, que tem boa receptividade do secretário e seria realizado após o concurso externo. Temos aqui 39 colegas com abono permanência. Alguns vão se aposentar brevemente... mas acho que não teremos uma perda muito numerosa. De qualquer forma, JAFS 2 JAFS8.indd 2 considero que seriam necessários 50 colegas para situação de reposição do quadro. Agora, num cenário ideal, seriam mais 150 Auditores-Fiscais. JAFS – Os rodízios nos quadros da Alfândega têm sido parciais e localizados, gerando, por conseqüência, desestímulo e desmotivação do corpo funcional. Como o senhor pretende resolver isto? Gaeta – Os rodízios têm sido demorados em razão da especificidade do serviço. Temos de conciliar. O que não pode é esquecer do colega lá no setor. Quando o Auditor desempenha muito bem uma tarefa e é difícil encontrar quem o substitua temos este cenário de rodízio mais demorado. Mas eu já tive de liberar bons colegas de setor. Só não concordo quando o servidor força a própria saída ao descumprir tarefas e tal, o que eu chamo de chantagem. JAFS – São duas perguntas em uma: hoje, aqui em Santos, muitos colegas estão entretidos em atividades burocráticas e distantes da atividade-fim que é a fiscalização. Ao mesmo tempo, hoje na Administração da RFB vê-se colocado o falso dilema: agilidade x fiscalização. Quais são as suas considerações a respeito disto? Gaeta – Para mim a informatização é apenas um instrumento multiplicador da fiscalização. O trabalho de um Auditor é multiplicado, como se fosse num telescópio. Precisamos automatizar mais ainda, usar mais cruzamento de dados na informática para análise de riscos. O Siscomex já está obsoleto. Agora, considero que a burocracia existe por conta dos velhos procedimentos que ainda não foram substituídos e que a modernização exige capacitação. JAFS – E como a Receita Federal do Brasil tem tratado a capacitação? Gaeta – Hoje temos os treinamentos da Escola de Administração Fazendária (ESAF) à distância. Os cursos são puxados. Além disso, existe o treinamento prático, no qual acredito muito, e que ocorre no setor onde o serviço está sendo executado. JAFS – E quem quiser propor um rodízio diferente para si? Gaeta - Que procure as chefias. Eu sempre as ouço e elas são as mais adequadas para canalizar este trabalho nos setores. O gabinete apenas intervém quando não é possível conciliar. Quando não há alternativa, sobra a caneta. O chefe é o primeiro responsável para que haja harmonia nos setores. Minha forma de atuar é sempre conciliadora... mas quando é preciso nossa atuação machuca. Não tenho postura de colocar coisas para baixo do tapete. JAFS – E quanto ao futuro do sistema “carrossel”? Gaeta – Ele irá continuar. Nos armazéns ele é de interesse dos colegas. É um procedimento que não atrapalha e evita o contato continuado com as mesmas pessoas e intervenientes externos. O “carrossel” nunca foi totalmente implementado e é norma que protege o colega. Mas estou aberto a sugestões. Apresentem alternativas que tragam segurança aos colegas que iremos estudar todas as propostas. Assim como no caso do rodízio, o “carrossel” não pode ser usado como instrumento de punição, mas não pode também ser evitado como instrumento de segurança aos colegas. JAFS – Deixamos o senhor com espaço aberto para expressar o que desejar. Gaeta – Estou completando 30 anos de RFB e considero que dedicar-me tanto à instituição foi a melhor coisa que fiz na minha vida. Tive oportunidade de conviver com diferentes pessoas, de aprender, e quando olho para trás vejo como a RFB evoluiu. Esse ato de olhar para trás e constatar isto chega a ser emocionante. Espero que os colegas não se desestimulem com os desafios que vêm pela frente. 2009 pode ser considerado, sem dúvida, o ano de amadurecimento da Classe dos Auditores-Fiscais da RFB em torno da importância e urgência da Lei Orgânica do Fisco para a Receita Federal do Brasil. Ano em que a LOF ganhou também maturidade e valiosos apoios, o que a credencia a entrar em 2010 com o pé direito, pronta para dar o salto definitivo, com a sua aprovação no Congresso Nacional. Basta observar os avanços obtidos pela Classe em torno da matéria nos últimos meses: Agosto/09 – Deliberação conjunta do Conselho de Delegados do então Unafisco Sindical e da Fenafisp para que ocorresse o processo de Lista Tríplice para novo secretário da RFB, após exoneração do cargo da então secretária Lina Maria Vieira, episódio que evidenciou a ingerência política e econômica indevida no órgão. A Lista Tríplice (LT) consta da minuta da Lei Orgânica do Fisco já aprovada pelos Auditores-Fiscais em 2008. No próprio mês de agosto, teve início o processo da LT, que está em sua terceira fase, a nacional, com as discussões ocorrendo no CDS do Sindifisco Nacional para que, a seguir, a Classe delibere em torno dos 10 nomes preliminarmente escolhidos pelos Delegados Sindicais. Setembro/09 – na solenidade de posse da Diretoria Executiva Nacional (DEN) do Sindifisco Nacional, o novo secretário da RFB, Otacílio Cartaxo, declarou que encaminhará a LOF: “Com relação à Lei Orgânica, quero deixar patente que a Administração lhe priorizará a devida atenção e apelo para que haja uma conjunção de esforços no sentido de que as dissensões sejam todas resolvidas”, compromisso que vem sendo cobrado pelo Sindicato. Outubro/09 – Assembleia Nacional foi convocada para que todos os AuditoresFiscais fossem ouvidos acerca da realização de campanha publicitária em favor da Lei Orgânica do Fisco e da intensificação do respectivo trabalho parlamentar em torno da matéria. A proposta da DEN foi acatada, redundando no início da divulgação da importância da LOF para a RFB e para o Brasil em diversos veículos de comunicação: os jornais Correio Braziliense e Valor Econômico; rádio CBN, emissora de TV Globonews (os filmes da campanha publicitária “Lei Orgânica do Fisco: boa para a sociedade, essencial para o Brasil’ serão divulgados até 17/12 entre os programas “Em cima da hora” das 20h e 21h, do “Jornal das Dez”, às 22h, e “Espaço Aberto”, apresentado por Miriam Leitão e Alexandre Garcia, às 21h), sites G1 e UOL, bem como na edição online da Folha de S. Paulo. Além disso, a DEN criou a página www.lof.org.br, que reúne informações úteis e esclarecedoras sobre a importância da Lei Orgânica do Fisco para a Classe, para a RFB e para o país. - Trabalho Parlamentar: semanalmente, trabalho parlamentar com a entrega da cartilha “Lei Orgânica do Fisco – boa para a sociedade, boa para o Brasil”, editada recentemente pela DEN (Diretoria Executiva Nacional) do Sindifisco Nacional. - Manifesto: mais de 4 mil colegas subscreveram o abaixo-assinado proposto pela DEN, em favor do encaminhamento urgente da LOF, com a retomada do grupo da trabalho da Lei Orgânica na RFB, entregue ao secretário, Otacílio Cartaxo. - Sistematização das minutas de LOF aprovadas nas respectivas instâncias do Unafisco e da Fenafisp. - Seminário para debater a LOF em São José do Rio Preto (SP). Novembro/09 – É aprovada no CDS a sistematização das minutas de LOF oriundas do Unafisco e da Fenafisp. Apoio: o professor de Direito Constitucional da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Juarez Freitas, declarou em evento o seu apoio para que a LOF da RFB seja nos moldes da Lei Orgânica do Ministério Público. JAFS 3 Carta aberta ao secretário da RFB: o presidente da DEN, Pedro Delarue, enviou correspondência ao secretário Otacílio Cartaxo demonstrando o desapontamento que a Classe vem sofrendo com a falta de comprometimento da Administração com a LOF por ela aprovada. Seminários: foram realizados em Cuiabá (MT), Itajaí (SC), Salvador (BA) e Seminários que debateram com a Classe a importância da LOF e de seu encaminhamento urgente pela Administração da RFB. Colóquio Internacional “Tributação, Desenvolvimento, Infraestrutura e Sustentabilidade – Cenários para o Brasil da Próxima Década”: presidente do Sindifisco Nacional defendeu a LOF na abertura do evento’, promovido pela FGV – Faculdade Getúlio Vargas. Dezembro/09 – o mês ainda não acabou e ótimas notícias já podem ser contabilizadas: - Seminário da LOF em Belo Horizonte para debater a minuta. - Audiência Pública na Câmara dos Deputados: foi aprovada pela CTASP (Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público) daquela Casa o Requerimento 288/09, que determina a “realização de audiência pública” para discutir a demora do governo em encaminhar ao Poder Legislativo um projeto para a criação da regra. O texto sugere uma audiência para discutir “a regulamentação do Artigo 50 da Lei nº 11.457, de 2007”, que criou a RFB (Receita Federal do Brasil). O requerimento, de autoria da deputada federal Andreia Zito (PSDB/RJ), uma das titulares da Comissão, foi apresentado no último dia 19 de novembro e precisou de apenas duas semanas para receber o aval dos demais parlamentares. - 25 de janeiro de 2010: esta foi a data fixada para que o secretário da RFB, Otacílio Cartaxo, entregue a minuta da LOF do órgão, debatida com as entidades representativas