II – São Paulo, 125 (210) Diário Oficial Poder Executivo - Seção I quinta-feira, 12 de novembro de 2015 Geraldo Alckmin - Governador Volume 125 • Número 210 • São Paulo, quinta-feira, 12 de novembro de 2015 www.imprensaoficial.com.br P acientes, acompanhantes e profissionais de saúde do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas (HC), na capital paulista, vivenciaram emoções diferentes na manhã de ontem (11), no hall da instituição, ao assistirem a apresentação dos 14 musicistas da Orquestra do Limiar. Eclético, o repertório incluiu canções de Mozart a Beatles. As exibições, a cargo da Orquestra do Limiar, são importante terapia no tratamento de pacientes com doenças mentais e propiciam sensação de paz e harmonia A plateia ficou encantada com a apresentação, que abriu a temporada 2015/2016 do programa Música nos Hospitais, fruto de parceria entre Ministério da Cultura, Associação Paulista de Medicina (APM) e grupo farmacêutico Sanofi. Com o tema Saúde mental: A influência da música no equilíbrio das emoções, a Orquestra do Limiar pretende levar seu trabalho, até junho, a outros hospitais paulistas, inclusive de outros Estados brasileiros. Efeitos – Durante uma hora, os músicos deram um show de versatilidade ao executar desde canções do estilo clássico ao barroco até MPB. O repertório incluiu Allegro do Concerto nº 2 (Verão) de As quatro estações (Vivaldi), Sinfonia nº 25 – Allegro com brio (Mozart), La muerte del Angel (Piazzola), Wave (Tom Jobim), Eleanor Rigby (Beatles), entre outras. Trios e quartetos de músicos visitaram pacientes nos vários andares FOTOS: GENIVALDO CARVALHO Instituto de Psiquiatria recebe o programa Música nos Hospitais Apresentação da Orquestra do Limiar no IPq agradou pacientes, familiares e funcionários Uma inovação foi Momento nordestino nº 1 para violino e cordas, de autoria do músico piauiense Beetholven Cunha, composta especialmente para o programa Música nos Hospitais. Os integrantes da Limiar pertencem a importantes orquestras, como a da USP e Orquestra Experimental de Repertório (da cidade de São Paulo). “Em nossos concertos, apresentamos canções de qualidade no ambiente hospitalar, o que transmite harmonia, paz e momentos de introspecção”, comenta o maestro Samir Rahme, que também é médico. Estudos publicados pela Associação Americana de Musicoterapia e Federação Mundial de Musicoterapia enumeram os efeitos benéficos da música: melhoram o humor, potencializam a expressão e favorecem o aprendizado. Pacientes, acompanhantes e profissionais de saúde do IPq ficaram atentos a cada nota dedilhada no violino, viola, violoncelo e contrabaixo. Alguns fecharam os olhos, outros nem piscavam. Muitos tiravam fotos ou filmavam. Êxtase – O auxiliar de serviços gerais do IPq Antônio Carlos Rodrigues, 46 anos, trabalha há mais de 8 anos no HC. Ele ficou tão emocionado com a exibição que registrou tudo em seu celular para ouvir novamente e mostrar aos amigos. “É a primeira vez que vejo uma apresentação de orquestra ao vivo. Muito bonita”, elogia. “Até então, apenas tive contato com a orquestra da igreja, na qual toco clarinete. Aqui é diferente, por ser uma apresentação cultural. É uma boa ação para os pacientes, serve como uma terapia para manter a calma e relaxar.” “Achei o som da orquestra muito bonito. Acalma e faz toda a diferença num ambiente hospitalar, principalmente aos familiares, porque nem sempre o paciente tem consciência”, avalia a dona de casa Anésia Novaes Dias, 56 anos, que acompanha o marido em tratamento no instituto. Moradora do Tatuapé, zona leste, diz que qualquer projeto de humanização é sempre bem-vindo. Lembra que quando sua mãe foi internada para tratamento médico, enfrentou momentos difíceis, que “poderiam ter sido aliviados com iniciativas como essa. É muito importante que os hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) ofereçam esse tipo de programa”, acrescenta. Terapia – Simultaneamente, trios e quartetos de músicos visitaram pacientes da Enfermaria de Ansiedade e Depressão (2º andar), Geriatria (3º), Hospital-Dia Adultos e Enfermagem de Retaguarda (ambos no 4º andar). L. A. 23 anos, de Perus, zona oeste da capital, trata depressão, surto psicótico e esquizofrenia há um ano. Ele apreciou o tra- Anésia – A música acalma e faz a diferença Antônio Carlos – Emoção e registro no celular balho dos músicos durante a assistência no Hospital-Dia: “Valeu a pena assistir porque poucas pessoas conhecem esse tipo de arte, que agradou meus ouvidos. Quando cheguei estava tenso e um pouco triste, após a apresentação me sinto alegre e feliz”, afirmou. O médico Luciano Patah, diretor-executivo do IPq, instituto vinculado ao HC da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), acredita que “a música é terapia para qualquer pessoa e sempre ajudará no equilíbrio”. O IPq é o único hospital psiquiátrico brasileiro (entre públicos e privados) reconhecido com o selo Acreditação nível I, concedido pela Organização Nacional de Acreditação (ONA). O título atesta a segurança no atendimento aos pacientes. O programa Música nos Hospitais foi criado em 2004, beneficiando instituições de saúde do Estado de São Paulo. Três anos depois, estendeu-se para todo o País. As apresentações são gratuitas e abertas ao público. Cada exibição registra, em média, plateia de 300 a 700 pessoas. Viviane Gomes Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial A IMPRENSA OFICIAL DO ESTADO SA garante a autenticidade deste documento quando visualizado diretamente no portal www.imprensaoficial.com.br quinta-feira, 12 de novembro de 2015 às 02:02:25.