www.cdo.pt ANO III. BOLETIM INFORMATIVO Nº 11 Edição Bimestral . Distribuição Gratuita julho/agosto 2013 Câmara dos Despachantes Oficiais Câmara dos Despachantes Oficiais por: Fernando Carmo Presidente da CDO Espera Sempre Ingratidão Quase há duas dezenas de anos, frequentei Enveredar por este tema só pode ocorrer por um Curso de Relações Humanas, promovi- estarmos a atravessar o verão e as inerentes do pela organização Dale Carnegie, o qual férias, sendo mesmo o facto de que vos queme tem auxiliado em diversas situações da ro falar fruto da silly season, que atravessavida, face a alguns ensinamentos que se de- mos e com que se pretende justificar tudo. monstraram de grande validade. O assunto é, acabemos com o tabu, a demis- Um deles, que serve de título a esta pequena são de Presidente do Conselho de Adminisnota, é o que hoje pretendo partilhar com tração do Porto de Sines, da Senhora Dra. todos aqueles que ocupam uma parte do seu Lídia Sequeira. tempo a consultar esta revista. Tive o privilégio de conhecer a Dra. Lídia Com efeito, esperar sempre ingratidão é Sequeira e com ela contactar algumas, pouum bom princípio de vida; evita muita frus- cas, vezes. Percebi tratar-se de uma pessoa tração, muitos desgostos, desagradáveis extremamente determinada e competente, surpresas e o sabor amargo de esperar re- muito empenhada no seu trabalho e em conhecimento por algo feito com dedicação atingir os seus objetivos. e empenho e receber a final indiferença e, A sua demissão da noite para o dia, não muitas vezes pior ainda, crítica destrutiva. pode ser indiferente para ninguém. Habitualmente escrevo neste suplemento É pública e notória a obra realizada pela algo sobre matérias aduaneiras ou assuntos Dra. Lídia Sequeira, transmitindo ao porto relacionados com as alfândegas. Desta vez, de Sines a importância que ele tem hoje e porém, permito-me divagar e analisar um projetando-o para o futuro, mediante acorassunto que parece merecer, de todos nós, dos estratégicos de mérito inquestionável. uma opinião muito favorável, mas que na Ninguém é insubstituível, é verdade. Mas realidade passou quase despercebido, quase quem, empenhadamente se entrega de corignorado e que faz jus, de forma indiscutí- po e alma a uma causa do maior interesse vel, ao título deste pequeno comentário. para o nosso país, ou seja para todos nós, merece no mínimo que não sejamos ingratos. Por tudo isso, e muito mais que não tenho capacidade para qualificar, a Senhora Dra. Lídia Sequeira merece a nossa GRATIDÃO! www.cdo.pt por: Mário de Matos Oliveira Director Executivo da CDO O Papa Francisco Terminou há poucos dias atrás a primeira Conhece bem a pobreza pois é entre ela viagem internacional do novo Papa Fran- que tem vivido e a escolha do nome Fran- cisco. O local escolhido para o efeito foi du- cisco para o seu pontificado, é a marca do plamente significativo. O Papa deslocou-se que pretende deixar de legado à Igreja e ao a uma das sociedades com maiores proble- mundo. mas de fosso entre classes sociais, graves No Rio congregou a maior manifestação problemas económicos que uma falsa pro- humana de sempre, que nem os carnavais palada emergência económica não disfarça conseguem alcançar, pese embora a sua e problemas de corrupção que vão muito atractividade turística por todo o mundo. para além do imaginável. Mas também se Três milhões de pessoas nas praias de Copa- deslocou ao encontro dos jovens, reunidos cabana, fazem crer que a Igreja tem de novo nas Jornadas Mundiais da Juventude. Os após João Paulo II, um Papa do povo. Algo jovens futuro da Igreja e do mundo. que Bento XVI, apesar da sua bondade, inte- A recepção no Rio de Janeiro foi algo ver- ligência e simpatia, esteve longe de alcançar. dadeiramente