do Fisco, à Secretaria Executiva do Ministério da Fazenda. A data foi proposta pelo Sindifisco Nacional, como alternativa à data de 1º de março/2010, proposta inicialmente pela Administração Mais de 180 convidados participaram da festa promovida pela DS/Santos e a associação Unafisco de Santos no último dia 12 de novembro no Baía de São Vicente Iate Clube, para celebrar a posse das novas diretorias, biênio 2009/2011, a confraternização de final de ano dos Auditores-Fiscais e demais associados e ainda para marcar o lançamento do livro “As repercussões da ausência da LOF e da Representação Parlamentar Delegada na garantia da Autoridade Fiscal e Defesa do Interesse Público”. Representando a DEN no evento estiveram presentes os diretores Wagner Vaz (Jurídico), Luiz Antonio Benedito (Estudos Técnicos) e Aparecida Bernardete Donadon Faria (Aposentadorias e Pensões). Os presidentes reeleitos da DS e da associação, Wellington Clemente Feijó e Maria Antonieta F. Rodrigues, respectivamente, proferiram discursos de posse exaltando a participação dos Auditores-Fiscais e do conjunto dos filiados nos principais momentos vividos pela categoria nos últimos dois anos, apontando as perspectivas de trabalho e de novas conquistas para o período que se inicia. O diretor Wagner Vaz destacou a importância de Santos para o movimento da Classe e declarou ter certeza de que a nova gestão terá muito sucesso na condução dos embates em favor dos Auditores-Fiscais. O delegado da Polícia Federal, Protógenes Queiroz, um dos conferencistas do Seminário de Santos que deu origem ao livro lançado no evento, prestigiou a festa, que varou a madrugada, ao som de muita música e da apresentação do artista cover do Michael Jackson. Livro – o livro já foi enviado à residência de todos os Auditores-Fiscais ativos e aposentados filiados à DS/Santos, que por sua vez também enviará dois exemplares para cada delegacia sindical e um livro para cada diretor da DEN. A cobertura fotográfica do evento de posse pode ser conferida em www.unafiscosantos.org.br, seção Eventos. Livro do Seminário da LOF e Representação Parlamentar Delegada é divulgado durante evento “Teatro e Poder” em SP Na noite de 23 de novembro, o livro “Anais do Seminário As Repercussões da Ausência da LOF e da Representação Parlamentar Delegada na Garantia da Autoridade Fiscal e Defesa do Interesse Público”, editado pela DS/Santos, foi divulgado durante ciclo de palestras do “Teatro e o Poder”, no Teatro Parlapatões, em São Paulo. Na ocasião, a personalidade convidada para palestrar foi o delegado de Polícia Federal, Protógenes Queiroz, que participou do Seminário de Santos, o qual deu origem ao livro, tendo, deste modo, um capítulo de sua autoria na publicação. Os debates em torno da questão do poder, a partir da experiência vivida pelo delegado da PF, essencialmente na Operação Satiagraha, foram acompanhados por diversos artistas, pelos jornalistas Fernando Morais e Paulo Henrique Amorim, pelo escritor de novelas Lauro César Muniz, pelo vereador de SP, Jamil Murad, e pelo presidente da DS/Santos, Wellington Clemente Feijó, que presenteou algumas personalidades com o livro, explicando a importância de uma Lei Orgânica para o Fisco e da Representação Parlamentar Delegada para a Classe dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil, assim como para as instituições republicanas, cujos membros devem organizar-se para se fazerem representar no Parlamento, contribuindo para que essas instituições se fortaleçam e, consequentemente, também o Estado. Para o representante da DS/Santos, o convite para a participação do Sindicato no evento foi muito oportuno. “Estávamos entre diversos formadores de opinião, de pessoas como um escritor de novelas cujas idéias influenciam até mesmo milhões de telespectadores e apresentamos o livro com o conteúdo do Seminário, que debateu tão profundamente a importância da LOF e da Representação Parlamentar Delegada”, avaliou Clemente. Com a perspectiva de conclusão da matéria no âmbito da Receita Federal do Brasil, o envolvimento dos deputados e senadores, muitos deles já convencidos da importância da Lei para a instituição e para o país, e o trabalho de debate da matéria com a sociedade civil que vem sendo levado a efeito, 2010 tem tudo para significar o marco de um novo tempo para os Auditores-Fiscais na RFB, um marco para o país e para a justiça fiscal e uma prova de que o sonho sonhado junto pela Classe transformou-se em realidade. JAFS 4 14/12/2009 11:31:23