25/09/2015
Juros de longo prazo do BNDES sobem pela 4ª vez, para 7% ao ano ­ 25/09/2015 ­ Mercado ­ Folha de S.Paulo
Juros de longo prazo do BNDES
sobem pela 4ª vez, para 7% ao ano
Praticamente estável em 2013 e 2014, a TJLP atinge o maior nível desde
setembro de 2006
Ajuste encarece o crédito para empresas e está em linha com o esforço
do governo em reduzir subsídios
FÁBIO MONTEIRO
DE BRASÍLIA
O CMN (Conselho Monetário Nacional) aprovou nesta quinta­feira (24) a elevação
da taxa de juros utilizada como referência para empréstimos do BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
A TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) definida para os próximos três meses será
de 7% ao ano. Foi a quarta elevação consecutiva da taxa, que chegou ao maior nível
desde setembro de 2006, no primeiro governo Lula.
A subida na TJLP também está em linha com o ajuste fiscal do governo, que busca
diminuir os gastos do Tesouro Nacional com subsídios de financiamentos feitos
por meio do BNDES.
A elevação da taxa é prejudicial para as empresas, à medida que torna o crédito
mais caro. O acesso mais restrito ao crédito tem prejudicado o setor,
principalmente empresas de pequeno porte.
Segundo dados do Banco Central, a inadimplência do segmento empresarial subiu
para 4,1% em agosto. No mesmo mês de 2014, esse indicador estava em 3,5%.
Nos últimos 12 meses, esses atrasos cresceram principalmente nos empréstimos
de capital de giro com prazo inferior a um ano (de 2,8% para 6%).
O Banco Central também mostra que as concessões para empresas no crédito livre
caíram 1,6% no ano. A liberação de novos empréstimos com recursos controlados
pelo governo recuou 21% em 2015.
Já os empréstimos do BNDES para investimentos, principal linha da instituição,
tiveram queda de 25,9%.
Nessa linha, a taxa média subiu de 7,2% para 10,4% ao ano em 12 meses,
acompanhando a elevação da TJLP.
TRAJETÓRIA
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Juros de longo prazo do BNDES sobem pela 4ª vez, para 7% ao ano ­ 25/09/2015 ­ Mercado ­ Folha de S.Paulo
A trajetória da TJLP permaneceu estável entre os anos de 2013 e 2014, em 5% ao
ano. A curva de elevação da taxa começou na última reunião do CMN em 2014,
que decidiu pela taxa de 5,5% ao ano para o primeiro trimestre de 2015.
O Conselho Monetário Nacional é formado pelos ministérios da Fazenda, do
Planejamento e o Banco Central.
O governo diz que utiliza basicamente dois parâmetros para determinar a TJLP: a
meta de inflação e o prêmio de risco –uma espécie de diferença entre um
investimento considerado arriscado diante de um considerado seguro.
A meta de inflação utilizada para calcular a TJLP foi de 4,5%, com os intervalos de
tolerância de dois pontos percentuais para cima e para baixo até 2016 e de 1,5
ponto percentual para 2017.
O prêmio de risco utilizado foi de 2,5 pontos percentuais, uma elevação de 0,5 ante
o utilizado em junho, na última decisão do CMN sobre a taxa.
"O objetivo da TJLP é refletir esses dois parâmetros, que é o que está estabelecido
na lei", disse João Rabelo Junior, secretário­adjunto de Política Econômica do
Ministério da Fazenda.
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