assombroso - assustador até, Mas depois das luzes apagadas, ficam as para quem observava pelas imagens trans- palavras. As palavras que foram ditas nos mitidas nas cadeias de televisão - de um discursos, nas homilias, nos contactos com pai a ser acolhido no seio dos seus filhos as pessoas, nas visitas. que muito o amam e a quem muito quer. A comunicação social, fez eco de algumas. Um Papa que conhece bem a realidade des- Mas agora, depois de assentar poeira, é tem- sa parte do mundo onde se fala Português po de ler e reflectir sobre essas palavras, tão (mais um significado profundo para nós) e cheias de significado, de mensagem, para Espanhol, a sua língua nativa, pois nasceu uma Igreja que prega a palavra revolucio- na Argentina, onde era bispo. nária de Cristo - ama o próximo como a ti mesmo e a Deus acima de todas as coisas mas que é feita por homens e mulheres que erram. www.cdo.pt Câmara dos Despachantes Oficiais O Papa Francisco por: Mário de Matos Oliveira Director Executivo da CDO continuação Uma amiga e colega da Argentina, chamou- Estas palavras são, no sentido mais huma- Portugal, com o novo sistema informático -me a atenção para umas palavras proferi- no e cristão, uma nova revolução no modo de importação. A maioria das declarações das pelo Papa Francisco no Brasil. Têm um como a Igreja tem olhado para o mundo. aduaneiras são seleccionada para controlo duplo significado para os que são simulta- Uma Igreja que é chamada a ser inclusiva físico. Um abuso que se traduz num increneamente cristãos pela fé e aduaneiros pela em vez de exclusiva. Chamada a acolher mento brutal de custos e tempo para os opeprofissão. São elas: com amor e não a repudiar com preconcei- radores económicos. E as alfândegas não to. Será este o primeiro passo de uma nova dispõem de capacidade para a realização em “Pensem numa jovem mãe, que vai à Igreja para os tempos que vivemos? tempo útil de tantas verificações. Igreja: “quero baptizar o meu filho”. Mas não deixa de ser curiosa a comparação Com as greves do sector portuário que se E dizem-lhe: “Não, não podes porque que Francisco faz com a alfândega. “contro- têm vindo a verificar, a situação torna-se não estás casada”. ladores e não facilitadores”. Apesar das ini- ainda mais complicada. Não existe capaci- Esta jovem, que teve a coragem de le- ciativas que a Organização Mundial das Al- dade de resposta. Os operadores já não têm var por diante a sua gravidez e não fândegas veio desenvolvendo nestes últimos para onde se virar. devolveu o filho ao remetente, ¿que anos para modificar as mentalidades - in e encontra? ¡uma porta fechada! ¡isto out - a imagem continua a ser de “compli- Pois é Pai Francisco. Nem a Igreja é uma afasta do Senhor! Jesus indigna-se cadores”. quando vê estas coisas. Frequentemente alfândega, nem a alfândega cumpre o seu Claro que bem sabemos, não é possível ab- papel de facilitação do comércio internacio- comportamo-nos dicar de controlo. Porque controlar signifi- nal e do desenvolvimento da economia. Dois como controladores de fé e não como ca também proteger. Proteger os interesses milagres de que se precisa... facilitadores. A Igreja não é uma al- financeiros dos Estados, a saúde dos confândega. sumidores, a biodiversidade, a cultura etc. Peçamos ao Senhor que todos aque- Mas não é isso que está em causa. Em causa les que se aproximam da Igreja, en- está o que acontece por exemplo agora em contrem as portas abertas.” Câmara dos Despachantes Oficiais Lisboa Porto Rua D. Luís I, 5 - 6º Av. Mário Brito 4142 - 2º 1249-286 Lisboa Apartado 5001 t. +351 21 393 13 20 a 27 4455-901 Perafita f. +351 21 393 13 29 t. +351 22 996 20 79/80 e. [email protected] f. +351 22 995 81 81 e. [email protected] www.cdo.pt